domingo, 27 de abril de 2014

HISTÓRIA DA MPB - ERNESTO E O SAMBA DO ARNESTO

Amigos,

“Samba do Arnesto”, um dos famosos sambas do paulista nascido em Valinhos, Adoniran Barbosa, é um personagem inspirado num parceiro de mocidade do compositor. Em verdade, a figura não se chamava “Arnesto”, mas "Ernesto".  Ernesto Paulella, embora sempre mantendo o sonho de ser advogado (o que lhe valeu, entre os amigos, o apelido de Acadêmico), só  se formou aos 60 anos e advogou durante mais de 30. Morreu este ano, no dia 26 de fevereiro, aos 99 anos, mas desde 2007, por causa de um acidente vascular cerebral, estava afastado, recebendo auxílio da Carteira dos Advogados de São Paulo (CAASP).  O Dr. Ernesto, em longa reportagem que concedeu ao Jornal do Advogado em 2011, falou de sua amizade com o compositor, das histórias que ambos construíram desde os tempos da boemia e de como nasceu o Samba do Arnesto. Confidenciou que a troca do “E” pelo “A” (Arnesto em vez de Ernesto), foi proposital para manter “o estilo único do compositor”  e, mais, que a história é fictícia, segundo ele “fruto da mente fértil e prodigiosa do compositor”,  pois embora tenha morado no Brás, nunca convidou Adoniran, nem qualquer outro colega de bar “prum samba” na casa dele. Decididamente garante que não cometeu a falta (nós fumu e não encontremo ninguém...),  e não mereceu a bronca que se tornou famosa: Você podia ter deixado um recado na porta.....”.

Tchau amigos,

P.S. (1) Grande parte das composições que se tornaram ontológicas na música popular brasileira são inspiradas em personagens e passagens reais. Em outras os personagens são reais, mas as histórias fictícias, como essa do Arnesto, digo, Ernesto. A verdade é que muitos dos personagens anônimos de famosos compositores, acabam ganhando notoriedade pelo sucesso das canções, como é o caso de Helô Pinheiro, que inspirou “Garota de Ipanema”, uma das músicas brasileiras mais executadas no mundo inteiro e que teve versões em vários idiomas;

P.S. (2) Minha amiga, a Desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo,  Ligia Bisogni assegura que teria sido a musa inspiradora da composição “Lígia” do saudoso maestro Antonio Carlos Jobim, a quem foi apresentada em certa ocasião,  embora não tenha tido qualquer relação ou envolvimento com Tom.

P.S. (3)  As imagens da coluna de hoje são, respectivamente: 1) do advogado inspirador do Samba do Arnesto, Dr. Ernesto Paulella emprestada do site www.otempo.com.br; 2) da amiga e Desembargadora Lígia Araújo Bisogni, emprestada de www.youtube.com, e 3) da garota de Ipanema, Helô Pinheiro na época em que inspirou a famosa composição de Tom e Vinícius (www.sitesnobrasil.com).







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