terça-feira, 12 de dezembro de 2017

UM POUCO DE CLARICE LISPECTOR - ÁGUA VIVA

Boa noite amigos,

Imagem da escritora emprestada de KD Frases.
Em Água Viva, um romance sem romance[1]publicado no ano de 1.973, Clarice Lispector, autora e personagem, em narrativa linear, na primeira pessoa (um “eu” feminino), revela a um “tu” (um namorado, um amor platônico, o seu alterego masculino?), muito de sua natureza e daquilo que marcaria para sempre a sua literatura. Uma literatura densa e complexa, metida em perene indagação acerca do autoconhecimento[2], dos males da condição humana, de buscas e ansiedades, anjos e demônios e conflitos existenciais jamais superados, no ser vivo que confessa para sempre a sua natureza paradoxal e fragmentária, mas que também se conecta com o não humano, o  “it” ou “a coisa”,  representado pelas dimensões do mundo, do tempo e do espaço. Assim como na literatura de Vinicius de Moraes, companheiro do movimento modernista da 3ª. geração, seu tema preferido foi a busca do eterno num mundo de natureza transitória e temporal[3]. Clarice, como seu personagem,  desde a primeira infância, foi atormentada pela ideia fixa da morte inevitável, da incompreensão quanto ao significado da vida e os mistérios de sua origem  e fim e a vinculação do ser e da própria existência a um presente fluido, sem memória[4]. Mas se tal preocupação é geral na raça humana, variando apenas a maneira com que os homens, em todos os tempos, lidaram com os segredos do universo, para Clarice, porém, nessa obra que pode ser considerada autobiográfica e em que ela coloca, de forma escancaradamente explícita, sem rebuços,  os seus conflitos mais variados, são temáticas que afetam o seu cotidiano, atingindo sua alma profunda e permanentemente atormentada, à cata de algum recurso que torne mais leve e suportável[5]  o que considera a  inevitabilidade da vida, combustível esse que conclui, mas não definitivamente, ser a alegria, a felicidade e a provável aleluia que viria sempre, sempre, depois da dor e das perdas[6].
Seu pensamento transita no limiar entre a lucidez e a loucura, a realidade e o sonho, o sonho e a fantasia, a ordem e a desordem e a obscuridade para si mesma.[7] A sua escrita é consequência da necessidade de desabafar escrevendo, como complemento de seus desenhos que nem sempre conseguem transmitir, com fidelidade, a sua mensagem angustiante. Suas orações são tiros, disparos, explosões, por efeito de uma catarse que vai se manifestando sem nenhum controle[8]. Todo o monólogo de Água Viva parece decorrer de  impulsos neurológicos, em que  as palavras não são escolhidas, mas vão aparecendo, sem ordem, sem lógica, sem censura,  sem qualquer metodologia, como se o  escritor fosse apenas anotando as mensagens transmitidas por uma entidade metafísica.
A narrativa, porém, pese embora transmitir a anarquia do pensamento, a desordem de que fala a própria autora para revelar e revelar-se, segue numa cadência em que sons, silêncios e sentimentos, se misturam magnificamente, mantendo o interesse e a curiosidade do leitor e o seu encantamento pela forma de transmissão, uma especialidade da escritora. Em Água Viva, escrita quatro anos antes de sua morte, Clarice, com mais de meio século de existência, nos brinda com um ensaio maduro, belo e profundo, quiçá indecifrável,[9] sobre a existência e a condição humanas, suas buscas e seus fins,  que nos remete para a mais refinada literatura ficcional psicológica, de que é exemplo o seu conterrâneo mais famoso, Franz Kafta, mais que escritor, o criador de um estilo.

Até mais amigos,



[1] Expressão usada por Lucia Helena, Professora de Literatura, autora da obra “Nem musa nem medusa: Itinerários da escrita de Clarice Lispector”, na apresentação constante da orelha de capa da edição de 1.998,  Rocco Editora, Rio de Janeiro. 
[2] “Mas há perguntas que me fiz em criança e que não foram respondidas, ficaram ecoando plangentes: o mundo se fez sozinho? Mas se fez onde? Em que lugar? E se foi através da energia de Deus – como começou? Será que é como agora quando estou sendo e ao mesmo tempo me fazendo? É por esta ausência de resposta que fico tão atrapalhada.”
[3] Quero possuir os átomos do tempo. E quero capturar o presente que pela sua própria natureza me é interdito: o presente me foge, a atualidade me escapa, a atualidade sou eu sempre no já.”
[4] Quando eu morrer então nunca terei nascido e vivido: a morte apaga os traços de espuma do mar na praia.Agora é um instante.”
[5] Eu que venho da dor de viver. E não a quero mais. Quero a vibração do alegre. Quero a isenção de Mozart. Mas quero também a inconseqüência. Liberdade? É o meu último refúgio, forcei-me à liberdade e agüento-a como um dom mas com heroísmo: sou heroicamente livre. E quero o fluxo.”

[6] Em Clarice nenhuma ideia, nenhum pensamento, nenhuma conclusão pode ser considerada definitiva, dada a natureza de seu pensamento: confuso, complexo, ambíguo, como ela própria se julga;  “Mas não há paixão sofrida em dor e amor a que não se siga uma aleluia”.
[7] Não sei sobre o que estou escrevendo: sou obscura para mim mesma. Só tive inicialmente uma visão lunar e lúcida, e então prendi para mim o instante antes que ele morresse e que perpetuamente morre.”
[8] Eu é que estou escutando o assobio no escuro. Eu que sou doente da condição humana. Eu me revolto: não quero mais ser gente. Quem? Quem tem misericórdia de nós que sabemos sobre a vida e a morte quando um animal que eu profundamente invejo – é inconsciente de sua condição? Quem tem piedade de nós? Somos uns abandonados? Uns entregues ao desespero? Não, tem que haver um consolo possível. Juro: tem que haver. Eu não tenho é coragem de dizer a verdade que nós sabemos. Há palavras proibidas. “
[9] Inútil querer me classificar: eu simplesmente escapulo não deixando, gênero não me pega mais. Estou num estado muito novo e verdadeiro, curioso de si mesmo, tão atraente e pessoal a ponto de não poder pintá-lo ou escrevê-lo. Parece com momentos que tive contigo, quando te amava, além dos quais não pude ir pois fui ao fundo dos momentos.”

sábado, 25 de novembro de 2017

LINGUAGEM JURÍDICA - CAUSAS & CAUSOS



Sátira do cartunista francês Honoré Daumier mostrando

o mais absoluto desinteresse dos membros da Corte -
Francesa pela sustentação oral do advogado. Qualquer
semelhança  com a situação verificada nos Tribunais
Brasileiros de hoje não é mera coincidência. Imagem
emprestada de CGN.
 
"A simplicidade é a medida exata entre o de menos e o demasiado” Joshua  Reynolds. 

Boa tarde amigos, 

Como hoje é sábado, dia de pegar leve, mando um conto que satiriza a linguagem rebuscada dos Tribunais, em confronto com a simplicidade do linguajar coloquial, do dia-a-dia da população brasileira, destinatária das decisões judiciais. O "causo" foi publicado no meu livro "Causas & Causos" n. 1, em 2.006, pela Editora Millenium, de Campinas (SP). Aí vai:

                                                                 " Não bastasse o movimento geral e cada vez mais intenso pela chamada “efetividade” da Justiça Brasileira, num país em que se reclama tanto de sua morosidade, agora cresce o apelo pela simplificação da linguagem jurídica.

A Associação Brasileira da Magistratura (AMB) saiu à frente e já pensa num projeto de lei que proíba, em todo território nacional, a utilização de termos técnicos complexos, principalmente quando vertidos no saudoso e bom latim, ou em outra língua estrangeira contemporânea.

Acredito que a proibição não vai incluir o inglês que é uma espécie de segunda língua-mãe, pelas implicações que o veto traria (dificuldades, sobretudo para substituir palavras novas que se usam e se grafam como no Reino Unido ou em Nova York).

Ao invés de “delete”, você terá que usar o “apague” ou “mate”, ou talvez “mande para o espaço”. E como será dar um download em português (aguarde, estou baixando o arquivo). Feio né?

É possível até que se estabeleça alguma penalidade para a transgressão, mas eu sugiro que, se houver mesmo sanção, ela possa, como no direito penal, variar de acordo com a natureza da infração, isto é, dever-se-á (mesóclise?) admitir as formas dolosa e culposa do delito.

 Ipso facto (???),  deverão ser inseridos num novo capítulo a ser aberto na parte especial do Código Penal,  sob o rótulo de algo assim como  “Dos crimes contra a Inteligibilidade”.

 Gente da minha idade e da minha área de atuação, viciada nessas expressões, por certo vai cometer involuntários deslizes, mormente (olha aí, alguém fala mormente hoje em dia?), em encontros de advogados, juízes, promotores e outros tantos profissionais hoje chamados de operadores do direito.

Convenhamos! O movimento tem fundamento. É muito mais lógico e compreensível dizer “com  respeito ao seu ponto de vista”, ou  “em princípio” aceito a sua argumentação, do que “data venia” de Vossa Excelência, ou “a priori”, não se pode concluir tal coisa.

Mas como toda boa tradução, é preciso redobrado cuidado para que as palavras ou  texto não sejam maculados (seria melhor eivados?). Será indispensável, creio, que o sentido técnico seja preservado.

Afinal, “fundo de comércio” não pode ser confundido  com  “quintal de armazém”, “vara de menor” com “pinto de criança” e nem fica bem tomar  “retificação de assento”  por  “plástica de bunda”.

Não sei se todo esse movimento vai mesmo dar certo e se a gente comum, o povão da comunidade, a galera, como se diz no vasto vocabulário da juventude, será capaz de entender que, apesar da simplificação da linguagem, isso não vai, por si só, resolver a questão da lentidão da justiça e suas causas crônicas.

Estou convencido, no entanto, que muitas surpresas e perplexidades devam desaparecer.
Há menos de duas semanas deu-se um caso curioso e engraçado. E comigo mesmo. Era tarde de segunda-feira e eu, religiosamente, cumprindo compromisso moral assumido com um dos Juízes Cíveis da Comarca de Campinas, servia como conciliador nas audiências designadas para aquela data.

O primeiro processo era simples. Tratava-se de uma ação de cobrança de taxas de condomínio em atraso.

O advogado do condomínio, zeloso, ciente de que, embora o apartamento tivesse sido vendido, há muitos anos, pelo casal que o adquirira primitivamente, não  se outorgara escritura definitiva, intentou a ação contra os dois casais, os promitentes vendedores, tecnicamente ainda condôminos,  e os promissários compradores.

É que havia entendimento jurisprudencial que, nesse caso, de contrato de compromisso não convertido em escritura pública, o condômino continuava a ser o titular do domínio, como consta do Registro de Imóveis.

O casal vendedor foi citado às vésperas da audiência e compareceu desacompanhado de advogado.

Era um fisioterapeuta e uma dentista, os quais não conseguiam entender a razão de terem sido convocados. Ora, o tal apartamento já não era deles  há uma década.

Fiz um gesto no sentido de dar a almejada explicação.

Mas o referido advogado, muito solícito, pediu licença para me interromper e, dirigindo-se a eles, disse em bom tom:

- Olhe meu senhor, eu fui obrigado a colocar o senhor e a sua mulher no pólo passivo da relação processual...

O homem levantou as sobrancelhas.

E por um instante tentei adivinhar o que se passava na sua mente.


 Deve ter pensado – Será que isso dói?

Ou então:

-  Eu vou pedir a gentileza de tirarem a minha mulher desse negócio.

Mas antes que da surpresa se passasse ao pânico, intervim:

- Com licença, doutor. Não assuste o homem.

E agora voltando para o casal de vendedores:

- O doutor quer dizer que foi obrigado a mover a ação também contra vocês dois, porque não houve escritura passada e nem registro no registro de Imóveis. Mas fique tranqüilo. Os ocupantes do apartamento, os adquirentes, já se propuseram a pagar as taxas em atraso, mediante acordo.

- É só isso? Indagou o fisioterapeuta evidenciando alívio.

-   É.

 Riso geral e descontração no até então sisudo ambiente da sala de audiências.

Mas eu acho que esse homem e essa mulher vão pedir para subscrever um eventual abaixo-assinado que aparecer por aí, pedindo o tal projeto de lei, que proíba, sob sanção severa, o uso de termos jurídicos estranhos."


Até mais amigos,


P.S. (1) Honoré Victorien Daimier (1.808/l.879) foi um caricaturista, chargista, pintor e ilustrador francês, considerado o "Michelângelo da Caricatura". A linguagem de sua charge e caricatura foi caracterizada pela crítica social e política de sua época e lugar. Por elas denunciava os grandes detentores do Poder  (reis, Juízes, Clero) e o despotismo contra o povo em geral, o que lhe rendeu condenações e prisões.













domingo, 19 de novembro de 2017

GUARANI LIVRE DE REBAIXAMENTO E A POSSÍVEL DESPEDIDA DE FUMAGALLI

“O dramático empate sem gols nesta sexta-feira, no Brinco de Ouro, ratificou a permanência na série B do Campeonato Brasileiro e, ao mesmo tempo, rebaixou o Luverdense com uma rodada de antecedência. É pouco para a história dessa camisa, mas serve de presente aos 6.648 torcedores que foram ao estádio” (globoesporte.com.)


Boa noite amigos,

O meia Fumagalli, ídolo do Guarani, que provavelmente
encerrou sua carreira como jogador de futebol no jogo
contra o Luverdense. Imagem emprestada de meninosdavila.

É, sem dúvida pouco mesmo para a história dessa camisa que na segunda metade do século passado fez impressionante história no futebol nacional, com um título de campeão brasileiro (1978),  dois vice-campeonatos (1.986 e 1.987) e, ainda, de campeão da chamada Taça de Prata, correspondente à 2ª. divisão do brasileiro. Guarani e Ponte, na década de 70, converteram a cidade de Campinas na capital do futebol nacional e o refinado e competitivo futebol que praticavam foram  considerados pelo Le Monde da França, como a mais fina flor do futebol brasileiro naquela época.  Mas a realidade desse século é bem outra.  Ao contrário de sua principal rival, o clube, assolado por sucessivas crises políticas e financeiras, deixou o futebol, razão maior de sua existência, à deriva, e as equipes montadas e desmontadas, foram escrevendo episódios de participações pífias, com sucessivos fracassos e rebaixamentos, a ponto de hoje nem sequer figurar entre os times que disputam primeira divisão nacional e paulista. Assim, foi com muito esforço de uma equipe formada praticamente na temporada, e com um orçamento infinitamente menor do que o do Internacional de Porto Alegre, ou do Goiás, que também jogam a mesma competição neste ano, que se manteve, na penúltima rodada, livre do ameaçado rebaixamento para a série C. Ontem, fui ao Estádio ressabiado, como sempre. E como era de se esperar, foram rigorosos 99 minutos de apreensão, até o apito final do árbitro, que selava, definitivamente, a sorte da partida e dos concorrentes: a da bravo  Luverdense, que jamais se entregou, teve domínio territorial e ameaçou seriamente a meta do goleiro Leandro Santos em pelo menos três oportunidades reais de gols, mas que amargou um rebaixamento esperado, desde a derrota, em casa,  na rodada anterior, para a equipe do Boa;  a do Bugre que, finalmente, depois de tantos empates indesejados em seus domínios, perseguiu senão a vitória, que não veio, ao menos  a agora suficiente igualdade que o livra da degola. O Bugre jogou pelo empate? Não, absolutamente. Richarlison meteu uma bola na trave, num lindo lance que merecia morrer nas redes e Paulinho perdeu um gol incrível aos 46 do segundo tempo, quando teve, em suas mãos, livre e escancarada, a chance de inaugurar o marcador. Como franco atirador e precisando desesperadamente da vitória, o protagonista foi o adversário matogrossense que jogou um bom e eficiente futebol na defesa e no meio campo, pecando, porém, nas conclusões, enquanto o Bugre contou também com uma boa postura de sua defesa para segurar o marcador, sem,  contudo, conseguir, como pretendia, executar com perfeição os contra-ataques a que se propunha e o rival oferecia,  inúmeros no decorrer da partida. Um 0 a 0, pois, como se disse, precioso pelo seu significado e que foi comemorado pela torcida, pelos jogadores e pela comissão técnica como se fosse um título.

FUMAGALLI

A disputa estava acirrada como nunca. O placar teimava em não sair do zero. Um zero a zero que seria suficiente para evitar a degola do Bugre, desde que o adversário não balançasse as redes, condição que ninguém se atrevia a garantir naquela altura do espetáculo.  Eram 09 minutos do segundo tempo quando o representante da Federação ergue as placas indicativas de substituição no Guarani. Sai  Fumagalli, entra o jovem Luiz Fernando. Nesse momento, se encerrava, ao menos supostamente, a carreira de um grande e querido jogador de futebol. De um dos mais importantes atletas que passaram pelo Guarani Futebol Clube,  desde sua fundação. José Fernando Fumagalli, aos 40 anos, dera muitas entrevistas anteriores, salientando que ao final desta temporada, encerraria sua carreira como jogador de futebol. O estádio todo ficou em pé, aguardando a saída do atleta para homenageá-lo. E ao se dirigir para a lateral do campo, acompanhado pelo árbitro, que queria pressa na substituição, Fuma foi aplaudido de pé pelos quase 7.000 torcedores presentes, que entoaram o famoso grito de guerra conhecido dos bugrinos e temido pelos adversários: Fumagalli  eh, eh; O Fuma Gol.  Lágrimas rolaram dos olhos do atleta, emocionado, acenando para a multidão que o reverenciava, com muita justiça. Mas ainda não era tempo de comemorações. Nem de falar da história gloriosa dessa carreira.  O jogo corria solto e o atleta esperou o apito final, que selaria a sorte de seu amado clube na competição para daí, aliviado, atender a uma multidão de repórteres que se acotovelavam à cata de seu depoimento. Atendendo a todos com a elegância e a humildade que o caracterizam como homem e profissional, então, aos prantos, destacou a união, a expectativa e o sofrimento dos últimos tempos e especialmente da última semana em que, sem ser escalado teve que seguir com a equipe para Londrina, pelo seu fundamental papel de líder junto ao elenco. E a despeito da derrota no Estádio do Café, foi chamado também à concentração com  os colegas para o confronto do final de semana contra o Luverdense, decisivo para as pretensões do Bugre de permanecer na série B do Brasileiro. Falou de seus temores, da responsabilidade que pesava sobre seus ombros, do filho pequeno que se negava a dormir sem a presença do pai, da importância da família que lhe deu o apoio necessário para que pudesse se dedicar nesses momentos, integralmente ao clube e aos colegas, no objetivo traçado e perseguido. Não há ainda certeza de que o atleta efetivamente encerrou sua carreira como jogador, na sexta-feira. Pode ser que decida ainda jogar o campeonato paulista da série B, ou alguns jogos, ao menos, com a intenção de ver seu clube retornar à primeira divisão do Paulista no ano que vem, se o clube renovar o seu contrato. Não há nenhuma censura nessa incerteza que invade os homens de bem e que são importantes naquilo que fazem nesta vida. Pelé se despediu inúmeras vezes da carreira.  Hebe Camargo também. E mais recentemente, o piloto Felipe Massa.  A importância de Fumagalli para a história do Guarani não se restringe ao campo de jogo, embora neste, os números sejam impressionantes: 89 gols que o converteram no quarto maior artilheiro do Bugre, à frente de Neto,  Jorge Mendonça, Zenon, China, Evair e Renato Pé Murcho, superado apenas por Careca com 118, Nenê com mais de 120 e Zuza, recordista com 149 gols. Dos 89 gols assinalados foram 35 de penalidades máximas, 10 de  faltas,  que cobrava com perfeição, especialmente do lado esquerdo e 2 gols olímpicos. Gols ou assistências, que levaram o Bugre, em 2.012, ao vice-campeonato paulista daquele ano, derrotando, nas quartas e na semi-final, respectivamente, o Palmeiras e a Ponte Preta, dois potentes e qualificados adversários. Três gols e uma assistência na impressionante goleada de 6 a 0 sobre o ABC no vice-campeonato brasileiro da série C de 2.016.  Não, não! Além disso, Fumagalli foi importante fora do campo. Sua serenidade, seu respeito pelo corpo, seu comprometimento com a carreira, com o clube e a torcida eram evidentes, mesmo nos momentos de crise administrativa e financeira, que quase sempre interferiam negativamente no campo de jogo. Fuma vivia e respirava o Brinco. Algumas vezes pude observá-lo de longe, sem que ele soubesse da minha existência, por nunca termos sido apresentados, durante a semana, no Shopping Center ou  em restaurantes de Campinas, acompanhando atletas muito jovens que tinham sido contratados ou emprestados ao Guarani, aos quais recebia carinhosamente como bom anfitrião, para ambientá-los na cidade e no clube. Alguma dúvida sobre a sua enorme relevância dentro e fora do campo? O torcedor não tem nenhuma e espera, senão contar com o seu futebol por mais uma temporada, que ele assuma logo função que faça jus à sua história, ao seu talento, ao seu amor pelo clube e ao seu caráter como homem e profissional. Que Deus dê ao Fuma e à sua família, saúde e harmonia que eles merecem. A nós torcedores só resta dizer: Obrigado Fuma. Você faz parte da história deste clube e desta camisa. E sabemos que, na sua modéstia, por essa história que você escreveu no Guarani e o respeito que conquistou, você tem o maior orgulho. Nós também temos. Forte abraço.





quarta-feira, 15 de novembro de 2017

AMISTOSO BRASIL E INGLATERRA E A ELIMINAÇÃO DA ITÁLIA



Um Mundial sem Itália, mas sobretudo, uma Itália sem Mundial. Adeus às noites mais ou menos mágicas, aos torcedores com um pedaço de pizza ou uma cerveja gelada, à ilusão de ter peso em algo, pelo menos em futebol”  (jornalista Massimo Gramellini, em sua coluna no jornal Corriere della Sera, comentando a eliminação da Itália da Copa do Mundo de 2.018 na Rússia).


Amigos,

O goleiro Bufffon, campeão mundial com a Itália em -
2.006, chora a eliminação da sua Seleção e se despe
de. Imagem emprestada de mil notícias.
O público que lotou o estádio de Wembley, em Londres,  e  pagou caro pelo ingresso merecia assistir ontem a um espetáculo de mais qualidade técnica, no último amistoso da seleção brasileira do badalado técnico Tite contra a dona da casa, a Seleção Inglesa. O empate sem gols frustrou, sem dúvida, o público e a crítica, levando-se em conta que a equipe da casa  jogou sem sete jogadores considerados titulares, dentre os quais, Harry Kane e Delle Ali,  e a circunstância de que a  seleção de Neymar e Phillipe Coutinho, vinha  jogando um futebol vistoso e competente nas Eliminatórias Sul-Americanas  e voltou a ser considerada uma das favoritas ao título ano que vem na Rússia. De qualquer maneira, o teste foi válido, ao menos para que a comissão técnica pudesse fazer avaliações, antes de fechar a convocação final no começo do ano que vem. E  também por se tratar de amistoso a menos de 8 meses da Copa,  no coração da Europa, continente em que jogam a quase totalidade dos atletas brasileiros, o que supostamente justifica a excessiva individualidade de alguns, ávidos por mostrar qualidade para o técnico e confirmar a aposta na convocação definitiva e, ainda,  na condição de titular na Copa do Mundo de 2.018.

Roberto Baggio preparando-se para a cobrança do quinto e

último penalti na final da Copa de 1.994. A imagem foi em-
prestada de globoesporte.com.
O que me pareceu mais importante, sem dúvida, foi a dificuldade que a seleção canarinho encontrou para sair da marcação sempre eficiente,  à la moda européia, a sinalizar que será preciso criar alternativas  que possam surpreender o adversário, o que não se viu ontem quando a seleção brasileira, em 90 minutos, meteu uma bola na trave em chute de fora da área  de Fernandinho e outro de William no corpo do goleiro Hart, num dos únicos lances  em que os defensores não conseguiram interceptar os lançamentos.  É muito, muito pouco, claro, para as pretensões de vencer  seleções como a alemã, a própria Inglaterra, a Espanha, a França e até mesmo Portugal, de Cristiano Ronaldo. É isso. Encerradas as eliminatórias europeias ontem, a grande surpresa ficou por conta da desclassificação da tradicionalíssima Seleção Italiana, tetracampeã mundial e que há quase 60 anos vai a todas as Copas do Mundo, jogando futebol nem sempre vistoso, mas inegavelmente competente e um dos nossos adversários mais duros e inesquecíveis, sobre o qual fizemos duas finais e ganhamos dois títulos mundiais, o tetracampeonato no México, em 1.970, quando a seleção de Pelé, Jairzinho, Gerson e Rivelino venceu pelo largo placar de 4 a 1, e em 1.994, com a equipe de Bebeto e Romário,  no tetra ganho no sufoco,  nos pênaltis, o último dos quais isolado por Roberto Baggio,  naquela cena que a televisão brasileira, para desgraça do atleta, repete com constância, para não cair no esquecimento. A Copa do Mundo de 2.018, certamente estará menos brilhante sem a Itália, sem a Holanda, e até mesmo sem os Estados Unidos que, sem o brilho e a tradição das duas europeias, tem estado nas últimas copas desde a que sediou e se  esforçado para entrar, um dia talvez, no rol dos seletos campeões mundiais de futebol.

Até breve amigos,

P.S. (1) Roberto Baggio afirma que aquele pênalti isolado na Copa do Mundo de 2.014, nos Estados Unidos, e que deu números finais e o título à Seleção Brasileira ainda o assombra pelas noites da vida. Se é verdade que é ele apontado como o responsável pela perda da Copa, não foi o único. Barezzi e Massaro também erraram suas cobranças, mas nunca são apontados como responsáveis ou co-responsáveis pela derrota. O Brasil venceu nos pênaltis por 3 a 2. A ordem das cobranças foi a seguinte: Barezzi abriu a série e perdeu. Marcos Santos também errou pelo Brasil. Depois Albertini fez 1 a 0 e Romário empatou em 1 a 1. Evani fez para Itália e e, em seguida, o lateral Branco novamente empatou em 2 a 2. Aí vem o pênalti defendido por Taffarel: o de Massaro. Em seguida, Dunga converteu (3 a 2 para o Brasil). Aí na quinta cobrança de cada lado é que Baggio isolou e deu números finais ao placar. Se Baggio tivesse feito e o Brasil convertesse a quinta cobrança também seria campeão, por 4 a 3 na cobrança de pênaltis.



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domingo, 22 de outubro de 2017

TELENOVELAS - A FORÇA DO QUERER - PARTE UM.

Boa noite, amigos,

Tres belas e competentes atrizes formaram o trio de prota-

gonistas da novela de Gloria Perez: A policial Geiza (Paolla
Oliveira), a irreverente Ritinha (Isis Valverde) e a audacio
sa Bibi (Juliana Paes). Imagem emprestada de Purepleope.
Desde Avenida Brasil, a TV Globo não conseguia emplacar mais de 36 pontos no Ibope no horário mais nobre de sua grade: o da novela das 21,00 horas. A Força do Querer, folhetim que começou em abril e terminou na sexta-feira passada, com média de 49% e picos de mais de 50%, resgatou a audiência perdida nesses anos decorridos, por causa da mesmisse e da falta de inspiração dos diversos autores para manter aceso o interesse do público, com  abordagens mais originais e atuais, em tempos de  pós-modernidade.  Há quem sustente que a Televisão perdeu audiência para a Internet, o que pode ser verdade. Porém,  logo que seja possível apurar, de forma mais abrangente, por quais meios o espectador está assistindo aos seus programas, incluindo as telenovelas (visto que ele não o faz mais apenas na televisão da sala, em tempo real de exibição) e essa afirmação poderá ser constatada ou contrastada de forma mais precisa. Não se pode afirmar, outrossim, que ao falarmos do espectador das novelas, estaríamos nos referindo exclusivamente às classes C e D, as mais modestas, social, cultural e economicamente falando. Não! A novela no Brasil adquiriu um “status” que nenhum outro segmento de comunicação conseguiu superar ou destruir. São décadas de tradição, construídas pelos inúmeros festejados autores que surgiram, desde a geração de Ivani Ribeiro e Janete Claire, ora a contar a  nossa história, com as chamadas “novelas de época”, ora a abordar dramas contemporâneos, sob o enfoque de valores morais e sociais, ou simplesmente provocar distração, mas que também não se abstêm, via de regra, da crítica social bem humorada, aspecto que aprecio muito nesses folhetins. Dos anos 60 para cá, as telenovelas, a exemplo das antecessoras, as radionovelas dos anos 40 e 50, permanecem vivas, mas necessitam, evidentemente, de sucessivas reciclagens, para não se perderem no tempo. Claro que os romances, as intrigas, as comédias e as tragédias, os dramas existenciais do homem e, pois, da vida de cada um de nós, como temas universais e atemporais, ainda que temperados pela ficção, são sempre bem vindos e estão aí autores consagrados, cujas obras se mantêm vivas, séculos passados,  graças a esse expediente, de que é exemplo emblemático William Shekespeare, considerado o maior escritor em língua inglesa e que ainda figura no topo, como recordista disparado de encenações pelo mundo inteiro. Mas as novelas no Brasil nunca se contentaram – e felizmente no meu modo de ver – em permanecer à margem dos problemas e das questões que a sociedade brasileira enfrentou e enfrenta a cada momento, ao menos para incentivar o telespectador a discutir, a rever seus conceitos, a apurar e opinar, de preferência, com conhecimento de causa. Cumprem, enfim, essa função social relevante, que não passa despercebida por nenhuma das autoridades e instituições de poder no país. Não levo muito a sério a corrente que considera apenas os pontos chamados de negativos das teledramaturgias, se é que podem ser comprovados, ou seja, de que as mensagens por elas transmitidas visam unicamente provocar lavagem cerebral no povo mais inculto, impor valores de interesse das empresas de comunicação e seus patrocinadores, dissociados da nossa cultura e tradição. Por outro lado,  aquela história de que novela é coisa de mulher, coisa de quem não tem o que fazer, é mais uma lorota criada pela sociedade patriarcal e machista em que vivemos. E, além de tudo, hipócrita.Esta semana o Ministro Alexandre de Moraes, advogado e professor de Direito Constitucional, ocupando atualmente uma das cadeiras da Suprema Corte do país, declarou a um veículo de comunicação que vê novelas e fez comentários acerca da Força do Poder. Mais à frente falarei a respeito dessa entrevista, com detalhes. O fato é que, convenhamos, a telenovela no Brasil é uma realidade incontestável e o maior veículo de comunicação, por atingir famílias inteiras de todas as classes sociais, transmitida pela televisão aberta e gratuita, o instrumento mais democrático do país, ao lado do rádio (ainda, podem crer). Daí porque as exigências em relação a esse relevante produto ser cada vez maior e os canais abertos têm consciência do poder que ele exerce no espectador ávido por entretenimento, emoção e porque não, também reflexão sobre questões que o assaltam no dia a dia, como educação dos filhos, o país em que se vive, o momento que a sociedade experimenta em relação às suas instituições, etc. Voltei dos Estados Unidos na sexta-feira e pelo canal latino Unimás constatei pessoalmente o que sempre se soube – que a novela brasileira é um dos nossos mais relevantes produtos de exportação e instrumento de divulgação de nosso país e de nossa cultura. Daí a exigência da qualidade em todos os sentidos e setores que envolvem a sua construção, desde os roteiros, o desempenho dos atores, a direção, os recursos técnicos etc. O canal exibe, com dublagem em espanhol, uma após a outra,  todos os dias em determinado horário, A Terra Prometida, uma produção da TV Record e Totalmente Diva, nome escolhido para a novela Totalmente Demais, produzida pela Rede Globo. E você, gostou do final da novela de Glória Perez? Amanhã começo a fazer as minhas considerações sobre a produção que vi quase na integralidade, suas eventuais virtudes e defeitos. Claro na minha opinião, compartilhada com prazer com você, meu amigo, e sempre com respeito à divergência.

Forte abraço.


P.S. (1) -  O folhetim da Globo deve atingir mais de 36 pontos de média na Grande São Paulo e share superior a 55%. O share corresponde ao percentual de audiência  apenas em relação aos aparelhos de TV ligados;

P.S. (2) -  A cada ano o Kantar Ibope atualiza o seu quadro de percentuais em função da atualização da população nos centros onde os índices de audiência são medidos. Na atualização válida a partir de 1º de janeiro de 2.017, para a Grande São Paulo, cada ponto representa 70,5 mil domicílios e 688,2 mil indivíduos;

P.S. (3) Os índices das novelas imediatamente anteriores foram os seguintes, respectivamente, no geral e relativamente ao share (apenas os aparelhos ligados): A Lei do Amor” (25,9 pontos e 36,8%), “Velho Chico” (28,7 pontos e 42,0%), “A Regra do Jogo” (25,1 pontos e 37,8%), “Babilônia” (25,2 pontos e 39,2%), “Império” (30,0 pontos e 48,6%), “Em Família” (30,5 pontos e 49,6%), “Amor à Vida” (34,3 pontos e 54,8%), “Salve Jorge” (30,3 pontos e 50,2%), “Avenida Brasil” (36,4 pontos e 60,1%) e “Fina Estampa” (38,0 pontos e 58,7%).

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

COPA DO BRASIL 2.017 - O CRUZEIRO É PENTACAMPEÃO.

Boa noite,

Imagem emprestada de guerreiro dos gramados.com. de 

Fábio, goleiro do Cruzeiro há 14 anos e que defendeu a
penalidade batida pelo meia atacante, Diego, dando o penta
campeonato da Copa do Brasil para o seu clube.



O  Mineirão, do fatídico 7 a 1 da Alemanha sobre a Seleção Brasileira na Copa de 2.014,  mas um belíssimo e tradicional estádio, foi hoje palco de mais uma final da Copa do Brasil. Flamengo (3 vezes) e Cruzeiro (4 vezes) campeões do torneio considerado o mais democrático do país, por reunir equipes das quatro divisões  e outras quase amadoras, buscaram incessantemente, durante o tempo normal de jogo,  o gol e a vitória que daria a qualquer deles, o título e, ainda, de quebra, uma vaga diretamente na fase de grupos da Copa Libertadores da América do ano que vem. Ambas as equipes fizeram, ao seu modo e com o esdrúxulo regulamento na mão,  jus à classificação para a final. A decisão ficou para as penalidades depois de um intenso 0 a 0 no tempo normal, repetindo a competividade do primeiro jogo no Maracanã, quando também empataram, mas pelo placar de 1 a 1. O Cruzeiro converteu todas as cinco. O Flamengo, de Diego, perdeu uma,  justamente com Diego, uma de suas grandes e mais caras estrelas. O Cruzeiro, assim, é o grande campeão da  Copa do Brasil de 2.017 e esteve na competição desde o começo. 

Imagem da Copa do Brasil 2.017.
O Flamengo, desclassificado na Libertadores e, depois, na Sulamericana, só entrou no torneio nas oitavas de finais. A equipe mineira disputou 12 jogos. Foram 7 vitórias (6 a 0 no São Francisco;  2 a 0 e 3 a 0 no Murici; 2 a 1 no Volta Redonda; 1 a 0 na Chapecoense; 2 a 0 no São Paulo; e 1 a 0 no Grêmio), 3 empates (0 a 0 com a Chapecoense;  e 1 a 1 e 0 a 0 contra o Flamengo) e 2 derrotas (2 a 1 para o São Paulo; e 1 a 0 para o Grêmio). O Mengão, em 8 jogos, teve 3 vitórias (2 a 1 contra o Atlético Goianiense; 2 a 0 contra o Santos; e 1 a 0 contra o Botafogo), 4 empates (0 a 0 contra o Atlético Goianiense e contra o Botafogo;  e 1 a 1 e 0 a 0 contra o Cruzeiro) e 1 derrota (4 a 2 para o Santos). O Cruzeiro é, assim, pentacampeão do torneio que é considerado o caminho mais curto para a Libertadores. Ao Flamengo, resta ignorar o ano em que foi desclassificado da Libertadores e da Sulamericana, perdeu a final da Copa do Brasil nos pênaltis para o Cruzeiro  e só chegou a mais um título do fraco Campeonato Carioca.
O meia atacante Diego Ribas, que teve seu auge no Santos

Futebol Clube, quando jogou ao lado de Neymar, forman-
do uma dupla inesquecível. Contratado pelo Fla para o-
Campeonato Brasileiro, perdeu hoje a penalidade que -
deu o título ao adversário, o que não elimina a sua im-
portância para a equipe atual do Flamengo.
Ah! Há ainda o Campeonato Brasileiro. Bom, pretender o título a esta altura parece mesmo impossível. A 13 rodadas da final, está em 7º lugar e a uma diferença de 15 pontos do líder Corinthians. Considerando que o Grêmio ainda pode ser campeão da Libertadores e o Cruzeiro já assegurou sua vaga, se o campeonato terminasse agora o Fla estaria classificado para a Libertadores de 2.018. É o que parece mais viável perseguir neste final de ano. O resto é para esquecer. O Flamengo montou uma boa equipe, equilibrada nos três setores, mas ainda assim não rendeu o que poderia para dar à sua fanática e imensa torcida, a maior do Brasil, um título compatível com a sua tradição e com os recursos que o clube recebeu no ano de 2.016. Para se ter uma ideia, no ano passado, só a verba que recebeu pela transmissão de seus jogos na série A do Brasileiro (quase 180 milhões de reais) foi três vezes superior àquela paga ao Cruzeiro (60 milhões de reais) seu adversário desta final. A mesma diferença se verifica em patrocínios. No campo, porém, essa sensível superioridade não apareceu. Coisas da vida. E do futebol. 



Até amanhã amigos. 


P.S. (1)  Fábio Deivson Lopes Maciel é o nome completo do goleiro Fábio, 1,88 metros e que está no Cruzeiro há nada menos que 14 anos. Prestes a completar 800 jogos pela equipe da Toca da Raposa, renovou seu vínculo com o clube até final de 2.018, por cerca de 600 mil reais por mês, o maior salário pago a atletas de sua posição no Brasil, segundo o Presidente. É muito dinheiro, né. Mas dizem que ele merece.

P.S. (2) O técnico Mano Menezes estava há 8 anos sem ganhar título na sua carreira. O último foi o da Copa do Brasil  com o Corinthians em 2.009. Esta noite terminou o incômodo jejum.

P.S. (3) Piada que corre nas redes sociais: Até a Alemanha ganhou a Copa do Brasil. O São Paulo continua virgem. Maldade!


terça-feira, 26 de setembro de 2017

OPHELIA REINECKE - TÍTULO DE CIDADÃ CAMPINEIRA




/Sei que amanhã, quando eu morrer/Os meus amigos vão dizer/ Que eu tinha um bom coração/ Alguns até hão de chorar/ E querer me homenagear/Fazendo de ouro um violão/ Mas depois que o tempo passar/ Sei que ninguém vai se lembrar/ Que eu fui embora/ Por isso é que eu penso assim/ Se alguém quiser fazer por mim/ Que faça agora/ Me dê as flores em vida/ O carinho, a mão amiga/ Para aliviar meus ais/ Depois que eu me chamar saudade/ Não preciso de vaidade/ Quero preces e nada mais/


 (NELSON CAVAQUINHO - QUANDO EU VIRAR SAUDADE)


Bom tarde amigos,


Ophelia Reinecke durante o seu

discurso de agradecimento na

Câmara Municipal de Campi

nas. A imagem é do celular

de Daniel Blikstein.
No último dia 19 de setembro, em cerimônia concorridíssima na Câmara Municipal de Campinas, transmitida ao vivo pela TV Câmara, a nossa estimada amiga Ophelia Amorim Reinecke recebeu o título de Cidadã Campineira. Oriunda de Campina Grande na Paraíba, Ophelia traz em seu currículo uma rica participação na advocacia, profissão que desempenha com competência e desenvoltura há quase 60 anos, bem como militância intensa em movimentos sociais e políticos, tendo participado e advogado, ainda recém-formada, para a Liga Camponesa da Paraíba, movimento de extrema esquerda, que lhe rendeu perseguição do regime da ditadura militar. Foi fundadora do S.O.S. Mulher, associação que na década de 80, em Campinas,  desenvolveu projetos voltados para a defesa judicial e extrajudicial da mulher, na luta pela sua dignidade e igualdade no casamento, na família e na sociedade. A iniciativa da láurea foi do vereador Gustavo Petta,  por sugestão que me permitiu fazer, em ofício de junho de 2.016, no qual relato a intensa atividade social e profissional da Dra. Ophelia, revertida em benefício dos cidadãos campineiros, na cidade em que ela elegeu para viver e trabalhar desde a década de 70. À solenidade se seguiu simpático jantar, no salão do Hotel Vitória, que os amigos ofereceram, por adesão, à homenageada, seus filhos, noras e netos.

Até amanhã amigos,

P.S. (1) À solenidade de entrega do título de cidadã campineira acorreram, além dos filhos, Marcos e Alexandre Reinecke, noras e netos, Juízes, Desembargadores, Procuradores e Promotores de Justiça, advogados, da ativa e aposentados, assim como políticos, clientes e ex-clientes e uma infinidade de amigos e simpatizantes;

Foto enviada por Daniel Blikstein de meu dis-

curso durante a homenagem à amiga Ophe-

lia.
P.S. (2) Além do vereador Petta, que presidiu a solenidade, por ter sido o autor do projeto de lei que concedia a honraria, estiveram presentes, integrando a mesa, o vereador e advogado, Marcos Bernardelli; o Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Sub-Seção de Campinas, Daniel Blikstein; o Conselheiro Estadual da Ordem dos Advogados do Brasil, Aderbal Bergo. Fui convidado para integrar a mesa, por delicadeza do Presidente, considerando a iniciativa da sugestão da concessão do título, a amizade com a homenageada e o fato de ter sido destacado para saudar a amiga de tantas décadas. Todos os integrantes da mesa fizeram questão de usar da palavra para relembrar as virtudes da antiga profissional e amiga, dispensando-lhe elogios e merecidos afagos;


P.S. (3) A comprovar o prestígio da Dra. Ophelia perante o seu órgão de classe, três ex-Presidentes da Sub-Seção de Campinas da OAB fizeram questão da presença e do uso da palavra: o atual Daniel Blikstein e os exs, Marcos Bernardelli e Aderbal Bergo;


P.S. (4) Ophelia foi Secretária dos Negócios Jurídicos da Prefeitura Municipal de Campinas durante a administração do Prefeito Jacó Bittar, entre janeiro de 1.989 e dezembro de 1.992;


P.S. (5) Durante a solenidade, em clima de muita emoção, pediu para usar a palavra, Alexandre Reinecke, filho da Dra. Ophélia, hoje  renomado diretor de teatro, tendo em seu currículo, peças que foram sucesso de público e crítica. Alexandre agradeceu autor da honraria e aos amigos e clientes, destacando a figura da mãe dedicada e  lutadora, que criou os filhos praticamente sozinha, depois do divórcio, ao mesmo tempo em que desempenhava suas atividades fora do lar. Em síntese: A força do exemplo em consonância com o discurso.

P.S. (6) A demonstrar que a honraria entregue à Dra. Ophelia foi um evento meta-político, a presença e aplauso de dois vereadores rivais: Gustavo Petta, do PCdo B, oposição, e, Marcos Bernardeli, do PSDB, atual líder do Prefeito, Jonas Donizetti, na Câmara Municipal de Campinas. E também do amigo e atual Secretário da Saúde do Município,  o médico e professor, Carmino Antonio de Souza.