segunda-feira, 24 de junho de 2013

SOM DOS ANOS 60 - TWIST, ESTUPIDO CUPIDO E CELY CAMPELLO


Boa noite amigos,
As lembranças do passado são sempre importantes no registro da memória de nossas vidas e da vida dos nossos entes queridos, de nossos amigos,  nossas instituições, no respeito à cultura, à nossa história e à alheia, à arte, fundamentais no processo de aprendizagem e de humanização.  Saber aprender com o passado e ter respeito por ele é  importante, porque afinal somos  o resultado de nossas vivências pretéritas, das marcas positivas e negativas que elas nos proporcionaram e na maneira pela qual sentimos e aprendemos com essas experiências. Hoje deixo a memória viajar até a adolescência no início dos anos 60, já aqui em Campinas, uma cidade provinciana que já beirava aos 300 mil habitantes, mas tinha centro e bairros bem definidos, trem, ônibus e bonde funcionando em benefício da população. A diversão de gente como nós, de classe média baixa, não variava muito: uma pizza aqui, outra ali, duas por mês no máximo, acompanhada de um refrigerante, mais tarde de um choppinho, sem exageros incompatíveis com a nossa condição. De resto, cinema também de vez em quando e bailinhos. Dois ritmos surgiram nessa época em  que os bons de dança eram conhecidos como “pés de valsa”: o rock in roll de Elvis Presley, e o twist de Chubby Checker.  Eu nem sabia, mas agora  sei: O rock surgiu na minha vida, com o fascínio pelos filmes e discos de Elvis, tudo num inglês que eu mal entendia, mas dançava.  Por aqui esses rocks eram gravados em versões, geralmente de Fred Jorge e soavam firmes no gogó dos irmãos Tony e Celi Campello, de Wilson Miranda, de Carlos Gonzaga,  ainda na fase pré-jovem guarda. O twist era uma dança alucinante de múltiplos ritmos, misturando rock in roll, jazz e outros compassos.  Rock in roll e twist foram os ritmos da minha adolescência perdida na noite dos tempos.E os de minha geração. Mas a disseminação da cultura e arte dos anos 60, uma verdadeira coqueluche nas últimas décadas, tem levado ritmo, músicas e letras para os salões de baile, aniversários e casamentos ainda hoje. E haja saúde para mexer as pernas e os quadris.

Até amanhã amigos.

P.S. (1)  O    twist  teve origem nos Estados Unidos, em 1.959 e é  atribuído a  Ernest Evans, cujo nome artístico era Chubby Checker, natural da Carolina do Norte. Em 1.959, Hans Ballard gravou uma canção denominada “The Twist”, que foi ignorada. No ano seguinte, Chubby regravou, introduzindo no ritmo alguns compassos e uma maneira peculiar de cantar (versão cover) e fez um estrondoso sucesso.  O “hit” ficou várias semanas em primeiro lugar nas principais paradas americanas e influenciou o mundo artístico, e os figurinos de se vestir. Também se atribui ao twist o primeiro ritmo musical em que as pessoas começaram a dançar sozinhas, prescindindo de parceiro. Foi considerado forte aliado da educação física devido aos compassos, pois o bailado estabelecia ou exigia um bom condicionamento físico. Alguns utilizaram o twist para emagrecer, pois ele trabalha muito com as pernas e os quadris. 


P.S. (2) Nos fins dos anos 50 e início dos anos 60, jovens eram chamados de “brotos”, as mulheres  usavam “tubinhos”, minissaias,  rabo de cavalo, cílios postiços e os rapazes andavam de lambreta, usavam jaquetas de couro e gel nos cabelos. Um dos ícones da juventude dessa geração foi o ator James Dean do famoso filme “Juventude Transviada”;


P.S. (3)  Dizem que Chubby  criou o twist a partir da observação dos movimentos das galinhas. O twist foi precursor de outra dança (“a disco”) que ganhou as danceterias e as discotecas nos anos 70. Um dos símbolos da dança de discoteca foi John Travolta  em  “Embalos de Sábado à noite”;

P.S. (4) A Novela “Estúpido Cupido”“ foi escrita por Mário Prata  e dirigida por Rogério Cardoso. Foi exibida pela TV Globo de Televisão  entre os anos de 1.976 e 1.977, em 160 capítulos, inspirada no sucesso de Cely Campello dos anos 60, para a versão de Fred Jorge de “Stupid Cupid”, um rock composto por Neil Sedaka e Howard Greenfeld, gravado pela cantora Conny Francis, em 1.958, grande sucesso nas paradas americanas;

P.S. (5) A cantora Cely Campello (imagem abaixo emprestada do site www2.uol.com.br)  apareceu para o público e para a sua carreira num programa de Abelardo Barbosa, o Chacrinha.  Fez um extraordinário sucesso com duas versões: Estúpido Cupido  (do inglês Stupid Cupid) e Banho de Lua (do italiano, Tantarella de Luna). Também  emplacou outra musiquinha de época: Lacinhos Cor de Rosa. Seu primeiro disco, lançado em 1.960, denominado “Estúpido Cupido”, foi considerado o primeiro LP de rock brasileiro. Teve uma meteórica carreira, pois a abandonou em 1.962, no auge do sucesso, para se casar e se dedicar à família. Morreu, em 2.002,   aqui em Campinas, onde morava, em virtude de agravamento de um câncer de seio.
P.S. (6) Por ocasião da novela Estúpido Cupido,  exibida pela Globo, surgiram dois discos de trilha sonora do folhetim, um nacional e outro internacional. No nacional, que vendeu mais de um milhão de cópias, duas regravações de Cely (Estúpido Cupido e Banho de Lua).

P.S. (7) A novela foi toda em preto e branco. Apenas o último capítulo foi a cores, para surpresa do próprio elenco, que não foi avisado propositadamente do "presente" que a emissora resolveu dar ao autor, artista, elenco e o público telespectador;

P.S. (8) O casal protagonista de Estúpido Cupido foi interpretado por Françoise Furton e Ricardo Blat (imagem do meio da coluna emprestada de astrosemrevista.blogspot.com).

P.S. (9) A imagem da abertura da coluna de hoje é da capa do LP da trilha sonora nacional da novela e foi emprestada de lambrettabrasil.blogspot.com; Abaixo vídeo do Youtube em que Chubby Cheker canta o seu The Twist, enquanto a "galera" se esbalda,  dançando esse ritmo considerado divertido e versátil.






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