sábado, 20 de outubro de 2012

AVENIDA BRASIL - FIM DE NOVELA

Boa noite amigos,

O Brasil parou para ver o capítulo final da novela Avenida Brasil (TV Globo, 21,00 horas). A trama de João Emanuel Carneiro repetiu o estrondoso sucesso de sua primeira novela, A Favorita, que a mesma emissora exibiu em 2.008/2.009. O Ibope registrou, durante a exibição do capítulo, a média absoluta de 50,9, e de 72%, considerando o número de aparelhos ligados no horário, a maior audiência da Globo no ano, superando a final da Taça Libertadores entre Corinthians e Boca Juniors. Vários aspectos explicam esse sucesso fenomenal. Um deles foi a ousadia do autor experimentando  um roteiro diferente do habitual consagrado, ou seja, sem mistérios para o espectador, mas apenas para os outros personagens. Ao espectador apenas a expectativa de "se" e "quando" as vítimas vão descobrir quais são os bandidos reais.  Assim foi com o simpático Tufão (Murílio Benício), um craque de futebol aposentado que, apesar de ter ficado rico, preferiu construir uma mansão no  hipotético bairro do Divino, na zona norte do Rio de Janeiro e ali trazer para morar e  sustentar,  toda a família.  Essa foi a tônica da telenovela que o autor, no entanto, abandonou nos últimos capítulos, quando resolveu criar um bobo mistério a respeito de quem seria o autor da morte de Max (Marcello Novaes).  O outro ingrediente foi eleger, como cenário principal da trama, a vida que se leva nos subúrbios da Cidade Maravilhosa, onde não existe praia, nem arranha-céus, mas botecos e lojas, entremeados às casas e onde as pessoas se conhecem, se solidarizam, fazem fofoca, freqüentam o único e mesmo clube e falam alto, jogam sinuca e tomam cerveja. A família de Tufão, graças ao perfil traçado pelo autor e o talento dos atores que viveram os personagens, conquistou o público e a crítica. Gente comum, que tem dificuldades de lidar com talheres, pratos elegantes em que se misturam sabores doces e salgados, fala alto e ao mesmo tempo, que chora, que brinca, joga baralho, etc. O elenco não podia ser melhor, desde a equipe infantil até os mais velhos e experimentados atores, como Juca de Oliveira (Santiago), Vera Holtz (mãe Lucinda), Leleco (Marcos Caruso) e Muricy (Eliane Giardini). Os papéis mais marcantes, porém, em razão da força de seus personagens, foram os das atrizes Débora Falabella, que viveu Nina ou Rita, uma jovem com deliberado desejo de vingança de sua madrasta Carminha, e  Adriana Estevez, exatamente a madrasta má e traiçoeira, Carminha. O desempenho extraordinário de Adriana foi um dos pontos altos da novela. Eu próprio, confesso que nunca considerei Adriana uma atriz de primeira linha para dramas ou tragédias. Tiro o chapéu, no entanto,  para o seu irreparável trabalho nessa novela, seguramente, o  mais importante personagem de sua vida artística na televisão. Para compensar a dramaticidade dos fatos envolvendo a simpática família de Tufão, o autor criou dois outros núcleos. Num deles, o empresário Cadinho (Alexandre Borges) é um polígamo, que vive com três mulheres, Alexia (Carolina Ferraz), Verônica (Débora Block) e Noêmia  (Camila Morgado) sem que uma saiba da existência da outra, até certo ponto da novela,  mas o malandro termina casando-se com as três. – Eu vos declaro marido e mulheres, sentencia o celebrante, em tom jocoso. No outro, uma jovem bela e desfrutável,  Suelen, (Isis Valverde), se casa com um jogador de futebol de um clube da segunda divisão, cuja preferência sexual por mulheres é duvidosa, mas acaba propondo e vivendo no centro de  um triângulo amoroso consensual, com o ex-marido, Roni  (Daniel Rocha Azevedo) e  seu amigo, Leandro (Thiago Martins). O ritmo imprimido à trama também foi importante para explicar o sucesso. Nada de capítulos longos, sem emoção para o espectador. Ao contrário, os acontecimentos inusitados e as soluções encontradas figuravam como rotina nos capítulos medianos, para prender o espectador. Tudo perfeito e a gosto do público. O ator Murilo Benício foi foco de  uma campanha no facebook chamada “Abre o olho Tufão”, para alertar o marido sobre as traições e falcatruas de sua mulher Carminha.
Nós nos acostumamos a ver toda essa gente, todas as noites, em casa. Agora a novela acabou. Mas o público vai sentir saudades de Tufão e Cia.






Até amanhã.

P.S. (1) O autor resolveu humanizar a personagem Carminha no último capítulo. Ela evita o assassinato de sua rival Nina e de seu ex-marido, Tufão, salvando, assim, a vida deles. Emanuel explicou que muitas vezes sentiu raiva de Nina executando trechos de sua vingança e em outras ocasiões chegou a simpatizar-se com a megera Carminha, quando esta soltava alguma afirmação mais espirituosa.

P.S. (2)  As imagens da coluna de hoje foram emprestadas, respectivamente: de Adriana Estevez (Carminha) do site pekdek.com; de Marcos Caruso (Leleco) de mdemulher.abril.com.br; de Eliane Giardini (Muricy) de listas.terra.com.br e de Alexandre Borges (Cadinho) do site tv.globo.com.



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