Boa
Noite amigos,
A
participação da Ponte Preta, pela
primeira vez, num campeonato oficial internacional, a Copa Sul-americana, foi recebida com muito orgulho, mas também com
muita expectativa e desconfiança por parte de sua grande torcida e pela imprensa em geral. A “Macaca” é uma das
mais antigas e tradicionais equipes do futebol brasileiro. Fundada em 11 de
agosto de 1.900, foi um dos reconhecidos
celeiros de craques do futebol do Brasil, graças ao trabalho na formação de
atletas de base, que realizou e ainda
realiza. Formou grandes equipes ao longo de sua história e protagoniza, até
hoje, o principal clássico do interior do Brasil com o Guarani Futebol Clube,
seu mais importante rival na cidade de Campinas, Estado de São Paulo. O Bugre,
aliás, com um título brasileiro de 1.978, ainda mantém, 35 anos depois, a condição de única equipe campeã brasileira do
interior do Brasil. Na década de 70, Campinas foi considerada a capital do
futebol brasileiro. O time da Ponte, que disputou o título do Campeonato
Paulista com o Corinthians, em 1.977, em três partidas, todas realizadas no
Estádio do Morumbi, em São Paulo, era, indiscutivelmente, o melhor do Brasil,
embora tenha ficado com o vice, e todos
os amantes do futebol sabem até hoje, de cor e salteado, a sua escalação:
Carlos, Jair Picerni, Oscar, Polozzi e Odirlei. Wanderley, Marco Aurélio e
Dicá, Lúcio, Ruy Rei e Tuta. Bons tempos
aqueles. Hoje, época de vacas magras para as equipes médias do interior, a
participação num campeonato internacional (o segundo mais importante da América
do Sul) é de suma importância sob todos os aspectos (visibilidade, valorização,
patrocínio, etc. etc.). Bem, o primeiro desafio foi vencido pela Macaca com tranqüilidade,
ou seja, na fase de pré-classificação eliminou, com duas vitórias, em dois
jogos, a equipe do Criciúma (SC). Em seguida,
à alvinegra campineira restou um
desafio indigesto: enfrentar a equipe do Pasto da Colômbia, em mais uma rodada
eliminatória. Numa atuação bastante aguerrida, a Ponte venceu o primeiro jogo
no Moisés Lucarelli, por 2 a 0, com gols de bola parada de Uendel e Fellipe
Bastos, fazendo um segundo gol no último
minuto de jogo (cobrança de falta), o que foi de suma importância, pela vantagem
que acabou levando para o jogo de volta. O desempenho e o resultado animaram a
fanática torcida e muitos torcedores, enfrentaram todas as adversidades, para
prestigiar o time no Estádio
Departamental Libertad, cidade de San Juan de Pasto, na Colombia, no último dia
23 de outubro. Um desses torcedores é meu colega de docência da Faculdade de
Direito da Puc, o Professor Geraldo Fonseca de Barros Neto, que arrumou as malas e se mandou com um grupo
de amigos. As fotos da coluna de hoje, feitas por ele e enviadas a meu pedido,
mostram os torcedores em diversos momentos:
fora do estádio, dentro do
estádio, em condução peculiar até o campo e vista da cidade de San Juan de Pasto. Os
jogadores enfrentaram desgaste físico e emocional, o frio, a pressão, e durante
o jogo sufoco e emoção, mas trouxeram a classificação, ainda que com a derrota
pela contagem mínima. Agora, cruza com a equipe do Velez Sarsfield, da
Argentina, um adversário terrível pela tradição e importância. Será um jogo em
Campinas e outro em Buenos Aires. A ordem é obter uma vitória na partida de ida
e, se possível, por mais de um gol. Fica, pois, nova expectativa.
Até
amanhã amigos.
P.S.
(1) Eis as equipes do primeiro e do segundo jogo contra o Pasto, para registrar
na história, tendo em vista ser a primeira equipe não brasileira que a Ponte
enfrentou em um campeonato internacional. 1º jogo: Ponte 2 x Pasto 0. Estádio
Moisés Lucarelli. Roberto, Regis, Ferron, Diego Sacoman, Uendel, Baraka,
Fellipe Bastos, Adrianinho (Elias), Chiquinho (Alef), Rildo (Rafael Ratão) e
William; 2º jogo: Deportivo Pasto 1 x Ponte Preta 0. Estádio Libertad em San
Juan del Pasto: Roberto, Regis Souza, Ferron, Diego Sacoman, Uendel e Baraka.
Alef, Elias, Adrianinho, Magal, Fellipe Bastos, Rafael Ratão, Fernando e
William. Técnico nos dois jogos: Jorginho.
P.S.
(2) O Estádio da Ponte Preta é o Moisés Lucarelli, nome de um de seus
Presidentes. Foi inaugurado no ano de 1.948 e apelidado de “Majestoso”.
Explica-se por que: na ocasião da inauguração era o terceiro estádio com maior
capacidade no Brasil. Só perdia para o Pacaembu, Estádio Municipal de São Paulo
e para o Estádio de São Januário, de propriedade do Vasco da Gama. O Estádio,
que já teve capacidade para 35.000 torcedores, atualmente pode acomodar até
20.000, na reclassificação feita pela CBF, em função do Estatuto do Torcedor.
P.S.
(3) A Ponte Preta disputa atualmente quatro campeonatos importantes: o
Campeonato Paulista da 1ª. Divisão, o Brasileiro da Série A, a Copa do Brasil e
o Campeonato Sul-Americano.
P.S.
(4) No Ranking dos clubes brasileiros, a Macaca ocupa o 24º lugar com 7.600
pontos.
P.S.
(5) A Ponte possuía 10 títulos do Campeonato Campineiro, que era disputado na
primeira metade do século passado. Foi também
três vezes campeã do interior (1.927, 2.009 e 2.013), campeã do
Campeonato Paulista da Série A-2 (1969), duas vezes campeã da Copa São Paulo de
Futebol Jr. (1.981, 1.982), Vice-Campeã Paulista 5 vezes (1.970, 1.977, 1.979,
1.981 e 2.008). Obteve, ainda, um 3º lugar no Campeonato Brasileiro de 1.981 e um 3º lugar na Copa do
Brasil de 2.001 e vários títulos nas categorias de base.
P.S.
(6) Grandes e talentosos jogadores passaram pela Macaca, parte dos quais saíram
das categorias juvenis. Destacam-se, Dicá, Carlos, Polozzi, Oscar, Juninho,
Waldir Peres, Washington, Luis Fabiano, Elias, Sérgio Guedes, André Cruz, Fábio
Luciano, Mineiro, Marco Aurélio, Nelsinho, Jair Picerni, Rodrigues, Samuel,
Ciasca, Dadá Maravilha, Chicão de 1970 e Chicão de 1.980, André Dias, Piá,
Manfrini, Jorge Mendonça, Nenê Santana,
dentre outros;
P.S.
(7) A Macaca esquece um pouco a Copa Sul-Americana e seu adversário argentino
para focar no Campeonato Brasileiro. Na 19ª. posição da tabela com 30 pontos, a
Ponte enfrenta amanhã, em Campinas, a equipe do Vasco da Gama, que tem 33
pontos e está em 17º lugar, também na zona de rebaixamento. Acontece que o
Criciúma, que ocupa a 18ª. posição, já jogou hoje na rodada e perdeu para o
Cruzeiro por 5 a 3, permanecendo com 32 pontos. Isto significa que o jogo de
amanhã é de 6 pontos. Se a Ponte vencer ( e só a vitória interessa), passará o
Criciúma e o próprio Vasco da Gama (a Macaca ficará com o mesmo número de
pontos, mas com uma vitória a mais). Não deixa a zona da degola, mas fica em
posição muito melhor para lutar contra o rebaixamento;
P.S.
(8) San Juan de Pasto é uma cidade do sudoeste da Colômbia. Situa-se em uma
região agrícola andina de maioria indígena e atua como centro comercial e
distribuidor de mercadorias entre o Vale do Anca e o Equador, através da
Rodovia Pan-americana. Conta com numerosos edifícios religiosos de estilo
colonial e é importante destino turístico pela beleza dos vales que a cercam. Fica
perto do vulcão Galeras. Sua área é de 1.181 quilômetros quadrados, a temperatura
média é de 14º C, a população aproximada é de 450.000 habitantes e a altitude é
de 2.527 metros acima do nível do mar (Wikipédia.com.br).