sexta-feira, 20 de julho de 2012

POEMAS - NECESSIDADE DE CERTAS ALMAS

Boa noite amigos,
Sempre anotei coisas e alinhavei pensamentos variados, como forma e necessidade de exteriorização do espírito. Nunca, porém, perdi a prudência de mantê-los inéditos, um pouco por auto-preservação da intimidade, outro tanto em respeito e em homenagem aos verdadeiros talentos das letras, dentre os quais obviamente nunca me incluí. Lá pelos idos de 1.987  e sentindo necessidade de extravasar o que se passava na alma, escrevi um poema que  não por acaso, ao menos naquela ocasião, a ele dei o nome de VIDAS. Um pouco impressionado, talvez, com os encantos da doutrina espírita. E especialmente com o grande e importante trabalho social desenvolvido pelos espíritas. Hoje, porém, minha antiga prudência foi substituída pela necessidade de  mostrar um trabalho que, sem méritos embora,  busca localizar e dialogar com eventuais  parceiros de alma e espírito, perdidos por aí.  Vai lá, então:  

VIDAS  (15/08/1987).
 Eu vivi muitas vidas antigas,
E deixei muitas outras sem rastro,
Eu morri muitas vidas vividas,
No eterno buscar do teu passo.

Eu vivi muitas vidas morridas,
E morri muitas outras erradas,
Eu nasci, eu passei entre lidas,
Nessa vida que vive danada.


Sou viver, sou morrer, sou passado,
Nessa vida de águas paradas,
Eu vivi todas as vidas por ti,
E morri esta noite por nada.

Até amanhã amigos,
P.S. (1) Chico Buarque de Holanda escreveu, no distante ano de 1.967,  profundos e tocantes versos que compunham a letra de "Roda Viva", uma de suas obras-primas e que se classificaria em 3º lugar no 3º Festival da Música Popular Brasileira, daquele ano: "Tem dias que a gente se sente. Como quem partiu ou morreu. A gente estancou de repente. Ou foi o mundo então que cresceu. A gente quer ter voz ativa. No nosso destino mandar. Mas eis que chega a roda viva. E carrega o destino prá lá....";

P.S. (2) Os jovens cineastas Renato Ferrari e Ricardo Calil, são diretores do documentário "Uma Noite em 1.967". O documentário, exibido no Festival de Cinema de Paulínia, versão 2.010, mostra o que foi e significou a noite de 21 de outubro de 1.967, final do 3º Festival da Música Popular Brasileira, realizado pel TV Record, no Teatro Paramount, em São Paulo. Esse festival mudaria para sempre os destinos da música popular brasileira, tantos foram os talentos que por ele desfilaram e as novidades que trouxeram em termos de poesias, sons e arranjos.






Um comentário: