quarta-feira, 23 de abril de 2014

LITERATURA - A MORTE E A IMPORTÂNCIA DA OBRA DE GABRIEL GARCIA MARQUEZ

Sem propor a si mesmo, sem nem saber, demonstrou com sua vida a razão que tinha o pai, que repetiu até o último suspiro que não havia ninguém com mais sentido prático, nem pedreiros mais obstinados nem gerentes mais lúcidos e perigosos do que os poetas” (O amor nos tempos do cólera)

Caros amigos,

Um amor  capaz de subsistir no tempo e de provocar as mesmas emoções quando o destino reencontra o casal no limiar da terceira idade e os corpos já não ostentam o frescor da mocidade, a beleza das linhas estéticas bem definidas e os hormônios já não transbordam pelos poros. Assim foi o romance de Florentino e Firmina que, verdadeiro e não sopitado pelo tempo, vai se realizar numa viagem que acontece somente  51 anos, 9 meses e 4 dias depois da troca do primeiro olhar. Foi assim que me apaixonei por Gabriel Garcia Marquez. Não pelo Gabriel de Cem Anos de Solidão, considerada a mais expressiva obra do autor colombiano morto recentemente, mas pelo escritor do Amor nos Tempos do Cólera, um romance definitivo na definição de meu gosto literário que teve os primeiros contornos na idade madura  e que  hoje  encontra-se razoavelmente consolidado. Com uma incrível capacidade de traduzir sentimentos e emoções do mais expressivo lirismo num cenário hostil típico da América Latina, com as suas eternas questões políticas, sociais e culturais, o romance é, sem favor algum, um dos mais importantes clássicos da literatura universal. A par disso, Gabriel foi um grande intelectual, um grande pensador, um filósofo, um sociólogo, um  político cujas penas souberam, como poucos, retratar a América Latina e seus problemas. A comunidade em geral, de todas as partes do mundo, está de luto e lamenta a morte do autor, aos 87 anos. Pelo conjunto de sua importante obra foi contemplado com o Premio Nobel de Literatura de 1.982 e segundo o nosso escritor Luis Fernando Veríssimo, a obra de Garcia fez o mundo mudar sua visão sobre a América Latina, o que definitivamente não é pouco.
Até amanhã amigos,

P.S. (1) Alguns pensamentos preciosos do escritor: 1)   Nenhuma Medicina cura o que a felicidade não pode curar; 2) Não acredito em Deus, mas tenho medo Dele; 3)  A Sabedoria é algo que quando nos bate à porta já não nos serve para nada; 4)  O sexo é o consolo que a gente tem quando o amor não nos alcança;  5) Todo ser humano tem três vidas: a pública,a privada e a secreta; 6) Não chore porque acabou, sorria porque aconteceu; 7) Não é verdade que as pessoas param de buscar seus sonhos porque envelhecem. Elas envelhecem porque param de buscar seus sonhos; 8) Tudo é questão de despertar sua alma; 9)  Era ainda jovem demais para saber que a memória do coração elimina as más lembranças e enaltece as boas e que graças a este artifício conseguimos suportar o passado. 10) Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem da minha natureza;

P.S. (2) Experimente esta: “No dia em que a merda tiver algum valor, os pobres nascerão sem cu”. Você achou, como eu, que essa frase deve ter sido proferida pelo Costinha ou pela Dercy Gonçalves, consagrados e desbocados comediantes brasileiros já falecidos. Errou. Quem construiu esse pensamento foi o intelectual Gabriel Garcia Marquez.

P.S. (3) Memórias de Minhas Putas Tristes foi o último romance escrito por Gabriel Garcia Marquez, antes de declarar que deixaria de escrever. Em 2.012, confirmando que ele estava senil, seu irmão declarou encerrada a carreira de escritor do consagrado poeta que vendeu  mais de 40 milhões de livros em todo o mundo.

P.S. (3) A imagem de hoje, do autor, foi emprestada de www.portalohoje.com.br ;



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