Boa
noite amigos,
A
divulgação do índice de 0,6% do INPA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de
fevereiro, quando se
esperava algo em torno de 0,4 a 0,45%, acendeu o sinal de alerta no governo e
foi responsável pela antecipação, em quase dois meses, do anúncio da desoneração
da cesta básica, que agora fica isenta de tributos federais, diretos e
indiretos. A medida também eleva de 13 para 16 os itens da cesta básica. A
Presidenta Dilma Roussef justificou a isenção como necessária, especialmente para
garantir o poder de compra daqueles que ascenderam ao mercado, deixando a
chamada "linha da miséria". Em fevereiro, as contas de energia elétrica ficaram
15,17% mais baratas para o consumidor, fator que ajudou na desaceleração da
inflação, de janeiro para fevereiro (em janeiro o índice foi de 0,86%). A
expectativa é que com a redução do custo das empresas, especialmente as
pequenas e médias, elas possam ser mais competitivas no mercado, baixando os
preços no varejo e, assim, contribuindo com o aquecimento da economia, que,
como se sabe, diante da crise internacional e da baixa nas exportações, depende - e muito - da demanda interna.Trata-se de uma renúncia
fiscal de mais de 5,5 bilhões este ano e de mais de 7 bilhões de reais no ano que vem, que a
União deixará de arrecadar com a isenção, e que o governo pretende seja imediatamente repassada aos consumidores, pelos empresários do ramo. Ainda assim o Brasil continua entre
os países com os impostos mais altos do mundo, e o que menos distribui esses
tributos em forma de benefícios efetivos para a população. Sem as reformas
administrativa e tributária, que tanto se
apregoa, e sem que o país consiga superar o altíssimo custo decorrente da
corrupção e o controle dos elevadíssimos gastos públicos, medidas pontuais como a isenção de IPI, durante alguns
meses, como ocorreu, na aquisição de veículos
novos e, agora, a isenção da cesta básica,
não serão capazes de garantir a competitividade permanente de nossos produtos, no plano interno e internacional. Mas temos
que convir que a medida agora anunciada é mais justa, porque considera produtos
essenciais na mesa dos brasileiros e itens básicos de higiene pessoal,
independentemente de uma categoria, enquanto a isenção concedida na compra de automotivos só
privilegiava um dos setores do mercado, o que ensejou muitas queixas de empresários ligados a
vários outros setores, sacrificados com a oneração fiscal e com a queda nas vendas
decorrente do encarecimento do produto, extremamente oneradas com tributação e ainda dependentes de insumos importados.
Até
amanhã, amigos.
P.S. (1)
A Presidenta Dilma Roussef pretendia
anunciar as medidas de desoneração da cesta básica em 1º de Maio, feriado do
Dia do Trabalho;
P.S.
(2) “Com a inclusão social, fizemos nascer novos consumidores. É nossa
obrigação agora defendê-los, pois essa é uma forma poderosa de cuidar do
desenvolvimento do Brasil”, disse ontem a mandatária em seu pronunciamento
oficial, em rede de rádio e televisão, referindo-se àqueles que ascenderam à
melhor condição social, e, pois, passaram à categoria, ainda que modesta, de
consumidores;
P.S.
(3) Analistas do mercado financeiro não acreditam que a inflação possa ser
contida ou trazida para patamares mínimos no restante de governo da Presidenta
Dilma. A projeção é que o IPCA feche em 5,7% este ano e em 5,5%, em 2.014.
P.S.
(4) Eram 13 os itens que compunham a chamada “cesta básica”, todas referentes a
alimentos: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão, café,
banana, açúcar, óleo e manteiga. Com a medida anunciada ontem, passam a
integrar a “cesta básica” três outros produtos de higiene: papel higiênico,
sabonete e pasta de dentes.
P.S.
(5) O Brasil tem nada menos do que 85 tributos diversificados, entre impostos,
taxas e contribuições das mais diversas ordens. Cada tributo tem a sua
especificidade, os seus requisitos de incidência, sua forma de apuração e de recolhimento. E, consequentemente, as desavenças de ordem jurídica que desafiam os Tribunais de todo o país.
P.S. (6) A imagem da coluna de hoje é do Ministro da Fazenda, Guido Mantega, e foi emprestada do site correiodeuberlandia.com.br;
P.S. (6) A imagem da coluna de hoje é do Ministro da Fazenda, Guido Mantega, e foi emprestada do site correiodeuberlandia.com.br;
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