Boa noite amigos,
Está certo que arte é
arte e qualquer nação civilizada e democrática deve respeitar incondicionalmente a liberdade de concepção e criação dos
artistas. Mas há certas coisas estranhas
relacionadas ao interesse do autor por determinadas perspectivas relacionadas a pessoas ou fatos que eles buscam focalizar. Esta
semana a mídia internacional deu destaque à introdução de uma grande estátua, em bronze, do jogador francês aposentado, Zinédani Yazid
Zidane, no Museu de Arte Moderna do Centro Pompidou em Paris. De autoria do artista plástico argelino Adel
Abdessemed, a escultura alude à cabeçada que o famoso meia francês, hoje
aposentado, deu no peito do defensor italiano Marco Materazzi, na Copa da
Alemanha de 2.006, na final entre França e Itália, e que provocou a sua expulsão e acendradas
críticas ao seu comportamento. Tido como um jogador de toque elegante e
clássico e de um temperamento equilibrado, o fato foi absolutamente excepcional
na carreira do atleta, que pediu desculpas e justificou o desequilíbrio
com a alegação de que teria sido alvo de
provocação do italiano, durante toda a partida (O zagueiro teria ofendido a irmã
do atleta, reiteradamente). Tantos foram
os momentos de beleza plástica proporcionados por Zidane, eleito três vezes o
melhor jogador do mundo pela FIFA, que mereceriam atenção e foco dos produtores
de obras de arte, que não se compreende a
opção do artista em render “homenagem” (aspas propositais) ao inesquecível
craque da bola, com a reprodução do episódio mais feio e violento de sua carreira. O que será
que o craque achou da homenagem?
Até amanhã.
P.S. (1) A Itália foi tetracampeã do Mundo, na Copa da
Alemanha de 2.006, tendo vencido, na final, após empate no tempo regulamentar e na prorrogação, a França, nos pênaltis
(5 a 3);
P.S. (2) Zidane, depois
de ter feito um gol pela Seleção da França, foi expulso pelo árbitro argentino Horácio
Elizondo aos cinco minutos do segundo tempo da prorrogação, justamente pela
cabeçada dada no peito do jogador italiano, encerrando aí sua
fantástica carreira de jogador de futebol;
P.S. (4) O Brasil foi para a final e perdeu a Copa do
Mundo da França em 2.002, para a Seleção anfitriã. A Seleção Brasileira sofreu
um apagão nesse jogo e perdeu a partida e o título para a França por 3 a 0.
Zidane marcou dois dos três gols franceses. Não dá para esquecer dessa partida. Tristeza pela perda do pentacampeonato, que conseguíriamos na Copa seguinte, e encanto pelo futebol do craque frances.
P.S. (5) Só Zidane, Ronaldo Fenômeno e, recentemente Lionel Messi
é que conquistaram por três vezes a Bola de Ouro, outorgada ao Melhor
Jogador do Mundo pela FIFA. França e Argentina conquistaram, assim, o galardão
por três vezes. O Brasil, no entanto, é campeão absoluto na conquista, pois
obteve o título, nada menos do que 8 vezes, com os jogadores Ronaldo, Romário, Ronaldinho,
Rivaldo e Kaká.
P.S. (6) A imagem da
coluna mostrando os dois jogadores no lance da partida e a obra de arte que
retrata o episódio foi emprestada do site gazetaesportiva.net;
P.S. (7) Zidane é
francês nascido em Marselha em 23 de junho de 1.972. Mas é neto de argelinos,
nação de origem do artista responsável pela estátua-homenagem. É considerado o
maior jogador francês de todos os tempos.
P.S. (8) Do Poeta Ronald de Carvalho: “A
arte é uma aspiração à liberdade. O que nós, poetas, músicos, pintores,
escultores, desejamos é criar o nosso ritmo pessoal, é transmitir a nossa
harmonia interior. Cada um de nós é um instrumento por onde passa a corrente da
vida. Não queremos regras, nem admitimos preconceitos. Não nos atraem as
teorias especiosas. A lógica do artista não cabe nas fronteiras de um teorema,
a lógica do artista é um problema cujos dados mudam a cada instante, e cuja
solução varia de momento a momento. O artista é um transfigurador. Recebe a
energia
da vida e, em troca, lhe dá forma”.
Sim senhor. Está dito e
registrado!
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