quarta-feira, 18 de julho de 2012

CINEMA - PARA ROMA COM AMOR


Boa noite amigos,

O genial, inimitável, polêmico e controvertido ator e diretor Woody Allen está mais uma vez nas telas dos cinemas, com um novo filme de sua fase européia que começou com VICK CRISTINA BARCELONA, de 2.008, passando pelo ótimo MEIA-NOITE EM PARIS (2.011), o seu  maior sucesso de bilheteria e que teve indicação para o Oscar da Academia de Hollywood. Desta feita a homenagem  é a  Roma,  a Cidade Eterna, resultante  de encomenda da produtora italiana Medusa Film, uma das empresas do grupo comandado por Silvio Berlusconi, que financiou o longa. O título em inglês é To Rome With Love, traduzido fielmente no Brasil, como PARA ROMA COM AMOR.  São quatro histórias tendo como cenário a capital italiana e seus belos pontos turísticos conhecidos: Fontana di Trevi, Piazza de Spagna, Coliseu, Piazza Navona, etc., fotografados sob a batuta do iraniano Darius Khandji, o mesmo de “Meia-Noite em Paris”. Num dos segmentos, um casal americano (Woody Allen e Judy Davis), viajam para Roma, onde reside a filha (Alison Pill), para conhecer os pais de seu namorado italiano (Flávio Parenti). Aposentado como empresário do mundo artístico voltado para a ópera, mas inconformado com a aposentadoria, Woody julga ter descoberto, com seu faro de caça-talentos, no pai do namorado da filha, que ganha a vida como um agente funerário (Fábio Armilato), um talentoso tenor. O problema, porém, é que ele só canta bem no chuveiro. Na outra história, dois jovens recém-casados do interior da Itália (Alessandra Mastronardi e Alessandro Tiberi) viajam para Roma e ali se desencontram, quando ela resolve procurar um cabeleireiro e se perde na caótica capital. O quarto onde se encontra o marido é invadido por uma prostituta (Penelope Cruz), previamente paga para fazer programa sexual, mas ela erra de quarto e de freguês, e acaba  obrigada a passar pela esposa, diante  da presença inusitada de familiares conservadores do rapaz. No terceiro segmento, um velho arquiteto da Califórnia (Alec Baldwin) visita a Itália com um grupo de amigos e passeando sozinho próximo do local onde residiu na juventude, encontra um jovem arquiteto, Jack (Jesse Eisenberg), que mora com a namorada (Greta Gerwig), mas se vê envolvido com a presença de uma visita, a jovem Monica (Ellen Page). O  velho arquiteto então, de forma imaginária, se converte numa espécie de consciência experiente do jovem, dando-lhe conselhos enquanto os fatos se desenrolam. Por fim, no quarto segmento, um cidadão comum, Leopoldo (na pele do impagável Roberto Begnini), se converte, do dia para a noite, sem saber por que e sem motivo aparente, numa celebridade, perseguida pelos paparazzis e foco do interesse da mídia em geral, por sua vida e coisas banais (como e quando faz a  barba, marca e cor de sua cueca etc.). Uma bem humorada  crítica às celebridades do mundo moderno, criadas e destruídas  pela mídia, tema sobre o qual Allen já discorrera mais longamente no filme “Celebridades” de 1.998. Uma Penelope Cruz “a la Sophia Loren” e um divertido Begnini, lembrando os velhos comediantes italianos, sinalizam a intenção do diretor de prestar homenagem aos filmes de formato comum do cinema italiano dos anos 1.960 e 1.970. Vi e gostei do filme. Concordo com o comentarista Roberto Guerra que se trata de uma “agradável, divertida e inteligente comédia” (www.cineclick.com.br), na qual o diretor não só mostra a bela capital da Itália e seu encantos, como perscruta, com aguçada observação,  a natureza humana e suas manifestações. De maneira geral, a crítica é favorável, embora reconheça, como também reconheço, que Meia-Noite é Paris é um filme melhor concebido e realizado. Mas, amigos cinéfilos,  não deixem de ver. O que é regular em Woody Allen ainda é sempre muito bom, pois os comparativos e conceitos são sempre estabelecidos com os seus próprios filmes, alguns deles verdadeiras obras-primas da sétima arte.

Até amanhã.




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