sábado, 6 de julho de 2013

CINEMA NACIONAL - ROBERTO SANTUCCI - ATÉ QUE A SORTE NOS SEPARE

Boa tarde amigos,

O movimento de retomada   do cinema nacional às telas, em todo o país, com um percentual expressivo de público e de salas,   encontra uma velha e tradicional conhecida: a comédia. Justamente o gênero que fez sucesso em todos os tempos no Brasil, mas que sofre sério preconceito da crítica especializada.   Um dos diretores da nova geração, consagrados agora com o gênero,  é  Roberto Santucci, que já inclui em seu currículo, três  retumbantes sucessos de público: Até que a Sorte Nos Separe e De Pernas Para o Ar 1 e 2 e promete mais com o recém-lançado,Odeio o Dia dos Namorados, e a sequência dos dois primeiros (Sorte n. 2 e Pernas pro Ar n. 3), para 2.014.   O diretor vem sendo considerado um Midas da sétima arte e já não sente, como no passado,  dificuldades  para encontrar produtores e distribuidores dispostos a investir em suas películas.  Depois de vários curtas e longas que nem chegaram a ser lançados, conseguiu alguma atenção para o seu “Bellini e a Esfinge” baseado em livro homônimo de  Tonny Bellotto, em 2.002. Nada, porém, relevante. Agora é diferente. Badalado, tem à disposição generosos orçamentos (De Pernas Para o Ar 2 já contou com orçamento de R$5.000.000,00) e até a garantia de que, a cada 10.000.000 de ingressos vendidos, poderá fazer um filme tipo “cabeça”, daqueles que todo diretor tem vontade de realizar,  sem compromisso com o retorno de mercado, como afirmou recentemente o seu produtor. As obras-primas cinematográficas geralmente passam longe do gênero “comédia”, mas não se pode imaginar que elas não façam parte do mundo mágico da Sétima Arte e que não possam ser realmente inesquecíveis. Acho espetacular, por exemplo,  a versão, para o cinema,  da obra de Suassuna, o Auto da Compadecida, em todos os aspectos. Abaixo algumas considerações sobre o filme “Até Que a Sorte Nos Separe” que assisti recentemente.


ATÉ QUE A SORTE NOS SEPARE – Baseada no livro “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos” de Gustavo Cerbasi, e tendo como protagonistas o humorista Leandro Hassun e a atriz Daniele Winits, o filme, apesar das considerações negativas da crítica especializada,  não é ruim,  pois, ao contrário da maioria dos longas atuais que exploram o  gênero comédia-romântica, tem efetivamente enredo e mensagem leves, que agradam  e divertem o espectador, um bom ritmo e um  humor limpo e inteligente, afastado do estereótipo das cenas apelativas de sexo e de excesso de  palavrões. Na sinopse, um casal, Tino (Leandro Hassum) e Jane (Danielle Winits), de classe média baixa, ganha 100 milhões na loteria, e vive de forma abastada e fútil, com os dois filhos,  por 15 anos,  até que todo o dinheiro acaba, em decorrência da gastança e dos maus investimentos. Jane está grávida do terceiro filho do casal e o marido não sabe como contar a ela que estão pobres, pois o médico afirma que ela não pode sofrer qualquer tipo de emoção. Então, ele resolve  pedir ajuda a amigos, especialmente a um vizinho, com quem não se dava bem. Há quem veja no filme um roteiro esquemático, mais uma comédia televisiva, ou feita para crianças.   Com mais de um milhão de espectadores, o filme não está mais no circuito comercial, mas pode ser encontrado nas videolocadoras e no sistema pay-per-view. Veja num sábado à noite comendo pipoca ou tomando um bom vinho. De preferência no horário do insuportável “Zorra Total”. Garanto que é bem melhor.


Até amanhã amigos.


P.S. (1) “A Comédia é o primeiro gênero a se profissionalizar no cinema brasileiro” – de Pedro Butcher do Filme B;

P.S. (2) Do diretor Roberto Santucci: “Você ter a atenção das pessoas para seus filmes é algo difícil. E custa uma fortuna”;

P.S. (3) Os diretores da terra têm investido em comédias e cinebiografias, depois dos sucessos de Se Eu Fosse Você 1 e 2 Dois Filhos de Francisco;

P.S. (4) Roberto Santucci é um diretor que, segundo os artistas que trabalham com ele, é generoso e permite que os talentosos atores deem vazão ao hábito de improvisar. Ele inova na arte de filmar, para extrair o máximo possível de seus atores. Trabalha com 3 câmeras ao mesmo tempo, exatamente para dar liberdade de criação e improviso.

P.S. (5)  A comédia romântica, concebida pelos norte-americanos há décadas,  continua muito em moda,  arrastando multidões para os cinemas no mundo inteiro, especialmente jovens em busca de alegria e entretenimento;

P.S. (6)  Não compreendo o preconceito de parte considerável da chamada crítica especializada com o gênero “comédia”. A questão é de premissa: há muita gente que pensa e acredita que cinema é coisa séria, não é arte para exercício de entretenimento;


P.S. (7)  Um desses  críticos afirma que a comédia “Até Que a Sorte Nos Separe” é daquelas que você saí do cinema e não lembra mais. E eu pergunto: E é para ficar lembrando sempre, de tudo?


P.S. (8) A imagem que abre a coluna hoje é do filme "Até que a Sorte Nos Separe", a do meio da coluna do filme recém-lançado, Odeio o Dia dos Namorados. A imagem ao lado é do filme americano de 2.009, também denominado "Eu Odeio o Dia dos Namorados", que foi estrelado por Nia Vardalos e John Corbett. Dirigido e produzido pela própria atriz Nia Vardalos (lembram-se dela do ótimo filme "Casamento Grego"?), esta última comédia romântica é uma das piores que eu já assisti. A versão brasileira ainda não vi. 

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