Boa noite, amigos.
Nome do Filme: Django Unchained (Django Livre). Uma grande
brincadeira do diretor, Quentin
Tarantino (Pulp Fiction; Kill Bill 1 e 2; Cães
de Aluguel; Bastardos
Inglórios). Uma
homenagem a um gênero de filme que
arrebanhou multidões para os cinemas nos anos 50/70 e que marcou a adolescência
da geração que hoje chega aos 60 anos. O resgate de um roteiro simples e
direto, com heróis e bandidos perfeitamente definidos, estes escondendo,
escravizando e violentando, e aqueles lutando
para libertar e livrar inocentes de seus algozes, consagrando assim os valores do bem e da coragem. Muitos tiros
e muito sangue, a ponto de “Django
Livre” ter sua exibição suspensa na China, país severo na
censura a conteúdos de sexo, política e violência. A crítica especializada foi
extremamente generosa com o longa (longa mesmo, 165 minutos de duração). Num
universo de 26 veículos de comunicação (dentre os quais, Folha de São Paulo, O Globo, Jornal do Brasil e Zero Hora), obteve média
de 4,2, numa avaliação
de 0 a 5 pontos). Indicado para várias
categorias do Oscar, levou duas
estatuetas: a de melhor roteiro original para Tarantino e a de melhor ator coadjuvante
para Christoph Waltz, que viveu o
caçador de recompensas alemão, King
Schultz. Tendo como inspiração “Django”, um memorável faroeste italiano
de 1.966, considerado pelos americanos como um belo exemplar do gênero “spaghetti
western”, o filme é ambientando no sul dos Estados Unidos,
anos antes da Guerra Civil Americana. Django
(Jamie Foxx), um negro escravo, é comprado de seu proprietário pelo caçador de recompensas, dr. Schultz (Christoph Waltz), tendo este o
objetivo de localizar os sanguinários irmãos Brittle, procurados pela Justiça, vivos
ou mortos. Como só Django pode levá-lo
até os assassinos, o caçador promete alforriar o escravo se lograr o intento.
Com o êxito na busca e a execução dos
bandidos, ambos passam a perseguir outro
desiderato, qual seja, o de localizar e salvar a negra, Broomhilda (Kerry Washington), mulher de Django, escravizada
pelo terrível fazendeiro Calvin
Candie (Leonardo DiCaprio). A crítica que se pode fazer ao
filme é que ele é longo demais e poderia ser encurtado. Mas parece que a
intenção de Tarantino foi realmente
arrastá-lo, mesclando os diálogos e as cenas sérias, com outras divertidas, para
que o espectador envolvido na trama, não
se esqueça em momento algum que aquilo
tudo ( repertório de tiros, um só batendo em muitos, gente voando com as balas que recebe, sangue para todo o lado) é mesmo uma bela ficção, um joguinho desses de
internet, sem requintes de violência séria capaz de assustar e inibir. Pelo
menos foi com essa leveza e muito riso que
assisti ao filme durante um voo internacional, o que
não foi por certo a ótica dos chineses impressionados com as cores fortes do sangue
e o barulho dos tiros. Resta considerar,
embora eu seja suspeito porque tenho especial predileção pela arte desse
extraordinário ator, a interpretação fantástica de Leonardo DiCaprio, na pele de proprietário da Fazenda “Candyland”, em que os escravos são
utilizados para lutas, como esporte ou hobby do inescrupuloso dono. Divertido, saudosista, um pouco longo e
enjoativo também. Fica na média. Sem o brilho e a originalidade de um Bastardos
Inglórios.
Até amanhã amigos.
P.S. (1) A China é o segundo maior mercado de
cinema,. Só perde para os Estados
Unidos;
P.S. (2) Brasil,
Rússia, China e Índia juntos são responsáveis por 25%
de todo o faturamento de cinema do mundo. Não é muito se considerarmos que só as duas últimas possuem a metade da população do planeta.
P.S. (2) Tarantino possui uma belíssima coleção de
filmes de faraoeste. Apaixonado pelo
gênero, Django Livre foi inspirado na
série italiana Django, que fez sucesso
nos anos 60/70. Django era branco e um
vagabundo que arrastava um caixão de defunto, no qual escondia uma metralhadora;
P.S. (3) A Saga “Django” inclui
ainda os seguintes fimes: Django
Atira Primeiro; Viva Django, Django,
o Bastardo; Django Não Perdoa, Mata, todos eles
vividos na tela pelo ator italiano Franco
Nero;
P.S. (4) Tarantino não suportou ficar longe da tela
nesse filme-homenagem. Ele aparece discretamente em uma rápida cena de “Django Livre”. Quem também aparece, a seu convite, é o
veterano ator Franco Nero, que
viveu Django na saga dos anos 60/70;
P.S. (5) Franco Nero foi dirigido, em todos os longas
originais, pelo cineasta Sérgio Corbucci;
P.S. (6) O escravo Django seria
inicialmente interpretado pelo conhecido ator Will Smith, que recusou o papel,
entendendo que o personagem não seria o protagonista. O orçamento do filme foi
de cem milhões de dólares, dispendio já recuperado e ampliado quase cinco vezes (nas
bilheterias a película já rendeu algo por volta dos quinhentos milhões de dólares).
P.S. (7) O ator Jamie Foxx viveu no cinema o papel do
cantor cego Ray Charles, no filme Ray, em que também faz par
romântico com a atriz Kerry
Washington;
P.S. (8) As imagens da coluna de
hoje foram emprestadas, respectivamente:
de blogs.D24am.com (cartaz de publicidade de Django Livre) do site entretenimento.r7.com (de Tarantino recebendo o Oscar); do site www.dbcobers.com. (cartaz de publicidade de Django, do ano de 1.966).
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