terça-feira, 25 de março de 2014

CINEMA PREMIADO: DOZE ANOS DE ESCRAVIDÃO

Boa noite amigos,


12 Anos de Escravidão (12 Yers a Slave) é um filme que chega com excelentes referências. Nada mais, nada menos do que o Oscar conferido pela academia de cinema americano, em 2.014, como o melhor filme de 2.013, e, a estatueta nas categorias de roteiro adaptado, para John Ridley e, a  de melhor atriz coadjuvante, para a mexicana Lupita Nyong’o, filha de quenianos, refugiados políticos, além de inúmeras outras premiações americanas e européias, também importantes. Um diretor inglês negro, ainda jovem, com carreira não muito extensa: Steve MacQueen, o mesmo nome de um grande ator americano morto em 1.980. O diretor, porém, notabilizou-se por curtas metragens de grande densidade, como Urso, de 1.993, que recebeu muitos prêmios e afagos da crítica especializada.  Dos longas-metragens, Doze Anos é apenas o terceiro. Anteriormente lançou Fome (2.008) e Vergonha (2011).  Sua predileção por temas densos, dramas que perscrutam a natureza  humana tão diversificada, por vezes cruel, por vezes heróica, se refletem em filmes em branco e preto e silenciosos, uma característica herdada, em parte, da admiração e influência da nouvelle vagueBem esse jovem diretor procurou pelo ator e produtor Brad Pitt, com o projeto de 12 Anos de Escravidão e a ele dirigiu a seguinte indagação: “Por que não houve mais filmes sobre a história americana da escravidão?”. A indagação foi respondida com a parceria vitoriosa. Pitt apostou em MacQueen e no seu projeto e arriscou seus milhões de dólares na produção do drama de 134 minutos, de um colorido predominantemente escuro e cinzento, que  deixa o espectador apreensivo e com a respiração sôfrega em todo o desenrolar da história e das cenas fortes de castigos, traições, ciladas e  sofrimentos.  Não se trata de uma ficção, mas do roteiro adaptado da autobiografia de Salomon Morthup, publicado em 1.853, que narra a saga de um negro culto, casado, com filhos  e liberto, do norte dos Estados Unidos, que é seqüestrado e vendido como escravo, condição que volta a manter por 12 anos, no sul do país, tendo que ocultar a sua origem, sua condição de homem alforriado, o  próprio nome e até mesmo o seu grau de cultura para não sofrer maus-tratos e humilhações.  Nessa caminhada passa a viver e conviver com as situações mais brutais que são impingidas pelos brancos aos negros, inclusive a mulheres e crianças, pais e filhos, vendidos e separados, sem qualquer sentimento de misericórdia. Abordagem parecida, ocorreu com Histórias Cruzadas, um filme de 2.012, que também trata do tema da escravidão nos Estados Unidos, mas de maneira mais localizada e menos dramática. Trata-se de uma grande produção, sem dúvida, enriquecida pela grande atuação dos atores,  com destaque para a jovem atriz Lupita Nyong’o, para Chiwetel Ejiofor, no papel do protagonista, Salomon, e em especial de Michael Fassbender, um dos atores preferidos do diretor e que com ele esteve no elenco de outros trabalhos. Em suma, um longa  com méritos suficientes para vencer os prêmios que recolheu, as bilheterias milionárias que produziu e as críticas favoráveis. Não deixe de ver.  

Até mais, amigos.

P.S. (1) No Elenco: Chiwetel Ejiofor, Lupita Nyong’o, Michael Fassbender, Adepero Oduye, Paul Giamatti, Brad Pitt, Benedict Cumberbatch, Paul Dano, Sarah Paulson, Quvenzhané Wallis, Kelsey Scott, Scoot McNairy, Garret Dillahunt e Alfre Wooda;

P.S. (2) Desde que estudos recentes de parceria entre genética e arqueologia confirmam a teoria de que o homem moderno, o homo  sapiens, teria surgido na África, em algum momento não definido dos últimos 100 mil anos e, dali migrando, em direção ao resto do mundo, fico me perguntando se a escravidão do homem pelo homem, sobretudo e especialmente dos nossos irmãos negros africanos,  têm algum sentido de vingança contra a nossa própria origem.

P.S. (3) A respeito da origem do universo, a teoria mais aceita cientificamente  é a do Big-Bang.  Sustenta a referida teoria que há 15 ou 20 bilhões de anos, uma grande quantidade de energia que se concentrava numa esfera de diâmetro inferior a 1 cm. denominada “ovo cósmico” ou “singularidade” explodiu e em rápida e espetacular expansão, criou o Universo que se dilatou e se resfriou uniformemente. A redução rápida de temperatura determinou as sucessivas transformações da energia liberada que se materializou em forma de partículas (quarks) e antipartículas (antiquarks).  A matéria e a antimatéria se aniquilam, gerando uma quantidade enorme de energia, na forma de fótons e obedecendo a equação de Einstein: E = m.c². O excesso de matéria em relação à antimatéria deu origem ao universo em que vivemos e que continua se expandindo;

P.S. (4) A Nouvelle Vague (Nova Onda), foi um movimento artístico do cinema frances dos anos sessenta, que visava contestar o cinema comercial e essencialmente de estúdio que se realizava no país na época. A expressão foi lançada por Françoise Giroud, em 1.958, na revista L’Express ao fazer referência a novos cineastas franceses. Sem grande apoio financeiro, os primeiros filmes conotados com essa expressão eram caracterizados pela juventude de seus autores, unidos por uma vontade comum de transgredir as regras normalmente aceitas para o cinema mais comercial. As características mais marcantes desse estilo ou movimento, são a intransigência com os moldes narrativos do cinema estabelecido, através do amoralismo, próprio daquela geração, presente nos diálogos e numa montagem inesperada, original, sem concessões à linearidade narrativa. Dentre os diretores modernos que arriscaram eventualmente na área pode-se citar o próprio Martin Scorsesse e Francis Ford Copolla, criadores do similar movimento denominado “Nova Hollywood” dos anos 60/70;

P.S. (5)A  imagem da coluna de hoje é dos atores Cliwetel Ejiofor e Michael Fassbender e foi emprestada de rollingstone.uol.br.  





domingo, 16 de março de 2014

TEATRO - O MONÓLOGO "A VIDA SEXUAL DA MULHER FEIA"

Caros amigos,


Fui ver esta noite  o ótimo ator Otávio Muller (o Djalma de Tapas e Beijos) no Teatro Amil, Shopping D. Pedro, aqui em Campinas, apresentando a peça-comédia,  “A Vida Sexual da Mulher Feia”, baseada no livro homônimo da escritora gaúcha Cláudia Tajes, com texto adaptado por Júlia Spadacini, e com atuação e direção do próprio Muller. Trata-se de um monólogo no qual personagem Maricleide, relata as dificuldades da mulher não aquinhoada com a beleza, segundo padrões estéticos vigentes, para conduzir sua vida amorosa e sexual. O fato de se ter um homem interpretando uma mulher já torna o bom e divertido texto mais engraçado, ao que se somam os ingredientes do talento e versatilidade do ator-humorista que várias vezes troca de roupa no próprio palco, brinca e agradece as manifestações da platéia, participa com ela e chega mesmo a ficar em determinada cena, nu, com apenas um tapa-sexo, arrancando muitos risos, assovios e aplausos do público.   São 60 minutos de bom entretenimento. A peça ficará em cartaz no Teatro Amil até o dia 30 de março, às sextas e sábados (21,00 horas) e domingos (19,00 horas). Ingressos desde R$40,00. Idosos, aposentados e servidores públicos pagam meia.


Até amanhã amigos.


P.S. (1) Nem o  romântico Vinícius de Moraes perdoou a ausência de beleza na mulher: “Que me desculpem as feias, mas beleza é fundamental”. Claro que elas não perdoaram. E ainda espalharam e espalham que a afirmação é infeliz, preconceituosa e machista.

P.S. (2)  Uma frase da escritora Cláudia Tajes:  “A mulher feia não é apenas uma deformação estética. A mulher feia é um estado de espírito.”


P.S. (3) A crítica especializada, em média, considerou a peça regular. Uma média de 2,5.   Na opinião da maioria do público, porém, ela é muito boa. Média 4,0 numa escala de 0 a 5. Gostei bastante  e fico com a opinião do público;

P.S. (4) A imagem da coluna é do cartaz da peça, que estreou em São Paulo em 10 de janeiro deste ano.

segunda-feira, 10 de março de 2014

A ZONA DO MERITÍSSIMO - CAUSAS & CAUSOS



Boa noite amigos,

O "causo" da coluna de hoje foi extraído do meu livro "Causas & Causos" n. II, da Editora Millenium. Ele aconteceu de verdade aqui mesmo em Campinas, na 4a. Vara Criminal. E comigo, enquanto Juiz Substituto da Comarca, na qual um dia retornei como Titular da 5a. Vara Cível. Emprestei a graciosa imagem-caricatura de obviousmag.org.
Vamos lá:
                                  
                                 
                                 “Eu morava na zona e tocava sanfona pras puta dançar. Que tristeza me deu, uma puta morreu e eu parei de tocar” (Autor desconhecido, Sanfona na Zona)


O fato era inédito na história do Judiciário Paulista.
 Pela primeira vez os servidores da Justiça resolveram deflagrar uma greve por aumento salarial e melhoria das condições gerais de trabalho.
Os Juízes encaminhavam-se normalmente para as suas Varas e ali tentavam realizar as tarefas rotineiras que eram possíveis, tendo em vista a ausência do corpo funcional. Em alguns casos, totalmente; noutros, apenas parcial.
A adesão à greve era muita grande.
Juiz Substituto da Comarca de Campinas, cheguei religiosamente às 13,00 horas na 4ª. Vara Criminal, que havia assumido na ausência temporária do Juiz Titular.
A pauta das audiências  era extensa.
Havia audiências em processos de réus presos e processos de réus soltos.
Um em especial se relacionava com tráfego de drogas.
Tratava-se de uma apreensão de grande quantidade de entorpecentes, feita pela Polícia Rodoviária, na Rodovia Santos Dumont, defronte ao Jardim Itatinga, conhecido bairro de confinamento da zona do meretrício no município de Campinas.
O experiente escrevente da Vara não apareceu. Aderiu ao movimento.
Apenas dois funcionários foram trabalhar.
Perguntei se algum deles se dispunha a acompanhar a audiência.
- Eu posso fazer se o senhor quiser, mas  não sou muita rápida na máquina, nem tenho experiência, disse a Clarinha.
- Não há problema, respondi. Iremos devagar.
E assim dei início à longa instrução criminal do processo crime relacionado com o tráfego de drogas.
Ouvimos nada menos do que 6 (seis) testemunhas, todas elas relatando mais ou menos a mesma versão: veículo suspeito viajando pela rodovia é parado por policial rodoviário.
Depois de algum diálogo, a suspeita e a revista, quando então, a droga é localizada escondida no automóvel.
Tudo se passara bem defronte ao Jardim Itatinga, referência geográfica relevante do local da apreensão.
Não perdi tempo. Ouvia e ditava. Ouvia e ditava para a Clarinha.
A Clarinha devagar, mas esforçada.
A duras penas os depoimentos eram concluídos e assinados, um a um, pelo depoente, pelos Defensores e pelo Promotor.
O Juiz assinaria  tudo de uma vez e no final, como de costume.
Quatro horas depois a longa e exaustiva instrução chegou ao fim.
Depoentes, réus, advogados e Promotor foram embora.
Fui assinar os depoimentos e resolvi “dar uma lida”.
E para minha total perplexidade, observei que em todos eles, cada vez que eu ditara “zona do meretrício”, a Clarinha escrevera com todas as letras: “zona do meritíssimo”.
Olhei para a distinta. Não, ela não ousaria fazer uma brincadeira dessa natureza. O atrevimento seria impensável. Afinal, ela mal me conhecia, o processo era real e eu era o Juiz.
Olhei de novo para  ela, por alguns segundos, sem dizer nada. Ela, meio sem jeito, respondeu com um  inocente sorrisinho glacial imbecil.
  A leitura dos olhos nada permitia concluir a respeito do assunto, por certo por ela totalmente ignorado.
Pensei com meus botões: ela não tem a menor ideia do que seja “meretrício”.
E pelo jeito, também não sabe muito bem o que era a tal da “zona”.
“Meritíssimo” era a palavra dela conhecida mais próxima do que  supunha ter ouvido o tempo todo.
Aí a explicação: Meteu o “meritíssimo” no lugar de “meretrício”.
Consequentemente,  por uma dessas ignoradas razões de lógica da imbecilidade,  atribuiu a propriedade da “zona” ao Juiz.
Afinal, deve ter pensado: se o Juiz é Titular de uma “Vara”, bem que ele pode ser dono da “Zona” (essa conclusão é exclusivamente minha).
Não tinha mais como consertar o que estava escrito, pois eram muitos os depoimentos e todos já assinados.
O remédio foi deixar como estava.
Observei, porém, na sentença, para efeito de eventual leitura das peças pelos Senhores Desembargadores, em caso de recurso, o seguinte:
“Preliminarmente registro que, nos depoimentos,  as referências feitas a “zona do meritíssimo” foram todas equivocadas, querendo dizer evidentemente “zona do meretrício”,  que aqui em Campinas está confinada num bairro denominado Jardim Itatinga, defronte ao qual a apreensão das substâncias entorpecentes aconteceram, segundo resulta da prova coletada.
Houve reiteração de erro por parte da servidora que datilografou os depoimentos, circunstância só percebida por este Magistrado ao cabo de todos eles, quando as partes e testemunhas já haviam se retirado.
Considero relevante também consignar que a servidora não é escrevente de sala de audiências e se dispôs a auxiliar o Juiz, tornando viável a audiência de instrução, que se refere a processo de réus presos, durante o período de greve dos servidores da Justiça.
Fê-lo com imensa boa vontade.
Mas, por certo, não tinha a menor noção do significado do vocábulo “meretrício”, nem do sentido em que se usara a palavra “zona”.
Agora ela já sabe, se penitencia da ignorância do passado e promete não cometer mais os mesmos enganos, no futuro.
Assim, registrados o erro e a boa fé da servidora, que – asseguro -   não se atreveria, ademais,  a fazer brincadeira em coisa séria, passo à análise das provas.

....”

Assim, terminei a sentença.
Nunca mais me esqueci do episódio.
A Clarinha já deve ter aposentado.
Dela  ficou a imagem de uma dessas pessoas puras que já não existem nesse mundo, por ignorar, naquela altura da vida e dos acontecimentos, o que seria o “meretrício”, e ainda pela imensa generosidade de atribuir a sua propriedade ao Magistrado, que ela respeitava tanto.
Hoje alguns  jovens também não sabem o que é “zona”, pois ficou fora de moda como local obrigatório de iniciação da vida sexual dos meninos, na cultura machista da sociedade brasileira.
E “meretrício” não é termo que se use mais, convenhamos.
É  mais ou menos como “decaída”, “rufião”, “lupanar” etc.
Outro dia fiz um teste com os meus alunos da Faculdade de Direito, desfiando um rosário dessas expressões do Código Penal de 1.940 e de outras legislações antigas e pude comprovar isso.
Não entenderam nada e riram muito.
Um deles, ousou:
- Professor  “tipos o que é isso:  grego?"  

Até amanhã amigos.






domingo, 9 de março de 2014

E O SÃO PAULO VENCEU. APESAR DE ANTONIO CARLOS

Caros amigos,

Corinthians e São Paulo  fizeram um clássico movimentado e de  bastante emoção, no Pacaembu, agora à tarde,  pelas alternativas do jogo,  e especialmente pelo segundo tempo, mais corrido e disputado. O resultado final acusou vitória apertada do Tricolor do Morumbi por 3 a 2. A curiosidade: o São Paulo marcou todos os 5 gols da partida: 3 a favor e 2 contra. Exato, foram 2 gols contra, o que não é comum em jogos. Tem mais: os dois gols contra foram marcados pelo mesmo  jogador: o zagueiro Antonio Carlos. Claro que ele virou piada nas redes sociais e dizem que Muricy o proibiu de cortar qualquer bola que viesse para a área. Outros  asseguram que ele não descobriu o lado do campo para o qual o seu time atacava.  E tem quem veja  nele um corintiano enrustido por baixo da camisa tricolor. Já se fala até na dupla Romarinho-Antonio Carlos. Piadas, à parte, mas é bom que o futebol também possibilite isso, isto é, brincadeiras que não agridem e que movimentem os torcedores. Além, claro, dos dois gols contra, a conferir, os outros destaques da partida, foram: a) o golaço de Paulo Henrique Ganso, de fora da área, ainda no primeiro tempo, empatando a peleja; b) a belíssima jogada de Douglas, pela direita,  no lance do segundo gol do São Paulo (quem não viu deve conferir nos vídeos da Internet ou nos programas de televisão de fim da noite), marcado por Luis Fabiano, que recebeu uma bola açucarada e mandou para o meio da rede, sem chance para o goleiro Cássio; c) o mau momento do centroavante Guerrero, que entrou durante a partida, perdeu um gol incrível e novamente se contundiu, devendo ficar de fora das próximas partidas, dependendo de diagnóstico e  avaliação médica; d)  a evolução do futebol desse menino chamado Luciano que é veloz e atrevido e  vem fazendo boas partidas com a camisa corintiana, a exemplo de Jadson, que hoje, por força de cláusula contratual, teve que ver a derrota de seu time atual para o seu clube anterior, de fora das quatro linhas. E, finalmente, o fim de um tabu que vinha incomodando o pessoal do Morumbi: não vencer clássicos nos últimos tempos, nem ganhar do Corinthians há muito tempo.

Até amanhã amigos.


P.S. (1) Não sei a razão, mas  a Globo mostrou duas vezes, em seguida e em close, o “tranquilo” Muricy Ramalho, técnico do São Paulo, proferindo um  “Puta que Pariu” de boca cheia,   tão claro que não precisava ser especialista em leitura labial para perceber. Não mostrou, porém, a jogada que teria levado Muricy ao tal desabafo. Suponho que possa ter sido num dos dois gols contra de seu zagueiro, Antonio Carlos. Mas o cinegrafista  não precisava ter repetido a cena, né?



P.S. (2) Repórter da Globo entrevista Danilo, no final do jogo. Como você  analisa a derrota de seu time?. E aí vem a preciosidade: “Pois é, saímos na frente, depois tomamos um gol bobo. O São Paulo conseguiu passar à frente. Nós, de novo, empatamos, mas não soubemos segurar o resultado e, no final, tomamos outro gol. Acontece!.”  Não sei porque mas já ouvi isso tantas vezes, exatamente assim, principalmente em resultados de 3 a 2.


P.S. (3) Para o mesmo repórter o zagueiro Antonio Carlos, indagado a respeito dos dois gols contra: “A gente fica triste porque é um clássico. Mas isso acontece com qualquer zagueiro.”  E em seguida: “Isso acontece com qualquer profissão” (!!!!) . Qualquer profissão? Na minha não. Nunca fiz dois gols contra na advocacia, no magistério ou na judicatura.  A menos que se queira emprestar  à expressão algum sentido figurado. Mas tenho certeza que essa não foi a intenção do nosso simpático e eficiente zagueirão;


P.S. (4) O São Paulo, com a vitória, quebra um jejum em clássicos que não ganhava desde 2.012.  E confirma a sua classificação para a fase decisiva do encurtado Campeonato Paulista deste ano. Já o Corinthians depende de tropeços do Ituano, que  tem dois pontos a mais e está em 2º lugar na chave. E para alcançar esse objetivo, o Timão agora vai torcer justamente para o São Paulo na próxima rodada, que será o adversário do Ituano. Coisas do futebol!

P.S. (5) As imagens da coluna de hoje são, respectivamente: 1) do zagueiro, Antonio Carlos (emprestada do site www.estadao.com.br), principal personagem do clássico de hoje entre São Paulo e Corinthians por ter marcado dois gols contra; 2) do lateral direito, Douglas (emprestada do site www.lancenet.com.br, responsável pela mais bela jogada da partida, quando levou dois adversários e cruzou para o segundo gol sãopaulino; 3) do meia Paulo Henrique Ganso, que marcou um gol de fora da área e vem tentando se firmar como aquele jogador diferenciado que levou o Santos a vencer vários torneios e chegou à Seleção Brasileira (imagem emprestada de globoesporte.globo.com.)

sábado, 8 de março de 2014

LITERATURA - JOGOS HEDONISTAS DE LINGUAGEM

Boa noite amigos:


São 11 (onze) contos distribuídos em 114 páginas. Adverte a editora, na orelha da contracapa do livro,  que o autor é mestre e doutor,  de cujas penas se produziram trabalhos relevantes de cunho científico-acadêmico no terreno da educação, mas que esta seria a sua primeira inserção no campo da literatura.Pese embora esse suposto noviciado, eu, que presumo conhecê-lo razoavelmente, posso afirmar que se trata de um desses raros eruditos de hoje em dia, que transitam, com competência, por várias áreas do conhecimento humano, seja no campo das  Ciências, seja no das Artes. Antonio Miguel  no seu “Jogos Hedonistas de Linguagem”  reúne contos, cujos personagens são meros objetos culturais (formas simbólicas) que, ganhando vida própria e se apropriando dos humanos, vão narrando situações e vivências, num plano ficcional, mas com reflexões sobre a realidade. Bach, aqui, por exemplo, não é personagem. O personagem é o seu Prelúdio número 1, que pede licença para contar a sua história.  O que têm de comum esses contos, na obra que Miguel, classifica como “um ensaio de hedonismo estético” é exatamente o convite a um prazer onírico e sem culpa, experimentado por meio de  sensações, única realidade da vida, segundo Fernando Pessoa. Apropriando-se da sugestão de Wittgenstein,  as palavras aqui ganham sentido próprio e relativo,  não devem ser compreendidas na sua expressão semântica, mas sim considerada a intenção de seu uso, consoante os contornos do respectivo jogo de linguagem. Com esse escopo e essa regra do jogo, o leitor deve viajar com o autor por esses contos, extraindo do deleite da  leitura o máximo de prazer. Afinal, não há pecado algum em buscar na vida o prazer como forma de minimizar as dores e vicissitudes da condição humana e nisso se fundamentam todas as formas de hedonismo, muito variadas, contudo, nos fundamentos e limites. Experimente.  Garanto aos amigos que a leitura é extremamente agradável e nesses contos o autor revela muito de seu potencial de criação literária, de sua engenhosidade, recursos e vivacidade, tudo de maneira leve e inteligente. Uma leitura que pode, à primeira vista, parecer difícil, mas que, no fundo, não é, e que deve ser enfrentada como mero entretenimento, pois essa deve ter sido a intenção do autor, que, em regra, não se preocupa em conduzir seus interlocutores aos conceitos, ideologias e convicções de que se apropriou na sua agora sexagenária existência (completou 60 anos no final do ano passado), pois é um democrata na mais pura expressão da palavra.

Até amanhã amigos,

P.S. (1) Os contos que compõem o livro são: 1) O Jantar; b) Um Minuto na Vida de Igor Fraslanszky; c) A Vingança; d) O Malabarista; e) O Sorriso de Margareth  Mead; f) O Prelúdio Número 1 de Bach; g) Os Perfumes; h) O tecelão de Máscaras; i) Sob a Proteção de Suas Asas; j) Dom de Iludir; k) O Sonho de Turing; l) O Rio;

P.S. (2) Ficha de catalogação: Miguel, Antonio. Jogos Hedonistas de linguagem/Antonio Miguel.São Paulo: Plêiade, 2.008. 114 p. ISBN: 978-85-7651-085-7. 1. Contos I. Título.


 P.S. (3)  Um trecho: “É alucinante sentir-se resto de si próprio: sentir um resto de si próprio de que um outro poderá se apropriar, usar, abusar, como e quando quiser. Você acaba descobrindo, com o tempo, através do uso que o outro faz do seu resto, qual é a natureza desse resto. Na verdade, eu nunca havia chegado a vivenciar, no corpo, a natureza desse resto. Pensava mesmo que esse resto  poderia, um dia, se anular quando um outro qualquer se apossasse dele com carinho e ternura. Pensava que minha relação com o outro poderia ser consonante, comensurável.” (Um Minuto na Vida de Igor Fraslanszky, p.12);


P.S. (4) Outro excerto: “Impossibilitado de contemplar a sua própria máscara, e mais ainda inebriado pelo prazer dessa impossibilidade, meu tecelão deitou-se calmamente ao lado de seu corpo-espelho, fechou os olhos, e surpreendido pelo surgimento instantâneo, por uma fração de segundo, do vulto de sua própria máscara, sorriu para ela e depois adormeceu”  (O tecelão de Máscaras, p.  63);


P. S. (5)  Um último: Entre ser e não ser, na língua portuguesa, não se tem nem ao menos a possibilidade de se abster. E ainda dizem que foram os gregos que inventaram a lógica clássica! Bem, mas isso é uma outra história. Não vou aborrecer vocês com a história da minha colega “lógica clássica”, pois essa forma simbólica tem passado,ultimamente, por maus bocados. Ela vem sendo tão difamada, que me disseram que ela anda com uma depressão danada. Não sei bem se depressão, ou doença do pânico. É sempre muito difícil caracterizar quando é uma dessas coisas OU quando é a outra, como de resto, tudo na vida é difícil de se encaixar nessa coisa de OU isso OU AQUILO.” (O Prelúdio número 1 de Bach, p. 43);


P.S. (6)  Os jogos de linguagem, para o austríaco Ludwig Wittgenstein, são múltiplos e variados e atendem a finalidades diversas: às vezes a linguagem é empregada para dar ordens, outras vezes para pedir desculpas. Assim, supor que a função primordial da linguagem seja a de descrever ou representar os fatos é uma generalização precipitada provocada por se tomar um jogo de linguagem particular, como paradigma de todos os demais. Na sua obra  Investigações, Wittgenstein afirma que o significado de uma palavra é estabelecido pelo uso que se lhe dá num determinado jogo de linguagem e para saber o que significa a palavra, nesse jogo de linguagem, é preciso descrever os traços mais destacados do jogo e revelar qual é o papel desempenhado pela palavra em questão.



P (7) – O autor, que é meu irmão mais novo,  é respeitadíssimo em sua especialidade: educação matemática. E um apaixonado por música. É também instrumentista com domínio sobre violão e piano. Teve uma de suas composições musicais, “De Ponta Cabeça”  classificada no Festival Universitário da Música Popular Brasileira da extinta TV Tupi, na década de 80. A canção foi interpretada, naquela oportunidade pelo cantor José Augusto.  


P.S. ( 8) – A proximidade entre Matemática e Música foi demonstrada por Pitágoras, inventor das palavras “Matemática” e “Filosofia”. Assinala ele que  a harmonia matemática pode ser obtida também na música. Assim, se dividirmos uma corda em determinadas proporções vamos obter vibrações proporcionais que vão formar a harmonia das notas musicais. Se dividirmos essas notas em determinadas frações e a combinarmos com as notas simples, vamos obter sons harmoniosos. Já frações diferentes produzem sons não harmônicos. Como todos os corpos que se movem velozmente produzem som, isso acontece também com os corpos celestes. O movimento dos astros produz o som correspondente a uma oitava. Este som não é percebido pelas pessoas pois nós o ouvimos desde que nascemos e nossos ouvidos não são próprios para percebê-los.

 P.S. (9)  O hedonismo é uma palavra que vem do grego hedonê, que significa “prazer”, “vontade”. Trata-se de uma doutrina filosófico-moral surgida na Grécia, que afirma ser o prazer o supremo bem da vida humana. Várias foram as modalidades de hedonismo defendidas por filósofos de todos os tempos.Um dos filósofos modernos que defende tese hedonista é o francês Michel Onfray.


P.S. (10)  O movimento hippie, que surgiu nos Estados Unidos em 1.966 e se difundiu por todo o mundo, apregoava uma espécie de hedonismo, que sinaliza para o sentido moderno da doutrina. Contrários aos ideais da sociedade daquela época, tinham uma filosofia orientada por mestres espirituais, cultuavam a natureza, viviam em comunidade e apreciavam a utilização de drogas como o LSD, maconha e outras. Eram contra a propriedade privada, sempre viajavam em trailers ou viviam em conjunto com seus iguais. Contrários à guerra, proclamavam a inexistência de nações ou fronteiras separando os países. Para eles, o mundo seria de todos e cada um deveria buscar sua paz espiritual. Contrários à religião cristã, acreditavam que o paraíso deveria ser encontrado aqui na terra (do lema adotado, Paradise Now). Eram contra punições e a favor da busca pelo prazer, fosse pela espiritualidade, fosse pelas drogas. O lema “Peace and Love” (Paz e Amor) é um dos mais difundidos de sua cultura, em todo o mundo.  

P.S. (11) A imagem da coluna de hoje é da capa do livro.





quinta-feira, 6 de março de 2014

O FUTEBOL PELO MUNDO, DEPOIS DO CARNAVAL

Amigos, boa noite:


Se a quarta-feira de cinzas não encerrou totalmente os festejos carnavalescos (vide Bacalhau do Batata em Recife e outros blocos que tradicionalmente se apresentam nesse dia), ela trouxe de volta, numa rodada diversificada e multiplicada mundo afora, o futebol, com os campeonatos regionais, pelo Brasil, e os amistosos internacionais, que precedem e testam as seleções para o  principal evento do ano: a Copa do Mundo de Futebol promovida pela FIFA, desta vez tendo como palco o vasto território do único país pentacampeão mundial. Em Johannesburgo, com homenagens a Mandela, a Seleção Brasileira não encontrou dificuldades para golear a seleção da África do Sul, pelo placar de 5 a 0. O destaque foram os três gols marcados por Neymar, que passara em branco nos últimos amistosos. Essa seleção da  África do Sul é uma das piores que eu vi jogar nas últimas décadas e deu todo espaço que a equipe de Felipão precisava para os rápidos e mortais contra-ataques puxados por Oscar e Cia. Marcou em linha, quase no meio de campo, deixando os zagueiros praticamente sem cobertura, ao contrário do esquema de Felipão, que como todos nós sabemos, privilegia a marcação e a defesa, para só então (e de preferência em contra-ataques), ir beliscar os gols e os resultados positivos. Além dos gols de Neymar, os outros dois foram assinalados exatamente por Oscar (um belo gol por cobertura abrindo o placar logo no começo do primeiro tempo) e outro,  do meio de campo, do estreante Fernandinho, um golaço,  àquela altura do segundo tempo, jogando como segundo volante, posição em que se acomodou melhor (o outro estreante foi Rafinha, que não brilhou). A Seleção Brasileira só volta a jogar agora em ocasião próxima de sua estréia no mundial, o que se dará no dia 12 de  junho contra a Croácia (que hoje empatou em 2 a 2 com a Suécia),  fazendo dois amistosos em casa: contra o Panamá, em Goiânia, e contra a Sérvia, em São Paulo, respectivamente nos dias 03 e 06 de  junho, aí já com todo o elenco definitivo. Scolari demonstra grande confiança e, sobretudo,  tranqüilidade, salientando hoje que o grupo ainda não está fechado: 95%, segundo ele. Mas garante que  há vaga para um ou dois nomes, sem contar que pode ter surpresas com contusões às vésperas da convocação ou com o surgimento de algum “fenômeno” de última hora. Certo que Felipão deu padrão e equilíbrio à seleção e também tranqüilidade, o que se obteve com os resultados importantes que vieram, especialmente com a conquista da Copa das Confederações, numa esperada final em que aplicou um 3 a 0 sobre a campeã do Mundo, ainda que se apregoe que os espanhóis estavam mais interessados em curtir as praias brasileiras e as noitadas. Acabaram também as especulações, aqui e acolá, e a  seleção brasileira é, sem dúvida, uma das favoritas para a conquista do torneio, especialmente e também por jogar em casa.  E não venha alguém mau agourento nos lembrar que há 64 anos, a festa também era nossa e veio a inesquecível “tragédia” do Maracanã.   Vá agorar a mãe, sô!


Até amanhã amigos;


P.S. (1) Assisti integralmente ao amistoso da Seleção Brasileira à tarde e, agora à noite, grande parte do jogo Linense e Corinthians pelo Campeonato Paulista da 1ª. Divisão. Duas conclusões: o Linense é uma das piores equipes que eu vi jogar neste campeonato e dificilmente escapará do rebaixamento, o que não elimina, absolutamente, o bom jogo realizado pelo Timão. O Corinthians está em franca recuperação, sem dúvida, para azar do São Paulo, seu rival no clássico de domingo que vem. Aplicou no adversário, em Lins, uma significativa goleada (4 a 0), e parece ter sepultado de vez a crise por que passou no torneio e que motivou (?!!!) recentemente,  a inadmissível invasão de torcedores em sua praça de esportes,  com ameaça de agressão a jogadores. Sem as principais estrelas dos anos passados (Paulinho, Paulo André, Chicão, dentre outros), algumas delas no banco (Emerson, Danilo) e só aparecendo no segundo tempo, quando o placar já estava construído, os garotos ( Jadson, Guilherme, Luciano, Uendel, Bruno Henrique), é que estão brilhando, jogando com vontade, competência e velocidade. O principal deles: Jadson, que veio do São Paulo em permuta com Pato e vem sendo o responsável maior  pelos gols e pelo bom momento vivido pela equipe.

P.S. (2) Os gols do Timão foram feitos por Jadson (2) e Luciano (2) e a equipe agora pensa até na improvável classificação para a segunda fase do campeonato;

P.S. (3) O São Paulo também goleou, pelo mesmo placar (4 a 0) o bom time do Audax, que, ao contrário do Linense, vem sendo uma grande surpresa, tendo em vista a campanha que vem fazendo na primeira vez em que, na sua história, disputa a primeira divisão do campeonato regional;


P.S. (4) O maior jogador do mundo, Cristiano Ronaldo, também brilhou nessa noite de goleadas e amistosos pelo mundo.  Fez dois gols na goleada da Seleção de Portugal contra Camarões (5 a 1);

P.S. (5) A primeira imagem da coluna de hoje é do paranaense Fernandinho, nascido Fernando Luiz Rosa há  28 anos,  jogador do Manchester City. A última imagem é do meia-atacante Jadson, depois do primeiro gol assinalado contra o Oeste, pelo Campeonato Paulista da 1a. Divisão, jogando pelo Corinthians. Ambas as imagens foram emprestadas do site www.goal.com.







terça-feira, 4 de março de 2014

TAPETE VERMELHO - O OSCAR DE 2.014

Boa tarde amigos,


A premiação do Oscar-2014 coincidiu com o Carnaval e a Rede Globo de Televisão, detentora da exclusividade na transmissão das Escolas de Samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro, decidiu exibir  apenas agora à tarde, um compacto  que chamou de Tapete Vermelho, comandado pela belíssima, simpática, talentosa  e elegante Fernanda Lima (de quem confesso ser fã de carteirinha),  que recebeu convidados, dentre os quais, a recém-contratada  Mônica   Iozzi (ainda pouco à vontade ali  emperiquitada,  dando uns pitacos aqui e acolá, mas ainda muito contida e distante  da repórter  irreverente do CQC) e do ator Alexandre Borges,  um confessado cinéfilo, esbanjando a simpatia de sempre, com intervenções pertinentes e objetivas. Gostei. É  claro que no meio do que interessava (a qualidade e originalidade dos filmes indicados, desempenhos de atores novos e veteranos, comentários sobre direção, arte, produções, roteiros adaptados, novidades tecnológicas etc.), a emissora quis tornar a apresentação algo palatável para a maior parte do público da rede aberta de televisão, entremeando a exibição das premiações e de trechos dos filmes indicados, com comentários sobre a vida pessoal dos atores e diretores,  os trajes usados por eles, e as gafes como por exemplo mais uma queda da loiríssima Jennifer Lawrence.
O compacto se concentrou nos prêmios principais de melhor filme, melhor ator, melhor ator coadjuvante, melhor atriz, melhor atriz coadjuvante e melhor filme de animação, mas mostrou a euforia de Brad Pitt com a escolha de Doze Anos de Escravidão como o melhor filme, longa que ele praticamente produziu, financiando, e os efusivos saltos do diretor inglês Steve Mc Queen com o anúncio do prêmio máximo. Dedico este prêmio a todos os que sofreram com a escravidão e que sofrem ainda hoje” foram palavras que disse ao público presente, depois de quase arrancar o microfone do apresentador. Não houve grandes surpresas na premiação, tendo em vista as especulações em torno das indicações. Mas é preciso destacar que os bons filmes “Trapaça” e especialmente “O Lobo de Wall Street” com várias indicações, não receberam nenhuma estatueta.  E a despeito de mais um grande desempenho de Leonardo Di Caprio ( O Lobo de Wall Street), não houve praticamente voz discordante da destinação dada ao prêmio de melhor ator para Matthew McConaughey e de melhor ator coadjuvante para Jared Leto, ambos pelas respectivas atuações em “Clube de Compras Dallas”, um drama baseado em história real e que traz no roteiro a descoberta de contaminação pelo vírus HIV, por um texano heterossexual e homofóbico, na década de 80, quando o medo, a ignorância da ciência e o preconceito em relação à AIDS ainda eram muito intensos. Matthew emagreceu 20 quilos e Leto 15, entre o início e a conclusão das gravações para viverem seus personagens.  Um esforço recompensado agora pela Academia  e que deverá também se reverter em milhões de dólares nas bilheterias de cinema de todo o mundo.
A simpatíssima negra Lupita Nyong’o, nascida no México e criada no Quênia venceu acirrada disputa com atrizes de peso (Julia Roberts - Álbum de Família; June Squibb - Nebraska; Sally Hawkins - Blue Jasmine e Jennifer Lawrence - Trapaça), pelo prêmio de melhor atriz coadjuvante pela sua marcante atuação em Doze Anos de Escravidão, e muita gente entendida da sétima arte garante que aqui nasce mais uma espetacular atriz para o futuro do cinema americano. Lupita de apenas 31 anos e seu premio foram muito comemorados por toda a equipe de Doze Anos e pelo seleto público presente. Outra  que desbancou consagradas atrizes  foi a australiana, Cate Blanchett, por sua intepretação em “Blue Jasmine” do veterano e consagrado diretor, Woody Allen, que há tempos pretendia ter a atriz num filme seu.  (As outras indicadas foram Amy Adams (Trapaça), Sandra Bullock (Gravidade), Judy Dench (Philomena) e Maryl Streep (Álbum de Família).  Não vi ainda nenhum dos filmes premiados. Hoje, se conseguir ingresso, vou ver o vencedor, Doze Anos de Escravidão.

Até amanhã amigos.


P.S. (1) Eis a relação completa dos vencedores: Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado: Doze Anos de Escravidão; Melhor Diretor: Alfonso Cuarón (Gravidade); Melhor Atriz: Cate Blanchett (Blue Jasmine); Melhor Ator: Matthew McConaughey (Clube de Compras Dallas); Melhor Atriz Coadjuvante: Lupita Nyong’o (Doze Anos de Escravidão); Melhor Ator Coadjuvante: Jared Leto (Clube de Compras Dallas);  Melhor Roteiro Original: Ela; Melhor Figurino: O Grande Gatsby; Melhor Maquiagem e Penteado: Clube de Compras Dallas; Melhor Animação em Curta-Metragem: Mr. Hublot; Melhor Animação: Frozen- Uma Aventura Congelante; Efeitos Visuais: Gravidade; Melhor Curta-Metragem: Hellium; Melhor Documentário em Curta-Metragem: The Lady in Number 6: Music Saved My Life; Melhor Documentário: A Um Passo do Estrelato; Melhor Filme Estrangeiro: A Grande Beleza; Melhor Mixagem de Som, Melhor Edição de Som, Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Trilha Sonora: Gravidade; Melhor Design de Produção: O Grande Gatsby; Melhor Canção Original: Let it Go – Frozen- Uma Aventura Congelante. 

P.S. (2) As imagens da coluna de hoje são, pela ordem: 1) De cena do filme vencedor do Oscar, 12 Anos de Escravidão; 2) Do ator Jared Leto, vencedor do Oscar de Melhor Ator coadjuvante, por sua atuação em Clube de Compras Dallas (www. justfred.com); 3) Da australiana Cate Blanchett, eleita a melhor atriz por sua participação em Blue Jasmine (www.theguardian.com); 4) Do irreconhecível ator Matthew McConaughey mais magro 20 quilos para interpretar o protagonista de Clube de Compras Dallas (www.philly.com); 5) A veterana Meryl Streep, indicada para a categoria de melhor atriz,  encarnando personagem no filme Álbum de Família (www.entretenimento.br.msn.com).