segunda-feira, 15 de julho de 2013

CINEMA PREMIADO: ARGO DE BEN AFFLECK


Boa noite amigos,
 
 
O avião que o trouxe quase não conseguiu decolar de tanto ouro que carregava. Essa é uma  frase dita numa das cenas envolvendo dois policiais da CIA, referindo-se ao voo que levou mais um  beneficiário de "asilo político" concedido pelos Estados Unidos a um amigo,  chefe de Estado. Tratava-se do Xá Mohammad Reza Pahavi,  que governou o Irã antes da revolução iraniana que ocorreu em 1.979 e levou ao poder o líder xiita, Ayatolá Khomeini. O sentimento anti-americano que, vez ou outra, se manifesta, sobretudo em países do Oriente, não é infundado, embora nada justifique o terrorismo e a perseguição a cidadãos norte-americanos, muitos dos quais nem sabem, e grande parte não concorda, com a política externa americana que, a pretexto de garantir a liberdade e os direitos humanos no mundo, historicamente protege ditadores de direita, aliados por defenderem  os interesses norte-americanos em seus países,  em troca de benefícios e privilégios pessoais, numa verdadeira traição à nação e ao seu povo, aos quais, em regra,  saqueiam, oprimem e impõem uma vida de miséria.   Bem, independente dessa visão, que me parece indiscutível, o filme de Ben Affleck, vencedor do Oscar 2.013 e de muitos outros prêmios importantes do cinema,  retrata a sua versão de um interessante conflito verificado durante a revolução iraniana, em 1.979, cujos detalhes só foram revelados nos anos 90, a um elenco talentoso, capaz de segurar  a trama em todos os momentos. Só esses ingredientes não seriam suficientes se o roteiro adaptado não fosse tão bom  e Goldemberg  não fosse tão preciso na primorosa edição. Os três (Ben, Chris e Goldemberg),  foram premiados com a estatueta da academia, respectivamente, como o melhor filme, o melhor roteiro adaptado e a melhor edição.  O filme tem momentos de comédia, de drama, de suspense, de policialesco, sendo mesmo difícil seu enquadramento, de forma plena, num desses gêneros, como considera Bruno Carmelo, em crítica manifestada no blog "Adoro Cinema". A verdade é que esse roteiro baseado no best seller “My Secret Life in The Cia", de Antônio J.Mendez foi tão bem adaptado e dirigido, com   uma sequência dinâmica que leva o espectador a não piscar durante os 130 minutos em que dura o longa metragem, ARGO. Na sinopse, durante a revolução iraniana,  seis funcionários americanos, conseguem escapar da prisão, depois que militantes islâmicos e estudantes iranianos, invadem a Embaixada Americana em Teerã, inconformados com a recusa americana de extraditar o ditador, ex-governante e a quem concede asilo político,  e fazem os funcionários reféns.  Eles se refugiam  na Embaixada do Canadá e pedem auxílio ao governo americano. A CIA então, convoca um agente especial experiente, Antônio Mendez (Ben Affleck), e,  num plano exótico que envolve uma parceria entre os governos norte-americano e canadense, o policial,  cineastas famosos e equipe técnica de renome, buscam  tentar resgatar os refugiados, montando o roteiro de um inventado longa de ficção científica, muito em moda naquela época (Jornada nas Estrelas, O Planeta dos Macacos).  Com o falso argumento, tratam de pedir autorização ao governo iraniano para realizar cenas no deserto do país dos Aiatolás.  O filme foi proibido recentemente no Irã e seu diretor acusado de deturpação do incidente que se verificou entre os países, no final dos anos 70.  Um grande filme de suspense, num roteiro bem adaptado, com um orçamento de quase 45 milhões de dólares. Não deixe de ver.

Até amanhã amigos.

P.S. (1) Argo é um filme produzido, dirigido e estrelado pelo  jovem ator, diretor e produtor americano, Ben Affleck, de apenas 40 anos, que, como ator, participou de mais de dezenas de filmes para cinema e televisão nos Estados Unidos, dentre os quais, Pearl Harbor (2.001), Sheakespeare Apaixonado (1.998) e Elektra (2.006). Tem em seu currículo três direções: Medo da Verdade (2.007), Atração Perigosa  (2.010)Argo (2.012);

P.S. (2) O filme levou 7 estatuetas da academia americana: Melhor filme, melhor ator coadjuvante para Alan Arkin , melhor roteiro adaptado para Chris Terrio ; melhor edição: William Goldemberg; melhor trilha sonora: Alexandre Desplat, e, ainda, melhor edição de som e melhor mixagem de som.

P.S. (3) As gravações foram feitas em Los Angeles, na Virgínia,  em Washington e as cenas externas do Irã, em  Istambul,  na Turquia;

P.S. (4) A imagem da coluna de hoje, de Ben Affleck, foi emprestada do site produto.mercadolivre.com.br;
 

 

 

 

 

 

 

 

 

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