Boa noite amigos,
As lembranças do passado são sempre importantes no registro
da memória de nossas vidas e da vida dos nossos entes queridos, de nossos
amigos, nossas instituições, no respeito à cultura, à nossa história e à alheia, à arte, fundamentais no processo de aprendizagem e de humanização. Saber aprender com o passado e ter respeito
por ele é importante,
porque afinal somos o resultado de nossas
vivências pretéritas, das marcas positivas e negativas que elas nos proporcionaram
e na maneira pela qual sentimos e
aprendemos com essas experiências. Hoje deixo a memória viajar até a adolescência no início dos anos 60, já aqui em Campinas, uma cidade provinciana que já
beirava aos 300 mil habitantes, mas tinha centro e bairros bem definidos, trem,
ônibus e bonde funcionando em benefício da população. A diversão de gente como
nós, de classe média baixa, não variava muito: uma pizza aqui, outra ali, duas
por mês no máximo, acompanhada de um refrigerante, mais tarde de um choppinho,
sem exageros incompatíveis com a nossa condição. De resto, cinema também de vez
em quando e bailinhos. Dois ritmos surgiram nessa época em que os bons de dança eram conhecidos como “pés de valsa”: o rock in roll de Elvis
Presley, e o twist de Chubby Checker. Eu nem sabia, mas agora sei: O rock surgiu na minha vida, com o
fascínio pelos filmes e discos de Elvis,
tudo num inglês que eu mal entendia, mas dançava. Por aqui esses rocks eram gravados em versões, geralmente de Fred Jorge e soavam firmes no gogó dos irmãos Tony e Celi Campello, de Wilson Miranda, de Carlos Gonzaga, ainda na fase pré-jovem guarda. O twist era uma dança alucinante de múltiplos ritmos, misturando rock in roll, jazz e outros compassos. Rock in roll e twist foram os ritmos da minha adolescência perdida na noite dos tempos.E os de minha geração. Mas a disseminação da cultura e arte dos anos 60, uma verdadeira coqueluche nas últimas décadas, tem levado ritmo, músicas e letras para os salões de baile, aniversários e casamentos ainda hoje. E haja saúde para mexer as pernas e os quadris.
Até amanhã amigos.
P.S. (1) O twist teve origem nos Estados Unidos, em 1.959 e é
atribuído a Ernest Evans, cujo nome artístico era Chubby Checker, natural da Carolina
do Norte. Em 1.959, Hans Ballard gravou
uma canção denominada “The Twist”,
que foi ignorada. No ano seguinte, Chubby
regravou, introduzindo no ritmo alguns compassos e uma maneira peculiar de
cantar (versão cover) e fez um estrondoso sucesso. O “hit”
ficou várias semanas em primeiro lugar nas principais paradas americanas e
influenciou o mundo artístico, e os figurinos de se vestir. Também se atribui
ao twist o primeiro ritmo musical em
que as pessoas começaram a dançar sozinhas, prescindindo de parceiro. Foi
considerado forte aliado da educação física devido aos compassos, pois o
bailado estabelecia ou exigia um bom condicionamento físico. Alguns utilizaram
o twist para emagrecer, pois ele
trabalha muito com as pernas e os quadris.
Até amanhã amigos.
P.S. (2) Nos fins dos
anos 50 e início dos anos 60, jovens eram chamados de “brotos”, as mulheres usavam “tubinhos”, minissaias, rabo de cavalo, cílios postiços e os rapazes
andavam de lambreta, usavam jaquetas de couro e gel nos cabelos. Um dos ícones
da juventude dessa geração foi o ator James
Dean do famoso filme “Juventude
Transviada”;
P.S. (3) Dizem que Chubby criou o twist a partir da observação dos movimentos
das galinhas. O twist foi precursor
de outra dança (“a disco”) que
ganhou as danceterias e as discotecas nos anos 70. Um dos símbolos da dança de
discoteca foi John Travolta em “Embalos de Sábado à noite”;
P.S. (5) A cantora Cely
Campello (imagem abaixo emprestada do site www2.uol.com.br) apareceu para o público e
para a sua carreira num programa de Abelardo
Barbosa, o Chacrinha. Fez um
extraordinário sucesso com duas versões: Estúpido
Cupido (do inglês Stupid Cupid) e Banho de Lua (do italiano, Tantarella
de Luna). Também emplacou outra
musiquinha de época: Lacinhos Cor de
Rosa. Seu primeiro disco, lançado em 1.960, denominado “Estúpido Cupido”, foi considerado o primeiro LP de rock
brasileiro. Teve uma meteórica carreira, pois a abandonou em 1.962, no auge do
sucesso, para se casar e se dedicar à família. Morreu, em 2.002, aqui em Campinas, onde morava, em virtude de agravamento de um câncer de
seio.
P.S. (6) Por ocasião da novela Estúpido Cupido, exibida
pela Globo, surgiram dois discos de
trilha sonora do folhetim, um nacional e outro internacional. No nacional, que
vendeu mais de um milhão de cópias, duas regravações de Cely (Estúpido Cupido e Banho de Lua).
P.S. (7) A novela foi toda em preto e branco. Apenas o último
capítulo foi a cores, para surpresa do próprio elenco, que não foi avisado
propositadamente do "presente" que a emissora resolveu dar ao autor, artista,
elenco e o público telespectador;
P.S. (8) O casal protagonista de Estúpido Cupido foi
interpretado por Françoise Furton e Ricardo Blat (imagem do meio da coluna
emprestada de astrosemrevista.blogspot.com).
P.S. (9) A imagem da abertura da coluna de hoje é da capa do
LP da trilha sonora nacional da novela e foi emprestada de lambrettabrasil.blogspot.com; Abaixo vídeo do Youtube em que Chubby Cheker canta o seu The Twist, enquanto a "galera" se esbalda, dançando esse ritmo considerado divertido e versátil.
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