Caros amigos,
O mundo se divide entre
aquelas pessoas que estão aqui para serem servidas, que se queixam de tudo, que
não fazem nada em benefício da comunidade ou da sociedade, e aqueles, do outro pólo extremo, cuja missão é servir, transmitindo alegria, esperança, amor e
especialmente sabedoria, amizade e solidariedade. O Doutor Benedicto Jorge Farah
foi uma dessas pessoas raras, com quem a gente gosta de conversar, brincar e estar
junto. Lamento que o nosso relacionamento
e a nossa convivência tenham se estreitado bastante apenas nos últimos anos
de sua saudosa passagem por este mundo. Mas valeu, e valeu muito. A sua morte,
pouco tempo após a compulsória e impiedosa aposentadoria, foi muita sentida
no seio de seus familiares, sua legião de amigos, da colônia sírio-libanesa, do
meio jurídico em geral e de toda a
comunidade de São Paulo, Campinas e de sua inesquecível Socorro, que a gente chamava
de “Help” para mexer com ele. Por iniciativa de outro querido patrício, o
Desembargador Euvaldo Chaib Filho e imediata adesão do Doutor Luis Antonio
Alves Torrano, Diretor do Fórum da Cidade Judiciária de Campinas, estimado
companheiro de magistratura e de docência, contando ainda com a aprovação
unânime de seus colegas, de advogados, de Promotores e da comunidade em geral,
o Tribunal de Justiça de São Paulo, houve por bem atribuir à Sala do Tribunal
do Júri do Fórum da Cidade Judiciária de Campinas, o nome honrado do
Desembargador, Farah. Foi uma homenagem justa e tocante. No discurso de saudação, o Desembargador Dimas Thomas Borelli Junior,
focalizou, com competência,
sensibilidade, e sobretudo de forma descontraída e engraçada, o grande homem que era Farah como pai, marido,
amigo e Magistrado. Profundo conhecedor
da língua pátria e com invejável cultura geral, Dimas agradou a todos os
presentes e o tom descontraído lembrou menos a formalidade de um discurso, e
muito mais uma retrospectiva saudosa do perfil de Farah. Em nome da família, composta da
esposa, Dna. Maria José Batistella Farah (Zeza para os amigos), dos filhos
Sílvia Cristina, Ana Paula, José Henrique, Carlos Eduardo e Luis Roberto, do genro, Wilson, das noras, Carolina e Laís, e dos netos, Sofia, Bárbara e Thiago, agradeceu emocionado a homenagem, o filho e
amigo, Dr. José Henrique Farah (foto
abaixo). Muita gente querida por lá.
(O genro Wilson, a filha Silvia Cristina e os netos Thiago e Sofia)
Até amanhã amigos.
Descerramento da placa com o nome do Desembargador na entrada do Salão do Júri do Fórum da Cidade Judiciária de Campinas. Na foto, à direita, a viúva Dona Zeza, o Desembargador Euvaldo Chaib Filho, idealizador da homenagem e o Desembargador Aposentado, Caio Canguçu de Almeida. Do lado esquerdo, o Desembargador Ivan Sartori, Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
P.S. (1) Numa inesquecível manhã de sábado, eu e Farah na sua ampla sala de
sua receptiva casa, a propósito de conversa sobre inúmeros assuntos variados,
não sei porque lembramos do grande compositor gaúcho, Lupiscinio Rodrigues. Não resistimos e
começamos a cantar. De Vingança a
Carteiro (sucesso imortal na voz de inconfundível sotaque paulistano de Isaurinha Garcia). De Castigo a Nervos de Aço.
Farah, com incrível memória, sabia "de cor e salteado" as letras elegantes
e bem escritas do compositor. E entoava os graves com o entusiamo de um tenor.
Momento imperdível, dentre tantos outros que desfrutei na sua agradável
companhia;
P.S. (2) Lupiscínio Rodrigues é o compositor do Hino do Grêmio, um dos hinos
mais bonitos dentre todos os dos clubes
brasileiros e que começa assim, lembram-se?: “Até a pé nós iremos. Para o que
der e vier. Mas o certo é que nós estaremos. Com o Grêmio onde o Grêmio
estiver.” ;
P.S. (3) A imagem radiante do querido Farah, em seu gabinete de trabalho em São Paulo e que abre esta coluna hoje foi
fornecida por minha filha, Samira, que foi assessora e fã incondicional do Desembargador, no
Tribunal de Justiça de São Paulo;
P.S. (4) As fotos da homenagem foram fornecidas por Ana Paula Farah, filha
do Desembargador, nossa querida Paulinha;
P.S. (5) O Dr. Benedicto Farah foi durante muitos anos, antes de seu acesso
ao cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, Juiz de Vara de
Família em São Paulo. E como Magistrado, nesta área sensível do relacionamento
humano, Farah serviu, e muito bem, graças à sua experiência e sensibilidade, os
seus jurisdicionados;
P.S. (6) Farah era torcedor apaixonado do Palmeiras e da Ponte Preta. A
Macaca era, porém, a sua principal paixão, desde que, jovem, veio para Campinas
estudar e trabalhar. Como ele sabia que eu era bugrino, um dos assuntos de
nossas conversas era o futebol de Campinas. Quando acontecia derbi e a vitória
era do Bugre ele não se fazia de rogado. Ligava e dava os parabéns. O mesmo
fazia eu no caso de vitória da Ponte. Mas, no fundo, no fundo, a gente tava era
com raiva. Não do amigo, é claro.Mas da vitória de nosso mais tradicional
adversário, ou da derrota de nosso time do coração, tanto faz.
Abaixo, A esposa do Desembargador, Maria José Batistella Farah, nossa estimada "Zeza". Ao lado, o filho, o advogado e professor, Dr. José Henrique Farah, agradecendo a homenagem prestada ao pai.
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