sexta-feira, 15 de junho de 2012

GABRIELA CRAVO E CANELA - JORGE AMADO E O REMAKE DA GLOBO



Boa noite amigos,
Neste ano de 2.012, completa-se o centenário de nascimento de um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos: O baiano Jorge Amado que foi cantado em prosa e verso e considerado o mais importante escritor tupiniquim  na categoria romance ficcional. Amado nasceu em Itabuna em 10 de agosto de 1.912 e morreu em Salvador no dia 06 de agosto de 2.001. É, sem dúvida, o autor que mais teve obras adaptadas para o cinema, o teatro e a televisão e foi até enredo de escola de samba no Rio de Janeiro. Escreveu  romances,crônicas e poesias,  que foram traduzidos para 49 idiomas e vendidos em 55 países, com exemplares até em braile. Viveu exclusivamente de direitos autorais e, em matéria de literatura brasileira,  só foi superado, em vendas, em todo o mundo, por Paulo Coelho. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1.961, ocupando a cadeira n. 23, cujo patrono era o escritor José de Alencar. Nem por isso poupou a Academia, cujo formalismo e costumes satirizou no romance “Farda Fardão, Camisola de Dormir”. Tornou-se comunista e entrou para a política tendo sido eleito deputado federal pelo PCB (Partido Comunista Brasileiro). Viveu fora do país,  desde 1.941,  na Argentina, no Uruguai, em Paris e em Praga, até 1.952 quando retornou ao Brasil e não mais deixou a sua querida Bahia.  Nos seus romances abordava temas brasileiros, como o folclore, as injustiças sociais, a política, as crenças e tradições e especialmente a sensualidade de nossas mulheres. Recebeu prêmios importantes em vários países do mundo, como Portugal, Espanha, França, Rússia, destacando-se o Prêmio Camões de Literatura.
GABRIELA CRAVO E CANELA
Em 1.975, o seu romance GABRIELA CRAVO E CANELA (1.958), foi adaptado para a televisão. A TV Globo transformou-o em novela cujo título foi simplificado para GABRIELA apenas. Assim como o livro, foi um grande sucesso na época. O roteiro adaptado ficou por conta de Walter George Durst.  A ótima trilha sonora, começava com Gal Costa, cantando a música Modinha Para Gabriela, de outro baiano, Dorival Caymi, feita especialmente para o folhetim:/Quando eu vim pra esse mundo/ Eu não atinava em nada/Hoje eu sou Gabriela/Gabriela êe, meu Camarada/. E lá vinha o estribilho: /Eu nasci assim/Eu cresci assim/Eu sou mesmo assim/Vou ser sempre assim. E o agudo final: Gabrieeela. Pois bem, surgiam na ocasião jovens atores que se tornariam grandes profissionais, dentre os quais, Sonia Braga, a protagonista Gabriela,  sensualíssima, com a seu corpo moreno  explorado em cenas picantes e que prendiam o espectador. As jovens Elisabeth Savala e Nívea Maria, vivendo duas amigas inconformadas com os costumes e as tradições de Ilhéus, na época dos coronéis do cacau. Os também jovens Fúlvio Stefanini (magrinho, magrinho),  José Wilker e Marco Nanini, aliados aos já consagrados atores mais experientes como Paulo Gracindo, Armando Bogus, Angela Leal, Luísa Mafalda e a inesquecível Dina Sfat.
O ANUNCIADO REMAKE
Segunda feira próxima começa o remake daquela que foi uma das telenovelas mais importantes, bem feitas e de sucesso da televisão brasileira, derivada também de um dos melhores e dos mais populares livros de Jorge Amado. A expectativa, portanto, é grande, notadamente porque conhecemos a capacidade da TV Globo de realizar grandes produções, agora com tecnologia ainda mais moderna e ousada. É também ocasião para esta geração de jovens  ter contato mais direto com a obra de Jorge Amado, no ano de seu centenário, circunstância que como educador e cultor das artes, considero especialíssima. Para quem não leu, sugiro que também aproveite para ler a obra GABRIELA CRAVO E CANELA, um dos livros mais incluídos no rol daqueles cuja leitura é exigida para a prova de Literatura Brasileira, nos múltiplos  vestibulares das Universidades do país.
O ROTEIRO
Gabriela, Cravo e Canela é um romance que se passa em Ilhéus, na Bahia, uma terra na ocasião dominada por grandes fazendeiros e coronéis que controlavam toda a política e o poder. Casamentos arranjados, filhos dominados, impunidade e injustiça social eram temas freqüentes, assim como o poder e o sexo. Gabriela  uma jovem belíssima e ingênua, pobre e simples, surge na cidade atraindo a atenção de todos os machos do lugar. Arruma um emprego no bar Vesúvio, de propriedade do sírio Nacib, que por ela se apaixona e tenta dominá-la na sua espontânea maneira de ser como mulher e fêmea. A vida desse par romântico e de outros personagens que perifericamente desenvolvem seus tramas, constitui a essência da obra que, calcada embora em raízes nacionais, trata de questões universais como a relação do ser humano com a política, o poder, o ciúme, o sexo, a vingança etc.
OS ATORES DO ORIGINAL E DO REMAKE
Aqui seguem os principais personagens da trama com os artistas que os encarnaram na versão de 1.975  e os que participarão agora do remake:
GABRIELA (Sônia Braga)  -JULIANA PAES
NACIB (Armando Bogus) -  HUMBERTO MARTINS
CEL.RAMIRO BASTOS (Paulo Gracindo)- ANTONIO FAGUNDES
MUNDINHO FALCÃO (José Wilker) – MATEUS SOLANO
TONICO BASTOS (Fúlvio Stefanini) – MARCELO SERRADO
OLGA (Angela Leal) – FABIANA KARLA
MALVINA (Elisabeth Savala) – VANESSA GIÁCOMO
GERUSA (Nívea Maria) – LUZIA VALDERATO
JOSUÉ (Marco Nanini) –  ANDERSON DI RIZZI
CEL. JESUÍNO (Francisco  Dantas) – JOSÉ WILKER
SINHAZINHA (Maria Fernanda) – MAITÊ PROENÇA
OSMINDO PIMENTEL (João Paulo Adour)- ERICK MARMO
CEL. COROLIANO (Rafael de Carvalho) – ARY FONTOURA
MARIA MACHADÃO (Eloísa Mafalda) – IVETE SANGALO
ZAROLHA (Dina Sfat) – LEONA CAVALLI.
Voltaremos ao assunto nos próximos dias falando de peculiaridades da novela e seu remake, bem assim e toda a obra deixada pelo baiano  Jorge Amado.
Até amanhã, amigos.

P.S.(1) A imagem que ilustra a coluna é da atriz Sonia Braga, que interpretou Gabriela na versão de 1.975 e foi emprestada do site veja.abril.com.br

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