sexta-feira, 31 de agosto de 2012

CONTO - PADRE INICIANTE

Boa tarde  amigos,
 
O meu queridíssimo amigo “Léo” (Giovanetti), da pia batismal, José Manoel Alves, me enviou este “conto” que fala sobre o desempenho,  de um Padre principiante, tentando seguir conselho do experiente Arcebispo, para rezar a missa de forma serena.

Ei-lo:


 
 
PADRE INICIANTE.
O novo Padre da paróquia estava tão nervoso no seu primeiro sermão, que quase não conseguiu falar. Antes de seu segundo sermão, no domingo seguinte, perguntou ao Arcebispo como poderia fazer para relaxar. Este lhe sugeriu que na próxima vez colocasse umas gotas de vodka na água e que depois de uns goles estaria tranqüilo. No domingo seguinte aplicou a sugestão e sentiu-se tão bem, que poderia falar alto até no meio de uma tempestade, de tão feliz e descontraído que se encontrava. Depois de regressar à Reitoria da Paróquia encontrou uma nota do Arcebispo que dizia:
 
 “Prezado Padre. Seguem algumas observações:
1)    Na próxima vez, coloque gotas de vodka na água e não gotas de água na vodka;
2)    Não ponha limão e açúcar na borda do cálice;
3)    O manto da imagem de Nosso Senhor Jesus Cristo não deve ser usado como guardanapo;
4)    Existem 10 Mandamentos e não 12;
5)    Existiram 12 Apóstolos e não 10;
6)    Judas traiu Jesus, não o “sacaneou”;
7)    Jesus foi crucificado, não enforcado;
8)    Tiradentes nada tem a ver com a história;
9)    A hóstia não é chicletes. Portanto, evite tentar fazer bolas;
10)                      Aquela “casinha” é o confessionário, não o banheiro;
11)                      Evite apoiar-se na imagem de Nossa Senhora, muito menos abraçá-la;
12)                      A iniciativa de chamar o público para cantar foi louvável, mas fazer trenzinho e correr pela igreja foi demais...;
13)                      Água benta é para se benzer e não para refrescar a nuca;
14)                      Nunca reze a missa sentado na escada do altar; muito menos com o pé sobre a Bíblia Sagrada;
15)                      As hóstias devem ser distribuídas para os fiéis; jamais usadas como aperitivo para acompanhar o vinho;
16)                      Procure usar roupas debaixo da batina;
17)                      Evite abanar-se com a batina quando estiver com calor;
18)                      Jesus nasceu em Belém, mas isto não significa necessariamente que ele seja paraense;
19)                      Numa missa não se deve fazer perguntas ao público;
20)                      Também não se deve pedir ajuda aos universitários, até porque eles não sabem responder;
21)                      Quem peca é um “pecador”, não um “f.d.p.”;
22)                      Quem peca vai para o inferno e não para a “p.q.p.”;
23)                      Pelos 45 minutos de missa que acompanhei notei essas falhas. Espero que sejam corrigidas já para o próximo domingo.
 Atenciosamente,
O Arcebispo.
 P.S.: Uma missa leva em torno de uma hora, e não dois tempos de 45 minutos cada.
 .... E aquele sujeito sentado no canto do altar, a quem você se referiu como “travecão de vestido” era EU.”
Até amanhã amigos.
 
P.S. (1) A imagem que ilustra a coluna de hoje foi emprestada do site cineaprendizagem.blogspot.com;
 
P.S. (2) "O Crime do Padre Amaro" é um clássico da literatura portuguesa e mundial. De autoria de Eça de Queiroz, foi lançado em Portugal no ano de 1.875, causando grande furor, especialmente junto à Igreja Católica. É considerada a obra exemplar do realismo e já foi objeto de duas adaptações para o cinema, uma delas, de 2.002, do mexicano Carlos Carrera. A obra conta a história do amor entre uma padre e uma jovem, de cujo relacionamento resulta uma indesejada gravidez.

domingo, 26 de agosto de 2012

TORCIDA ÚNICA E FIM DA VIOLÊNCIA NOS ESTÁDIOS - TERMINA O PRIMEIRO TURNO DO BRASILEIRÃO


Boa noite amigos,

Terminou o primeiro turno no Campeonato Brasileiro, tanto da Série A, quanto na Série B:

SÃO PAULO (5º) 2 X CORINTHIANS (12º) 1

° Ninguém imaginava que o São Paulo seria capaz de ganhar o jogo no Pacaembu, depois de levar, durante os 20 minutos iniciais, um sufoco corintiano, pois a equipe de Tite, exercendo uma forte marcação, como é de seu feitio, e, encurtando o espaço dos principais jogadores do tricolor, conseguiu marcar um gol com o atacante Emerson e perdeu outro, em grande defesa do goleiro Rogério. Mas aos poucos o técnico Ney Franco viu  seu time se acertar em campo e, contando com a velocidade de Lucas e a boa estrela do atacante Luis Fabiano,  empatar ainda no final do primeiro tempo, e virar o marcador no segundo, em que o jogo esteve equilibrado. O “Fabuloso” marcou os dois gols do tricolor, o primeiro em valiosa assistência de Lucas.

JOGOS DE TORCIDA ÚNICA: UMA SOLUÇÃO PARA ACABAR COM A  VIOLÊNCIA NOS ESTÁDIOS?

O GALO LÍDER (1º) e A RAPOSA (8º).

° Cruzeiro e Atlético jogaram no Estádio Independência em Belo Horizonte e só a torcida da Raposa pode estar presente, no chamado jogo de torcida única, uma grande bobagem, acredito, como solução que pretende acabar com a violência nos estádios e fora deles. O jogo ficou paralisado durante mais de 7 minutos no começo do segundo tempo, por causa da violência entre os jogadores e expulsões, e ainda porque torcedores presentes jogaram diversos objetos no campo, que precisaram ser recolhidos. Dentre os curiosos objetos arremetidos estavam um relógio de pulso e um celular. Conforme o que for  relatado na súmula, o Cruzeiro pode acabar perdendo mandos de jogos em Belo Horizonte. Por isso uma faixa "azul" foi improvisada, pedindo  aos torcedores que  não atirassem coisas para dentro do campo. Precisava?

° Lugar de bandido é na cadeia. E polícia é para  garantir a segurança nos estádios e em seus arredores.  Não tem sentido privar uma das torcidas da presença em clássicos regionais, que são programados para serem grandes festas e projetam rendas que normalmente são as maiores que os clubes auferem, como se essa providência, supostamente acautelatória, pudesse garantir, por si só, a eliminação das mortes, confrontos e violências em geral.

° Os clássicos com torcida única são frustrantes para os torcedores das equipes em confronto. Em Minas, ainda que o estádio não comportasse um grande público, pouco mais de 17.000 torcedores, todos do Cruzeiro, equipe mandante, é que pagaram ingresso, num clássico que normalmente levava e levaria ao Mineirão mais de 60.000 pagantes. E o Galo, simplesmente, é o líder do campeonato e campeão simbólico do primeiro turno. Sua imensa torcida foi impedida de  ver simplesmente o mais importante jogo do turno. Se já há esquema para identificar o torcedor agressor, que se use toda a tecnologia, à exaustão, para prendê-lo e aplicar pena que o impeça de ir ao estádio, até que  demonstre grau aceitável de civilização e de sociabilidade. Os outros torcedores decentes e educados,  amantes de seu time e do esporte, não podem ser  privados de acompanhar, saudar e aplaudir (ou vaiar, se quiser) sua equipe, com ampla garantia e segurança no estádio e na entrada e saída dele. 

° Quando a partida  ainda estava empatada e o Atlético Mineiro com um jogador a menos, Ronaldinho Gaúcho roubou uma bola no meio de campo e foi levando, levando, driblando os adversários que tinha pela frente, até entrar na área, contar com a sorte na travada de bola que teve com o zagueiro (a bola ficou nos seus pés) e concluiu no cantinho direito da trave, sem chance alguma para o goleiro. Um golaço, golaço, lembrando os saudosos tempos do Ronaldinho Gaúcho de outrora. Queiram ou não o criticado atacante, sempre envolvido em notícia com noitadas,  mulheres, bebidas e falta nos treinos,  chegou sem muito estardalhaço em Belo Horizonte, contratado pelo Galo, que apostou na sua recuperação, e tem feito excelentes partidas, graças especialmente à sua velha habilidade nos lances de bola parada e nas assistências aos companheiros. Tem gente que está dizendo que a noite em BH é boa, mas não tanto quanto a do Rio. Será?

° A PONTE PRETA  E O GUARANI.

Ponte e Guarani terminaram o primeiro turno com uma campanha curiosamente semelhante. Ambos no 13º lugar, a Macaca, claro, na Série A, e o  Bugre, na Série B. Foram 6 vitórias, 5 empates e 8 derrotas da Ponte e 6 vitórias, 6 empates e 7 derrotas do Guarani. A Ponte fez 21 gols e sofreu 26, com um saldo negativo de 5. O Bugre fez 22 gols e sofreu 20, com um saldo positivo de 2. Porém, considerando a diferença entre os adversários e a distância entre a série A e B, é claro que a campanha da Ponte Preta foi muito melhor do que a do Guarani. Pode-se mesmo afirmar que a campanha do Bugre foi pífia e decepcionante, apontado que estava como um dos favoritos ao acesso, depois de obter, com  méritos indiscutíveis, o vice-campeonato Paulista. Dentro das expectativas que cercaram os dirigentes, os torcedores, os jogadores e, sobretudo, os técnicos Gilson Kleina e Oswaldo Alvarez antes do campeonato começar, nenhum dos times chegou a cumprir a meta. Na Ponte, a idéia era ficar na primeira parte da tabela (no mínimo entre os 10 primeiros), para não sofrer pressão no segundo turno, quando as equipes de primeira linha estão mais focadas nos resultados, umas esperando o título, outras lutando por uma vaga na Libertadores e as menos fortes buscando fugir do rebaixamento e beliscar uma vaguinha na Sulamericana. No Guarani o mínimo aceitável seriam 30 pontos, para tentar garantir, com uma campanha idêntica ou melhor no segundo turno,  uma das quatro vagas de acesso. A Ponte, ficando em 13º,  com 23 pontos, terá que se dedicar mais e muito para conseguir uma vaga na Copa Sulamericana (importantíssima para a equipe poder disputar um campeonato internacional),  e para não correr risco de rebaixamento. Hoje deixa para trás a Portuguesa ( 22 pontos); o Coritiba, com 19, o Bahia com 17, o Palmeiras e o Atlético Goianiense (ambos com 16), o Sport com 15 e o Figueirense com 14 pontos. A distância para a zona do rebaixamento é de 07 pontos, confortável neste momento, mas jamais segura, pois tem atrás de si pelo menos o Palmeiras e o Coritiba, que são equipes tradicionais e não devem cair. A tarefa do Guarani, cujo objetivo era o acesso, é mais difícil. Permitiu que os adversários mais bem classificados fizessem muitos pontos e agora, com 24 pontos, está a 10 pontos do 4º colocado, justamente o São Caetano, equipe que o Bugre venceu bem ontem, na primeira vitória fora de casa e na volta de Fumagalli. Impossível, porém, não é, absolutamente. E nem há que se pensar em risco de rebaixamento, a não ser que a equipe, que agora parece  mais próxima daquela que terminou o campeonato paulista, consiga a façanha de piorar e perder para equipes que estão atrás na tabela, como o Bragantino, o Ipatinga, e outras que mesmo tendo terminado o turno à sua frente, são tecnicamente muito inferiores.

Até amanhã, amigos.

P.S. (1) O Grêmio venceu o clássico gaúcho contra o Internacional de Fórlan, pelo placar de 1 a 0. Com isso assumiu a 3ª posição na tábua de classificação, com 37 pontos, 5 a menos que o Fluminense e 6 a menos que o Atlético Mineiro. Acontece que o Galo tem um jogo ainda a cumprir contra o Flamengo e pode terminar o turno com 46 pontos, ficando a 4 pontos do vice Flu e a 9 do Grêmio;

P.S. (2) Incrível o gol perdido pelo  badalado craque uruguaio Fórlan. Confira pela Internet.  Diego Fórlan foi a contratação mais a importante do Internacional, este ano, eleito, na última Copa do Mundo,  o melhor jogador e o artilheiro da competição. Nada pouco. São 500 minutos sem fazer gol, o que preocupa, e muito, a fanática torcida colorada.

P.S. (3)  Custou mas o Peixe venceu o Porco, que se mostrava indigesto nos últimos confrontos. A  vitória do Santos, de virada, sobre o Palmeiras por 2 a 1, ontem no Pacaembu teve  a marca indiscutível de Neymar, que fez os dois gols, um deles na cobrança perfeita de falta. E a certeza de que Ganso não quer mais jogar no Santos;

P.S. (4) A imagem do Ronaldinho no Galo, que ilustra a coluna de hoje, foi emprestada do site lancenet.com.br

 

 

 

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

FELIX OU FELIZ MIELI VENERANDO - A MORTE DO GOLEIRO DO TRI NO MÉXICO


Boa noite amigos,

A morte do ex-goleiro, Félix, da inesquecível Seleção Brasileira de 1.970, que trouxe, do México, o então inédito tricampeonato  mundial,  é uma das notícias mais divulgadas e comentadas no dia de hoje. Aos 74 anos, vítima de enfisema pulmonar, o atleta foi lembrado e saudado por seus colegas de seleção e por personalidades em geral, do mundo da bola, especialmente. Félix esteve longe de ser unanimidade, num país em que praticamente ninguém é unanimidade em se tratando de futebol,  a grande paixão dos brasileiros, e por isso mesmo, provocando inevitáveis e acendradas polêmicas.  Os pontos fortes do goleiro são destacados como sendo a tranqüilidade e as precisas saídas da meta. Nos meus bem vividos 60 anos, dá para contar aqueles jogadores brasileiros que podem ser considerados uma  “quase unanimidade”: Pelé,  Garrincha, Rivelino, Gerson,  Romário, Zico, Sócrates, Ronaldo “fenômeno” e, mais recentemente, Neymar.   Tem mais algum?  Bem, posso ter esquecido de alguém que deveria ser lembrado, mas o fato é que especialmente jogadores de defesa e goleiros, no nosso estilo de “futebol-arte” em que o que vale são os gols que fazemos e não os que tomamos, estilo esse  que já foi cantado em prosa e verso pelo mundo – mas já não ganha  títulos por causa da competitividade – atletas que se especializaram em defender, em evitar gols, ficam em segundo plano. E,  assim como   Carlos, Dida e Júlio Cesar,  Felix também carregou a fama (justa ou não)  de ser um goleiro apenas razoável, sem nível para jogar numa seleção, segundo alguns.  Goleiros são vilões. Quando se ganha e quando se perde, tanto faz. Na sua coluna de hoje o grande Milton Neves, lembra um dos últimos pedidos  do goleiro morto, dirigido ao povo e imprensa em geral,  e que muito bem evidencia o seu sentimento a respeito desse preconceito:

Pelo menos quando eu morrer, que parem de dizer que o Brasil ganhou a Copa de 70, “apesar do Félix”. O Barbosa foi crucificado por não ter ganho a Copa de 50 e eu por ter ganho a Copa de 70. Duas grandes injustiças.”

Está dito e registrado, senhor Félix. Venerando, de nascimento e, para muitos, também por méritos. Para outros, pela sorte e pela vitória. Seja como for, o seu nome está marcado para sempre na história do futebol brasileiro e mundial. Descanse, pois, em paz.

 
Até amanhã amigos.

P.S. (1) Muitos companheiros de Félix na seleção tricampeã do Mundo falaram hoje sobre sua morte.  O atacante Jairzinho, nosso badalado “Furacão” lembrou do goleiro como um “exemplo de grande homem e jogador” e o considerou “um dos maiores goleiros que já conheci”. O lateral Carlos Alberto Torres, nosso capitão da Copa de 70, fez questão de registrar a grande personalidade do atleta que soube superar muitas críticas e que venceu por seus próprios méritos, “sem apadrinhamentos”. Até o controvertido treinador Leão, que na época foi reserva de Félix, decidiu dar seus “pitacos”:   Não o conheci direito, mas deve-se ressaltar que ele venceu e mereceu, por isso, a medalha de ouro em 1.970, ressaltou.

 
P.S. (2) A Seleção Brasileira de 1.970, que disputou e ganhou o tricampeonato mundial  no México formou com o seguinte elenco: Titulares: 1- Félix; 2- Brito; 3- Piazza; 4- Carlos Alberto; 5- Clodoaldo; 6- Marco Antônio; 7- Jairzinho; 8- Gerson; 9- Tostão; 10- Pelé; 11- Rivelino. Reservas: 12 – Ado; 13- Roberto; 14- Baldocchi; 15-Fontana; 16-Everaldo; 17-Joel; 18- Paulo Cezar Cajú; 19- Edu; 20-Dario; 21- Zé Maria; 22-Leão. O técnico era Zagallo;

 

P.S. (3) A Seleção Brasileira, naquela Copa, ganhou todos os seus jogos, sendo campeã com a seguinte campanha: Fase de Classificação: Brasil 4 x 1 Thecoslováquia; Brasil 3x 2 Romênia; Brasil 1x0 Inglaterra. Fase eliminatória de quartas-de-finais: Brasil 4x2 Perú. Semifinais: Brasil 3x1 Uruguai. Final: Brasil 4x1 Itália;

 

P.S. (4) O jogo mais difícil enfrentado pela Seleção foi contra a Inglaterra, o último da fase de classificação. O Brasil venceu por 1 a 0, mas o goleiro "Gato Félix", um dos apelidos que recebeu,  teve atuação destacada. Muitos consideram até hoje a melhor atuação do goleiro pela Seleção Brasileira;

 

P.S. (5) O Brasil, pentacampeão do mundo, teve, em suas conquistas, os seguintes goleiros: 1) Campeão Mundial na Suécia em 1.958- Gilmar; 2) Bicampeão Mundial no Chile em 1.962 – Gilmar; Tricampeão Mundial no México em 1.970 – Félix; Tetracampeão Mundial nos Estados Unidos em 1.994 – Tafarel; Pentacampeão Mundial em 2.002 no Japão e Coréia do Sul – Marcos;

 

P.S. (6) O paulistano  Felix  iniciou sua carreira no Nacional, passando, depois, por Juventus e  Portuguesa de Desportos, todos de São Paulo, encerrando a carreira no Fluminense, do Rio de Janeiro, onde jogou de 1.968 a 1.977. Pela Seleção Brasileira disputou 47 jogos, com 33 vitórias, 9 empates e apenas 5 derrotas;

 

P.S. (7) A imagem que ilustra a coluna hoje é da Seleção Brasileira tricampeã em 1.970, no México, com o goleiro Félix, ao centro e foi emprestada do site mochileiro.tur.br. Naquele tempo, os mexicanos entoando o "está chegando a hora" aplaudiam o nosso futebol, sem saber que um dia, seríamos nós, brasileiros, que bateríamos palmas para o forte e dedicado futebol mexicano,  de quem viramos fregueses. Quem diria?

MARIA CLARA - BEM-VINDA


Boa noite amigos,

Poucos dias após termos eu e minha mulher recebido a notícia da gravidez de nossa filha, os amigos Cármino e Célia também ficaram sabendo que seriam avós dali a nove meses. Uma coincidência que nos trouxe muita alegria e alento. O nascimento de netos representa sempre um novo sopro de vida, um repentino e inesperado interesse pelo futuro até então relativizado, um  renovado sentido para a vida. Que bom! Meu neto Rafael nasceu no dia 05 de julho passado e já vai completar 02 meses. Se não fosse prematuro, as crianças nasceriam com 2 ou 3 dias apenas de diferença. Pois bem, agora nasceu Maria Clara. Linda, como na foto que o seu papai coruja, o meu queridíssimo sobrinho de coração, Thiago, me enviou. Parabéns ao Thiago e à Thati, a bela mamãe. Parabéns aos avós maternos e aos avós paternos, Cármino e Célia, manos de tantos anos de amizade e convivência. Uma amizade profunda que a gente torce para que no futuro una também os nossos já amados netos, Rafael e Maria Clara. E à Maria Clara,  um elo de luz que já ilumina muito a vida de todos nós, o nosso mais profundo desejo de que a sua trajetória por este mundo, seja sempre marcada como um  ponto de concentração de afeto, de união, de amor, de celebração. Em suma, razão de uma grande festa. Bem-vinda, Maria Clara. Que é Maria, como tantas outras, santas ou simplesmente mulheres. E ao mesmo tempo Clara, como todas as  luzes que nasceram destinadas a servir como veículos de sol e calor para aplacar a escuridão eventual de lugares e corações.

Em homenagem à Maria Clara, seus pais e avós, tomo emprestado o  belo poema da norte-riograndense Hercília Fernandes, baseado  na poesia “Clara” do baiano Caetano Veloso.

 
MARIA CLARA

Maria Clara

clara

alva

                                                                                 Ria

                                                                                  ia

                                                                                  subia

                                                                                  clara à luz do dia

Minha Cara,

Clara minha!

 

                                                                                 Doce flauta,

                                                                                 serena

                                                                                  silencia.

 

Minha causa

fada minha!

 

                                                                                  Rara

                                                                                  tão alva

                                                                                  clara,

                                                                                  tão bem

                                                                                  Maria!

 

Até amanhã amigos,

P.S. (1) Hercília Fernandes  é professora pedagoga da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,  Mestra em Educação e Especialista em Educação Infantil. É também poetisa, detentora do blog “fernandeshercília.blogspot.com.;

P.S. (2) O pai de Maria Clara, Thiago Vasconcellos de Sousa é advogado, Procurador da FAPESP -  Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. É também compositor e poeta e toda a sua inspiração pode ser conferida no seu blog “É Jequitibá a Madeira”

 

sábado, 18 de agosto de 2012

SÁBADO É DIA DE FEIRA. E DE PASTEL

Boa noite  amigos,
Sábado é dia de feira aqui no Cambuí, em Campinas. E feira é dia de encontro com os vizinhos, amigos e desconhecidos. Um palco para troca de experiências, especialmente as gastronômicas. Aprender com os mais velhos e os mais novos. Com o Luís da banca de batata sobre os tipos adequados para assar, fazer nhoque e outras maravilhas, ouvindo histórias de sua sogra canadense.   Com a japonesa da banca de verduras e legumes. Com o Marcelo e toda a sua família na banca de frutas. Feira é lugar de encontro. De confraternização. Agora, perto das eleições, é um centro disputado por políticos candidatos, que ali enxergam – e com razão – um espaço importante para os sorrisos e tapinhas nas costas de seus eleitores potenciais. Um amigo aqui, que apresenta outro amigo, uma conversa ali com o feirante, e se não houver lucro, certamente não haverá prejuízo. Feira é muito mais que isso. É um lugar de  visuais, cores, cheiros e sabores. Da criançada de todas as idades que por ali caminham com os pais, tios, avós, observando, bulindo aqui e acolá, pedindo coisas. De cachorros, muitos cachorros, pois não sei se eles manifestam a preferência por esse tipo de passeio. Mas seus donos, com certeza, gostam de transitar com eles, de exibi-los imponentes ou minúsculos, pelados ou  vestidos, às vezes de fitinha e os "cambaus". Feira é lugar de falar mal do Presidente, do Governador, do Prefeito. Reclamar do asfalto esburacado, da inflação, da perda do poder aquisitivo do salário, do pênalti perdido pelo centroavante de seu time na noite anterior (isso se o seu time for da série B, porque os da série A não jogam de sexta-feira).  Feira também é espaço  para verificar quais foram os últimos lançamentos de filmes em DVDs. piratas, que sempre são oferecidos aos consumidores, antes dos autênticos, o que para alguns, serve para justificar a quebra da ética, ao estimular, colaborar e ser cúmplice da pirataria. Outros, ainda, garantem que não compram de jeito nenhum, mas que assistem o filme na casa do filho, da cunhada, do amigo e, por óbvio, não costumam indagar a respeito da  origem (nem fica bem). Feira é lugar de alegria e de hipocrisia. De reparar no jeito e nas peças de seus freqüentadores mais exóticos. De reencontrar aquele amigo que nunca mais foi ao estádio de futebol, porque virou “avô” e é muito requisitado pela família e tem que dormir cedo, ou daquel’outro que se convenceu que o seu time de coração é pequeno e só ganha (e olhe lá) quando está na 2ª. divisão. Feira é lugar de democracia, onde se juntam todas as raças, todas as tribos, gente de todas as idades e condição social. Feira é lugar de Brasil, da moça da pamonha com queijo, dos doces mineiros e, especialmente, dos pastéis. Pastéis brasileiros, aqueles de massinha fina, com recheio de pizza (queijo e presunto), de queijo, de carne, de palmito.  Os imperdíveis pastéis fritos na hora, naquela tina enorme de óleo quente, servido quase que instantaneamente ao pedido. Os pastéis da Lúcia, a japonesa dona da banca, e da Lena, uma das mais antigas funcionárias. Que funcionam. Recebem os pedidos, separam os pastéis,  servem os guaranás e as coca-colas, segundo a vontade do fregues, somam, recebem, fazem o troco,  servem tanto ali na hora, quanto para viagem. Um exemplo raro de uma eficiente administração do “caos”. Um gostoso “caos”. Feira do Cambuí é imperdível. Para se ir muito, provar um pouco de tudo, reclamar, sorrir,  e curtir  antes de morrer.
Até amanhã.
 P.S. (1) A imagem dos pastéis de feira do Cambuí foram emprestadas do blog sabordafer.blogspot.com.;
P.S. (2) Em São Paulo já existe concurso do melhor pastel, promovido pela Prefeitura e com incentivo do Prefeito Kassab.  Os quesitos  a serem observados pelo júri  são os seguintes: qualidade: a) da  massa, b)  do sabor, c) do recheio e d)  da fritura;

P.S. (3) A Feira do Cambuí acontece todos os sábados na Rua Maria Monteiro, entre os quarteirões das ruas Carlos Kaysel e Coronel Silva Telles.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

LIÇÕES DAS OLÍMPIADAS DE LONDRES - RIO 2016 E NASCEU OUTRO RAFAEL

Boa noite  amigos,
A festa das Olimpíadas de Londres chegou ao fim. O Brasil conseguiu, entre surpresas e decepções, realizar a melhor campanha de sua história de participações nas Olimpíadas, desde 1.920, tendo conquistado 17 medalhas, contra 15 de Atlanta1996,  e de Pequim – 2008 Deve-se  considerar, no entanto, que a de Londres só pode ser reputada a melhor quantitativamente, porque como se sabe, o que conta efetivamente é o número de medalhes de ouro, depois de prata, e só por último, as bronzeadas.  Das 17 referidas, apenas 03 foram de ouro, contra 05 na campanha de Atenas-2004, quando ganhamos o maior número de medalhes de ouro, conquanto, no total,  tenhamos terminado com  10 medalhas. Como aperitivo para as Olimpíadas de 2.016, no Rio de Janeiro, o desempenho foi muito fraco. Se quisermos efetivamente competir aqui no Rio e não figurarmos como meros anfitriões da maior festa do esporte mundial, é bom lembrar que temos apenas 4 anos para investimentos e progressos no campo do esporte, o que não vai acontecer só com conversas e promessas. Políticas públicas criativas, que possam efetivamente fomentar a descoberta de talentos perdidos por esse  país continental, carente e, sobretudo, desigual, são efetivamente indispensáveis, inclusive para atrair as parcerias privadas de muita gente que tem interesse econômico real na realização do evento e ainda dos que, mediante incentivos fiscais, possam se interessar no patrocínio de atletas das mais diversas categorias e que eventualmente tenham que se especializar e se aperfeiçoar no exterior e precisam de meios e condições para fazê-lo. A lição de Londres deve ser assimilada.  O peso enorme da bandeira brasileira e de seu povo sofrido, tirou alguns de nossos atletas considerados favoritos,  do pódio, ou da medalha dourada. Foi assim com Cielo, com Maurren Maggi, com Fabiana Murer, a demonstrar que o preparo físico e a dedicação não são suficientes para ganhar e é preciso cuidar do homem, de seu espírito, de seu psicológico, do estresse a que atletas, como seres humanos que são, também são submetidos. No Brasil, ao contrário de países que incentivam e mantêm a cultura e o esporte, para ser campeão, é preciso ser herói. A Presidenta Dilma, que se disse encantada com a Casa Brasileira montada em Londres e que é importante investir na formação de atletas dos esportes individuais e não apenas do coletivo (futebol, vôlei, basquete), precisa urgentemente  entender que é indispensável transformar o discurso em ação.  O papel de toda a imprensa também é fundamental. Poderíamos pensar em inserir mais programas esportivos nas grades das programações, revertendo, para o esporte amador, parte da verba obtida com patrocínios. A par disso também funcionar como olheiros por todos os cantos do país, para que, com o olho clínico de nossos profissionais, possamos encontrar gente de talento que precisa ser prestigiada e bancada, a exemplo do que fez o governo chinês, antes das Olimpíadas de Pequim. E aproveitando as eleições, exigir a inserção, nos programas  de governo,  de  definição de percentual mínimo do orçamento público, para o esporte e a cultura, pois sem um, não se desenvolve o outro, certamente.  2.016 está aí, próximo. São só rápidos quatro anos.

NASCEU MAIS UM RAFAEL. BENVINDO.

Comunico, com grande alegria, o nascimento de mais um menino,  batizado de Rafael, assim como meu querido neto,  nascido agora em julho.
O Rafinha é o filho esperado e festejado do Procurador do Trabalho e Professor da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Sílvio Beltramelli Neto  e da advogada e Assessora do Tribunal Regional do Trabalho da 15a. Região,  Renata Chaib Beltramelli, nossos grandes amigos. Os avós corujas são: o Desembargador Euvaldo Chaib Filho e Judite Chaib (maternos) e Antonio Carlos Beltramelli e Regina Beltramelli (paternos).
Parabéns a todos eles, gente querida e pessoas da mais alta qualidade humana, que certamente envolverão o "rebento" num oceano de amor e carinho. E o desejo, ao Rafael, de uma vida  por caminhos iluminados, nos quais encontre paz, amor e a dignidade própria de seus pais e avós.

Ate amanhã amigos.

P.S. (1) O nadador norte-americano Michael Phelps, considerado “o fenômeno das piscinas” bateu mais um recorde olímpico nos jogos de Londres 2.012. Com as medalhas obtidas somou 19 (dezenove) ao todo, tornando-se o maior medalhista de todos os tempos na história dos jogos olímpicos, superando a então detentora da façanha, Larissa Latysia, da extinta União Soviética, detentora de 18 medalhas;

P.S. (2) Os dois maiores medalhistas olímpicos brasileiros são Torben Grael e Robert Scheidt, com 5 medalhas cada um. Scheidt igualou-se a Torben nas Olímpidas de Londres-2012, ao faturar medalha de bronze na classe star de vela.  No entanto, como Grael possui  2 medalhas de ouro, l medalha de prata e 2 de bronze, e Scheidt 2 de ouro, 2 de prata e 1 de bronze (uma de prata a mais que Torben), é considerado o recordista.

P.S. (3) A imagem da coluna, em homenagem ao velejador Robert Scheidt foi emprestada do site brasil.gov.br.


quarta-feira, 15 de agosto de 2012

DIREITO - AÇÃO DIRETA CONTRA SEGURADORA - STJ

Boa noite  amigos,
O Superior Tribunal de Justiça, por sua Segunda Seção, julgando Recurso Especial da Unibanco AIG Seguros S.A. decidiu um tema que suscitava e suscita grandes controvérsias na doutrina e na jurisprudência. Trata-se de se saber se a vítima de um ato ilícito pode mover ação de reparação de danos contra o agente e contra a seguradora, no caso de existir seguro em favor de terceiros. O entendimento que vedava essa possibilidade fundava-se em duvidosos aspectos técnicos. Argumentava-se que a vítima não tem vínculo jurídico e contratual  com a seguradora e que apenas o segurado poderia exercer esse direito, em via de regresso, no caso de ser condenado a compor os prejuízos do ofendido. Na hipótese de condenação, este só podia exercer o seu direito à composição dos danos, executando o agente. E por sua vez o agente, para exercer o  direito de reembolso, precisaria comprovar que efetivamente satisfez o valor da condenação. Por outro lado, se for aceita a denunciação à lide no mesmo processo que a vítima promove contra o agente, a impossibilidade da execução direta em relação à  seguradora,  era baseada no fato de que, no mesmo processo, estariam a correr  duas ações independentes, conquanto consequentes: uma em que o autor é a vítima e o réu, o agente, e outra, em que o agente é denunciante (autor, pois) e a seguradora, a denunciada (e ré), não sendo viável que a ré da segunda ação (seguradora), seja diretamente condenada a pagar ao autor da primeira ação (o ofendido).  Essa orientação, na minha perspectiva, não atendia à realidade da vida e a necessidade de composição do conflito, de maneira rápida e eficiente. Ademais, supondo-se que o réu, agente do delito, não seja solvente para suportar a condenação, como ficaria a situação? De um lado, a vítima sem poder executar o montante da indenização,  e, de outro,  o agente, que pagou o seguro e não viu resultado, e a seguradora, a grande beneficiária dessa história toda, que recebeu o prêmio do segurado e não assumiu o risco consumado. Que lástima! Bem, para resumir, na decisão do STJ, de que foi Relator o Ministro, Luis Felipe Salomão, ao estabelecer-se  a solidariedade entre agente e seguradora, perante a vítima, e pois, a possibilidade de ambos serem acionados, em conjunto, assevera  o Aresto que “a denunciação à lide busca solução mais ágil para a situação jurídica existente entre denunciante (segurado) e denunciado (seguradora), dispensando ação regressiva autônoma”. E se é assim “não é menos verdadeira a afirmação de que a fórmula que permite a condenação direta da litisdenunciada possui os mesmos princípios inspiradores desse instrumento processual”. E, ainda, que “essa solução satisfaz, a um só tempo, os anseios de um processo justo e célere e o direito da parte contrária (seguradora) ao devido processo legal, uma vez que, a par de conceder praticidade ao comando judicial, possibilita o exercício do contraditório e da ampla defesa, com todos os meios e recursos a ela inerentes”.
Está dito. E bem dito, porque a se entender que o terceiro, beneficiário do tal seguro, não tem legitimação para acionar diretamente a seguradora, por não ser parte no contrato de seguro celebrado, estaríamos a negar que o beneficiário, por exemplo, de um seguro de vida,  não pudesse acionar a seguradora, porque também não foi parte no contrato. E legitimação só teria o morto. Uma bobagem, certamente, mesmo porque é incontroverso que na chamada "estipulação em favor do terceiro", tanto o estipulante, quanto o beneficiário,  conservam legitimação independente para exercer o direito que resulta do contrato, como se infere do artigo 436 e parágrafo único do Código Civil de 2.002, em vigor.

Até amanhã amigos,
 P.S. (1) A imagem que ilustra a coluna foi emprestada do blog canilgcamsp.blogspot.com;
 
P.S. (2) A decisão do Superior Tribunal de Justiça a que se refere o nosso texto foi tomada no Recurso Especial n. 925130-São Paulo. O processo é da Comarca de Campinas.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

OLIMPÍADAS DE LONDRES E DO PASSADO - FUTEBOL DO BRASILEIRÃO

Amigos boa noite,
OLIMPÍADAS DE LONDRES.
As Olimpíadas de Londres  constituem, sem dúvida, a maior atração da mídia no final do mês de julho e primeira quinzena de agosto. As competições deverão terminar no próximo dia 12, com uma grande festa, como a que abriu os jogos olímpicos na capital da Inglaterra. Com altos e baixos, algumas surpresas positivas, como as medalhas de ouro na ginástica olímpica com o atleta Arthur Zanetti, e da piauiense Sarah Menezes, no judô,  e outras, negativas, justamente as derrotas de nossos competidores nos quais mais se apostava pelo desempenho anterior (Maurrem Maggi, no salto de solo, Fabiana Murer no salto de Vara e  Cesar  Cielo nos 50 m., embora este último tenha obtido a medalha de bronze).  De bom registre-se, apesar da eliminação, o nosso renascido basquete masculino que há muitos anos não ia a uma olimpíada e  a medalha,  no boxe, obtido pela baiana Adriana Araújo, com muita dificuldade e grande comemoração. Decepção também com as meninas do futebol que não subiram ao pódio e mostraram um time envelhecido e sem evolução tática, fruto do desprestígio e da falta de incentivo e grandes patrocínios ao esporte, no Brasil. A hegemonia americana só é ameaçada pelo crescimento impressionante da China, que tem revezado com o Tio Sam, no topo do quadro de medalhas. O terceiro lugar parece mesmo reservado à anfitriã. Ainda devemos somar algumas outras medalhas até o final da competição. Hoje temos 11, sendo 2 de ouro, 2 de prata com Thiago Pereira, na natação e Emanuel e Alisson, no volei de praia,   e 7 de bronze. Ocupamos o modesto 26º lugar. Assim mesmo progredimos muito. Veja abaixo o quadro das medalhas conquistadas pelo Brasil,  desde 1.920. A grande expectativa agora gira em torno da final do futebol masculino, a ser disputado em partida contra o México, no próximo sábado. Os meninos do Brasil já asseguraram ao menos a medalha de prata. Mas o que pretendem todos é a inédita medalha de ouro, pois é inacreditável que o país do futebol, que é  pentacampeão mundial,  não tenha ainda conseguido ganhar uma olimpíada no esporte inventado por Charles Miller. Quem sabe vamos ganhar a medalha dourada, na terra de seu criador.
NOTAS SOBRE O BRASILEIRÃO.
O Campeonato Brasileiro continua sendo o mais longo, difícil e esperado torneio do Brasil, em todas as suas quatro séries (A, B, C e D). A campanha da Ponte Preta no Brasileirão tem sido acima da expectativa, de sorte que o torcedor da macaca não tem do que reclamar. É verdade que a campanha apresenta altos e baixos. Mas convenhamos: num campeonato em que todos os jogos são clássicos, contra times de primeira linha do futebol brasileiro, a Macaca tem feito o melhor que pode. Ocupa a primeira parte da tabela, como pretende o seu técnico Gilson Kleina, para fugir das últimas posições e não ter que correr o risco, no segundo turno, de lutar contra o rebaixamento. De quebra briga por uma vaga na Sulamericana, o que hoje é uma realidade palpável: Está em 9º lugar, com 20 pontos e uma campanha uniforme de 5 vitórias, 5 empates e 5 derrotas em 15 jogos. O centroavante Roger tem melhorado sensivelmente nas últimas partidas, marcando os gols que a equipe precisa e a defesa e o meio campo têm sido regulares. Não custa lembrar que a Ponte é a segunda equipe de São Paulo melhor classificada. Só perde para o São Paulo, que está em 6º lugar com 25 pontos e foi derrotado, esta noite, em São Januário, pelo bom time do Fluminense. O Corinthians ocupa apenas o 11º lugar com 18 pontos, a Portuguesa de Desportos, o 13º, com 17 pontos, o Santos, o 14º, com 16 pontos e o Palmeiras, apenas o 17º lugar, dentro, portanto, da zona de rebaixamento, apesar da boa vitória de ontem sobre o Botafogo no Rio de Janeiro, com 13 pontos.
PALMEIRAS
O Verdão realiza até aqui uma campanha abaixo da crítica, ocupando, após 15 rodadas, a zona de rebaixamento. Se me perguntarem  se o Palmeiras tem time e tempo para disputar o título ou uma vaga na Libertadores (de que ele já não precisa por ter garantido essa vaga como campeão da Copa do Brasil), a resposta é NÃO. E se me perguntarem se o Palmeiras  é time para cair, a resposta é também NÃO, absolutamente. A equipe está se entrosando, encontrando um melhor futebol e acertou na contratação do centroavante argentino, Barcos, que tem dado certo e feito muitos gols, além de participação efetiva  na troca de passes e nas assistências.
CLEBER MACHADO E OS EQUÍVOCOS.
O locutor esportivo, Cleber Machado, da Rede Globo de Televisão é um excelente profissional, sem dúvida. Mas o que o homem é distraído é uma “grandeza”,  expressão que ele mesmo gosta de usar. Frequentemente troca o nome dos times que estão jogando, inverte resultados e coisas desse gênero. Ontem, durante a transmissão da partida entre Palmeiras e Botafogo, não é que chamou “Barcos” de “Loco Abreu”. E olha que o Loco Abreu nem joga mais no Botafogo. Tá certo que ambos são argentinos. Mas daí..... Preste mais atenção, rapaz!
QUADRO DE MEDALHAS.
A primeira participação brasileira aconteceu nas Olimpíadas de Antuérpia, na Bélgica, em 1.920. A delegação brasileira, composta exclusivamente por atletas masculinos, era de rigorosos 21 participantes, nas modalidades de tiro esportivo, natação, pólo aquático, saltos ornamentais e remo. O Brasil conquistou 3 medalhas, todas no tiro esportivo. A primeira medalha de ouro de nosso país foi ganha nessa edição dos jogos olímpicos, pelo tenente do exército, Guilherme Paraense, na categoria tiro rápido (25 metros) individual. A melhor colocação brasileira e de maior número de medalhas de ouro (5) aconteceu nas Olimpíadas de Atenas em 2.004. O total de medalhas, no entanto, foi de 10. Nas Olimpíadas de Atlanta (1996) e Pequim (2.008), o país conseguiu o maior número de medalhas até hoje (15). Confira:
Olimpíada
Ouro
Prata
Bronze
Total
Antuérpia-1920
1
1
1
3
Londres-1948
-
-
1
1
Helsinque-1952
1
-
2
3
Melbourne-1956
1
-
-
1
Roma-1960
-
-
2
2
Tóquio-1964
-
-
1
1
Cidade do México-1968
-
1
2
3
Munique-1972
-
-
2
2
Montreal-1976
-
-
2
2
Moscou-1980
2
-
2
4
Los Angeles-1984
1
5
2
8
Seul-1988
1
2
3
6
Barcelona -1992
2
1
-
3
Atlanta-1996
3
3
9
15
Sidney-2000
-
6
6
12
Atenas-2004
5
2
3
10
Pequim-2008
3
4
8
15
Total de medalhas brasileiras
20
25
46
91


Até amanhã amigos.
P.S. (1) As piores participações brasileiras em Olimpíadas,  ocorreram nos jogos olímpicos de Londres em 1.948 e de Tóquio, em 1.964. Nessas duas edições, o Brasil só trouxe uma única medalhinha. E de bronze;
P.S. (2) Muita gente tem indagado, durante as Olímpiadas, porque a referência é à Gra-Bretanha e não à Inglaterra. Qual seria a diferença entre Inglaterra, Grã-Bretanha e Reino Unido? Bem a Inglaterra é um dos países integrantes da Grã-Bretanha. Já a Grã-Bretanha é uma ilha da Europa que abriga a Inglaterra, a Escócia e o País de Gales. O Reino Unido, por sua vez, é agrupamento político que congrega os países da Grã-Bretanha mais a Irlanda do  Norte. Esse agrupamento político tem o poder soberano concentrado na Inglaterra, e os outros integrantes possuem uma autonomia relativa, considerados que são unidades constituintes, a exemplos dos Estados na Federação. Já a Escócia tem um autogoverno limitado, submetido ao Parlamento britânico. As explicações são do Dr. Reginaldo Nasser, Coordenador do Curso de Relações Internacionais da PUC de São Paulo;
P.S. A foto da coluna da atleta Sarah Menezes (medalha de ouro - judô), foi emprestada do blog altamiroborges.blogspot.com.