sábado, 18 de agosto de 2012

SÁBADO É DIA DE FEIRA. E DE PASTEL

Boa noite  amigos,
Sábado é dia de feira aqui no Cambuí, em Campinas. E feira é dia de encontro com os vizinhos, amigos e desconhecidos. Um palco para troca de experiências, especialmente as gastronômicas. Aprender com os mais velhos e os mais novos. Com o Luís da banca de batata sobre os tipos adequados para assar, fazer nhoque e outras maravilhas, ouvindo histórias de sua sogra canadense.   Com a japonesa da banca de verduras e legumes. Com o Marcelo e toda a sua família na banca de frutas. Feira é lugar de encontro. De confraternização. Agora, perto das eleições, é um centro disputado por políticos candidatos, que ali enxergam – e com razão – um espaço importante para os sorrisos e tapinhas nas costas de seus eleitores potenciais. Um amigo aqui, que apresenta outro amigo, uma conversa ali com o feirante, e se não houver lucro, certamente não haverá prejuízo. Feira é muito mais que isso. É um lugar de  visuais, cores, cheiros e sabores. Da criançada de todas as idades que por ali caminham com os pais, tios, avós, observando, bulindo aqui e acolá, pedindo coisas. De cachorros, muitos cachorros, pois não sei se eles manifestam a preferência por esse tipo de passeio. Mas seus donos, com certeza, gostam de transitar com eles, de exibi-los imponentes ou minúsculos, pelados ou  vestidos, às vezes de fitinha e os "cambaus". Feira é lugar de falar mal do Presidente, do Governador, do Prefeito. Reclamar do asfalto esburacado, da inflação, da perda do poder aquisitivo do salário, do pênalti perdido pelo centroavante de seu time na noite anterior (isso se o seu time for da série B, porque os da série A não jogam de sexta-feira).  Feira também é espaço  para verificar quais foram os últimos lançamentos de filmes em DVDs. piratas, que sempre são oferecidos aos consumidores, antes dos autênticos, o que para alguns, serve para justificar a quebra da ética, ao estimular, colaborar e ser cúmplice da pirataria. Outros, ainda, garantem que não compram de jeito nenhum, mas que assistem o filme na casa do filho, da cunhada, do amigo e, por óbvio, não costumam indagar a respeito da  origem (nem fica bem). Feira é lugar de alegria e de hipocrisia. De reparar no jeito e nas peças de seus freqüentadores mais exóticos. De reencontrar aquele amigo que nunca mais foi ao estádio de futebol, porque virou “avô” e é muito requisitado pela família e tem que dormir cedo, ou daquel’outro que se convenceu que o seu time de coração é pequeno e só ganha (e olhe lá) quando está na 2ª. divisão. Feira é lugar de democracia, onde se juntam todas as raças, todas as tribos, gente de todas as idades e condição social. Feira é lugar de Brasil, da moça da pamonha com queijo, dos doces mineiros e, especialmente, dos pastéis. Pastéis brasileiros, aqueles de massinha fina, com recheio de pizza (queijo e presunto), de queijo, de carne, de palmito.  Os imperdíveis pastéis fritos na hora, naquela tina enorme de óleo quente, servido quase que instantaneamente ao pedido. Os pastéis da Lúcia, a japonesa dona da banca, e da Lena, uma das mais antigas funcionárias. Que funcionam. Recebem os pedidos, separam os pastéis,  servem os guaranás e as coca-colas, segundo a vontade do fregues, somam, recebem, fazem o troco,  servem tanto ali na hora, quanto para viagem. Um exemplo raro de uma eficiente administração do “caos”. Um gostoso “caos”. Feira do Cambuí é imperdível. Para se ir muito, provar um pouco de tudo, reclamar, sorrir,  e curtir  antes de morrer.
Até amanhã.
 P.S. (1) A imagem dos pastéis de feira do Cambuí foram emprestadas do blog sabordafer.blogspot.com.;
P.S. (2) Em São Paulo já existe concurso do melhor pastel, promovido pela Prefeitura e com incentivo do Prefeito Kassab.  Os quesitos  a serem observados pelo júri  são os seguintes: qualidade: a) da  massa, b)  do sabor, c) do recheio e d)  da fritura;

P.S. (3) A Feira do Cambuí acontece todos os sábados na Rua Maria Monteiro, entre os quarteirões das ruas Carlos Kaysel e Coronel Silva Telles.

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