segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

CINEMA - O OSCAR DE 2.013.


Bom dia amigos,


Oscar I:  A festa do Oscar 2013 aconteceu ontem em Los Angeles, sem muitas novidades. Os favoritos foram confirmados e, de maneira geral, não se pode dizer que a premiação foi injusta. Claro que injustiça e parcialidade da Academia sempre acontece, mas especialmente  por ocasião das indicações, pois alguns filmes excepcionais acabam ficando de fora, como foi o caso do bom drama francês, Intocáveis.  Não se pode esquecer que o Oscar é uma premiação feita para premiar os filmes e os profissionais americanos, conquanto não se discuta o merecimento das obras e dos atores, diretores e técnicos responsáveis pela maior indústria cinematográfica do mundo. Mas há cinemas fantásticos sendo feitos fora dos estúdios de Los Angeles (no Irã, na Espanha, na Alemanha, na Argentina e até recentemente no Brasil) para dar alguns exemplos que estariam e estão a merecer maior atenção.


Oscar II: O ator inglês, Daniel Day-Lewis era favoritíssimo e venceu, abiscoitando a cobiçada   estatueta de melhor ator pela cinebiografia,  Lincol.  Realmente a atuação de Lewis como o ex-Presidente foi competente e marcante. Trata-se do terceiro Oscar do ator, que já venceu, em 1990, com My Left Foot (Meu Pé Esquerdo), e em 2.008, com Sangue Negro (There Will Be Blood);


Oscar III: A relação completa é a seguinte: Melhor Filme –Argo;   Melhor Ator: Daniel Day-Lewis (Linconl); Melhor Ator Coadjuvante: Christoph Waltz (Django Livre); Melhor Atriz Coadjuvante: Anne Hathaway (Os Miseráveis); Melhor Atriz: Jennifer Lawrence (O Lado Bom da Vida); Melhor Diretor: Ang Lee (As Aventuras de Pi); Melhor Animação: Valente; Melhor Curta-Metragem de Animação: Paperman; Melhor Curta-metragem de Ficção: Curfew; Melhor Roteiro Original: Django Livre (Quentin Tarantino); Melhor Roteiro Adaptado: Argo (Chris Terrio), Melhor Trilha Sonora Original: As Aventuras de Pi (Mychael Danna); Melhor Canção Original: Skyfall (Adele Adkins e Paul Epworth); Melhor Maquiagem e Cabelo: Os Miseráveis (Lisa Westcott e Julie Dartnell); Melhor Design de Produção: Lincoln; Melhor Fotografia: As Aventuras de Pi (Cláudio Miranda); Melhor Efeito Visual: As Aventuras de Pi; Melhor Figurino: Anna Karenina (Jacqueline Durran),  Melhor Documentário (longa-metragem): Procurando Sugar Man; Melhor Documentário (curta-metragem): Inocente; Melhor Edição: Argo (William Goldenberg);  Melhor Filme em Língua Estrangeira: Amor (Áustria); Melhor Edição de Som: 007 – Operação Skyfall e a Hora mais Escura); Melhor Mixagem de Som: Os Miseráveis;


Oscar IV: É indiscutível o meritório trabalho de atriz Jennifer Laurence em O Lado Bom da Vida. Apesar de muito jovem (apenas 22 anos), a atriz demonstra um incrível maturidade profissional e um enorme carisma. No entanto, o prêmio deveria ser dado para a francesa,  Emmanuele Riva, de 86 anos, que em Amor, atuou de forma soberba, até porque Jennifer é muito jovem e a tendência é que cresça como atriz, sendo razoável imaginar que disputará outras estatuetas ao longo da carreira. O mesmo se diga em relação à menina Quvenzhané Wallis, de apenas 8 anos, indicada pelo seu desempenho em Indomável Sonhadora.



Oscar V: O longa austríaco “Amor”, narra o romance entre dois músicos octogenários, sem qualquer concessão à ficção, trazendo à tona todas as dificuldades e os encantos da velhice. O filme venceu o conceituado Festival de Cannes, onde recebeu a Palma de Ouro e praticamente todos os prêmios para filme,  ator e atriz, na Europa e nos Estados Unidos, entre 2.012 e 2.013;



Oscar VI: As imagens da coluna de hoje são das atrizes, Jennifer Laurence e Emannuelle Riva, emprestadas, respectivamente,  do site www.tumblr.com e do blogdeklau.blogspot.com;



Até amanhã, amigos.
























quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

UMA ATRIZ - FABIANA KARLA, UMA POETISA - CORA CORALINA


Boa noite amigos,
 
MULHER N. 1:  Ela é uma atriz, uma comediante, um ser humano extraordinário, alegre e espontâneo. Nem o fato de ter vindo do discriminado Nordeste, nem a circunstância de mostrar um corpo obeso, fora dos padrões estéticos das atrizes e modelos, impediram essa mulher de ir atrás de seus sonhos. FABIANA KARLA (na imagem acima emprestada do site entretimento.r7.com), está em Campinas, com o espetáculo teatral “A Vida em Rosa”, no Teatro Amil e contou a sua história em entrevista ao jornal Correio Popular. Aos 14 anos ganhou o primeiro prêmio com a personagem Lucicreide, um sucesso em Recife. Aos 23 anos, casada e com três filhos, foi para o Rio de Janeiro tentar a vida artística. Ficou esperando na porta do Projac o diretor Maurício Sherman, do “Zorra Total” e, quando ele chegou pediu cinco minutos de atenção: “O senhor sabe o que é vir do Nordeste com a mala cheia de sonhos? Ganhou oportunidade na comédia global sabatina, do qual faz parte do elenco fixo,representando diversos personagens de sucesso (Lucicreide; Gislaine; a doutora Lorca e a Presidenta Dilma), todos com sucesso,   fez cinema (A Máquina; Trair e Coçar é Só Começar;  e O Palhaço, já exibidos,  e Casa da Mãe Joana 2 e O Corpo Fechado, ambos ainda a estrear), duas novelas (a empregada de Suzana Vieira na novela Mulheres Apaixonadas, de Manuel Carlos, e a Olga Bastos, no remake de Gabriela) e teatro. É dessa grande  mulher a seguinte afirmação, extremamente inspiradora. Vejam que beleza de conselho de vida: “COMO UM ATLETA MALHA OS MÚSCULOS, MALHO MEUS SENTIMENTOS, SOU INTENSA NO QUE FAÇO PORQUE EXERCITO ESSES SENTIMENTOS TODOS OS DIAS”
 
MULHER 2: Ela nasceu no distante ano de 1.889, na pequena cidade de Goiás, interior do Centro-Oeste do Brasil. Embora oriunda de família nobre (seu pai era Desembargador), apenas cursou as quatro primeiras séries do grupo escolar (primeiro grau, atualmente). Vivendo e curtindo as coisas da vida rural, foi doceira de primeira classe e escritora desde a adolescência. Nada obstante, só publicou o seu primeiro livro (POEMAS DOS BECOS DE GOIÁS E ESTÓRIAS MAIS),  em junho de 1.965, quando contava 76 anos de idade. Nascida Ana Lins dos Guimarães Peixoto Brito, quando completou 50 anos, afirma ter perdido o medo que sentia e adotou o nome que escolhera e  com o qual pretendia ser conhecida e chamada: CORA CORALINA (segunda imagem emprestada do blog apoesiadobrasil.blogspot.com.). É considerada uma das mais importantes  escritoras e contistas brasileiras. Morreu na cidade de Goiânia, em abril de 1.985, aos 96 anos de idade. Segue um de seus poemas, que bem demonstra o seu grau de talento e sensibilidade. Beleza Pura, gente!
“NÃO SEI SE A VIDA É CURTA OU LONGA PARA NÓS, MAS SEI QUE NADA DO QUE VIVEMOS TEM SENTIDO, SE NÃO TOCARMOS O CORAÇÃO DAS PESSOAS. MUITAS VEZES BASTA SER COLO QUE ACOLHE, BRAÇO QUE ENVOLVE, PALAVRA QUE CONFORTA, SILÊNCIO QUE RESPEITA, ALEGRIA QUE CONTAGIA, LÁGRIMA QUE CORRE, OLHAR QUE ACARICIA, DESEJO QUE SACIA, AMOR QUE PROMOVE.
E ISSO NÃO É COISA DO OUTRO MUNDO. É O QUE DÁ SENTIDO À VIDA. É O QUE FAZ COM QUE ELA NÃO SEJA NEM CURTA, NEM LONGA DEMAIS, MAS QUE SEJA INTENSA, VERDADEIRA, PURA ENQUANTO DURAR.
FELIZ AQUELE QUE TRANSFERE O QUE SABE E APRENDE O QUE ENSINA.”
 
Até amanhã amigos.



FUTEBOL - LIGA DOS CAMPEÕES NA EUROPA E LIBERTADORES NA AMÉRICA.


Boa noite amigos,
 

Não deixa de ser surpreendente a vitória do Milan sobre o badalado Barcelona, pelo placar de 2 a 0, hoje, no San Siro, em Milão, pela oitavas-de-finais da Liga dos Campeões da Europa. Há quem aposte que o time catalão não tira a diferença no jogo de volta, em Camp Nou, no dia 12 de março. Quem vê o resultado imagina que o Milan foi muito superior ao adversário espanhol, mas isso absolutamente não corresponde ao que aconteceu no espetáculo. A equipe italiana, reconhecendo a superioridade técnica do adversário, jogou como time pequeno. O técnico Allegri armou o time numa retranca, com 10 jogadores atuando no seu próprio campo,  e com marcação especial sobre Leonel Messi, que, desta vez, não conseguiu sair do nó tático muito bem executado pelos jogadores do Milan e nada realizou de efetivo, assim como seus companheiros de criação,  os talentosos Xavi e Iniesta. Foram dois contra-ataques fulminantes que resultaram exatamente nos dois gols da partida (de Prince Boateng, aos 12 minutos e de Muntari, aos 35, ambos no segundo tempo). A surpresa não foi apenas pela vitória do Milan, mas pela diferença de dois gols. , Para se ter uma ideia, a última vez  que o Barça perdeu por dois gols de diferença foi em 11 de setembro de 2.010, há quase um ano e meio, e foi para a equipe do Hércules, pelo Campeonato Espanhol. O futebol continua sendo uma caixa de surpresas e, por isso mesmo, apaixonante.  É o único esporte em que o pior pode vencer o melhor, como diz o meu amigo Cármino, parodiando certamente os cronistas esportivos de antigamente.   

 

 RAPIDINHAS.

º Robinho viu a vitória de seu time  do camarote do Estádio de San Siro. E, claro, com aquele largo sorriso que lhe é característico;

 

º Alguns comentários colhidos dos sites e blogs que comentam o jogo do Barça e Milan,  não podem ser levados a sério. Paixão à parte,  chamar  Leonel Messi de  “enganador” é uma piada. O argentino é um dos maiores jogadores de todos os tempos, sem favor algum.

 

º A Libertadores também “bombou” nesta quarta-feira. Que partidaço fez o Grêmio no Rio de Janeiro contra o Fluminense. Nem parecia que enfrentava o Campeão Brasileiro na casa do adversário. Eficiente na marcação e nos mortais contra-ataques meteu uma goleada sobre o tricolor carioca  (3 a 0), recuperando-se da derrota em casa, na primeira rodada, para o fraco time chileno do Huachipato (1 x 2). Destaque para o veterano  e incansável Zé Roberto, que fez rodar a bola no meio de campo e ataque, para o lateral André Santos (aquele mesmo do Corinthians e da Seleção), eficiente na marcação e no ataque,   e especialmente para Barcos (o melhor em campo)  que deu um passe sensacional para o terceiro gol e outro preciso para Elano que chutou na trave do goleiro Cavalieri.   As boas  contratações que o Gremio fez, sem dúvida, tornaram a equipe ainda mais competitiva e quando a equipe estiver entrosada será séria candidata aos títulos nacionais e da Libertadores, sem dúvida. A torcia gremista presente no Engenhão fez barulho e cantou “olé” no final do jogo. Do outro lado, o jogador Deco, de quem se esperava a criação para as jogadas de ataque do Fluminense foi uma decepção. Um dos piores em campo, vaiado por seus próprios torcedores. E nem Fred, com seu habitual oportunismo, incomodou a meta do goleiro Dida. A rigor o ex-goleiro da Seleção Brasileira não fez uma defesa difícil. O Flu no segundo tempo deu um único chute a gol apenas aos 44 minutos.

 

º Na altitude de Oruro, na Bolívia,  o Timão, atual campeão do torneio e do mundo, vencia a fraca equipe do San Jose (do ilustre torcedor e presidente Evo Morales), pela contagem mínima, mas cedeu o empate, no fim do jogo (1 a 1). O resultado, fora de casa e no ar rarefeito da altitude não é ruim. Mas o Corinthians poderia ter vencido, considerada o abismo técnico entre os times;
 
º As imagens da coluna de hoje são: a) do meio-campista, André Iniesta, do Barcelona, que hoje, como seus companheiros, não foi bem na partida em que sua equipe foi derrotada pelo Milan, pelo placar de 2 a 0 (emprestada do site www.record.xl.pt); b) do atacante Barcos, adquirido pelo Grêmio ao Palmeiras e que foi o grande nome do jogo Grêmio e Fluminense pela Libertadores, partida disputada no Engenhão em que o time gaúcho venceu pelo placar de 3 a 0 (emprestada do site www.esportes.r7.com).
 
Até amanhã amigos.

 

 

 

 

 

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

CAUSO - POSSE SEXUAL MEDIANTE FRAUDE


Boa noite amigos,

 

Hoje transcrevo aqui na coluna um dos meus "causos" que estão no livro "Causas & Causos n. I", da editora Millenium, e que retrata uma situação engraçada vivenciada na minha Turma da Faculdade de Direito, nos idos da década de 70. O fato aconteceu na aula de Direito Penal do saudoso Professor Marino Emilio Falcão Lopes e teve como protagonista o "Brito", um dos nossos colegas mais bem-humorados. Vai lá.

 

"POSSE SEXUAL MEDIANTE FRAUDE"

                                                                                 

                                                    “No escurinho do cinema, chupando drops de anis. Longe de qualquer problema. Perto de um final feliz”

                                                   (Rita Lee).


Anos dourados. Pátio dos Leões. Puc Central. Faculdade de Direito.
 
O Brito, nosso mais bem humorado colega de turma, era também um atrevido gozador.
 
O mestre Marino Emílio Falcão Lopes, recentemente falecido, de grande memória, extraordinário tribuno, competente professor, Promotor de Justiça, depois Magistrado, poeta e escritor, nos brindava com mais uma aula de Direito Penal.
 
Com sua oratória proverbial, exercida em tonalidade grave e harmoniosa, tecia considerações sobre o capítulo referente aos crimes contra a liberdade sexual. 
Depois de discorrer sobre os delitos de estupro, atentado violento ao pudor e sedução, pediu nossa atenção para o que iria dizer. 
_ Meus caros alunos, vou falar agora de um crime, “Posse Sexual Mediante Fraude”,  cuja ocorrência é absolutamente improvável, tanto assim que nos meus mais de trinta anos de Ministério Público, jamais tomei ciência de algum caso concreto. 
Nossa atenção se manteve. Agora, porém,  redobrada. 
E prosseguindo:
_Cita a literatura uma hipótese que é até muito engraçada. Mas é, convenhamos,  meramente acadêmica. Cerebrina mesmo.
E ao concluir as  assertivas,   abriu  um largo e sincero sorriso, como costumeiramente fazia.
-Vejam só. Cogita-se de uma situação na qual a mulher casada, certa noite, depois de se recolher aos seus  aposentos, é surpreendida pela chegada de um homem que ao leito conjugal  se aconchega. Trata-se de um falsário.
_A mulher aguardava para a mesma noite o provável regresso do marido que viajara a serviço.
_Pois bem, esse falsário, passando-se pelo marido da virtuosa senhora, com ela logra manter  relações carnais. Vejam só, que coisa surrealista, engraçada.
 _A mulher nem percebeu que não se tratava do marido!!!
E abre outro sorriso mais largo, no que é acompanhado por grande parte da fanática platéia.
O Brito, no entanto, naquela escaldante tarde de sábado, resolve provocar o culto professor.
O Doutor Marino não gostava nem um pouco de ser contrariado. Muito menos por um aluno neófito, metido a besta e que o fazia por mero escárnio.
Levantando espalhafatosamente o braço direito, o Brito pede licença para perguntar.
-         Pois não, senhor Brito.

_Professor, sabe eu não acho assim que o crime seja tão improvável.
                                          
A afirmação teve o condão de imediatamente desfazer o sorriso estampado na face do mestre. Em seu lugar, surgiram sobrancelhas cerradas e um  ar típico de contrariedade.
 
_ Como? O que o senhor quer dizer.
Silêncio tumular entre os colegas.
O Brito não se fez de rogado:
_ Veja bem, professor. Suponha o senhor que um casal de namorados esteja no cinema, assistindo a um filme francês, desses picantes. 
_ Sei.
_ E aí, agarradinhos, ele toca os seios da moça, beija-a  no pescoço, aproveitando o pouco público presente e o “escurinho” do cinema.
 
Faço uma pausa para esclarecer ao leitor, sobretudo aos mais jovens que não viveram a efervescência dos anos sessenta e a febre do cinema, para dizer que era comum um certo extravasamento da libido, entre namorados, durante a exibição de filmes, quando se lograva burlar a vigilância e a inveja do chamado “lanterninha”.

Quem assistiu ao excelente “Cinema Paradiso” pode constatar esse cenário típico que não era exclusivo do Brasil.
_ E daí?, prossegue o professor Marino.

_ E daí, o rapaz resolve ir ao banheiro.
Todos permaneciam absolutamente absortos com a estória que se desenrolava, na versão do Brito.
_ Aproveitando a ausência do rapaz, outro moço, sentado próximo, querendo tirar vantagem da situação,  aproxima-se, senta-se ao lado da jovem  e passa a tocá-la,  fingindo ser seu namorado que, com uma diarréia repentina, demora no banheiro, além do razoável.
“Marinão, como a gente respeitosa e carinhosamente o chamávamos, ficou, na linguagem também da época, “uma onça”.
Não era para menos.
Que estória absurda! Que sarro!
Mas engolindo a  ira, provocou:
_ Olhe, o senhor não pode estar falando sério. Como é que a moça não vai notar que não se trata do namorado. Ora bolas, isso é gozação.
_ Mas está escuro, doutor.
_ Está escuro, mas e a luz do filme, rapaz, o senhor só pode estar brincando, não é mesmo?
 Numa cartada decisiva, porém, o Brito arriscou:
 _ Mas professor, e se a moça fosse  cega.
 Marinão olhou séria e fixamente para o Brito. Fez uma pausa.  
O silêncio continuou tumular, pois todos esperavam o momento em que, sem paciência, o professor fosse dar um daqueles antológicos esculachos no Brito, até mesmo o expulsando da sala.

O Professor Marino, no entanto, agora de forma incisiva, mas absolutamente serena, voltou-se ao Brito e disse:

_ Senhor Brito. O senhor pode me responder a uma só  pergunta?
_ Sim, senhor, claro.
_ O senhor pode me dizer o que é que uma ceguinha vai fazer no cinema.
A classe estourou em gargalhada.

E a estória jamais foi esquecida naquela saudosa turma de Bacharéis em Direito de 1975."
 
 
Até amanhã amigos.
 
 P.S. A caricatura que ilustra a coluna de hoje foi emprestada do site joelson13.wordpress.com.
 

 
 
 
 
 
 
 

domingo, 17 de fevereiro de 2013

FUTEBOL - TEM IMPEDIMENTO NA COBRANÇA DE LATERAL?


Bom dia amigos,

Domingo de sol e de calor intensos. Em algumas regiões, pancadas de chuva. Mas no geral, o domingo promete.  Ótimo para um churrasco em família, regado a uma “cerva” e para ver futebol no campo, ou em casa, pela TV, considerando a “Lei Seca”. Ainda repercute o  lance que originou  o primeiro gol do Atlético Mineiro sobre o São Paulo, na quarta-feira, um belo clássico pela Libertadores da América. Um jogo muito disputado, vencido pelo Galo pelo placar de 2 a 1, merecidamente, embora Ganso, no final do jogo, tenha  tido possibilidade de empatar a partida, na bola que bateu de dentro da área e que passou rente, muito rente, à trave esquerda do goleiro atleticano. Desta vez, fundamental para a vitória da equipe mineira foi Ronaldinho Gaúcho que participou dos dois gols. No primeiro  enquanto o jogo estava parado,  distanciou-se dos demais atletas que se posicionavam próximo da última jogada mais para o meio de campo, e foi até o goleiro Rogério Ceni pedir água. Ceni, como faz tradicionalmente, passou a mão pela cabeça do atleta e lhe deu a garrafa d’água. Logo em seguida, a partida recomeça com a cobrança de lateral. Vendo Ronaldinho bem lá na frente, o jogador atleticano mandou a bola para ele que, sem marcação alguma, foi à linha de fundo e fez um cruzamento perfeito para Jô, que vinha na corrida, pelo meio, e só teve o trabalho de tocar para o gol. Alguma irregularidade? Nenhuma, certamente. Ficou a discussão por conta da questão ética, uma complicada discussão, como  já relatei aqui na coluna, outras vezes. O que é politicamente correto e o que é esperteza no esporte? A questão continua aberta. E muito aberta. O que me espantou foi comentar o lance com muitos amigos e parentes e descobrir que gente que vê e aprecia futebol há muitos anos, não sabia que inexistia impedimento em cobrança de lateral. Aqui vão, portanto, para avivar nossa memória (em alguns casos) e aprender, gravando (em outros), as cinco condições para que um jogador esteja em posição de impedimento capaz de invalidar o gol.

1ª. Condição: Um companheiro da própria equipe do jogador está tocando a bola, enquanto executa um passe, uma cabeçada ou um chute a gol; e 2ª. Condição: O referido passe não é uma cobrança de escanteio, um tiro de meta ou uma cobrança de lateral; e 3ª. Condição: O jogador está no campo de ataque; e, 4ª. Condição: O jogador está mais próximo da linha de fundo adversária que a própria bola, e, 5ª. Condição; Apenas um, ou nenhum atleta adversário, está mais próximo da linha de fundo adversária que o jogador. Nessa 5ª condição, são critérios de desempate, o tronco, cabeça ou pés, mas não braços e mãos.

Conclusão: O atleta não estará em posição de impedimento, ainda que apenas ele esteja entre o goleiro, ou sozinho na frente, em se tratando de cobrança de tiro de meta, escanteio ou lateral, como foi o caso da bola recebida por Ronaldinho no primeiro gol do Atlético. O atleta não estará em posição de impedimento se estiver no seu próprio campo, ainda que esteja mais adiantado do que todos os outros atletas. Não estará impedido se estiver, ainda que esteja no campo de ataque, “na mesma linha” que o jogador mais adiantado do time adversário, considerando o tronco, a cabeça ou os pés. E, finalmente,  Também não estará impedido se, ainda que mais adiantado em relação a qualquer jogador de linha do time adversário,  estiver, porém,  atrás da linha da bola.

Até amanhã, amigos.

P.S. (1)  Pelo Campeonato Paulista, a despeito do clássico de hoje à tarde, envolvendo a  centenária rivalidade entre Palmeiras e Corinthians, que a TV Globo, canal aberto, vai  transmitir para todo o Estado de São Paulo, menos para a  Capital, a principal partida acontece no Estádio  Moisés Lucarelli, em Campinas, envolvendo Ponte Preta e Santos.  A “Macaca” é líder do Paulistão com 15 pontos, seguida pelo Santos, com 14. O jogo vale, portanto, a liderança do campeonato, que a “Nega Véia” manterá no caso de empate ou vitória. Para o Santos só a vitória interessa. É um confronto também entre o melhor ataque (o Peixe marcou 15 gols, assim como o Palmeiras), contra a melhor defesa (a Ponte só sofreu 4 gols até aqui);

P.S. (2)  Repercute – e muito – na Internet e redes sociais – o “frango” que o goleiro Rogério Ceni  tomou ontem no jogo do São Paulo contra o Ituano, pelo Campeonato Paulista.  Conferi o lance no Uol Esporte e realmente é um daqueles frangos “homéricos”. A bola, inclusive, foi praticamente recuada pelo atacante da equipe de Itu. Claro que deve haver uma explicação para o lance. Mas Rogério não quis falar a respeito, no final do jogo. O “frango” tão mais repercute pelo fato de Rogério ser quem é. Um goleiro artilheiro, uma figura carismática, um atleta exemplar, com uma história irretocável no futebol do Brasil e mundial. Assim, o lance fica mesmo por conta do “sarro” que todos os torcedores dos outros times vão tirar, é claro.

P.S. (3) Ceni anda muito solidário com os adversários. Na quarta-feira, no Independência,  em Belo Horizonte, deu “água” para Ronaldinho Gaúcho, depois de passar a mão na cabeça dele e o atacante, ingrato,  retribuiu com o lance do gol. Ontem, foi a vez de dar “colher de chá” pro atacante do Ituano. A Comissão Técnica do Tricolor mandou avisar que a fase da distribuição de generosidades acabou;
P.S. (4) A imagem da coluna foi emprestada do site "downlodswallpapers.com".

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

GASTRONOMIA ITALIANA - LELLIS TRATTORIA - CAMPINAS


Boa noite amigos,
 

De vez em quando, um bom e típico restaurante italiano é indiscutivelmente a pedida de todos nós, os apreciadores da boa gastronomia, um dos prazeres desta vida. Pode ser uma cantina ou uma  trattoria.  Daquelas que oferecem um “self service” opcional de entrada,  com tentadoras versões de  queijos densos  e presuntos tipo Parma, tomates secos, carpaccio,  bruschettas, insalatas e antipasti, sopas, polpetas, risotos, assados e massas, acompanhadas pelo vinho da casa ou um bom vinho italiano adequado à pasta e molho eleitos pelo destinatário. Que tal um  "tiramissu" de sobremessa e  um “limoncelo” de arremate. Perfeito! Uma lauta e irrecusável refeição, com tudo que há de melhor da mais apreciada cozinha do mundo,  em um ambiente confortável e elegante, que transporta o freguês para todo o universo da Itália: toalhas em xadres, nas cores verde e vermelho, alhos, presuntos, salames, garrafas de vinho espalhadas pelo espaço como decoração obrigatória. Tudo isso você encontra na  TRATTORIA LELLIS (imagem acima da fachada do belo prédio onde se acha instalada, emprestada do site www.lellistrattoria.com.br), o terceiro e mais recente estabelecimento da família de João Lellis, filial aberta aqui em Campinas, São Paulo, no bairro do Cambuí. Um cardápio extenso e variado de delícias da cozinha italiana especializada em massas, assados, carnes e frutos do mar. As pastas (massas) são frescas e artesanais, de produção própria, muito leves e saborosas, assim como uma infinidade de "sughi" (molhos) frescos, preparados na hora, dentre os tradicionais e específicos (experimentais à moda da casa), muito bons. Na linha de peixes, só os nobres como  abadejo, linguado e salmão. Oito pratos diversificados de camarões,  e, ainda, frango, pernil de vitela e a deliciosa perna de cabrito traseira assada. As pastas, com recheio ou sem recheio, incontáveis, a gosto do freguês: raviolli, rondelli, rocambole, lasanha, agnolotti, capeletti, canelloni, fettuccine, rigatoni, spaghetti, pene rigate ou integrale, etc. etc. No vasto e completo cardápio ainda oferece 22 pratos diferentes de filet mignon e 7 de medalhão de filet, além das  guarnições tradicionais. O serviço é de primeira qualidade e o preço dentro da média dos bons restaurantes do gênero. Não deixe de ir. Excelente.

Até amanhã amigos.
 
P.S. (1) ALGUMAS DICAS DO CARDÁPIO.
 
RONDELLI A LA BOHEME (foto ao lado, emprestada do site www.lellis tratoria.com.br),  BRUSQUETA Á NAPOLITANA, CARPACCIO, INSALATA À MODA DO LELLIS, RISOTTO DE FUNGHI SECCHI, CAMARÃO À BAIANA, FILETTO DI ABADEJO GRELHADO À FIORENTINA, FILETTO DI LINGUADO À BELLE MUNIÈRE, FILETTO DI SALMÃO AO MOLHO DE CAMARÃO, FRANGO GRELHADO ALLA BOHEME, PERNA DE CABRITO TRASEIRA ASSADA, LASAGNA VENEZIANA, AGNOLOTTI (recheado de nozes, ricota e espinafre), GNOCCHI VERDE DE BATATA E ESPINAFRE, FUSILLE DI FILETTO MIGNON GRELHADO, MEDALHÃO DE FILETTO GRELHADO À POIVRE, CREME DE MANGA COM LICOR DE AMARETTO, TIRAMISSU. 
 

P.S. (2) Gosta de massa com frutos do mar?   Que tal um belíssimo SPAGHETTI AL FRUTOS DO MAR (tomate, alho, orégano, azeite, manteiga, salsinha, mariscos, vôngoles, camarões e lulas)?


P.S. (3) O especialista em marketing e comunicação corporativa, Eloi Zanetti (eloi@eloizanetti.com.br), explica a diferença entre uma Osteria, uma Trattoria, uma Cantina e um Ristorante, modalidades de estabelecimentos italianos que servem refeições. A Osteria é uma forma  mais simples de um estabelecimento que serve refeições, normalmente com a própria família (a mãe fica na cozinha, o pai no caixa e o filho no salão). Já a Trattoria é uma osteria que melhorou de vida. Já tem empregados, garçon, cozinheiro ou ajudante. O Ristorante já é um estabelecimento maior com equipe totalmente profissional. Finalmente, a expressão Cantina nasceu no universo militar com o significado de um local albergado próprio para refeições. Dos quartéis teria migrado para outros locais como hospitais, escolas e rodoviárias. E quem não se lembra das românticas cantinas dos tempos de escola.


P.S. (4) Numa das vezes em que visitamos Veneza, na companhia dos amigos italianos, Giancarlo e Laura e dos amigos brasileiros, Cármino e Célia, fizemos refeição numa Osteria. Existem várias pelos becos da cidade,  e é claro, foi sugestão do Giancarlo, que, como italiano,  conhece as peculiaridades e tradições de seu país muito melhor que nós. O ambiente era simples e se via muitos trabalhadores, inclusive  de construção civil, fazendo refeição no local, sem dispensar  a indefectível taça de vinho da casa.  E a "pasta" era boa mesmo.  O preço, melhor ainda. O Gian, com sua tradicional avareza, buscou para si e, por tabela, para nós também, comida boa, sem luxo, a preço camarada. Em resumo: Grande custo benefício, especialmente na charmosa capital do Vêneto. Eu e a Samira, minha filha, traçamos um  belo "spaguetti à la bolognesa"de lamber os beiços. Não me lembro quanto paguei. Mas era bagatela comparado ao preço dos sofisticados restaurantes frontais aos canais.

P.S. (5) A despeito de batizada  de "Trattoria", a Lellis não é apenas uma Osteria melhor aparelhada, no sentido histórico e formal da palavra.  É mesmo um belo e completo ristorante italiano, com uma grande e competente equipe profissional, que atende no local, organiza festas de aniversários, formaturas e confraternizações com preços e cardápios diferenciados, elaborados de acordo com o perfil do cliente. E conta, ainda com o “Delivery Lellis”.


P.S. (6)  A rede foi fundada em 1.981 e há três décadas é administrada  por João Lellis (fundador) e seus filhos, Adriano Lellis, Fábio Lellis e equipe. São três casas,a matriz situada em São Paulo, no elegante bairro dos Jardins, Rua Bela Cintra, 1.849; a filial de  Curitiba, capital do Paraná, que fica na rua Gonçalves Dias, n. 51, Batel e a de Campinas, a mais recente, situada na Avenida Benjamin Constant, 2.031,bairro do Cambuí;


P.S. (7) A Trattoria Lellis Campinas atende para almoço de segunda a sexta-feira das 11,30 às 16,00 horas e para jantar das 19,00 à 1,00 hora (segunda a quinta)  e até as 2,00 horas, na sexta.. Sábado, domingo e feriado aberto sem intervalo. Estacionamento gratuito e com manobrista;

P.S. (8) O almoço executivo é servido de 2ª. a 6ª. feira, com uma entrada (salada ou sopa),  e um prato principal  (entre aves, peixes e carnes), ao preço fixo de R$35,00 (trinta e cinco reais) 

 

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

LITERATURA - PARIS, QUARTIER SAINT-GERMAIN-DES-PRÉS - EROS GRAU (NO TEMPO DA DELICADEZA).

Boa noite amigos,
Paris. Da memória da  minha infância já perdida na noite dos tempos ainda ouço a melodiosa voz de Doris Day entoando o I Love Paris. Trata-se de um indiscutível fascínio que a capital da França exerce sobre as pessoas,  o imaginário dos povos de todos os continentes, de todas as culturas. Há, por certo, outras grandes metrópoles do mundo que também encantam: Roma, Londres, Nova York, Rio de Janeiro,  cada qual  com seus símbolos, seus encantos,   suas peculiaridades. Mas Paris é incomparável, por todos os aspectos.  A literatura do mundo  inteiro, de ontem e de hoje, focalizam a sua história, os seus monumentos, seus museus, seus jardins, sua música, esquadrinhando cada bairro, cada instituição, cada detalhe. Lá todos os escritores, todos os filósofos, todos os poetas, todos os artistas plásticos, todos os cientistas, um dia se encontraram, seja por impulso próprio, seja por força do destino. Um destino que, dizem, arrastava o que havia de mais luminoso para ser batizado na Cidade Luz.

EROS GRAU – PARIS, QUARTIER SAINT-GERMAIN-DES-PRÉS.

O Ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, o gaúcho EROS GRAU, que foi também Professor de Direito nas Universidades de São Paulo (USP) e, como convidado na de Paris I (Panthéon-Sorbonne) e em Montpellier I. (Sourbonne de Paris), decidiu contar, em obra de 295  páginas, publicada pela Editora Globo, um tanto de  suas vivência e  relação com a  Cidade Luz,  em particular em respeito a um de seus bairros (quartier). Assim, o foco principal de sua obra é o Quartier Saint-Germain-Des-Prés e seus encantos, seguramente o ponto mais glamouroso da capital francesa. Há, por certo, notas genéricas sobre a cidade, mas preponderam as noticias sobre o quartier Saint-Germain, suas ruas, lojas, livrarias,   cafés, restaurantes, de ontem e de hoje,  e gente (os chamados germanopratins) que viveu por lá, cada qual exercendo sobre o escritor um fascínio, um interesse, uma visão. Em linguagem recheada de otimismo  e poesia, o Ministro não esconde o seu profundo interesse por tudo que diga respeito a cada metro quadrado do quartier (bairro), das histórias de seu passado e de gente famosa ou desconhecida, dos mitos e das lendas que cercaram os seus prédios, praças,   jardins e  estabelecimentos. As informações que o Ministro registra e as polêmicas a respeito de cada um dos fatos históricos ou dos personagens são sempre acompanhadas das fontes anotadas em  rodapé. Nada lembra o jurista e professor de Direito Eros Grau, o que certamente é proposital. Autor de obras jurídicas, aqui a faceta que prevalece é o do ser humano de profunda sensibilidade, entusiasmado pela vida (Se Eu for para o céu direi a São Pedro, ao chegar: - Camarada!Foi muito bom! Dá p’ra voltar?),  pela cidade e sua cultura, do gourmet que aprecia pratos, ingredientes, forma de servir e ser servido, o vinho, a etiqueta, a poesia, a essência, a estética. Não esconde o seu orgulho quando é confundido com um francês pelo reconhecido domínio e bom sotaque da língua, pelo acerto e apuro de enófilo ao pedir um bom e adequado vinho francês,  ou a sua surpresa ao ser confundido com gente famosa, como Orson Welles, ou, finalmente,  a satisfação ainda maior, sem descontar a vaidade, de ser reconhecido como ele mesmo, tanto por brasileiros, quanto por franceses, com os quais passou a cruzar com certa frequência. O livro é catalogado na categoria de crônica. Mas é muito mais que isso, como anota Ignácio de Loyola Brandão. Talvez um ensaio, como arrisca o autor. Resumiria ousando dizer que independentemente de gêneros, trata-se  de uma elegante e competente ode a Paris, à história de um de seus bairros mais importantes, à cultura francesa, tudo sob o exercício do livre, universal e sagrado direito natural de "flanar" É um texto que certamente terá sido escrito “no tempo da delicadeza”.  Pronto!: Está dito! 

Até amanhã.

P.S. (1) O prefácio, impresso nas orelhas do livro, é do escritor Ignácio de Loyola Brandão, que assim termina, definindo a obra do amigo Eros: Livro sobre uma cidade que Eros Grau e sua Tania amam. Curtos ensaios infinitos, poemas, haicais, assim é este “guia”, escrito por um brasileiro iniciado e que pode repousar na estante ao lado de Paris é uma Festa,  de Hemingway, Desolé, preciso parar”;

P.S. (2) O Quartier Latin tem esse nome não por se tratar de um bairro latino, mas porque nas Universidades que ali se alojam, na Idade Média, o ensino era ministrado em Latim;

P.S. (3)  Uma Palhinha sobre o livro: “Comprar um livro é algo amoroso. Escorregar lentamente os olhos sobre volumes imediatamente disponíveis, esparramados em estantes e em pequenas mesas. Começa com um flerte assim, malandro, quando os encontramos de repente, mesmo sem que jamais tenhamos sabido nada deles” (fls. 32/33);

P.S. (4) Outra Palhinha: Por falar em adega, há uma lenda, no quartier, segundo a qual a adega do Hôtel Lutetia foi murada durante a Segunda Guerra para evitar-se que os alemães roubassem os melhores vinhos. Até hoje essa adega não foi reencontrada” (fls. 57);

P.S. (5) Sobre a fama do Lipp: “Conta-se que, em 2 de abril de 1.974, Roger chegou à mesa de François Mitterand e, discretamente, disse-lhe que fosse imediatamente ao Elysée. Alguém da embaixada da Suiça lhe telefonara informando,em primeira mão, a morte de George Pompidou. Sabia de tudo. No Lipp são tecidos acordos políticos e (também) inúmeros outros” (fls. 67);

P.S. (6)  O Quartier Latin engloba o V e o VI arrondissements. Ele vai de Saint-Germain-des-Prés até o Jardin Du Luxembourg. Local de universidades e de escola, é o bairro dos estudantes, da animação noturna, dos cafés famosos como o Café de Flore, Deux Magots, do restaurante Procope, onde se  reuniam filósofos e intelectuais de todo mundo. O ponto central é a Sorbone no Boulevard Saint Michel. O VI arrondissement é mais sofisticado e mais caro. Atravessando o boulevard Saint Michel e entrando no V tudo muda: mais jovem, mais simples, mais barato, com dezenas de bistrôs simpáticos e descontraídos, e com preços acessíveis (cf. http//dicas de frances.blogspot.com.).

 P. S.(7):  La pelas tantas, o “desânimo” do autor: “(Estive lá, mas encontrei somente o livro, que agora releio em diagonal. Desanimo. Não sei como você perde tempo comigo, leitor.... Se quiser ler um belo livro, lei Hemingway. Não perca tempo comigo....” (fls. 202.).

P.S. (8) Conselho aos turistas: "Se eu pudesse dar algum conselho a quem vier a Paris a fim de viver a cidade, diria que não use o metrô senão  quando indispensável. Circule de ônibus se não puder andar, andar, flanar pela cidade. A cidade fica escondida para os usuários do metrô, completamente" (Fls. 235).

P.S. (9) A imagem da coluna é da  capa do livro,  é de autoria de Mariana Newlands e retrata o famoso Café Le Flore.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

AMISTOSO BRASIL E INGLATERRA E A PRIMEIRA VITÓRIA DO BUGRE NO PAULISTÃO

Boa noite, amigos.
 
O principal evento esportivo desta quarta-feira aconteceu às 17,30 horas, horário de Brasília,  em Londres, no histórico e belo  Estádio de Wembley, o primeiro dos dois amistosos ajustados para este ano entre  Inglaterra e Brasil, a primeira partida da “canarinho” sob a batuta do técnico Felipão. A derrota da seleção brasileira por 2 a 1, evidenciou a diferença entre as equipes no momento.  A Inglaterra é uma seleção que já tem “cara” e ritmo, pois disputa atualmente as Eliminatórias Européias para a Copa do Mundo de 2.014, no Brasil. A Seleção Brasileira, ao contrário, continua indefinida e em fase de testes. É verdade que as caras são praticamente as mesmas, pois os jogadores convocados, à exceção de alguns como Ronaldinho Gaúcho  já tinham sido chamados  e jogado com Mano Menezes.  O fato é que o que se viu foi um conjunto de bons jogadores desentrosados e que não conseguiram render o que rendem nos seus clubes, incluindo o genial Neymar, longe de suas melhores jornadas. É claro que a marcação empreendida pela equipe do técnico Roy Hodgson foi muito bem executada e o atacante santista não teve o espaço que normalmente vem tendo nos campeonatos paulista e brasileiro. Mas evidentemente que estamos falando de Copa do Mundo e não haverá desculpa alguma aceitável quando o entrosamento necessariamente vier, e cada um tiver que dar aquilo que pode em função do escrete brasileiro. Pressão? Bem,  o craque, o grande jogador, tem que assumir a sua condição e ratificá-la.  Tem que jogar, criar, seja sob pressão, seja sob cerrada marcação, e, às vezes, jogar sem a bola, puxando marcadores para abrir espaços na defesa e permitir jogadas de seus companheiros. Ao contrário de Neymar, Oscar esteve à vontade,  se movimentando muito em campo, tanto pelo meio, como  pelas pontas,  criando inúmeras situações de perigo, numa das quais cruzou na cabeça de Neymar que não soube concluir. Lucas, pelo pouco que jogou, foi bem. Ronaldinho Gaúcho, nova tentativa de Felipão, ficou devendo, e muito.  Sabíamos todos que ele estava fora de ritmo. No período que jogou (todo o primeiro tempo) nada construiu. Perdeu um pênalti inexistente que o árbitro português, Pedro Proença assinalou, muito mal batido. Errou passes, e, apesar do esforço, esteve muito aquém do craque do passado e do nível dos jogadores atuais. Não sei se vale a pena a insistência na sua convocação.  Acho que Kaká, ao contrário, é que  tem que ter lugar nesse time. Ao menos entre os 23. O resultado foi normal pelo estágio e tradição das duas seleções e agora é esperar a evolução, com paciência. Mas como disse o próprio Felipão em entrevista recente, com paciência, mas não muita. Acho que esse foi um recado que mandou para os jogadores que estão tendo oportunidade. Penso que essa história de ter garantida a participação na Copa, por ser anfitrião, é muito ruim do ponto de vista da preparação, pois enquanto outras equipes tradicionais se preparam durante dois anos, disputando as eliminatórias, o anfitrião vai apenas  tentando se organizar em amistosos, muitos deles desinteressantes e que não trazem qualquer vantagem para a preparação adequada.
 ENFIM O BUGRE VENCEU EM 2.013.
Pelo Campeonato Paulista finalmente o Guarani, vice-campeão do ano passado, venceu o primeiro jogo, nesta sexta rodada. Na zona de rebaixamento, com apenas 01 ponto, resultado de um empate, em casa, contra a equipe do São Bernardo, na segunda rodada, o Bugre ganhou do São Caetano, no Brinco de Ouro da Princesa, de virada, pelo placar de 3 a 1. A vitória foi considerada justa pela crítica especializada, pelo maior empenho demonstrado pela equipe alviverde de Campinas. Mas não foi fácil.  O Azulão marcou primeiro, logo aos 7 minutos, numa falha do zagueiro Thiago,  que aos 17, ainda da etapa inicial, se redimiu marcando em favor do Bugre (Uma no cravo, outra na ferradura). Na segunda etapa o São Caetano  teve um jogador expulso e no pênalti assinalado em favor do time da casa, o goleiro foi expulso. Ocorre que o goleiro já era reserva, pois o titular  (Fábio Costa) se contundiu no primeiro tempo, e aí o técnico Geninho mandou o atacante Vandinho para o gol. O esforçado atleta  não conseguiu defender o pênalti cobrado por Siloé e, depois, ainda sofreu um terceiro gol, numa bela jogada de Thiago Gentil, outro estreante na equipe bugrina. Mas fez uma grande defesa noutra boa jogada de Ronaldo,  evitando o quarto gol.  O jogo foi cheio de situações curiosas: a prometida estreia do jogador Rivaldo, campeão mundial em 2.002, de 42 anos, não aconteceu, diante da circunstância da equipe do ABC estar com 9 jogadores em campo. O técnico Geninho estreou no comando do São Caetano. Foi a primeira vitória do Guarani e do técnico Branco no seu comando. Branco também é campeão do Mundo, pois esteve na equipe tetracampeã do mundo em 1.994, nos Estados Unidos. Thiago, zagueiro do Bugre falhou no primeiro gol do adversário, e fez o primeiro gol em favor de sua equipe. Vandinho fez o gol solitário do Azulão e depois, indo para o gol, sofreu outros dois da equipe adversária. E, para completar, as equipes trocaram de posição na tabela de classificação. O Bugre saiu da zona de rebaixamento e o São Caetano  entrou.
 
Até amanhã amigos.
P.S. (1) A primeira imagem da coluna de hoje é do amistoso que terminou agora há pouco entre Brasil e Inglaterra em Wembley e foi emprestada do site veja.abril.com.br. Nela aparece o atacante Ronaldinho Gaúcho tentando o rebote da bola que não entrou na batida de pênalti. A exemplo da defesa da penalidade mal batida pelo brasileiro, o goleiro Hart  impediu novamente o gol da equipe brasileira;
 
P.S. (2) A imagem n. 2 é do atacante cearense, Siloé, contratado pelo Guarani, que marcou o segundo gol do Bugre na vitória sobre o São Caetano, de pênalti, e é o artilheiro da equipe no Campeonato Paulista.