domingo, 29 de novembro de 2015

CAUSAS & CAUSOS II - INSPEÇÃO PESSOAL


Boa tarde amigos,


Caricatura emprestada de bethmichel.com.br.
Hoje, último dia do mês de novembro, domingão muito chuvoso, vai aí um "causo" para aliviar.
Ele está no meu livro "Causas & Causos" II, Milleniun 2.010,  e lembra os meus bons tempos de escrevente.

Vai lá:                                         


                                       Finalmente chegara o dia da audiência de instrução e julgamento designada pelo Juiz no rumoroso processo de anulação de casamento.
Começo dos anos 70, o casamento ainda era indissolúvel no Brasil, por força de preceito constitucional expresso.
Havia sim um movimento em favor do divórcio, encabeçado pelo saudoso Senador Nelson Carneiro, mas que ainda não encontrara eco suficiente para viabilizar Emenda Constitucional.
Além de tudo, era forte a oposição de segmentos e instituições significativas, inclusive e principalmente da Igreja Católica, que se manifestava francamente contrária à ideia, e essa posição tinha enorme peso, mesmo com a já cinquentenária secularização do instituto do matrimônio.
Eram freqüentes, por essa mesma razão, os pedidos de nulidade ou anulação de casamentos que se revelavam falidos ou de subsistência indesejável depois de  pouco tempo de celebração.
Sabia-se que o mau ou equivocado passo condenava ambos os cônjuges a uma vida inteira de abstenção de um outro matrimônio, com as formalidades e os efeitos legais. O  máximo que se concedia era o chamado  “desquite”. Mas o vínculo permanecia. Em alguns casos, pessoas de alto nível social ou econômico, para dar satisfação à sociedade, contraíam (ou diziam que contraíam)  um segundo casamento em país vizinho ou da Europa. Mas era só para “inglês ver” como se dizia, mesmo porque o tal casamento, se realmente tinha acontecido, não tinha efeito no Brasil.
Aqui, como se diz lá em Piracicaba, os cara era “amigado” mesmo.
 Pois bem, voltando ao  “ causo” a hipótese era de alegação de casamento não consumado,  por suposta impotência instrumental do marido (impotência coeundi).
O varão, por sua vez, contestava a ação, alegando que não era impotente; que tinha logrado vida sexual regular na juventude; que tinha se relacionado normalmente com outras mulheres etc. etc.
O dia era de audiência de instrução e julgamento.
Eu era Escrevente. O Juiz, o Dr. Manuel Carlos.
O Luciano, Oficial de Justiça, estava designado, naquele dia, Porteiro dos Auditórios.
Tratava-se apenas de uma função exercida pelo Oficial de Justiça e que consistia em permanecer à porta da sala de audiências, apregoando as partes e advogados e garantindo a regularidade dos trabalhos que ali haveriam de ser efetivados.
Resolvi sacanear o Luciano.
Saí da sala e confidenciei a ele no saguão de entrada:
- Luciano, você tem uma árdua missão hoje, sabia?
- Que missão? retrucou ele com desconfiança.
- Você sabe que hoje é a audiência daquele caso que corre em segredo de Justiça, da anulação de casamento?
- É,  eu vi aqui na pauta.
- Pois é, e não é que o Dr. Manuel resolveu determinar uma inspeção pessoal?
- Inspeção pessoal, onde?
- Onde, não. Em quem, melhor dizendo.
- O que o ce qué dizê?
- Que a coisa é para confirmá ou negá. Você sabe que a moça diz que o “negócio” do marido não funciona, mas ele garante que funciona. Você leu, né?
 Luciano não respondeu a pergunta e me olhou de soslaio, imaginando o que viria depois.
- E daí?
- Daí que ele é o juiz e não vai fazer serviço sujo nenhum, né?
- Sei, e daí?
- Daí que ele perguntou quem estava de plantão hoje e eu disse que era você.
- E daí?
- Daí que você vai ter que entrar lá no gabinete dele só com o réu, pegar no negócio dele para vê se levanta ou não levanta e depois relatá a inspeção que é secreta, por razão que não se precisa explicá.
O Luciano começou a rir.
Eu tinha levado do Cartório um outro processo que a mesma autora movia contra o réu para pedir alimentos provisionais, enquanto se processava a anulação de casamento.
O marido ainda não tinha sido citado.
O escrevente havia expedido o mandado de citação, mas quando eu percebi que estava próximo o dia da audiência, achei melhor deixar que a citação se fizesse por ocasião da audiência, quando o réu, por certo, estaria presente no Fórum.
Não disse uma palavra ao Luciano, que era o oficial destacado também para o ato da citação.
Retornei para a sala de audiências.
Antes de seu início e das partes e advogados ingressarem no recinto, falei ao Juiz:
- Dr. Manuel. Tem aqui um outro processo entre as mesmas partes que depende de citação. O Cartório expediu o mandado. Posso  pedir ao Luciano que cite o réu hoje, aqui no Fórum?
- Pode.
- Se o senhor não se importar posso pedir que o réu entre no seu gabinete e que o Luciano faça a citação lá dentro, para não despertar curiosidade ou constrangimento, até mesmo porque é caso de segredo de Justiça.
- Não só pode como deve, aplaudiu o Magistrado o cuidado e a prudência que eu manifestava.
Não me fiz de rogado.
Primeiro pedi ao Luciano que apregoasse a audiência e que solicitasse ao réu que entrasse no gabinete particular do juiz, anexo àquela sala.
Ele me olhou desconfiado, mas atendeu à determinação.
Eu fiz o Juiz supor que o Luciano já estava inteirado do assunto, o que não era verdade.
Deixei o mandado dentro da sala sem falar nada para o Luciano.
O Juiz chamou o Luciano e disse a ele:
- Seo Luciano, o senhor já pode fazer o que o Jamil lhe disse. O réu se encontra no meu gabinete.
O Luciano corou.
E foi mudando de  cores diversas vezes em poucos segundos.
Olhava incrédulo para o Juiz e para mim, paralisado.
Pensei que ele fosse ter um treco.
Mais do que depressa eu me aproximei dele e disse em tom baixo:
- Ô Luciano, você está bem. Não fique preocupado, eu acompanho você. Vamos, o réu até que é bonitinho.
  Entrei com ele no gabinete para poder, longe de todos, explicar a gozação e o que se pretendia verdadeiramente dele.
Entreguei o mandado que estava em cima da mesinha.
Ele não se conteve e na frente de um réu surpreso, bradou:
- O Jamil, filho da puta. Vá pra puta que te pariu.
Cumprido o mandado, o Luciano deixou a sala ainda vermelho. A pressão devia estar a mil.
Terminada a audiência, fui ter com ele.
O susto havia passado e ele já estava em condições de rir da situação. Pediu – e ele sabia que era em vão – que eu não espalhasse a história.
O Juiz ficou muito desconfiado.
Perguntou a mim se havia acontecido alguma coisa com o Luciano. Se ele estava bem.
Eu garanti que sim. Que não havia nada de extraordinário.
Anos depois eu mesmo contei a história para o Dr. Manuel.
Eu já advogado com muitos anos de profissão e ele Desembargador Aposentado.
Ele riu muito e me assegurou que desconfiara  que alguma coisa eu tinha aprontado.
Só que naquela época, ele não conhecia esse meu lado sarcástico e  gozador.
Ah, o processo?
O casamento foi anulado, mas o homem garantiu que não tinha nada de impotente. Que o negócio era só com a mulher mesmo.
 Que a relação tinha se tornado traumática por algum motivo que eu não me lembro.
Trouxe duas testemunhas que tinham transado com ele no tempo de solteiro.
Depois disso tanto ele, quanto ela, contraíram novo casamento e tiveram filhos, ao que se  soube.
O fato é que certamente todos esqueceram o caso e o réu.
Menos o Luciano.
Acho que por um bom tempo ele sonhou com aquele rosto fechado, com barba cerrada e olhos arregalados dizendo para ele:
- Vem cá, benzinho. Vem fazer o teste pro se vê o que é bom pra tosse!".

Até breve amigos,









segunda-feira, 23 de novembro de 2015

FICA MACACA! ABAIXO A CARTOLAGEM.


Boa noite amigos,

A macaca, velha mascote da Associação Atlética Ponte
Preta. Imagem emprestada de pontepreta.com.br
O assunto foi notícia na folha principal da Uol da última quinta feira e causou curiosidade nacional: a Ponte Preta da cidade de Campinas, depois de 115 anos,troca a sua mascote, a macaquinha, pelo macacão, aquele gorila feio que lembra o King Kong, monstro mítico que fez um estrago danado na cidade de Nova York, no começo do século passado, mas que finalmente foi bombardeado e morto por artefatos lançados por aviões, depois de carregar uma bela jovem por quem se apaixonara, para o pico do  Empire State. O personagem e sua história renderam três versões cinematográficas[1]. O filme foi considerado, em 2.004, pela revista britânica Empire, como o “maior filme de monstros de todos os tempos.” Busquei ler e entender as razões que levaram os algozes da macaquinha à sua demissão sem aviso prévio: estaria ela cansada depois de mais de 100 anos de estrada? Teria cometido algum desatino que justificasse a sua demissão por justa causa?[2] A explicação, porém, foi simples e inconvincente: A ideia de mudar o mascote veio primeiro para contemplar um clamor da torcida, para quem o Gorila já havia sido criado anos atrás. Além disso, queríamos um mascote com imagem mais competitiva que a Macaca e, ao mesmo tempo, dissociar o apelido do time do mascote. A Ponte já é a Macaca, assim achamos legal o mascote ser o Gorila –“ disse o diretor Rodolfo Rufeisen, que conduziu todo o processo de marketing.  Grande parte dos torcedores reclamou da desconsideração com a mascote. E com razão: mascote é um símbolo e símbolo é um elemento fundamental de identificação, como as cores de uma camisa, os emblemas, o nome, a bandeira e outros que se agregam ao valor comercial e cultural de uma instituição[3]. Assim, por razões históricas e culturais, a macaca não podia ser trocada, dispensada, desconsiderada. E o que dizer do argumento de que o gorila seria mais competitivo? Discriminação? Machismo ou coisa que o valha? 
o Gorilão, novo mascote inscrito na FPF para o Campeonato
Paulista de 2.016. Imagem emprestada de www.centauro.com.br 
Decerto que nenhum  dos argumentos pode ser juridicamente sustentável. Inda mais que a “dita cuja”, que não envelheceu, ao contrário do clube, conhecido, depois de tantos anos de fundação, como Nega Véia e Veterana[4].A distinta continua novinha em folha, com aquela simpatia que só vendo e aquelas charmosas fitas vermelhas que estão sempre na moda. Ao menos para as macacas. E é justamente por isso, essa coisa que não muda com o tempo, que não fica nem mais velho, nem mais moço, é que não se despede, nem se aposenta, nem se mata mascote[5]. Nem muito menos se troca por um bicho da mesma raça,  do outro sexo, maior e mais feio. De mais a mais, a macaquinha sofreu tanto com as decisões dos Paulistas de 77, 79, 81 e 2008 e com a perda de um título intercontinental como a Sul Americana em 2.014,  mas agüentou firme com aquele sorriso nos lábios e a esperança de que “um dia nós chega lá”. E agora, quanta ingratidão! Assim, por razões também éticas a sua despedida foi injusta. E nem se diga quanto à estética. Comparar a sua delicada silhueta com aquele bicho grande e feio que tenta assustar os adversários quando a Macaca (digo, a Ponte, sem a macaca) joga no Majestoso é pecado mortal. E contra a estética. -  O Clide, diria o saudoso  Ronald Golias,  manda dizer pros caras que respeito do adversário se obtém jogando futebol de qualidade, não mandando um gorilão para as arquibancadas. A reação em favor da macaquinha foi tão grande nas redes sociais e na mídia em geral que a diretoria do Majestoso imediatamente veio a público para se explicar, afirmando que a macaca faz parte do imobilizado e das tradições da Ponte e que não foi despedida. Nem mesmo aposentada compulsoriamente. Que o registro na Federação Paulista de Futebol do gorila como mascote para 2.016, apenas atendeu à parcela da torcida que já se acostumara, nos jogos em casa, com a presença do gorilão. Ele estaria até na bandeira de uma das torcidas uniformizadas mais inflamadas.  E que por via das dúvidas a situação já se resolvera de maneira sentimental: A macaquinha já está casada com o gorilão,  pelo regime da comunhão de vices-campeonatos   e demais  tradições. E não é que de um dia para o outro a família já estava extensa com mulher, marido e dois macaquinhos.
Cena da versão original de 1.933 do filme King Kong.
Imagem emprestada de www.bicketforum.com.
Disseram que agora a família inteira vai para os jogos no Majestoso  “na moral” para assustar os adversários. O que será que acham os meus prezados amigos ponte-pretanos de quatro costados ( Pedro Negrão, Thiagão de Souza, Denis,  Fabiana, Dr. Torrano, Ricardo Ortiz, Stela Serafini, Desembargador Pedro de Alcântara, Rodrigo Herrera, José Henrique Farah, Zeza Amaral, Gil da Creche e tantos outros).  Que essa é mais uma cretinice da incansável cartolagem do futebol brasileiro! Concordo. Eta gente sem noção, meu! 

Até amanhã amigos.





[1] A primeira de 1.933; a segunda em 1.976 e a terceira em 2.005.
[2]  Especula-se que teria sido surpreendida aos abraços e beijos com o indinho daquele time lá de baixo,  atualmente na terceira divisão, numa das versões que mais circularam nas redes sociais.
[3] Por razões comerciais inconcebíveis, hoje se vê o Corinthians jogando com camisa roxa e o São Paulo, o Tricolor do Morumbi, com  camisa de uma cor só.
[4] São dois apelidos carinhosos com que os torcedores e a imprensa tratam também a Ponte Preta.
[5] Vovô é o símbolo de identificação da equipe do Ceará e já nasceu velho. Mas não morre,nem fica mais novo. Então, tá!

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

E O CORINTHIANS É O CAMPEÃO BRASILEIRO - PELA SEXTA VEZ

Boa noite amigos,
Imagem emprestada de br.blastingnews.com.
@ Na noite de ontem, num São Januário lotado e reformado, o Corinthians finalmente foi oficializado como Campeão Brasileiro de 2.015. Um título que já tinha sido conquistado desde aquela partida contra o Atlético Mineiro, que o Timão venceu pelo elástico placar de 3 a 0, no Estádio Independência, onde  o Galo gosta de mandar seus jogos importantes e decisivos. A distância de pontuação entre as equipes, que já era considerável num campeonato de pontos corridos, ficou ainda maior e a proclamação do título era questão de tempo.  Mesmo assim, durante os jogos de ontem, que aconteciam no  mesmo horário, a conquista parecia ser adiada outra vez, pois o Vasco da Gama, em situação desesperadora, jogava uma partida bastante equilibrada e, em nenhum momento, sinalizava que perderia o jogo. Sem a vitória no Rio, o Corinthians dependia da derrota do Galo para o São Paulo no Morumbi, ou ao menos, de um empate.  Houve instantes, porém, em que, enquanto o Corinthians perdia por 1 a 0, no Rio, o Galo vencia o tricolor pelo placar de 2 a 1. Mas foram resultados parciais, que só serviram para aumentar a temperatura da competição. No final, um Vagner Love que ressurgiu nos últimos jogos e que, de vilão passou a herói para a torcida corintiana, marcou o gol que empatou a partida, dando a ela números finais (1 a 1). Nem precisava. No Morumbi, o São Paulo virava mais uma vez o placar, aplicando um sonoro e indiscutível 4 a 2 sobre o Atlético, resultado que, mesmo com a eventual derrota do Timão, lhe dava o título brasileiro a 3 rodadas do final do campeonato. Com inteira Justiça!

@ O Corinthians foi, além da equipe que mais pontos conquistou até agora (77),  também a melhor em todos os fundamentos. Teve o maior número de vitórias (23), o menor número de derrotas (apenas 4), o maior  número de gols (64), a  melhor defesa (apenas 27 gols sofridos), com impressionante saldo de 37 gols (imaginem que o segundo melhor saldo foi do Grêmio com apenas 18 gols). Números, portanto, que tornam indiscutível a justiça da conquista. Importante ressaltar que o técnico Tite foi sem dúvida, o grande articulador, não só como assistente técnico, mas principalmente o responsável pela união do grupo, a motivação para um trabalho incessante,  e a recuperação de atletas, como nos casos de Vagner Love e de Renato Augusto.  Um grupo que no início do campeonato chegou a despertar fundada suspeita do torcedor e da imprensa quanto ao que poderia render, especialmente com as saídas de Emerson, de Paolo Guerrero e de Fábio Santos;
Vagner Love - Do banco de reservas para a semi-artilharia

@ Nem mesmo a turbulência política no clube do Parque São Jorge e as dívidas acumuladas chegaram a ameaçar a boa  campanha do clube, valendo anotar que mais uma vez Tite foi decisivo, ao conseguir deixar jogadores e equipe técnica longe das discussões e do confronto entre candidatos e sucessores;

@ O campeonato prossegue nas suas três últimas rodadas ainda oferecendo emoções para as equipes que sonham com uma vaga na Taça Libertadores, no chamado G-4, e com a manutenção na elite do futebol brasileiro (o pessoal que está lá embaixo nas quatro últimas colocações e nas posições de risco – até o 15º lugar (atualmente o Figueirense, com 39 pontos). Embora ainda não matematicamente livres do rebaixamento é pouco provável que Fluminense (14ª com 43 pontos) e Chapecoense (13º com 46) possam correr algum risco efetivo;

 Luan Garcia Teixeira, o zagueiro camisa 4 do Vasco 
@ O Vasco da Gama  por tudo que tem feito de positivo, no segundo turno do Campeonato Brasileiro, apresenta, no meu modo de ver, chances reais de permanecer na série A. A equipe está jogando um futebol muito diferente daquele com que iniciou o campeonato, e com o qual sofreu sonoras, seguidas e vexatórias goleadas, dentro da própria casa. Sendo o único com o “status” de GRANDE do sepultado Clube dos 13, imaginei que pudesse ser beneficiado pelas arbitragens na reta final do campeonato. Não que os árbitros sorteados pudessem conscientemente beneficiar a equipe cruzmaltina,  de tantas tradições. Mas, como é sabido, os árbitros são homens com virtudes e defeitos. E não venham  dizer que a pressão psicológica sobre eles para que não errem contra as equipes grandes não seja capaz de exercer influência na atuação, inclusive, e principalmente na interpretação de lances difíceis e  duvidosos. Errar contra pequenos não tem o mesmo efeito de errar contra os grandes. O barulho é menor. Alguns até inaudíveis. A consequência para o seguimento da carreira é muito menos grave. E TODOS ELES SABEM DISSO, mesmo que digam o contrário. Mas vou dizer francamente aos amigos. Desta vez, o Vasco não só não está sendo beneficiado, como tem sido sistematicamente prejudicado. No empate contra a Chapecoense a arbitragem foi decisiva o que provocou a ira e mais declarações fortes contra a Comissão de Arbitragem da CBF, por parte do lendário,Eurico Miranda. E que dizer do pênalti  inexistente marcado a favor do Figueirense na vitória sobre a Ponte Preta, na 4ª. feira? Não se pode esquecer que o Figueirense é um dos concorrentes diretos do Vasco na luta contra o rebaixamento. E se tivesse perdido para a Ponte teria estacionado nos 36 pontos, a apenas 2 da equipe carioca. Ou, no caso de empate, a apenas 3  (agora está a 5). O “apito amigo”, como diz o Milton Neves, dessa vez não apareceu para salvar o Vasco. Vamos ver o que acontece nas três últimas rodadas. Mas, sinceramente, de todas as equipes com risco de rebaixamento, o Vasco é aquela que mais se modificou durante a competição, contratando, tentando solucionar os inúmeros problemas que tinha no  campo e “extra-campo”.  Está jogando hoje um futebol de primeira divisão. Mas a tarefa será árdua. Muito árdua e dependerá de competência e sorte. Como dizia o grande e saudoso, Nelson Rodrigues, torcedor doente do Flu, “ Com sorte você atravessa o mundo, sem sorte você não atravessa a rua.”

Até amanhã amigos.

P.S. (1) Fiquei impressionado com a partida que o jovem zagueiro vascaíno Juan fez ontem contra o Corinthians, em São Januário. O capixaba de 22 anos, 1,83 metros, desponta como uma grande promessa do futebol brasileiro. É um zagueiro vigoroso, mas extremamente técnico, e deu conta dos atacantes do Timão durante considerável parte do jogo, sobretudo quando o Vasco, sem outra alternativa, teve que se aventurar no ataque, deixando espaço para o contra-ataque da equipe de Tite. Fui pesquisar sobre ele. Com um currículo pequeno, tendo em vista a sua pouca idade, vem do juvenil do Vasco e só jogou na equipe de São Januário. Integrou, porém, a Seleção Nacional Sub-20 (2.012-2.013) e a Sub-22 (2.015). De olho, portanto, no menino.


P.S. (2) A imagem de Vagner Love foi emprestada de esporteinterativo.com.br. A do jovem Juan de www.vasco.com.br.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

CINEMA - UM SENHOR ESTAGIÁRIO (THE INTERN)


Boa noite amigos,

Ben Withaker (Robert De Niro),  é um senhor aposentado de 70 anos, que ficou viúvo e vive sozinho. O  bom padrão de vida é garantido pelos 40 anos em que exerceu cargo de Vice-Presidente de uma empresa que editava listas telefônicas. A única filha, o genro e a neta residem em outro Estado da Federação norte-americana, e raramente se visitam, nem são motivo para preocupação. Ainda vigoroso física e psicologicamente, Ben não consegue preencher o vazio que sente dedicando-se a atividades ordinàriamente indicadas para a terceira idade: viagens, cinema, passeios em shopping,  exercícios físicos, jantares com os amigos. Ao tomar ciência  de que uma empresa, em franca ascensão, que explora um site de moda na internet,  está à procura de  um estagiário de terceira idade, resolve candidatar-se, motivado com o novo desafio. Selecionado entre vários candidatos é designado justamente para atender à sua jovem e talentosa proprietária, Jules Ostini (Anne Hathaway), que, em princípio, sendo uma mulher reservada e independente, não gosta da ideia de ter esse senhor próximo e intrometido na sua vida profissional e familiar. Aos poucos, porém, Ben passa a conquistar a dona da empresa e os jovens colegas de trabalho, mostrando conhecimento, experiência e sensibilidade. Essa a sinopse do original, The Intern, que no Brasil foi rebatizado de Um Senhor Estagiário,  uma comédia estadunidense  de  121 minutos com  a marca registrada de sua diretora e roteirista, Nancy Meyers (Alguém Tem de Ceder2.003; O Amor Não tira Férias – 2.006), que gosta de explorar o universo feminino, com textos leves e bem humorados, sem apelar para escatologias. Um filme cativante e encantador que, sem pieguismo, aborda de maneira leve e sensível, a segregação social dos idosos e  o preconceito da jovem geração nerd em relação a eles, excluídos de um mundo globalizado, de interesses comerciais e corporativos, porém superficial, carente de relacionamentos pessoais verdadeiros e profundos. Niro e Anne, dão vida, com seus reconhecidos talentos,  aos protagonistas envolvidos nas situações exploradas pela roteirista.  Não perca. Uma das melhores comédias que o cinema americano comercial trouxe para as telas neste ano.

Até amanhã amigos,

P.S. (1) Com apenas 33 anos, a atriz Anne Hathaway tem em seu currículo uma vasta e importante filmografia. Dividiu o set com a diva Mary Streep  no badalado O Diabo Veste Prada (2.006). Esteve em O Segredo de Brokeback Mountain, vencedor De 3 estatuetas no Oscar de 2.006, com melhor direção para Ang Lee, melhor roteiro adaptado e melhor trilha sonora, e ainda, em Amor e Outras Drogas (2.010), Interestelar (2.014) e Os Miseráveis (2.012). Com Os Miseráveis, no papel de Fantine,  ganhou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em 2.013;

P.S. (2) A primeira imagem da coluna de hoje é dos protagonistas Ben e Jules (Niro e Anne), na publicidade do filme e foi emprestada de cinepop.com.br. A segunda imagem é da Ministra Nancy Andrighi que em entrevista à Revista Tribuna da Magistratura (ano XXII, n. 236) edição de outubro/novembro de 2.015, ressaltou que “A experiência dos juízes aposentados é essencial”, declaração essa que, de certa forma, tem correlação com a mensagem do filme “Um Senhor Estagiário” e foi emprestada de veja.com.br. A terceira e última imagem é da bela atriz Anne Hathaway, na entrega do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante de 2.013 e foi emprestada de exame.abril.com.br.



sábado, 14 de novembro de 2015

VR - ELEGÂNCIA EM MODA MASCULINA

Bom dia amigos,
Vitrine da loja VR do Shopping Iguatemi Campinas.

Sinônimo de elegância e charme em moda, a VR Menswear foi criada em 1.988, como marca essencialmente masculina, operando 3 (três) linhas distintas em ternos e camisas tradicionalmente bem cortados: Alfaiataria (trabalho), Office (dia a dia) e Casual (Lazer). O padrão de preços, pouco acima da média do mercado similar, responde satisfatoriamente à diferença de qualidade de seus produtos, em relação às concorrentes, pela intransigente e permanente utilização de matéria prima de alta qualidade e atualização de seus produtos, hoje em linhas mais diversificadas. Em 2.003, é lançada a VRK, com vistas ao mercado de roupas infantil. Em 31 de março de 2.011, a Inbrands S.A. adquiriu 100% do capital social da VR Holding Participações Ltda., sociedade controladora da VR Indústria e Comércio de Vestuário S.A., que opera as marcas VR São Paulo e VRK São Paulo. Pela elegante e simpática loja da VR situada no Shopping Iguatemi, aqui em Campinas, responde uma equipe de primeira linha: o Gerente Emerson, o Sub-Gerente e vendedor responsável, Donizete, Nathália, a operadora de Caixa, e os vendedores Carol, Geandro Junior e Lopes. A alfaiataria é de responsabilidade do Adelino, que cuida dos ajustes, especialmente dos costumes, às sinuosidades e protuberâncias abdominais (como no meu caso) dos fregueses. A loja já recebeu os produtos da coleção Verão-2.016, em tecidos leves e suaves próprios para suportar o nosso verão, sempre muito quente,  e espera sucesso nas vendas de fim de ano. Parte dos lançamentos vêm registrada na coluna de hoje, com as fotos abaixo. Sempre uma boa opção para presentes que agradam os homens de todas as idades e de  bom gosto.  Para ver as sete tendências da moda masculina - Verão 2.016, acesse http:modajovemmasculina.com/7-tendencias-da-moda-masculina-verão-2016/.

Até amanhã amigos.


Polo Friso Algodão Várias Cores
R$139,00.
Blazer Areia Tecido plawo algodão.
R$650,00.
Camisa Office Várias Cores a partir
de R$269,00.


Gravatas de Seda - Várias Cores
A partir de R$179,00.
Interior da loja VR no Shopping Center Iguatemi de Campinas.
Polo Verde Água - full print Poá
(exclusivo)  - R$239,00.
Polo pima mercerizada  bordô - Exclusivo.
R$229,00.
Tshirt mc full print -azul marinho
Estampa. R$159,00.
Camisa Casual ML Estampada
R$299,00

blazer azul médio exclusivo (office)
R$899,00.





quarta-feira, 11 de novembro de 2015

HAVER OU A VER - EIS A QUESTÃO.

Olá amigos,

Prove que você não é um robô.
Cada vez que me atrevo a ler comentários nas redes sociais e nos noticiários das principais provedoras, fico intrigado com o maltrato à língua. Claro, não sou nenhum especialista, nem considero que o idioma seja uma coisa estática, sem as alterações naturais e desejadas decorrentes das mudanças sociais e culturais de um povo. E que, por isso mesmo, deve ser algo vivo, que se preste preponderantemente para a comunicação. Os estrangeirismos estão cada vez mais se introduzindo na língua culta, engrossando o rol dos verbetes e os dicionários, especialmente o galicismo, dada a globalização e a natural eleição do inglês como língua universal, criando, sem versão nos diversos idiomas espalhados pelo mundo, expressões  indispensáveis à compreensão de ações, estados e qualidades de máquinas, equipamentos e programas da era cibernética. Mas alguns erros crassos são tão reproduzidos que a gente pensa que desaprendeu como escrever, e  que, no nosso tempo (o meu e da minha geração, claro), eram inconcebíveis numa prova de língua portuguesa do curso ginasial (hoje correspondente ao curso médio).[1] É o caso dos parônimos[2] “Haver” e “a ver” . O “haver” deve sempre ser empregado no sentido de “ter, existir” (O autor tem muito a haver do réu e de seus familiares, isto é, o autor teria muito a receber dos réus e de seus familiares, seja no sentido de crédito econômico, seja no que tange a haveres abstratos, como gratidão, respeito, consideração, dependendo do sentido da frase e da situação concreta).  Note-se ainda a expressão usada corretamente nos seguintes exemplos: Lamenta o réu haver praticado o crime, isto é, ter praticado o crime; Garanto, excelências, não haver prova alguma nos autos de que o disparo partiu da arma de meu cliente, pois a perícia foi inconclusiva nesse sentido). Já  o “a ver” indica relação com algo ou alguma coisa (A menina nada tem a ver com a atitude da mãe;  O que é que o Doutor Promotor tem a ver com a vida íntima do réu?  O réu nada tem a ver com o crime de que está sendo acusado). Vale a pena também registrar que comumente a juventude, criativa e econômica no ato de comunicação, usa a expressão “Nada a ver”, referindo-se  ao fato de que alguma situação ou pessoa não tem relação com o assunto,  ou, que a tal pessoa não sabe nada acerca do tema, ou, finalmente, referindo-se a uma pessoa que está por fora de tudo, não se relaciona com o mundo ou com o grupo (O carinha é nada a ver, mano).
Há também na língua culta, a expressão “haveres” usada sempre no plural, com o sentido de referir-se às posses ou ao patrimônio de alguém. Observe-se os seguintes exemplos: “Poucos eram os seus haveres. Mas tinha muito a oferecer a seus alunos como exemplo de vida e de dignidade; Os haveres do “de cujus” têm valor elevado, sendo suficiente para a distribuição entre os seus herdeiros, sem provocar disputa.
Aproveito o tema e a oportunidade para recomendar aos leitores a leitura e a reflexão sobre uma das páginas mais belas da literatura lírica do inesquecível Vinícius de Moraes: O Haver é o seu título.


Até mais amigos,

P.S. (1) A imagem da coluna de hoje foi emprestada de www.jornalgrandebahia.com.br




[1] Não esqueço do dia em que, por equívoco,  errei ao separar o dígrafo da palavra “carroça”, colocando os dois de um lado só (Ca-rro-ça). Minha professora convocou minha mãe para indagar se eu estava apresentando algum problema de ordem emocional, em casa.
[2] Parônimos são palavras que apresentam similaridade na forma escrita e que produzem o mesmo som, mas têm significado diverso.