Boa noite amigos,
Fui, como muitos de vocês, testemunha (pela televisão,
embora) da queda do Muro de Berlim, que marcou a reunificação de uma das Nações
mais importantes de toda história da civilização: a alemã. A força desta nação se revelou mais uma vez incontestável
e significativa no desafio que implicava o processo de reunião. De um lado
uma Alemanha dita socialista, cheia de problemas, com uma economia fragilizada e uma estrutura anacrônica e sucateada (a Oriental). De outro, uma Alemanha progressista, com uma economia
forte, dando as cartas na Europa e no mundo. A força da tradição e da etnia, no entanto, desmentiram todos os prognósticos prováveis.
Antes que o mundo esperasse, e sem grandes embates, a Alemanha se reunificou e hoje, ao lado da França, é a primeira economia da União Européia. Admirável o talento, a
força, a vontade e a competência desse povo, e especialmente a solidariedade marcante entre os seus cidadãos.
Pois hoje tudo isso me volta à mente. E por que?. Porque a Alemanha coloca em campo os dois finalistas da
importante Liga dos Campeões da Europa:
o Bayern de Munique e o Borussia Dortmund, e a mídia, incluindo a televisiva, focalizou e
mandou imagens da final diretamente do velho (hoje reconstruído) Estádio de Wembley, em Londres para todo o planeta. As equipes, para chegar a essa final
histórica (a primeira entre duas equipes alemãs), tiveram que enfrentar e
vencer terríveis adversários (o Borussia
do atacante Lewandowski venceu a
semifinal com o Real Madri e o Bayern
de Thomas Muller despachou o Barcelona).
E acima de tudo mostram a cara do futebol da atualidade do país da Chanceler, Angela
Merkel (presente hoje na decisão, ao
lado de Michel Platini) . Um futebol que renasceu depois da derrota para nós na
Copa do Mundo de 2.002. Que reviu seus conceitos e humildemente montou um
projeto de renovação que agora traz frutos muito, mas
muito positivos. Um futebol que trocou a força e a tática, por um jogo coletivo,
de velocidade e agressividade. Com a velha e sempre indiscutível competência
germânica. Pronto! Ao contrário do Brasil (que pelo menos até aqui, ressalve-se), a Alemanha é hoje favoritíssima ao título
na Copa do Mundo do ano que vem aqui na terrinha. Quem estará habilitado a
evitar? Espero que nós, mas, francamente, deixando de lado a paixão de torcedor,
não parece lógico. A foto acima (de nossa viagem), é do belíssimo "Alianz Arena", o moderno estádio do Bayern de Munique.
Até amanhã amigos.
P.S. (1) Quando estive em Munique o ano passado, fiquei impressionado com o número de obras
que estavam sendo realizadas por todos os cantos da cidade. Indagando a
respeito, fiquei sabendo que aquelas obras, promovidas pela Prefeitura da
cidade (possivelmente com parceria privada), visavam não só a indispensável
manutenção dos equipamentos públicos, mas a realização de outras obras, com o intuito de criar vagas, assim mantendo
o nível de empregos, ameaçado em toda a União
Européia. Um Poder Público forte, portanto, que busca encarar o problema
econômico conjuntural, com uma política econômica forte e arrojada.
P.S. Munique é a
terceira cidadã mais populosa da Alemanha. Com um milhão e meio de habitantes, afora o grande número de turistas, só
é menor que a capital Berlim e a
cidade de Hamburgo. Capital do Estado Federal da Baviera, lá acontece todos os anos a festa
da famosa cerveja, a Oktoberfest (imagem
da coluna aí logo abaixo, emprestada do www.frasesparafacebook.info.)
P.S. A cidade também é considerada pelo seu clima diferente,
por causa da proximidade com os Alpes
(cidade alemã que mais neva durante o inverno) e por ser berço de artes
diversificadas. Vale a pena conhecê-la, mesmo fora do período das festas do Oktoberfest.. Além dos programas culturais obrigatórios, mais de 400 pubs, a escolha
do freguês, estão espalhados pela bela metrópole (veja foto nossa abaixo, mostrando o centro da cidade, com sua arquitetura diversificada.
(2) A TV Globo transmitiu
ao vivo o jogo entre o Bayern e o Borussia, com CleberMachado à frente da equipe de comentaristas. Lá pelas
tantas, um jogador do Bayern sofreu falta e caiu. Cleber
fez o seguinte e esclarecedor comentário: Caiu o
jogador alemão. Ah, todo mundo entendeu.
P.S. (3) O pênalti que gerou o gol de empate do Borussia realmente aconteceu. O árbitro italiano Nicola Rizzolli marcou imediatamente, mas não deu cartão
amarelo para o jogador brasileiro, Dante,
que o cometeu. Seria o segundo amarelo
e, portanto, o atleta teria que ser expulso. Mas a verdade é que a falta não
foi deliberada (decorreu muito mais da imprudência do jogador de levantar o pé na área, muito próximo do atacante atingido)
e, por isso, não recebeu o cartão amarelo. Certo? Correto. Regra alguma
estabelece que o jogador que comete pênalti deva receber cartão amarelo ou
vermelho sempre. Depende do tipo de falta, ou da situação do jogo (por exemplo,
se ele comete o pênalti intencionalmente para cercear um contra-ataque rápido e
perigoso do adversário). Fica a lição para nós. Aqui 90% dos árbitros daria o
cartão e, em consequência, seria obrigado a expulsar o faltoso, mesmo que fosse por pressão da torcida da
casa;
P.S. (3) Por falar em arbitragem essa foi um dos pontos altos
do espetáculo de hoje. Um árbitro tranquilo, que não quis aparecer em nenhum
momento, não discutiu com os jogadores, nem fez ameaças aos atletas e não houve
erro em lances difíceis. O pênalti existiu e foi
corretamente assinalado. No
segundo gol do Bayern, o
jogador que recebeu o passe dentro da área não estava impedido. Havia
impedimento passivo, também corretamente, ignorado. Um exemplo para as
arbitragens em geral, inclusive as brasileiras;
P.S. (4) Outro ponto positivo: o jogo não parou, os jogadores
jogaram sério, não houve “cai cai”, nem jogadas graves de violência etc. Em
suma: um jogo sério, por atletas comprometidos com suas equipes, o público e o espetáculo;
P.S. (5) Os goleiros, Weidenfeller
(Borussia) e Neuer
(Bayern) foram muito acionados e praticaram defesas espetaculares, razão do
0 a 0 do primeiro tempo. No segundo tempo, também trabalharam bastante e não
tiveram culpa nos gols sofridos;
P.S. (6) O sucesso dentro das quatro linhas não depende
apenas dos 90 minutos em que os jogadores se dedicam em campo. Nem do talento
deles, ou das estratégias do técnico. Dependem também e principalmente da estrutura que se tem fora do
campo. A média impressionante de 80.000 torcedores nos jogos do Bayern no
campeonato alemão evidencia o pleno sucesso do futebol alemão hoje, envolvendo
federação, dirigentes de clubes e políticas públicas para o
desenvolvimento do esporte no país;
P.S. (7) Depois que a nossa mídia mostrou os quatro gols que
o atacante Lewandowski, do Borussia
Dortmund fez contra o Real
Madri de Cristiano Ronaldo, na semi-final da Liga dos Campeões, ficou
difícil evitar as comparações que o povão começou a fazer entre o atacante e o Ministro Revisor do STF, no processo do
Mensalão. Falou-se até em pesquisa para saber qual dos dois “Lewandowski” você levaria
para o seu time.
P.S. (...) Munique possui muitas indústrias importantes, dentre as quais a SIEMENS e a BMW (na 1a. foto abaixo, um dos arcos da cidade, na 2a. foto, a obra futurista na qual funciona o Museu BMW, fotos tiradas por nós durante a viagem do ano passado).
P.S. Michel Platini foi um dos maiores jogadores de todos os tempos. É o 13º melhor, segundo fontes oficiais. Descendente de italianos, nasceu na França e fez carreira em inúmeros clubes franceses e italianos. Foi jogador da seleção francesa e hoje, aposentado, é Presidente da UEFA (Federação Europeia). Um meia de muita qualidade, talento e elegância, como o nosso Falcão, fazia lançamentos longos e precisos e tinha muita visão do campo de jogo. A imagem dele, do meio da coluna, é do tempo obviamente, em que era atleta em atividade e foi emprestada de max-cav.blogspot.com).
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