Boa noite amigos,
Acabou agora há pouco, a antepenúltima rodada do Campeonato Brasileiro da Série A e já se pode antecipar, independentemente do que ocorrerá nas rodadas finais, que esse foi o melhor campeonato brasileiro da era dos pontos corridos. A briga pelo título continua mais viva do que nunca e dos vários candidatos com chances reais há algumas semanas, agora se pode dizer que a taça está reservada mesmo apenas para Corinthians ou Vasco da Gama, salvo alguma surpresa daquelas bem grandes e improváveis. O Vasco, no sábado, bateu o Avaí, no Rio de Janeiro, pelo placar de 2 a 0 e dormiu 24 horas na liderança, sonhando com sua manutenção. A pressão toda foi jogada sobre o Corinthians que, com o Pacaembu lotado (quase 40.000 torcedores) ia enfrentar o Atlético Mineiro, às 17,00 horas do domingo. Um Atlético que viveu durante boa parte do campeonato rondando a zona de rebaixamento, mas também um Galo terrível que tinha feito 27 pontos no segundo turno, exatamente o mesmo número conquistado pelo Timão. Ou seja, um Galo forte e em franca ascensão, doido para se livrar, de vez e matematicamente, do rebaixamento, e para estragar a festa de seu rival paulista. Cuca armou uma estratégia que deu certo durante grande parte do jogo. Entrou no esquema 4-5-1, escalando o volante Seginho no lugar do atacante Neto Berola. Segurou seu time atrás, determinando marcação homem-a-homem sobre os meiocampistas corintianos e buscando, na velocidade de seus atacantes, abrir o marcador, num eventual contra-ataque mortal. O primeiro tempo foi marcado por esse panorama: partida se desenvolvendo em metade do campo de jogo com o Corinthians todo no ataque e o Galo na defesa. Com a eficiência do esquema, os goleiros, de lado a lado, a despeito do amplo domínio da bola por parte dos corintianos, não tiveram trabalho. Um 0 a 0 que já incomodava, mas não era desastroso, pois suficiente para reconquistar a liderença do campeonato. Começa o segundo tempo e a surpresa: o zagueiro Leonardo Silva, em bela jogada derivada de cobrança de falta, marca, colocando o Galo na frente do placar. Tite tratou de tirar de campo o jogador Danilo, que jogava mal, atendendo imediatamente ao pedido da torcida. Em seu lugar entra o atacante Alex. O jogo se arrasta e alguns jogadores corintianos começam a demonstrar impaciência, pois o panorama não se altera e o tempo corre. Perto dos 30 minutos de jogo, o técnico Tite sacou William, promovendo a entrada de Adriano. Os torcedores não queriam a saída do jovem atacante n. 7, que se esforçava no ataque, como sempre, cruzando ou recebendo bolas, mas não contestaram a entrada do Imperador, nitidamente fora de forma. A estratégia deu certo. Num cruzamento para a área do lateral Alessandro, a bola foi encontrar Liedson, metido entre os defensores do Galo, e o artilheiro coritiano não perdeu, marcando o gol de empate, de cabeça. A presença de Adriano nessa altura foi crucial, pois fora da área, ele carregou consigo dois marcadores, abrindo claramente espaço para o bom cruzamento e o gol de Liedson. Com o empate, o Timão já reconquistava a liderança, mas o objetivo era a vitória. Agora, com a entrada do atacante Neto Berola e a saída de um volante, o jogo estava aberto. O Corinthians continuava procurando o gol da vitória e o Atlético não fazia por menos e, quando de posse da bola, saía com velocidade e perigo, obrigando o goleiro Julio Cesar a importantes defesas. Numa das arrancadas velozes corintianas, agora aos 42 minutos, o meiocampista Emerson caminhou pela lateral direita 43 metros sem ser diretamente incomodado e empurrou a bola perto da área para Adriano. O Imperador recebeu praticamente na linha de fundo e, mesmo sem ângulo, bateu forte de pé esquerdo. A bola bateu na trave direita, pelo lado de dentro e foi morrer no arco do excelente goleiro Renan, agora desolado e batido, lamentando a má sorte, já no crepúsculo do espetáculo. Confesso que o gol de Adriano foi de arrepiar, mesmo não sendo eu corintiano. Quase 1 ano e meio que o Imperador não marcava um gol e vivia o seu drama conhecido. E agora estava ali, marcando um gol importantíssimo para o título, se ele vier. Um gol que coloca um time de massa como o Corinthians, de torcida enorme e apaixonada, dois pontos na frente do vice-líder Vasco da Gama, com uma mão na taça, faltando dois jogos ou duas rodadas para o final do campeonato. Um gol que traz a vitória, de virada, sobre um grande e competente adversário. Adriano correu para os companheiros, foi abraçado por meio time. Correu para a galera, tirou a camisa e depois voltou para dentro do campo, quando recebeu um cartão amarelo da arbitragem, irrelevante em comparação com o significado e a importância desse tento, tanto para a agremiação que acreditou na sua recuperação para o futebol, com paciência e resignação, como para aquela torcida apaixonada, e, especialmente para ele próprio. Sim, pois nós sabemos que o maior adversário de ADRIANO, a ser vencido se chama ADRIANO. E a imprensa já anda dizendo que o Imperador, além do título de nobreza, é mesmo iluminado. Tomara! Não dá para ver um atleta de grande talento e nem ser humano nenhum, perder o seu brilho e capacidade de trabalho, por problemas emocionais incontroláveis, ou pela terrível depressão, inimiga que precisa ser encarada e vencida. Força Imperador!
O ACESSO NO BRASILEIRÃO DA SÉRIE B.
Aconteceu também neste final de semana, a penúltima rodada do Campeonato Brasileiro da Série B, que já apontou o campeão e vai apontar as 4 equipes que alcançarão o acesso para a Série A. A Portuguesa de Desportos, que fez um campeonato irrepreensível, assegurou a primeira vaga há várias rodadas atrás e já é campeã antecipada. Ontem, à Lusa se juntaram dois outros times: a Ponte Preta e o Náutico. O acesso dessas duas equipes não foi segredo e sim resultado de um trabalho competente desenvolvido por seus jogadores e treinadores e da tranquilidade assegurada pelas respectivas Diretorias. Parabéns à Ponte Preta e ao Náutico e aqui pretendo registrar, após o encerramento do campeonato, detalhes das belas e respectivas campanhas. Falta ainda uma vaga que está entre o Sport, o Bragantino e o Vitória, com mais chances para o time de Pernambuco, que poderá credenciar os seus dois candidatos ao acesso, graças à bobeada de Bragantino, Americana e especiamente do Vitória que conseguiu perder, ontem, em casa, para o São Caetano, por 2 a 1, complicando a sua permanência no G4.
Até amanhã.
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