Amigos, boa dia.
Os cultores da boa música sertaneja, dentre os quais eu me encontro, foram surpreendidos na noite de ontem, com o anúncio de que a dupla Zezé de Camargo e Luciano estava desfeita. Depois de desentendimento ainda no camarim, antes de um show em Curitiba, Luciano abandonara o estabelecimento, forçando Zezé a entrar sozinho e a narrar o incidente, justificando assim a sua presença "solo" no palco, para perplexidade da platéia e regozijo dos paparazzi de plantão. Algum tempo depois, Luciano resolveu retornar e entrar no palco. Desta feita foi ele que garantiu que a dupla só cumpriria os compromissos assumidos como tal, até o final do ano de 2.011. Para 2.012 assegurou que Zezé continuaria a carreira sozinho. Nada falou acerca de seu futuro como profissional da música. O desabafo foi gravado em celular, postado na internet e em tempo praticamente real chegou ao país inteiro. O tema merece alguma reflexão. Briga entre irmãos é coisa banal. Sobretudo, de dois irmãos que escreveram uma história de dificuldades, tragédias e sucesso juntos. Dois dos filhos de Francisco, que viraram tema de filme, sucesso absoluto de público na história do cinema nacional. E ainda considere-se o fato de que há quase 20 anos estão diuturnamente juntos, realizando shows pelo Brasil e pelo exterior. São humanos, porra! Acontece que o incidente, perfeitamente contornável acredita-se, porque entre eles “É o Amor” que deverá prevalecer em última análise, só foi levado ao público por falta de profissionalismo de Luciano que abandonou o teatro antes da apresentação, em profundo desrespeito ao público pagante. A intimidade da dupla de “Entre Tapas e Beijos” que virou até bordão exatamente por narrar a realidade de relacionamentos humanos sinceros, acabou assim exposta, desnecessariamente. Assim, a desavença banal que aconteceu entre eles saiu da intimidade dos irmãos, para ganhar os tablóides e manchetes do país, com especulações e exageros. Tem mais: Esse tal celular, esses nossos e.mails como formas instantâneas de comunicação, têm lá as suas desvantagens. Antes você escrevia uma carta a um amigo, rompia a amizade, ofendia, sei lá, pelo momento emocional vivido, fechava a carta, ia até o correio no dia seguinte e a postava. Claro que nesse tempo todo, a carta era refeita, você se arrependia, rasgava-a no meio do percurso para o correio e tudo estava preservado. Hoje não. Você escreve, aperta aquele botãozinho de “Enviar” e, pronto. Tudo está sacramentado. E o vizinho, com o celular grava bem a sua cara, pra você não dizer que a voz que foi posta naquele gravador, tipo “Juruna” (lembram-se dele no Congresso com o aparelhinho), não é sua, é falsa, é montagem. Tomara que o incidente se resolva a contento. E que se pense um pouco mais na consequência de um atitude precipitada e infantil, como a de Luciano, e em meios que possam preservar o direito sagrado à intimidade, nele se incluindo, é claro, a prerrogativa de “quebrar o pau” em casa, sem virar assunto na Internet.
Bom dia.
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