Boa noite amigos,
La Piel Que
Habito é um filme com a marca de Pedro Almodóvar, o consagrado
cineasta espanhol de “Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos”
e “Fale
Com Ela”, dentre outros sucessos. Mas, sem perder o estilo e os
ingredientes que misturam tragédias familiares, sexo, dramas
existenciais e crítica social, o último filme do cineasta insere-se na
categoria de “suspense”. E consegue mantê-lo com muita competência e originalidade. Baseado no livro Mygale (1995), de Tierry
Jonquet, com roteiro adaptado, tem também como inspiração o filme francês Les Yeux San visage (Os Olhos Sem Rosto), de 1.960, como admite o cineasta. A película marca o retorno ao trabalho da dupla Almodóvar/Banderas, desfeita desde o
filme !Ata-me! De 1.989. Na sinopse o
doutor Robert Ledgard (Antonio Bandeiras)
é um notável cirurgião plástico, que perde a esposa num acidente (ela morre com
queimaduras graves). Desde então o médico tenta recriar em laboratório, com o
auxílio de Marília (Marisa Paredes),
sua mãe de criação, uma espécie de pele
humana mais resistente, desafiando os
limites éticos e as diretrizes do Instituto de Biotecnologia. Posteriormente,
acontece a morte da sua única filha, enferma mental, aparentemente estuprada
por um rapaz que acabara de conhecer, o que alimenta o seu sentimento de
vingança. Para desenvolver sua pesquisa o médico precisa de uma cobaia, Vera (Elena Anava) . O mistério gira em torno dessa cobaia, como ela surgiu e o que fazer com ela, cobaia essa por quem Ledgard se apaixona posteriormente. O resto
deve ser conferido por quem vai assistir ao filme que foi indicado em 2.011
para a Palma de Ouro do Festival de
Cannes e para Melhor Filme Estrangeiro do Globo de Ouro em 2.012.
Para os amantes de Almodóvar, imperdível. Para os cinéfilos em geral, um
bom filme.
Até amanhã amigos,
P.S. (1) O nome que Ledgard dá à
sua cobaia (Gal) é contração de Galatéia, personagem da mitologia grega,
segundo a qual, Pigmaleão, cansado dos defeitos das
mulheres, esculpiu uma estátua
(Galatéia), em homenagem a Afrodite,
Deusa do Amor, e acabou se apaixonando pela sua obra inerte. Sensibilizada,
Afrodite resolve dar vida à estátua.
P.S. (2) Tente identificar, ao
assistir o filme, numa das paredes da casa do doutor Ledgard, a tela “Paisagem com Ponte”, da pintora
brasileira, Tarsila do Amaral;
P.S. (3) Almodóvar é um admirador da música e da cultura brasileiras. Neste
filme, resgata a canção “Pelo Amor de
Amar”, que no Brasil foi gravada por Ellen
de Lima, para a trilha sonora do filme Os
Bandeirantes. No longa de Almodóvar
quem interpreta a canção é a cantora espanhola Concha Buika;
P.S. (4) Fiel aos seus atores prediletos, Almodóvar esperava contar com Penélope
Cruz (Volver), para o papel da
cobaia. A atriz, no entanto, por problemas com agenda, não pode aceitar o
convite.
P.S. (5) “Será um filme de terror, sem gritos, nem sustos”. Essa foi a
afirmação do cineasta antes de começar a rodar o longa-metragem;
P.S. (6) O filme foi rodado
em 2010, durante onze semanas, na região da Galícia e nas cidades de Madrid e Toledo. Nesta última cidade é que se localiza a casa que serviu de cenário para
muitas cenas: a quinta (el cigarral) do Doutor Robert Ledgard;
P.S. (7) No elenco, além de Banderas,
Elena e Paredes, Jan Cornet (Vicente), Roberto Álamo (Zeca), Blanca Suárez
(Norma), Eduard Fernandez (Fulgencio), José Luis Gómez (Presidente do Instituto
de Biotecnologia), Susi Sánchez (Mãe de Vicente), Bárbara Lennie (Cristina).
P.S.
(8) A imagem da coluna é da publicidade do filme e foi emprestada do site cinemaandchocolate.blogspot.com;
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