Boa
noite amigos,
O
sol ainda era tímido às 12,30 horas deste domingo de inverno. A caminhada quase
costumeira dos domingos, pela feira de artesanato do Centro de Convivência Cultural, hoje
bem mais tarde, por causa do frio, nos levou a uma parada diante de um stand, com apenas três telas, que chamaram a atenção, tanto pelos cenários focalizados
(o Largo da Catedral em Campinas, o prédio do Museu de Arte de São Paulo
(Masp), e algumas tomadas de Paris distribuídas numa única tela), como pela técnica diferenciada da autora, em
relação à maioria dos pintores que ali expõem seus trabalhos nos finais de
semana. A assinatura é da artista
plástica, Fátima Maria Freitas, com quem conversamos um pouco. Como apaixonado
pela cidade de Campinas e por sua história, a tela denominada Catedral de Campinas Nossa Senhora da
Conceição, revelando um dos pontos mais bonitos e tradicionais da cidade (o
Largo da Catedral), com todo o seu entorno natural e artificial, incluindo o bonde que por ali transitava na época, no trajeto feito a
partir da Estação Ferroviária, no distante
ano de 1.963, logo me encantou e, depois de indagar sobre o preço, bati o
martelo: o quadro é meu e já o vi, majestoso, embora discreto, numa das paredes do meu escritório da rua
Barão de Jaguara, com os seus 60 x 100. A técnica utilizada foi o acrílico e óleo sobre tela, com verniz
protetor corfix. O trabalho da artista plástica merece ser observado e conferido. No meu conceito, e especialmente no de minha mulher, que é também artista plástica, formada em Artes e crítica exigente, é considerado bastante bom.
Até
amanhã amigos,
P.S.
(1) As imagens da coluna de hoje são das telas: 1) Catedral
Nossa Senhora da Conceição, em 1.963; 2) Museu de Arte de São Paulo Assis Chateubriant; 3 e 4), Perspectivas de Paris, a Cidade Luz, todas de autoria da pintora, Fátima Maria Freitas. A 4ª. e última imagem (emprestada de protestocultural.wordpress.com),
é do Teatro Municipal Carlos Gomes de Campinas, que foi inaugurado em 1.930 e demolido no ano
de 1.965;
P.S
(2) o trabalho da artista plástica
Fátima Maria Freitas pode ser conferido em kagi Atelier facebook. O telefone de
contato é (019) 993560821 e o
e.mail fatimafreitas7@gmail.com;
P.S.
(3) Na época retratada na tela da Catedral, ainda existia, na parte dos fundos
do Largo, o famoso Teatro Municipal Carlos Gomes, projeto do arquiteto, Ramos
de Azevedo, com capacidade para 1.300 pessoas, demolido na Administração do Prefeito Ruy
Novaes, no ano de 1.965, sob alegação de que a construção estava condenada por
causa da invasão de cupins. Essa versão é contestada até hoje, e o fato marcou a
administração do alcaide, de forma negativa. Desde então, jamais a cidade, apesar de sua importância como a
principal do interior do país, capital de uma região metropolitana de grande expressão econômica e cultural, não viu construir, até hoje, um teatro com a mesma magnitude, importância e a versatilidade daquele.
Fala-se nos últimos anos, na edificação de um teatro municipal no Parque Ecológico, numa parceria entre a Prefeitura de Campinas e o Governo do Estado de São Paulo. O projeto,
porém, continua no papel e, em tempos de "vacas magras", no papel deve continuar por mais algum tempo;
P.S.
(4) A artista garante que o estilo da tela Catedral
Nossa Senhora da Conceição é o
impressionista. Não nos convencemos disso. O quadro retrata a Catedral e a
natureza, assim como o bonde e o entorno, tal como existentes (o modelo, segundo
a autora, foi uma fotografia da Internet), com a intenção manifesta de reproduzi-los, o que não atende ou
não atenderia ao critério impressionista, que mais se preocupa com as
pinceladas livres e a ausência proposital
de verossimilhança nas suas imagens, fugindo do clássico, ainda que também
se enquadre no gênero arte figurinista, que busca retratar o humano e as coisas
concretas. A cor preta, que dá um toque especial de envelhecimento e saudosismo em quadros de Fátima, é um outro detalhe que afastaria o seu estilo do dos impressionistas, que nunca faziam uso dessa cor, nos seus trabalhos, porquanto, uma das características marcantes do estilo impressionista consistia na projeção da luz do sol sobre as pessoas e coisas, as iluminando e modificando as suas cores originais. Isso também valia também para as sombras, que haveriam ser sempre luminosas e coloridas.