sábado, 10 de novembro de 2012

ELEIÇÕES AMERICANAS - A LÁGRIMA DO PRESIDENTE REELEITO




Boa noite amigos,
A notícia mais importante das últimas semanas foi, sem dúvida, a eleição presidencial para a Casa Branca. Depois de uma intensa campanha envolvendo os dois candidatos, quais sejam, Barack Obama, tentando se reeleger pelo Partido Democrata, e Mitt Romney, pelo Partido Republicano, por pequena margem de votos dos delegados, Obama venceu o sufrágio. Várias observações, no entanto, devem ser feitas a respeito do resultado dessas eleições. O primeiro diz respeito ao fato de que se a eleição fosse direta Romney teria obtido a vitória. O sistema eleitoral americano, porém,  diferente do nosso, se opera de forma indireta. Os eleitores não votam  no candidato a Presidente, mas em um representante (delegado) no colégio eleitoral. Esses representantes, por seu turno, é que votam no candidato. Cada Estado tem um número de delegados proporcional à sua população. São, ao todo, 538 delegados em 50 Estados, o que significa dizer que estará eleito o candidato que obtiver, pelo menos, o voto de 270 delegados. Além disso, o voto nos Estados Unidos é facultativo e segue regras estabelecidas pelos Estados, que podem também interditar o direito ao sufrágio, por exemplo, aos portadores de doença mental e presos.  Não se admite, porém, por ferir princípio constitucional, que estabeleçam regras discriminatórias em razão de sexo, origem, cor ou religião.  De qualquer maneira, questiona-se se um Presidente que foi eleito sem ter a maioria de votos da população, teria legitimidade e credibilidade suficientes para governar,  em nome desse povo. A resposta, ainda que possa parecer estranha, é sim, ao menos no que tange aos Estados Unidos da América.  Isso já aconteceu, por exemplo, com a eleição do republicano George Bush, em detrimento do democrata Al Gore nas eleições de 2.000,  sufrágio que gerou especulações por causa de 25 delegados do Estado da Flórida e o processo de recontagem de votos nesse Estado,  governado, na ocasião,  pelo irmão do candidato vitorioso. Passado à parte e transcorrida a eleição, certo é que  o povo americano jamais deixou de reconhecer, no candidato eleito pelo sistema eleitoral indireto, a  legitimidade de Chefe de Estado e de Governo. Ainda a considerar que se a eleição fosse direta, o processo eleitoral por certo se desenvolveria em outro sentido, ou seja, os candidatos não abandonariam os Estados considerados tranqüilos, para se dedicarem aos Estados mais importantes e indecisos, como ocorreu novamente, sem a preocupação com o eleitor diretamente.  A verdade é que Obama fez um bom governo dentro da governabilidade possível. Os ventos internacionais não o favoreceram. Tendo que administrar duas guerras estúpidas decretadas por Bush, no mundo islâmico (a do Iraque e a do Afeganistão), e grave crise econômica, não pode se dedicar à criação de empregos, prioridade número 1 dos americanos. Terá tempo agora para cumprir essa promessa de campanha, certamente. O que fez de positivo, no entanto, não foi ressaltado durante a campanha. Ao contrário, os republicanos preferiram bater  duro nos aspectos negativos de seu governo, com o qual jamais colaboraram e ainda decretaram uma sistemática oposição no congresso, dificultando a aprovação de projetos importantes e urgentes. O mundo porém, agradece o resultado da eleição. Obama é o preferido dos europeus e de todos os Presidentes e Primeiros Ministros do mundo ocidental, inclusive da América do Sul e do Brasil. Os Chefes de Estado respiraram aliviados com a sua reeleição, demonstrando que o único Presidente negro da história dos Estados Unidos da América, embora preocupado primordialmente  com os americanos, é capaz de diálogos francos, de posições equilibradas  e de alianças indispensáveis às boas relações internacionais,  num mundo  cada vez mais globalizado. Romney, ao contrário, embora tenha demonstrado grande conhecimento teórico de política internacional, tem posições voltadas para uma extrema direita que desde a extinção da guerra fria e da luta pela hegemonia do poder internacional com a também extinta União Soviética,  não tem mais lugar no mundo atual, que reclama tolerância e conciliação, especialmente num país que recebe e converte em cidadãos americanos, a cada dia, gente oriunda de todas as Nações, de todas as cores, culturas e matizes. Os Estados Unidos da América não é mais um país de  arianos descendentes de europeus ricos, aos quais o republicano considera responsáveis pela grandeza da pátria, como declarou durante a campanha,   mas uma Nação democrática de mulheres, negros, orientais e hispânicos.  Não  sem razão Mitt teve maior votação entre homens, brancos e maduros, enquanto Obama recebeu votação mais expressiva entre jovens, mulheres e hispânicos. Ontem, o Presidente reeleito, ao agradecer  a jovens voluntários, na sede da campanha em Chicago,  deixou escorrer lágrima pelo rosto, flagrada pela lente de fotógrafos do mundo inteiro e reproduzidas em todas as mídias. Dá para sentir que foram lágrimas sinceras de quem estava visivelmente emocionado. Quando o homem mais importante do mundo, porque Presidente do país mais poderoso do planeta é um negro que ascendeu pelos próprios méritos, fruto de uma invejável formação humanística, se emociona e não se envergonha de  chorar em público, penso que o mundo ainda tem jeito. Boa sorte Obama, nesse novo e desafiador mandato. Boa sorte ao povo americano e aos brasileiros, latinos, europeus, asiáticos e africanos que vivem e fazem também a história daquela nação.

Até amanhã amigos.

P.S. (1) Assim como Nelson Rodrigues  considerou que o pênalti é tão importante no futebol que deveria ser batido pelo Presidente do clube, também todos os cidadãos do mundo deveriam ser admitidos a votar para Presidente dos Estados Unidos, porque de certa forma, a política americana diz respeito a todo o  planeta;

P.S. (2) Pesquisa realizada no mundo inteiro indicou que Obama era o preferido disparado dos eleitores. No Brasil o percentual pro-Obama foi de expressivos 90%. Só na China é que Mitt obteria maioria, assim mesmo, por uma pequena margem (52% contra 48% de Obama).

P.S.(3) A imagem da coluna de hoje, de Obama chorando, foi emprestada do site g1.globo.com;

P.S. (4) O famoso jornalista e escritor, Peter Davis, que em 1.975 produziu o filme, Corações e Mentes, criticando as guerras declaradas pelos Estados Unidos e que recebeu o Oscar de Melhor Documentário, afirma que votou em Obama e acredita que o  democrata reeleito era efetivamente o melhor candidato, inclusive,  também, pelas suas posições em relação ao aborto, ao casamento gay e ao direito das mulheres;

P.S. (5) Ao grande amigo, Walber Leonel Junior, que seguiu para os Estados Unidos em 1.988, ainda jovem e se tornou distinto cidadão americano, o nosso afetuoso abraço com nostalgia dos bons tempos da Assistência Judiciária da Faculdade de Direito da PUC de Campinas.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

FUTEBOL DE ONTEM - BUGRE E MACACA SÃO NOTÍCIA NO LE MONDE DA FRANÇA


Boa noite amigos.

 A arte aliada à competência são adjetivos associados à competitividade em qualquer atividade esportiva. No futebol não é diferente. No final da década de 70 e na década de 80, as equipes de Campinas, Ponte Preta e Guarani conseguiram montar grandes times. Não fosse pelo preconceito e por questões extra-campo, teriam conquistado muitos títulos. Mesmo assim, a Macaca foi vice-campeã paulista em 77, 79 e 81, enquanto o Guarani foi campeão brasileiro em 1978, vice-campeão brasileiro em 1.986 e 1.987 e vice-campeão paulista em 1.988.  Campinas foi considerada a capital do futebol, pois a mescla de suas duas equipes era considerada uma verdadeira seleção. Carlos, Oscar, Polozzi, Mauro, Miranda, Jair, Wanderley, Zé  Carlos, Dicá, Renato, Zenon, Lúcio, Careca são alguns dos grandes jogadores que as equipes tinham em suas fileiras. Logo após a conquista do título de campeão brasileiro em 1.978, e porque a fama dos times tenha chegado à Europa, o famoso Le Monde, da França, publicou, na página de esportes, em dia que não consegui apurar, uma reportagem sobre esse assunto. O colunista esportivo, Alain Fontan,  publicando a foto do jogador Zenon, do Guarani de Campinas (vide imagem da coluna de hoje), a quem chegou a considerar um novo Platini, teceu elogiosas considerações ao futebol praticado pelas equipes  que assim são traduzidas:
MONDE FUTEBOL

Guarani campeão : exemplo a ser seguido

(por Alain Fontan)   Tradução: Angela de Noronha Bignami.

Os organizadores dos grandes torneios espanhóis e italianos que acabam de receber Flamengo, Fluminense e Botafogo pensam, ingenuamente, ter mostrado a seu público a fina flor do futebol brasileiro. A realidade mostra-se bem diferente.

O vencedor da competição nacional, Guarani (de Campinas, a 90 km de São Paulo) zombou dos pseudo grandes nomes da bola cariocas e paulistas. Apenas o Palmeiras, que chegou à final, lutou bravamente para barrar o caminho desse grupo irresistível. O Internacional e o Grêmio, ambos de Porto Alegre, Santa Cruz (de Recife) e Vasco da Gama merecem uma menção honrosa. Mas a cada dia as tradições são subvertidas. Os clubes do interior se impõem sem dificuldade. Na Europa, porém, é preciso ter fama...

O recente contrato assinado por Oswaldo Brandão com a “Ponte Preta”, o outro clube de Campinas, faz desta cidade (250.000 habitantes), hoje, incontestavelmente, a capital do futebol brasileiro.

Este sangue novo em um esporte que podíamos considerar doente vai ser muito importante. Mais do que o título em si, é a forma que mais agradou. Uma equipe de temperamento ofensivo, jogando com todas as armas e a duzentos por hora, sem grandes nomes nem vedetes (isso não vai tardar, apesar do pouco interesse demonstrado pela imprensa local em relação aos clubes e jogadores do “interior”, como dizem em tom pejorativo). Reflexo dessa armadilha: dos melhores clubes (Guarani, Palmeiras, Inter, Grêmio e Santa Cruz), apenas um dos jogadores estava na Copa da Argentina com o uniforme verde e amarelo-ouro da CBF, o ‘meia’ Jorge Mendonça (Palmeiras). Isso para demonstrar, se ainda fosse necessário, como o treinador Coutinho foi cego ao deixar de lado Zenon, Miranda, Nunes e Falcão, citando apenas alguns deles.

As partidas finais Guarani-Palmeiras prolongaram os espetáculos televisionados da Copa do Mundo: uma técnica de qualidade a serviço da rapidez e do compromisso. “É esse o futebol que eles nos mostram?”, ironizavam aqueles que ainda pensam que é preciso jogar em câmara lenta para poder executar seus espetaculares – e, infelizmente improdutivos – feitos técnicos. De todo modo, é o futebol que ganha. Depois de uma vitória irrefutável (2-0) em casa, diante do Vasco da Gama, o Guarani foi ao Rio, e, ao invés de ser devorado como previsto, impôs-se mais uma vez. Zenon, o Platini de Campinas, marcou dois tentos fantásticos no gol carioca de Mazaropi e tudo aconteceu. Vimos uma formação extremamente sólida na defesa com Mauro, Edson e Miranda, brilhante no meio campo graças ao regente Zenon e ao veterano Ze Carlos e fulminantes no ataque graças aos dois alas muito rápidos Capitão e Bozó. Além de tudo isso, a estrela do ataque é Careca, um garoto de 17 anos, rápido e audacioso como ninguém, lutando em todo o campo de ataque, dando gosto de ver! Notem que a média de idade gira em torno de 24 anos. Não é pra menos..... É por essa razão que o Guarani possui esse entusiasmo e “esse futebol que canta” como a ópera de mesmo nome. Da obra do compositor Carlos Gomes. O treinador Carlos Alberto da Silva tem apenas 38 anos. Mas ele aprendeu na excelente escola do futebol mineiro, em pequenos clubes como o Caldense. Aprendeu a profissão convivendo com os grandes de Belo Horizonte: Cruzeiro e Atlético. (oração final sem conclusão......)."
 

 

Até amanhã amigos,

 

P.S. (1) A tradução do artigo foi feita a meu pedido pela  Dra. Ângela de Noronha Bignami, que é Procuradora da Universidade Estadual de CampinasUnicamp e Professora de Francês da tradicional Aliança Francesa de Campinas;

 

P.S. (2) O jogador Careca, que despontava para o futebol brasileiro e mundial, tinha à época apenas 17 anos. Foi convocado pelo técnico Telê Santana para a Copa do Mundo de 82 na Espanha, mas não jogou por estar lesionado. Depois, jogou na Seleção Brasileira na Copa de  86 no México, tendo sido vice-artilheiro da competição com 5 gols.  Ontem, Careca, já cinqüentão, estava lá próximo de minha cadeira nas vitalícias do Estádio Brinco de Ouro da Princesa, sofrendo com a necessidade de seu time do coração, precisar ganhar do Asa de Arapiraca, em casa, para não se complicar e correr risco de cair da série B para a Série C do Brasileiro. O Bugre venceu o jogo pelo placar de 2 a 1 e acabou com uma série negativa de 10 partidas sem vitória, afastando um pouco mais o risco de rebaixamento, mas ainda não matematicamente. Os tempos efetivamente são outros.

 

 

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

SEMANA JURÍDICA, MINHAS TARDES COM MARGUERITTE E FUTEBOL DO TRICOLOR DO MORUMBI


Boa noite amigos,
 SEMANA JURÍDICA DA FACULDADE DE DIREITO

Entre 22 a 26 de outubro, aconteceu mais uma Semana de Estudos Jurídicos da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, promovida pelo Centro Acadêmico XVI de Abril, em conjunto com a Direção e professores colaboradores. Inúmeros palestrantes e personalidades do mundo jurídico desfilaram pelo Páteo dos Leões, trazendo a discentes, docentes e participantes,  temas diversificados e atuais. Na sexta-feira, dia  26 de outubro,  o Corregedor Geral de Justiça do Estado de São Paulo, Dr. Jose Renato Nalini, proferiu palestra denominada “Parâmetros para a Construção de Uma Nova Imagem do Judiciário Brasileiro”.  Em seguida, uma banca formada por Juízes e Professores da Casa comandou um seminário  a respeito do tema. Presentes os Professores Francisco Vicente Rossi, Luis Arlindo Feriani,  Jamil Miguel, Fabricio Peloia, e os Juízes de Direito,  Fabrício Realizia, Juiz Auxiliar da Comarca de Campinas,  Wagner Robi Gidaro, da 2ª. Vara da Fazenda Pública em Campinas e Heliana Coutinho Hess, da Vara de Acidentes do Trabalho da Comarca de São Paulo. Nalini é ex-aluno  de nossa Faculdade de Direito e membro da Academia Paulista de Letras. Durante a exposição, Nalini asseverou que a sociedade vive a “Era do Efêmero”, na qual as informações chegam de maneira veloz, enquanto o sistema judiciário é lento e não acompanha a tendência. Afirmou, ainda, que “a Justiça convencional está atrelada a praxes, formalismos, rituais e é incompreendida pela maior parte da população”.

 

CINEMA EUROPEU - MINHAS TARDES COM MARGUERITTE

Baseado no livro homônimo de Marie-Sabine Roger, o drama francês, Minhas Tardes com Margueritte (do título francês, La Tête em Friche),  de 82 minutos, narra, de forma delicada e tocante,  o encontro entre um homem rude, de meia idade e inculto, Germain (Gerard Depardieu), que sofre de traumas de uma infância em que sofreu hostilidades por parte da mãe e hoje é um feirante, que encontra os amigos em um bar e nem sequer é respeitado,  com uma idosa, Margueritte (Gisèle Casadeus), que aprecia a natureza e tem especial encanto pela literatura. De um encontro casual numa praça  cheia de pombos,  nasce  uma grande e apreciada relação de amizade e respeito, que vai produzir  trocas intensas baseadas na convivência, no respeito às diferenças, na generosidade  e na afetividade. Dirigido por Jean Becke, o filme é emblemático no que toca à tendência do cinema frances e europeu atuais de  brigar contra a sociedade mercantilista e tecnológica do século XXI, em que as emoções, os sentimentos, a convivência, a amizade sincera,  não são valorizados. Não deixe de ver.   

 

SÃO PAULO

° O São Paulo vive boa fase tanto no Campeonato Brasileiro, quanto na Copa Sulamericana. No final de semana, o tricolor fez outra grande partida e em plena Ilha do Retiro, venceu o Sport pelo placar de 4 a 2, indo a 58 pontos e consolidando a quarta posição na tabela, dentro da zona de classificação para a Taça Libertadores da América de 2.013. Ontem, jogando em Santiago, não tomou conhecimento do Universidad do Chile,   atual campeão da Sulamericana e, pelo mesmo torneio, derrotou  o adversário pelo placar de 2 a 0, adquirindo uma considerável vantagem para o jogo de volta,  semana que vem, no Morumbi. Passando pelo adversário o tricolor estará nas semi-finais do torneio, cujo campeão assegura vaga também na Libertadores de 2.013. Ney Franco anda satisfeito com a produção da equipe, mesmo quando Luis Fabiano não joga, como aconteceu na partida de ontem, em que ele foi poupado e substituído por William José, que marcou os dois gols sãopaulinos.

 

° Elogiável a dedicação do meia Lucas. Mesmo já vendido para o Chelsea, o jogador não tem se poupando e transmite dedicação, como se viu  nas últimas partidas, contribuindo significativamente para a boa produção do meio-campo e ataque e, pois, com as vitórias da equipe. O mesmo se diga do goleiro Rogério Ceni, que tem feito defesas incríveis, dando também, pela sua experiência e espírito de liderança, grande tranqüilidade à equipe para mostrar o seu futebol.

 

FALA GALVÃO

 

° Galvão Bueno está de volta à transmissão dos jogos do meio de semana pela TV Globo. Ontem cobriu a partida do São Paulo contra a Universidad do Chile e fez outro comentário daqueles que geram muitas críticas e gozações nas redes sociais. Quando o árbitro  expulsou o jogador Mira do Universidad,  pela falta que derrubou  Osvaldo quando este  seguia sozinho para fazer o gol, o comentarista veio com a seguinte pérola: - O cartão vermelho até que ficou barato para o jogador. Barato? Qual teria sido outra consequência mais grave do que essa?  Combustível para os amantes do "Cala Boca Galvão".

 

Até amanhã, amigos.
 
P.S. (1) A imagem de cima da coluna foi extraída do site cinemaminhapaia.com.br e a da Semana Jurídica do site www.puc-campinas.edu.br
 
 
 

 

sábado, 27 de outubro de 2012

GASTRONOMIA PORTUGUESA- EMPORIUM DO BACALHAU


Boa tarde, amigos.                                  
 
 
Ontem à noite, fomos experimentar a gastronomia de um restaurante que tem sido motivo de comentários elogiosos. Como o bacalhau é o meu prato predileto e o estabelecimento, aberto em abril deste ano, é especializado na culinária portuguesa, aceitei, de bom grado, convite do amigo Borges,  para um encontro ali, reunindo  magistrados aposentados, (Rua Emilio Ribas, n. 1.137, Cambuí). Rever velhos amigos da Magistratura, degustando um belo prato de bacalhau ou de frutos do mar, regado a vinho branco ou tinto, ou cerveja,  é programa duplamente agradável. O Restaurante Emporium do Bacalhau (não confundir com Emporio do Bacalhau que é só empório mesmo e fica em São Bernardo do Campo) se propõe a criar, no interior de São Paulo, um centro de gastronomia realmente especial.  Utilizando o prédio onde funcionou, até recentemente, o Olivetto Bar &  Mar, a casa pertence ao empresário Pedro Serafim, dono do Oliveto restaurante, que também é referência em gastronomia na cidade de Campinas. A minha expectativa não só se confirmou, como foi superada, em todos os itens. O estabelecimento é agradável e extremamente confortável (imagem de sua fachada acima emprestada do site www.clubgastonomia.com.br), com um serviço competente e atento (o que tem sido raro na generalidade dos casos) e pratos com produtos de primeiríssima linha, preparados com esmero e qualidade. O carro chefe é o bacalhau mesmo, em inúmeras versões, como se vê em Portugal. Na imagem abaixo o bacalhau assado no próprio molho de alho, salsinha e limão (foto vejasp.abril.com.br). Destaque também para a versão do pescado confitado em azeite assado com batata, cebola, tomate e alho, ao preço de R$59,00, em prato individual. Várias entradas interessantes, incluindo o indefectível bolinho de bacalhau, sempre uma delícia. Mas para quem prefere frutos do mar há uma infinidade de opções, incluindo uma saborosa salada de polvo. O lombo de bacalhau assado coberto por cebola caramelizada e queijo português Serra da Estrela derretido é outra dica interessante. O prato é servido com arroz cremoso de brócolis e alho frito e custa R$69,00. A carta de vinhos oferece mais de 200 rótulos, com destaque para os vinhos portugueses produzidos na região do Alentejo . O restaurante funciona de 2ª a sábado, para almoço e jantar,  das 11 ,30 às 15,00 horas.  De 2ª. a 5ª. feira, jantar das 19,00 à meia-noite. Ás sextas  e sábados, jantar até a 1,00 hora, e,  no domingo, apenas almoço até 16,00 horas. O site www.emporiumdobacalhau.com.br pode ser acessado mas está sendo ainda elaborado e tem poucas informações.
 
 
Se você é amante de frutos do mar e de bacalhau. Se gosta da gastronomia portuguesa em geral. Se quer ir a um lugar gostoso e aconchegante seja para reunir amigos, seja para tratar de negócios ou para namorar simplesmente, não deixe de ir. Imperdível.

 

Até amanhã.

 

P.S. (1) Eventualmente a casa apresenta a chamada “Noite do Fado”, em que os clientes podem comer e beber vendo e ouvindo a  clássica música portuguesa, imortalizada pela diva Amália Rodrigues

 

P.S. (2) Emporio Santa Terezinha, no Shopping D. Pedro, Pão de Açúcar – Cambuí, são estabelecimentos em que se pode encontrar ofertas de bacalhau de boa qualidade aqui em Campinas. Outra opção, para quem vai a São Paulo sempre, é adquirir o produto no velho Mercadão, próximo da 25 de Março.

 

P.S. (3) Além do tradicional bolinho de bacalhau, o Emporium do Bacalhau também oferece, como entrada, o pastel de bacalhau.

 

 

 

 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

TEATRO DE COMÉDIA - TOC TOC

Boa noite amigos.
Na minha mocidade, lembro-me de uma bela música de autoria dos irmãos Flávio e Celso Cavalcante, que falava sobre Manias. “Dentre as manias que eu tenho/ uma é gostar de você. Mania é coisa que a gente tem/ mas não sabe porque/ Mania de querer bem/Às vezes de falar mal/ Mania de só deitar/depois de ler o jornal”. E vai por aí afora. Pois bem, está em cartaz no teatro Amil do Shopping Dom Pedro aqui em Campinas a comédia dirigida pelo talentoso diretor Alexandre Reinecke, e que já foi vista por mais de 300.000 pessoas desde a sua estréia em 2.008, chamada TOC TOC. Escrita pelo consagrado escritor francês Lauren Baffie, e exibida com absoluto sucesso no Palis Royal em Paris,  a tradução brasileira é de Clara Carvalho.  O TOC é de transtorno obsessivo compulsivo, mal  que acomete grande parte da população mundial e se caracteriza por determinadas e exacerbadas manias.  A peça se passa na ante-sala de um psiquiatra, reunindo pacientes que apresentam várias compulsões, e ali interagem, decidindo, pela suposta demora do profissional no atendimento, a realizar uma terapia em grupo.  No elenco, Ariel Moshe, Andréa Mattar, Didio Perini, Gustavo Vaz, Carolina Parra, Maria Helena  Chira e Sandra Pera, irmã de Marília Pera (é impressionante como ambas se parecem). O texto é engraçadíssimo, os atores ótimos, e o resultado é de uma comédia leve e de categoria, uma das melhores dos últimos tempos, na opinião também da crítica especializada que, no caso, se harmoniza com a opinião do  público que tem respondido, com entusiasmo, ao chamamento, para o espetáculo. Temática  boa para teatro, promete ter a mesma vida longa de comédias consagradas como Bonifácio Bilhões, Trair e Coçar é Só Começar e Os Mistérios de Irma Vap,só para citar algumas de vida longeva e múltiplas encenações.  A peça estará na cidade por mais duas semanas, às sextas-feiras e sábados, às 21,00 horas e aos domingos, às 19,00 horas. Não deixe de ver.
Até amanhã amigos.
P.S. (1) Flávio Cavalcante era jornalista e compositor e tinha, nos anos 70, um programa chamado "Um Instante Maestro". Reunindo um júri com críticos consagrados da música popular brasileira apresentava os lançamentos musicais de sucesso e os criticava, fossem quais fossem os compositores, elogiando-os ou "descendo o pau", conforme o caso. Se considerasse ruim  a obra,  quebrava o disco, no ar;
P.S. (2) A compulsão é um comportamento consciente e repetitivo como o ato de lavar as mãos ou tomar banho repetidamente, conferir reiteradamente se esqueceu algo como uma torneira aberta, o gás de cozinha aberto, ou portas sem trancar. Para que esses comportamentos sejam considerados compulsivos, é necessário, porém, que ocorram com uma frequência muito grande, bem acima do necessário diante de qualquer padrão de avaliação.
 

domingo, 21 de outubro de 2012

CINEMA/DVD - PRIMEIRO DA CLASSE

Boa noite amigos,
Com direção de Peter Werner (Como Estrelas na Terra – Toda Criança é Especial), assisti ontem à noite ao filme norte-americano,  Front of the Class (2.008), traduzido no Brasil para Primeiro da Classe. Trata-se de um drama,  com roteiro adaptado do livro biográfico de Brad Cohen e Lisa Wysocky, que  conta a história de Cohen ( James ou Jimmy Wolk),  que desde os seis (6) anos de idade é acometido da chamada Síndrome de Tourette, também conhecida por SGT ou ST e que consiste numa desordem neurológica ou neuroquímica que provoca no portador espasmos, tiques e vocalizações que se repetem, não podem ser evitadas, e mudam de intensidade. Por causa dos ruídos provocados pela síndrome, Cohen sofre restrições de freqüência a certos locais públicos como cinemas, cultos etc. e grande preconceito por aqueles que ignoram a patologia, acreditando que os ruídos são propositais e impertinentes.  Apoiado pela mãe e pelo irmão mais novo, e só posteriormente pelo pai, com quem tem problemas justamente por causa da ignorância e vergonha dele relativamente à  síndrome, Cohen  cursa Educação e,  com o diploma em  licenciatura,  sonha em lecionar para crianças. Baseado em história real o roteiro e a direção conseguem dar um tratamento delicado e terno ao drama, contrastando a dificuldade de aceitação de  Cohen, pela mesma sociedade que mantém  um discurso que apregoa a inclusão social dos deficientes de qualquer espécie. Por outro lado, a biografia é uma lição de vida e de perseverança do portador,   para quem nenhuma dificuldade deve servir para afastar o sonho. Não está mais no circuito comercial, mas pode ser encontrado em vídeos-locadoras no formato de DVD ou Blu-Ray.  Para toda a família e todas as idades. Não deixe de ver.
Até amanhã.
P.S. (1) A Síndrome de Tourette acomete preponderantemente as pessoas do sexo masculino e não existe atualmente cura para a desordem que ela provoca;
P.S. (2) A imagem da coluna de hoje foi emprestada do blogcomentafilmes.blogspot.com e mostra o ator Jimmy Wolk e o verdadeiro Brad Cohen, lado a lado, da esquerda para a direita.
P.S. (3) James ou Jimmy Wolk integra o Conselho de Administração da Fundação Cohen, instituída para apoio aos portadores da Síndrome de Tourette.
 
 

sábado, 20 de outubro de 2012

AVENIDA BRASIL - FIM DE NOVELA

Boa noite amigos,

O Brasil parou para ver o capítulo final da novela Avenida Brasil (TV Globo, 21,00 horas). A trama de João Emanuel Carneiro repetiu o estrondoso sucesso de sua primeira novela, A Favorita, que a mesma emissora exibiu em 2.008/2.009. O Ibope registrou, durante a exibição do capítulo, a média absoluta de 50,9, e de 72%, considerando o número de aparelhos ligados no horário, a maior audiência da Globo no ano, superando a final da Taça Libertadores entre Corinthians e Boca Juniors. Vários aspectos explicam esse sucesso fenomenal. Um deles foi a ousadia do autor experimentando  um roteiro diferente do habitual consagrado, ou seja, sem mistérios para o espectador, mas apenas para os outros personagens. Ao espectador apenas a expectativa de "se" e "quando" as vítimas vão descobrir quais são os bandidos reais.  Assim foi com o simpático Tufão (Murílio Benício), um craque de futebol aposentado que, apesar de ter ficado rico, preferiu construir uma mansão no  hipotético bairro do Divino, na zona norte do Rio de Janeiro e ali trazer para morar e  sustentar,  toda a família.  Essa foi a tônica da telenovela que o autor, no entanto, abandonou nos últimos capítulos, quando resolveu criar um bobo mistério a respeito de quem seria o autor da morte de Max (Marcello Novaes).  O outro ingrediente foi eleger, como cenário principal da trama, a vida que se leva nos subúrbios da Cidade Maravilhosa, onde não existe praia, nem arranha-céus, mas botecos e lojas, entremeados às casas e onde as pessoas se conhecem, se solidarizam, fazem fofoca, freqüentam o único e mesmo clube e falam alto, jogam sinuca e tomam cerveja. A família de Tufão, graças ao perfil traçado pelo autor e o talento dos atores que viveram os personagens, conquistou o público e a crítica. Gente comum, que tem dificuldades de lidar com talheres, pratos elegantes em que se misturam sabores doces e salgados, fala alto e ao mesmo tempo, que chora, que brinca, joga baralho, etc. O elenco não podia ser melhor, desde a equipe infantil até os mais velhos e experimentados atores, como Juca de Oliveira (Santiago), Vera Holtz (mãe Lucinda), Leleco (Marcos Caruso) e Muricy (Eliane Giardini). Os papéis mais marcantes, porém, em razão da força de seus personagens, foram os das atrizes Débora Falabella, que viveu Nina ou Rita, uma jovem com deliberado desejo de vingança de sua madrasta Carminha, e  Adriana Estevez, exatamente a madrasta má e traiçoeira, Carminha. O desempenho extraordinário de Adriana foi um dos pontos altos da novela. Eu próprio, confesso que nunca considerei Adriana uma atriz de primeira linha para dramas ou tragédias. Tiro o chapéu, no entanto,  para o seu irreparável trabalho nessa novela, seguramente, o  mais importante personagem de sua vida artística na televisão. Para compensar a dramaticidade dos fatos envolvendo a simpática família de Tufão, o autor criou dois outros núcleos. Num deles, o empresário Cadinho (Alexandre Borges) é um polígamo, que vive com três mulheres, Alexia (Carolina Ferraz), Verônica (Débora Block) e Noêmia  (Camila Morgado) sem que uma saiba da existência da outra, até certo ponto da novela,  mas o malandro termina casando-se com as três. – Eu vos declaro marido e mulheres, sentencia o celebrante, em tom jocoso. No outro, uma jovem bela e desfrutável,  Suelen, (Isis Valverde), se casa com um jogador de futebol de um clube da segunda divisão, cuja preferência sexual por mulheres é duvidosa, mas acaba propondo e vivendo no centro de  um triângulo amoroso consensual, com o ex-marido, Roni  (Daniel Rocha Azevedo) e  seu amigo, Leandro (Thiago Martins). O ritmo imprimido à trama também foi importante para explicar o sucesso. Nada de capítulos longos, sem emoção para o espectador. Ao contrário, os acontecimentos inusitados e as soluções encontradas figuravam como rotina nos capítulos medianos, para prender o espectador. Tudo perfeito e a gosto do público. O ator Murilo Benício foi foco de  uma campanha no facebook chamada “Abre o olho Tufão”, para alertar o marido sobre as traições e falcatruas de sua mulher Carminha.
Nós nos acostumamos a ver toda essa gente, todas as noites, em casa. Agora a novela acabou. Mas o público vai sentir saudades de Tufão e Cia.






Até amanhã.

P.S. (1) O autor resolveu humanizar a personagem Carminha no último capítulo. Ela evita o assassinato de sua rival Nina e de seu ex-marido, Tufão, salvando, assim, a vida deles. Emanuel explicou que muitas vezes sentiu raiva de Nina executando trechos de sua vingança e em outras ocasiões chegou a simpatizar-se com a megera Carminha, quando esta soltava alguma afirmação mais espirituosa.

P.S. (2)  As imagens da coluna de hoje foram emprestadas, respectivamente: de Adriana Estevez (Carminha) do site pekdek.com; de Marcos Caruso (Leleco) de mdemulher.abril.com.br; de Eliane Giardini (Muricy) de listas.terra.com.br e de Alexandre Borges (Cadinho) do site tv.globo.com.