Boa noite amigos,
A medida adotada pelo
Presidente Barack Obama, de permitir vistos de trabalho a jovens latinos que
imigraram de forma ilegal, quando crianças, é, sem dúvida, eleitoreira, tendo em vista a
proximidade das eleições americanas e a sua candidatura à recondução. O
mandatário americano quer atrair para si a simpatia e, por via de consequência,
os votos dos hispânicos, em grande número especialmente em certos estados como
o Novo México e a Flórida. Apesar desse
caráter, não resta dúvida que a providência é extremamente humana e regulariza
a dramática situação de cerca de 800 mil imigrantes, que não podem trabalhar de
forma regular naquele país. Obama assegura que esse política de abertura é
temporária, não corresponde a “uma
anistia” e que, portanto, “não é um passo para a cidadania nem para a
residência permanente”. Mas considerou “injusta” a deportação daqueles que, vivendo
nos Estados Unidos desde a infância, tenham que voltar para “um país que não
conhecem, com uma língua que não falam”. Lá como aqui o objetivo de acesso ao
poder, ou sua manutenção, por parte de políticos, tem historicamente, corrigido
algumas injustiças sociais. Não importa que seja por essa estúpida razão.
Importa o resultado de políticas públicas que, com ou sem hipocrisia, com ou
sem comprometimento efetivo, acabem por acertar a vida dos cidadãos num prisma
de efetiva justiça e paz social. Sempre narro aos meus alunos da Faculdade de
Direito que o primeiro passo para o reconhecimento dos filhos ilegítimos no
Brasil, foi dado em plena ditadura do Estado Novo, por meio de um malfadado
Decreto-Lei de 1.942, que foi baixado para permitir que um político de grande prestígio,
desquitado de sua mulher, pudesse reconhecer um filho bastardo, na época
chamado de “adulterino”, porque concebido na vigência do casamento, mas com parceira
que não a mulher do pai. Esse decreto depois, em 1.949, se converteu na Lei n. 883/49,
abrindo a porta para que filhos havidos fora do casamento, pudessem ser
reconhecidos ou pleitear a investigação de paternidade ou maternidade, e seus conseqüentes
direitos de natureza alimentar, social e sucessória. Enfim reformou-se a lei para
beneficiar ou privilegiar certa pessoa, mas o caráter genérico da norma estendeu
os mesmos efeitos a todos aqueles, poderosos, pobres ou miseráveis que se
encontravam na mesma condição, observando, na sua pureza e inteireza, a aplicação do princípio da igualdade.
GABRIELA
Para viver o papel de Maria Machadão, a dona do Bataclan no remake da Novela Gabriela,
que tem início amanhã pela TV Globo, a cantora IVETE
SANGALO, novamente convocada para atriz,
tem se esforçado bastante, sendo obrigada a rever sua vasta pauta de
shows. Por causa de Ivete, uma consagrada cantora, o roteiro adaptado da obra
de Jorge Amado, reservará cenas em
que ela, exercendo o que melhor tem a demonstrar de sua arte, cantará no Bataclan.
Uma versão diferente do livro e da telenovela de 1.975. Mas a Ivete merece a
adaptação. E nós, telespectadores, também, por certo.
JOSÉ
WILKER
José
Wilker é o único ator que participou da versão da novela em 1.975 e que
voltará a representar no remake de 2.012. No original, ainda jovem, Wilker encarnou o personagem Mundinho, um intelectual que chegou a
Ilhéus para fazer política de oposição a
uma situação formada pelos coronéis do cacau e que se apaixonou, e também
provocou a paixão, da bela e rebelde Malvina,
neta do coronel Tonico Bastos.
Agora, Wilker, evidentemente muito mais velho, será o ator que representará o
Coronel Jesuíno, marido da doce Sinhazinha, que terá um caso com o dentista Dr. Osmundo Pimentel, e será assassinada pelo marido. A personagem
Sinhazinha, vivida pela atriz Maria Fernanda, será agora representada
pela atriz Maitê Proença.
FICÇÃO
E REALIDADE
Muito embora a obra de Jorge Amado seja rotulada de um romance
ficcionista, o que efetivamente é, não se discute que o escritor baseou a sua
ficção em situações e personagens da vida real. Fui a Ilhéus há cerca de três
anos e posso confirmar aos leitores, que lá existiu a tal Gabriela, o sírio Nacib, o Bataclan e o Bar Vesúvio. Visitei a casa
onde a jovem que inspirou o romance, do qual é a protagonista teria morado. Comi e bebi
no Vesúvio, um bar que pertenceu a um sírio, que teria inspirado o Nacib.
Também me mostraram um prédio onde supostamente teria funcionado uma casa de
prostituição,o Bataclan. É a ficção que
toma por base e fundamento personagens e fatos da vida real, transformados pela
competência e criativadade do escritor.
Até amanhã.
P.S. (1) A imagem que
ilustra a coluna foi emprestada do site ultimosegundo.ig.com.br
e mostra criança hispânica nascida nos Estados Unidos.
P.S. (2) Segundo
reportagem publicada em 17 de maio de 2.012, no jornal THE NEW YORK TIMES, o Censo de 2.010, pela primeira vez na história
dos Estados Unidos da América, apontou que o nascimento de brancos, em 12
meses, não foi a maioria naquele país. Foram 49,6% de brancos não hispânicos,
contra 50,4% das minorias (negros, hispânicos, asiáticos e mestiços). Isso
teria, segundo especialistas, decorrido do aumento da imigração nas três
últimas décadas. Fato é que os EEUU, em
alguns anos, até que isso tenha repercussão, vai ser
um país de multiplicidade cultural e étnica, tendo que rever seus valores e
conceitos, inclusive políticas sociais e os planos econômicos.
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