domingo, 30 de junho de 2013

BUGRÃO NA COPA DAS CONFEDERAÇÕES E ITÁLIA E URUGUAI PELO TERCEIRO LUGAR


Boa tarde amigos,
I - Victor Matheus do Amaral Martins Cunha, meu aluno em Direito Civil no 4º Ano B da Faculdade de Direito da PUC Campinas, e bugrino militante,   fez questão de comparecer ao Estádio do Mineirão, na 4ª. Feira passada, para conferir a partida entre as seleções brasileira e uruguaia, por uma das semifinais da Copa das Confederações. Não era apenas a presença de um admirador do futebol,  mas sim de um torcedor entusiasmado, amante do indigitado esporte, da seleção canarinho e  da equipe de seu coração: o Bugre Campineiro. Daí a  bandeira do Bugrão que esteve presente junto com Victor e seu amigo palmeirense, a outra bandeira verde marcando presença. As fotos que registraram a presença do bugrino, da bandeira da nação bugrina,  e do Guarani, na Festa do futebol mundial, enviadas a meu pedido, estão aí espalhadas pela coluna, para conferência. Nelas, a presença dos torcedores alviverdes  na classificação brasileira para a final, a entrada e o miolo do novo Mineirão e também o aconchego de um dos ídolos da história do Guarani: o atacante Neto, hoje comentarista esportivo da TV Bandeirantes;
II – Uruguai e Itália fizeram uma bela partida agora às 13,00 horas, pela disputa do 3º lugar da edição brasileira da Copa das Confederações. Um jogo bem disputado, muito bom técnicamente, com um primeiro tempo italiano, um segundo tempo e prorrogação da equipe uruguaia. No final um bom 2 a 2, com dois golaços de falta, um para cada lado. Na decisão por  pênaltis, voltou a prevalecer a dedicação, nesse fundamento,  dos europeus, em relação aos sul-americanos. A Itália leva o honroso 3º lugar de muita superação, especialmente pelo cansaço e  pela partida excepcional que fez contra a Espanha.  E o Uruguai, com uma das melhores linhas de atacantes de sua história, mostrou que pode repetir a boa campanha da Copa de 2.010, quando terminou a competição em 4º lugar, superando Brasil e Argentina.
 III - Daqui a pouco começa a grande decisão entre Brasil e Espanha. Qualquer que seja o resultado não deve haver surpresa. A Seleção Espanhola é, sem dúvida, a favorita, não só por ser a campeã mundial, como também por viver um momento extraordinário, recheada de craques de primeira grandeza e jogando um futebol coletivo de muita técnica e com um esquema tático eficiente. A Seleção Brasileira, queiramos ou não, ainda está longe de encontrar o seu momento ideal, carecendo de aperfeiçoamento em vários fundamentos, inclusive técnico e tático. Pode ganhar a partida? Claro que pode. Se vencer não  será a favorita para a Copa do Mundo de 2.014, só por isso. Nem estará fora do título, se perder. Falta um ano para a Copa, e potencial, tanto de uma, quanto de outra seleção, para levar o título da Copa do Mundo de 2.014, ambas têm. 

Bom jogo para nós e até amanhã amigos.














sexta-feira, 28 de junho de 2013

A RESPEITO DA COPA DAS CONFEDERAÇÕES E DAS EQUIPES CAMPINEIRAS

Boa tarde amigos,

I - Foi eletrizante o jogo entre Itália e Espanha, ontem à tarde, no novo e belo Castelão, pelas semifinais da Copa das Confederações. Favorita no jogo e também ao título, a Seleção Espanhola encontrou uma adversária disposta a mostrar que é capaz de jogar, de igual para igual, com a campeã do Mundo, e que teria sido absolutamente acidental a goleada de 4 a 0 sofrida, diante  da Fúria,  no ano passado, pela Eurocopa. Um tempo de cada seleção: primeiro tempo, italiano; segundo tempo, espanhol. Mas foi justamente na segunda etapa que a seleção italiana meteu uma bola na trave, arrepiando a massa de torcedores que visivelmente torciam pela Itália, ou contra a Espanha.   O 0 a 0  no tempo normal e na prorrogação, evidenciaram o que se passou em campo: equilíbrio, inclusive no tempo de posse de bola: 54 a 46%, mais ou menos. Nos pênaltis, apesar das competentes cobranças, de lado a lado, a perda da sétima cobrança por Bonucci, e da conversão, em seguida, por Candreva,  decretaram a desclassificação da Itália e a explicitação de qual delas iria à final, domingo, contra o Brasil. Brasil e Espanha, uma final sonhada por todos (torcedores, imprensa, espanhóis, brasileiros e apreciadores em geral do futebol mundial). O Maraca vai ferver, sem dúvida.

II - Justamente depois da contratação de um técnico experiente e caro,  Paulo Cesar Carpegianni,  que assegurou, a semana passada, ter obtido da Diretoria, a garantia de que Cicinho não sairia, e que haveria a contratação de  reforços, ontem a Ponte Preta anunciou a venda de seus dois maiores craques, o zagueiro Cleber e o lateral Cicinho, respectivamente, para o Corinthians e para o Santos. Os valores divulgados são interessantes, mas a preocupação é exatamente o que acontecerá com esse time, que incomodamente permanece no recesso do Campeonato, em último lugar, com os importantes desfalques. Tudo bem, há dinheiro para contratações. Mas há quem contratar para suprir a ausência desses jogadores a essa altura,  com o campeonato em curso? E será possível manter o equilíbrio e o entrosamento da equipe com novos jogadores?  Eis as perguntas que o torcedor pontepretano está fazendo. É difícil, porém, julgar a conduta da Diretoria, pois se é verdade que teria condições financeiras de segurar os atletas, para vendê-los só após o campeonato, não menos verdade que os jogadores demonstraram interesse em aproveitar as raras oportunidades de jogarem em equipes de ponta do futebol brasileiro e mundial e nós sabemos como é difícil segurar o rojão quando isso acontece. Paciência, torcedor. É esperar e torcer.

Até amanhã amigos.

P.S. (1) O Guarani faz hoje um amistoso interessante e válido para ganhar experiência. Enfrenta, em Santa Catarina, a boa equipe do Criciúma, que atualmente está na elite do Brasileirão e terminou o campeonato, antes do recesso, em 10º lugar, uma honrosa ocupação, sem dúvida;

P.S. (2) Paulinho finalmente foi vendido. Ninguém duvidava da transação, mesmo antes do início da Copa das Confederações. O atleta, com uma participação decisiva nos jogos da Seleção Brasileira, teve seu passe muito valorizado e vai para a Europa, em alta.

P.S. (3) Os treinadores das equipes brasileiras deveriam gravar e passar várias vezes o vídeo com a cobrança de pênaltis ontem no jogo entre Espanha e Itália para os seus atletas, nas concentrações. Foi uma aula de cobranças perfeitas, em estilos variados, ao contrário do que vem ocorrendo no Brasil, com uma impressionante estatística de cobranças não convertidas. Aliás, todos os jogadores deveriam treinar cobranças de pênalti, até os zagueiros. Por uma razão simples: podem ter que cobrá-los em campeonatos cujas regras estabeleçam essa forma de desempate, ou mesmo, em situações de emergência nas quais os cobradores tradicionais não estejam em campo, ou não tenham condições de fazê-lo. Chega dessa história de que zagueiro foi feito para defender e atacante para fazer gols. O futebol moderno descarta essa velharia ultrapassada.

P.S. (4) A imagem da coluna de hoje é da cantora Shakira, namorada do jogador Gerard Piqué da seleção espanhola, presente ao Castelão e que vibrou muito com a vitória da Fúria, nos pênaltis. Um colírio para os olhos,  no meio desses feiosos marmanjões da FIFA. A cantora está com 35 anos, enquanto o namorado tem 25. Mas parece que ele não está nem um pouco preocupado com essa diferença de idade.






quarta-feira, 26 de junho de 2013

LITERATURA - GUIA POLITICAMENTE INCORRETO DA FILOSOFIA - ENSAIO DA IRONIA - PONDÉ

Boa noite amigos,



Na onda da recontagem das histórias, segundo versões não tradicionais (isso já aconteceu em Guia Politicamente Incorreto da América Latina e Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil), aqui está outro Guia Políticamente Incorreto na nomenclatura, que nada tem a ver, contudo,  com a série, escrito pelo jornalista e filósofo pernambucano, Luiz Felipe Pondé, que  qualifica  a  obra  apenas como  um ensaio de filosofia do cotidiano, cujo  alvo consiste em  atacar e ironizar  o que  reputa uma grande mentira moral  muito em  voga, o Politicamente Correto. O tom é propositadamente  desafiador na medida em que objetiva ver no seu próprio leitor,   o contraponto de seu pensamento, ao aludir que  a “intenção específica do livro é ser desagradável para um tipo específico de pessoa que ele espera seja você ou alguém que você conheça".  Provocação que para alguns que o consideram oportunista, e o livro, fruto desse oportunismo,  não passa de  estratégia de marketing.  Buscando invocar parcerias ilustres na sua artilharia contra o PC,  invoca o pensamento de Nelson Rodrigues, para ele o primeiro no Brasil a criticar a chamada praga PC, mesmo antes de ela ter esse nome. Afirmações como “a sensibilidade democrática odeia esta verdade: os homens não são iguais, e os poucos melhores sempre carregaram a humanidade nas costas” (p. 29, sobre o princípio de igualdade), ou “A maior inimiga da beleza da mulher é outra mulher, a feia” (p. 92, sobre o feminismo), talvez justifiquem o enquadramento do ensaísta, professor e filósofo como uma das revelações do pensamento conservador dos últimos 10 anos (vide Wikipédia).
Se você aprecia a temática e se sente motivado para encarar a discussão, especialmente se não conhece o pensamento do autor e pretende fazê-lo, boa leitura. A Editôra é a Leya Brasil. A categoria: Ciências Sociais/Filosofia. O preço sugerido para compra é de R$35,00. A Livraria Saraiva oferece o livro em promoção, na Internet, por R$31,90.

Até amanhã.


P.S. (1) Pondé sobre Pondé: “... Não pense mal de mim, caro leitor. No fundo, sou um pobre melancólico que acha a “felicidade” muito barulhenta e cheia de gente. Ironizo, porque sofro” (p. 19);


P.S. (2) Nelson Rodrigues, em Óbvio Ululante: As Primeiras Confissões, afirma: “Eis que eu queria dizer: o aviltamento começou quando o intelectual se politizou. Já não bastava ser “poeta”, “romancista”, “ensaísta”, “dramaturgo”, “pintor”. Uma vez que a política é a linguagem do nosso tempo, o artista tem que sair de sua solidão criadora. Nunca se pediu um soneto a Bismarck, ou um romance a Roosevelt, ou um drama a Churchill”;

P.S. (3)  Eis o trecho de um comentarista anônimo publicado a respeito do livro de Pondé:É um politicamente correto liberal que está sendo vendido, enquanto refuta o velho politicamente incorreto, liberais adoram ser politicamente corretos, você não pode falar mal de globalismo, aborto ou qualquer vaca sagrada dos caras sem que tenha que debater. Eu gosto do Pondé, assim como do Narloch.. mas estão bem longe de serem inocentes”.


P.S. (4) LUIZ FELIPE PONDÉ é filósofo, escritor e ensaísta, nascido em Recife, tem 54 anos e é colunista da Folha de São Paulo.

P.S. (5) A imagem da coluna de hoje é da capa do livro e foi emprestada de www.jorcenita.blogspot.com;










segunda-feira, 24 de junho de 2013

SOM DOS ANOS 60 - TWIST, ESTUPIDO CUPIDO E CELY CAMPELLO


Boa noite amigos,
As lembranças do passado são sempre importantes no registro da memória de nossas vidas e da vida dos nossos entes queridos, de nossos amigos,  nossas instituições, no respeito à cultura, à nossa história e à alheia, à arte, fundamentais no processo de aprendizagem e de humanização.  Saber aprender com o passado e ter respeito por ele é  importante, porque afinal somos  o resultado de nossas vivências pretéritas, das marcas positivas e negativas que elas nos proporcionaram e na maneira pela qual sentimos e aprendemos com essas experiências. Hoje deixo a memória viajar até a adolescência no início dos anos 60, já aqui em Campinas, uma cidade provinciana que já beirava aos 300 mil habitantes, mas tinha centro e bairros bem definidos, trem, ônibus e bonde funcionando em benefício da população. A diversão de gente como nós, de classe média baixa, não variava muito: uma pizza aqui, outra ali, duas por mês no máximo, acompanhada de um refrigerante, mais tarde de um choppinho, sem exageros incompatíveis com a nossa condição. De resto, cinema também de vez em quando e bailinhos. Dois ritmos surgiram nessa época em  que os bons de dança eram conhecidos como “pés de valsa”: o rock in roll de Elvis Presley, e o twist de Chubby Checker.  Eu nem sabia, mas agora  sei: O rock surgiu na minha vida, com o fascínio pelos filmes e discos de Elvis, tudo num inglês que eu mal entendia, mas dançava.  Por aqui esses rocks eram gravados em versões, geralmente de Fred Jorge e soavam firmes no gogó dos irmãos Tony e Celi Campello, de Wilson Miranda, de Carlos Gonzaga,  ainda na fase pré-jovem guarda. O twist era uma dança alucinante de múltiplos ritmos, misturando rock in roll, jazz e outros compassos.  Rock in roll e twist foram os ritmos da minha adolescência perdida na noite dos tempos.E os de minha geração. Mas a disseminação da cultura e arte dos anos 60, uma verdadeira coqueluche nas últimas décadas, tem levado ritmo, músicas e letras para os salões de baile, aniversários e casamentos ainda hoje. E haja saúde para mexer as pernas e os quadris.

Até amanhã amigos.

P.S. (1)  O    twist  teve origem nos Estados Unidos, em 1.959 e é  atribuído a  Ernest Evans, cujo nome artístico era Chubby Checker, natural da Carolina do Norte. Em 1.959, Hans Ballard gravou uma canção denominada “The Twist”, que foi ignorada. No ano seguinte, Chubby regravou, introduzindo no ritmo alguns compassos e uma maneira peculiar de cantar (versão cover) e fez um estrondoso sucesso.  O “hit” ficou várias semanas em primeiro lugar nas principais paradas americanas e influenciou o mundo artístico, e os figurinos de se vestir. Também se atribui ao twist o primeiro ritmo musical em que as pessoas começaram a dançar sozinhas, prescindindo de parceiro. Foi considerado forte aliado da educação física devido aos compassos, pois o bailado estabelecia ou exigia um bom condicionamento físico. Alguns utilizaram o twist para emagrecer, pois ele trabalha muito com as pernas e os quadris. 


P.S. (2) Nos fins dos anos 50 e início dos anos 60, jovens eram chamados de “brotos”, as mulheres  usavam “tubinhos”, minissaias,  rabo de cavalo, cílios postiços e os rapazes andavam de lambreta, usavam jaquetas de couro e gel nos cabelos. Um dos ícones da juventude dessa geração foi o ator James Dean do famoso filme “Juventude Transviada”;


P.S. (3)  Dizem que Chubby  criou o twist a partir da observação dos movimentos das galinhas. O twist foi precursor de outra dança (“a disco”) que ganhou as danceterias e as discotecas nos anos 70. Um dos símbolos da dança de discoteca foi John Travolta  em  “Embalos de Sábado à noite”;

P.S. (4) A Novela “Estúpido Cupido”“ foi escrita por Mário Prata  e dirigida por Rogério Cardoso. Foi exibida pela TV Globo de Televisão  entre os anos de 1.976 e 1.977, em 160 capítulos, inspirada no sucesso de Cely Campello dos anos 60, para a versão de Fred Jorge de “Stupid Cupid”, um rock composto por Neil Sedaka e Howard Greenfeld, gravado pela cantora Conny Francis, em 1.958, grande sucesso nas paradas americanas;

P.S. (5) A cantora Cely Campello (imagem abaixo emprestada do site www2.uol.com.br)  apareceu para o público e para a sua carreira num programa de Abelardo Barbosa, o Chacrinha.  Fez um extraordinário sucesso com duas versões: Estúpido Cupido  (do inglês Stupid Cupid) e Banho de Lua (do italiano, Tantarella de Luna). Também  emplacou outra musiquinha de época: Lacinhos Cor de Rosa. Seu primeiro disco, lançado em 1.960, denominado “Estúpido Cupido”, foi considerado o primeiro LP de rock brasileiro. Teve uma meteórica carreira, pois a abandonou em 1.962, no auge do sucesso, para se casar e se dedicar à família. Morreu, em 2.002,   aqui em Campinas, onde morava, em virtude de agravamento de um câncer de seio.
P.S. (6) Por ocasião da novela Estúpido Cupido,  exibida pela Globo, surgiram dois discos de trilha sonora do folhetim, um nacional e outro internacional. No nacional, que vendeu mais de um milhão de cópias, duas regravações de Cely (Estúpido Cupido e Banho de Lua).

P.S. (7) A novela foi toda em preto e branco. Apenas o último capítulo foi a cores, para surpresa do próprio elenco, que não foi avisado propositadamente do "presente" que a emissora resolveu dar ao autor, artista, elenco e o público telespectador;

P.S. (8) O casal protagonista de Estúpido Cupido foi interpretado por Françoise Furton e Ricardo Blat (imagem do meio da coluna emprestada de astrosemrevista.blogspot.com).

P.S. (9) A imagem da abertura da coluna de hoje é da capa do LP da trilha sonora nacional da novela e foi emprestada de lambrettabrasil.blogspot.com; Abaixo vídeo do Youtube em que Chubby Cheker canta o seu The Twist, enquanto a "galera" se esbalda,  dançando esse ritmo considerado divertido e versátil.






sábado, 22 de junho de 2013

DALCIO


Bom dia amigos,



Ri muito na manhã deste sábado, quando acordei  e, como de costume, peguei o meu “Correio Popular” para dar uma espiada nas notícias e na charge do dia. 


A CHARGE DE HOJE DO DALCIO.

Não há na ilustração  qualquer desenho  ou símbolo que lembre o movimento,  mas a gente imagina, claro, que ele está no meio da multidão, munido de arco e flecha,  nas manifestações que tomam o país no momento, cada qual exibindo seu traje ou fantasia particular, expondo sua mensagem em cartazes coloridos. O arco é um arco-íris.  A flecha, uma injeção preparada para o alvo. O portador é o  deputado Feliciano, identificado pelo talento do caricaturista,  mandando o seu recado, como bom político. O alvo: os homossexuais que agora podem e devem ser tratados, visando a almejada conversão para heteros.  É a propalada  “cura gay”, mais uma das curiosas produções da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados,   presidida pelo polêmico e folclórico  pastor, eleito  e sustentado pela bancada evangélica. Dá-lhe, Dalcio! Brilhante. Você é demais.

O TALENTO DE DALCIO.

Ele não é propriamente um humorista, mas, em regra, faz humor; não é um literato, mas sua arte instantânea é capaz de produzir no leitor ou espectador um roteiro inteiro,  contar ou lembrar de gente, fatos ou história e suscitar questionamentos, perfis ou perspectivas dessas mesmas pessoas ou fatos; não é desenhista, mas suas ilustrações, suas vinhetas, seus traços, hão  de necessariamente lembrar pessoas, coisas ou fatos do cotidiano. Bem, quem é esse profissional? É o chargista ou caricaturista. Vou falar de um em especial hoje: Dalcio Machado, ou simplesmente, Dalcio. Não o conheço pessoalmente. Vejo os seus desenhos. Aprecio a sua arte e a sua competência na produção das charges que, à exceção de um dia de folga por semana (já que ninguém é de ferro e a legislação trabalhista tem que ser cumprida), as publica na página 2, primeiro caderno do Correio Popular.  Confesso que raramente acho a caricatura um pouco forçada. Não é culpa do profissional, claro, pois assim como Neymar não deixa de ser craque porque não joga bem um ou dois jogos, todo profissional  que deve  produzir, diariamente, uma obra, tem contra si essa indefectível obrigação, que se contrapõe à inspiração (às vezes, rara, eventual, ocasional). Essa é a maldição que acompanha os produtores de arte em qualquer área, quando a produzem para cumprir contratos, para abastecer, com insumos ou para consumo,  um mercado ávido permanentemente por novidades.  E vá explicar que arte não é mercadoria e não pode ser consumida como um bem tradicional que se usa e se descarta, a uma velocidade estonteante,  nesse mundo utilitarista da pós-modernidade. Dalcio é um dos profissionais mais completos do país nessa sua arte peculiar e difícil de dizer muitas coisas sem qualquer palavra e despertar sentimentos em traços de nanquim. 

Até amanhã amigos.

P.S. (1) Dalcio Machado é o seu nome completo, muito embora seja mais conhecido apenas como Dalcio. Nasceu aqui em Campinas em 10 de fevereiro de 1.972 e é ilustrador e chargista. Foi contratado para fazer ilustrações com apenas 16 anos pelo Correio Popular. Ilustrou  livros infantis e já fez trabalhos para diversos órgãos da imprensa, como a Revista Veja,  o Estado de São Paulo e a TV Globo.  É o maior vencedor do Salão de Humor de Piracicaba e foi contemplado, em duas oportunidades, como o melhor caricaturista brasileiro, com o Troféu HQ Mix (em 2.000 e 2.009);

P.S. (2) Fui buscar mais informações sobre Dalcio. Descobri que hoje, apesar da relutância de outrora, por força de uma confessada timidez, Dalcio já está na rede. Visite, como visitei a sua página no fotoblog http://dalciomachado.blogspot.com.  Ele está também publicando no Facebook;

P.S. (3) Djota Carvalho, profissional e amigo de Dalcio, revela muito sobre a biografia, a arte e a personalidade  do artista, para quem quer conhecê-lo melhor. Visite www.mundohq.com.br e fique sabendo.  No acesso que fiz,  soube, por exemplo, que  Dalcio, como se suspeitava, é um artista multifacetado. Chargista, cartunista, caricaturista, ilustrador e agora também pintor (embora não exponha as suas telas) e, ainda,  compositor de samba e sertanejo;

P.S. (4) Quem é Dalcio, segundo Dalcio: “É um cara pacato pra caramba, pacatão.  Eu até queria ser um cara mais extrovertido. Mas eu consigo quebrar isso através do meu desenho. Ele é uma forma de exorcizar esta timidez. Através do desenho eu posso assumir a forma que eu quiser. Nele eu falo de coisas muito engraçadas, irônicas, mas como pessoa sou um cara “na minha”, no meu canto. É o desenho que vai para todos os cantos, que passa as minhas idéias. É o meu “boy”.  Agora Meu P.S: “Caro Dalcio essa é uma característica comum dos grandes artistas empreenderem as suas viagens.  O corpo fica ali, tímido e medroso de voar pelo mundo, mas a sua arte, a sua produção, o seu espírito,  que nada temem,  viajam por ele,  levando o seu recado de alegria ou tristeza, lamento, advertência, sabe-se mais o que,  para os quatro cantos do mundo. É como adverte a canção do saudoso Ataulfo Alves, cujas primeiras estrofes diz assim:  /Leva meu samba/ meu mensageiro/ esse recado/ para o meu amor primeiro/ Vá dizer que ela é a razão dos meus ais/ não, não posso mais/;

P.S. (5) Nem sempre o chargista faz humor. As vezes revela sua sensibilidade para o fato triste. Fui professor e amigo de Bileo Soares. Quando Bileo, ainda jovem e no exercício de um dos mandatos de vereador da Câmara Municipal de Campinas,faleceu, vítima de um câncer, Dalcio fez uma ilustração muito comovente. No dia seguinte ao óbito, o Correio Popular publicou a charge, na qual aparecia um caixão fechado conduzido por um tucano (o  vereador era do PSDB) e  num dos olhos da ave escorria teimosa, uma  lágrima. Emocionante!

P.S. (5) Parodiando o jornalista Moacyr de Castro. Pregado no Poste:  “Quem tem cú, tem medo.... da Cura Gay”. Outra, extraída de um cartaz de manifestante: “É pelos 0,20,  sim. Eu sou judeu”;

P.S. (6) A imagem da coluna de hoje é do cartunista Dalcio no seu atelier de trabalho e foi emprestada do site www.mundohq.com.br.














terça-feira, 18 de junho de 2013

COPA DAS CONFEDERAÇÕES E PROTESTOS PELO BRASIL


Boa noite amigos,
No sábado, no Estádio Mané Garrincha  totalmente remodelado, Brasil e Japão  abriram a Copa das Confederações, um torneio utilizado pela FIFA para promover e ao mesmo tempo,  testar, um ano antes, a organização do país sede e a sua própria, para a festa principal, a Copa do Mundo de Futebol.  A Seleção de Felipão  venceu com facilidade o seu adversário de estreia, como era esperado, pelo placar de 3 a 0, e mostrou evolução, especialmente no jogo coletivo, melhorando os passes e a marcação. Tudo ficou facilitado, é certo, com o belo gol de Neymar,  logo aos 3 minutos da partida, numa bola cruzada  que passou por Fred e foi encontrar o craque brasileiro, agora do Barcelona,  sem marcação. Aliás, o atacante,  talvez tranquilizado pelo bonito gol, fez a sua melhor partida pela Seleção.  A boa movimentação dos laterais, notadamente  de Marcelo, que voltou a jogar bem, a exemplo da excelente partida que realizou no amistoso contra a França, e do meio campo, com destaque para Paulinho e Oscar, asseguraram um bom volume de jogo, o domínio amplo da partida e os gols marcados. No terceiro, o precioso passe de Oscar  e a velocidade do recém convocado, , mostraram uma jogada bem trabalhada, o que faltava visivelmente no escrete canarinho. Itália e México,  no domingo à tarde, foi outra partida bem disputada, com domínio dos italianos, que venceram com dois gols, um de categoria do velho Pirlo,  e o outro do oportunismo do polêmico Balotelli. Mas o melhor jogo, sem dúvida,  foi reservado para a noite do domingo, envolvendo a campeã do mundo, a Espanha e o último campeão da Copa América, os nossos irmãos uruguaios, em nítida má fase e com risco de não vir para a Copa do Mundo no ano que vem. A despeito disso, a Seleção Espanhola, um misto de Real Madri e Barcelona, com um único atleta de outro time,  o Valência, encantou com um time de craques, um esquema envolvente e bem executado e os gols de Pedro e Soldado. Um show à parte de dois velhos conhecidos nossos: Iniesta  e Fábregas,  que deram o tom e a magia da equipe espanhola.

Até amanhã amigos,

P.S. (1) As 8 seleções que disputam a atual Copa das Confederações são Espanha e Itália (pela Europa),  México (pela América do Norte e América Central),  Uruguai, o último campeão da Copa América, pela América do Sul, Japão pela   Asia, Nigéria (Africa), Taiti (Pela Austrália e Oceania) e, finalmente, o Brasil, país sede;


P.S. (2) A histórica rivalidade entre o Real Madri e o Barcelona desaparece quando craques, de uma e de outra equipe, são convocados e jogam  pela  Seleção Espanhola. É o que afirmou um dos convocados em pronunciamento à Rede Globo de Televisão, no programa dominical Esporte Espetacular. Mas, há quem garanta que é tudo falsidade. Pura hipocrisia, mesmo!

P.S. (3)  A Copa das Confederações  não foi, infelizmente, o  único ou principal assunto da imprensa mundial. As estrondosas vaias do público presente no Estádio Mané Garrincha,  em Brasília,  para a Presidente Dilma Roussef  e o Presidente da Fifa,   Joseph Blatter, na cerimônia de abertura do evento, chamaram a atenção da mídia internacional e apenas deram início ao que viria depois. Protestos pelas principais capitais, em todo o país, supostamente contra o aumento e a qualidade do transporte e que prosseguem por esses dias, com mais intensidade, estão provocando mais atenção do que o próprio torneio.

P.S. (3) As lideranças desses movimentos, se é que aparecem ou assumem essa condição, insistem que eles são apartidários. Claro que se vê no meio da multidão reunida, bandeiras de determinados partidos radicais de esquerda, como o PSTU, mas em significativa minoria. A julgar pelo que acontece em São Paulo, quando o movimento peita a Prefeitura do PT e o Governo Estadual do PSDB, dá para desconfiar que o descontentamento não tem cor ou ideologia. Mas alguns partidos não alinhados com o governo federal, estão usando o espaço político na TV, que lhes é reservado por lei, para tirar dividendos dessa insatisfação. Falam, em tom de tragédia, em  retorno da inflação, atribuindo o retrocesso econômico aos governos Lula/Dilma.  E para comprovar a tese,  elegem  alguns produtos da cesta básica, aqueles que  tiveram aumento mais acentuado, é claro.

P.S. (4) Não dá para acreditar que a motivação única desses movimentos, em cascata pelo Brasil afora, seja apenas em função do preço do transporte. Tem-se falado também – e isso é perfeitamente plausível – em  falta de segurança pública, no caos na saúde e na educação, em protesto contra a própria Copa do Mundo, contra os gastos públicos milionários com a reforma dos estádios e a corrupção incontrolada que,  suspeita-se, esteja ligada às licitações abertas para essas obras. E a volta da inflação, claro.  Haja motivação!;

P.S. (5) Por mais legítimos que sejam os movimentos, como forma de protesto, em regimes democráticos, não dá para aceitar a violência, seja de participantes, seja de policiais, muito menos a depredação de prédios públicos (inclusive preservados pelo patrimônio histórico)  e particulares, as invasões e os saques. Contra esses bandidos, que supostamente estariam a exercer direito assegurado constitucionalmente é prisão e processo crime. Não  se pode pretender impunidade própria,  protestando-se contra a impunidade alheia;
P.S. (6) Incendiar uma van de propriedade da TV Record, foi outro ato de vandalismo inaceitável. A imprensa, que cumpre o seu papel de informação, acompanhando e documentando tudo o que acontece de relevante no país,  não pode ser penalizada dessa forma grotesca e criminosa.

P.S. (7) As imagens da coluna de hoje foram emprestadas, respectivamente: a) do Estádio Mané Garrincha e a Presidenta Dilma abrindo a Copa das Confederações, do blog.planalto.gov.br; b) dos protestos pelo Brasil, do site www.facebook.com.





sexta-feira, 14 de junho de 2013

GASTRONOMIA - O SABOR E AS VIRTUDES DO OSSOBUCO

Boa  noite, caríssimos amigos.

Faz tempo que a gente não fala de gastronomia. Assunto bom, sem dúvida, para esse outono, com cara de inverno. A semana passada me deu saudade e vontade de comer Ossobuco bovino. O ossobuco é resultante de um corte feito na perna do boi,  acima da canela e abaixo do joelho, juntamente com o osso. A carne é congelada e depois serrada em rodelas. No centro fica o osso com o tutano (substância rica em colágeno), e em torno da formação óssea, fica o músculo propriamente dito. A iguaria tem origem na Lombardia, região norte da Itália, mais precisamente em Milão. O nome Ossobuco significa literalmente “Osso com buraco”. Depois de cortado e congelado, o Ossobuco fica com o aspecto que se vê na imagem acima. Minha sogra, então,  com muita boa vontade e grande competência (sempre foi uma grande cozinheira), foi para a cozinha e no domingo executou a receita que se vê abaixo. O ossobuco pode ser saboreado juntamente com polenta mole ou com um gostoso risoto, à vontade do freguês. Experimente!
Até amanhã, amigos,


P.S. (1) Ao comprar o Ossobuco, segundo recomendação do Chef Breno Gama, deve-se tomar alguns cuidados. Verificar bem,  pois o   osso não pode se desprender da carne e também não pode perder o tutano;

P.S. (2) A RECEITA: Ingredientes: 2 kg. de ossobuco cortados em pedaço de 5 cm. de espessura. 1 Cebola grande em cubos pequenos. 2 talos de salsão em cubos. 5 dentes de alho picadinho. 1 pimentão vermelho picado em cubinhos. ½ xícara de vinho branco seco. 400 g. de tomates sem sementes picados em cubos. Sal a gosto. Pimenta-do-reino moída na hora, também a gosto. 1 folha de louro. 2 colheres (sopa) de salsinha picada.
PREPARO: Numa panela grande coloque o azeite, em fogo alto e o ossobuco até dourar muito bem dos dois lados. Remova-os delicadamente para um prato à medida que dourem. Na gordura restante da panela, refogue em fogo baixo, a cebola, o salsão e o alho até dourarem e ficarem macios. Acrescente o pimentão e mexa mais um pouco até que todos os aromas se soltem no ar. Volte o ossobuco à panela, em fogo médio, e adicione o vinho branco reduzindo por alguns minutos. Acrescente os tomates e os temperos restantes e parte da salsinha. Deixe ferver. Tampe, reduza o fogo, e cozinhe por aproximadamente 2 horas, ou até a carne ficar bem macia. Se for necessário, acrescente água quente durante o cozimento Quando o ossobuco estiver pronto, escume a gordura do molho. Junte a salsa restante e sirva com polenta mole ou risoto à milanesa.

P.S. (3) A imagem da abertura da coluna foi emprestada de thisitalianlife.blospot.com;

P.S. (4) Segundo a divisão e os tipos de cortes existentes no Brasil, a carne bovina se classifica em Carnes de Primeira e de Segunda. São carnes de primeira, o filé-mignon, o contrafilé, alcatra, coxão mole, coxão duro, lagarto, patinho, picanha, maminha e fraldinha. São consideradas carnes de segunda, a aba de filé, a capa de filé, o músculo, a paleta, o acém, o peito, a ponta de agulha, o ossobuco e o filé de costela;

P.S. (5) Na Argentina o corte do contrafilé se denomina bife ancho, nos Estados Unidos, prime rib e na Europa cote de boeuf. Mas é de se observar que essas peças mudam de nome, conforme a altura e o posicionamento do corte e a divisão do quarto traseiro bovino;

P.S. (6) As virtudes do Ossobuco: Como músculo o ossobuco  é uma carne magra, rica em tecido conjuntivo e colágeno. É considerado ideal para cozimento prolongado em caldos e ensopados. E o tutano, substância que fica dentro do osso furado, deve ser consumido com colherinha e contém o colágeno, fundamental para a manutenção em boas condições, do maior órgão do corpo humano, qual seja, a pele;

P.S. (7) Paguei, pelos ossobucos que comprei no açougue do Zézinho, aqui no Cambuí, em Campinas,   razoáveis R$17,00 o quilo. Um bom preço para carne de segunda, com as virtudes todas do Ossobuco.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

CONTO - O MÍSTER E O BIGODINHO DA BAIANA - TEMPOS DE VERANEIO

Boa noite amigos,



Felício era um modesto eletricitário eleito para a Presidência do Sindicato dos Trabalhadores da categoria. Era magrelo, simpático e, embora possuísse qualificação na área em que atuava, sua formação era de segundo grau. Ao tempo em que foi eleito como mandatário máximo da representação sindical da categoria, eu já era advogado do quadro de funcionários do Sindicato e, como um dos mais novatos, incumbido de tarefas que se realizavam no interiorzão de São Paulo. Quando havia congressos ou coisas importantes por aí, em Brasília, Buenos Aires, Rio de Janeiro eram os advogados mais velhos destacados para a representação. A mim sobrava os pepinos: audiências nos "confundó do Judas", viagens desinteressantes, exaustivas e para um fim de mundo qualquer.  Um dia sobrou-me acompanhar o Presidente e a Diretoria em geral para uma Assembleia de Trabalhadores na Ilha Solteira. Seguimos para lá numa perua Veraneio (lembram-se dela?),  e a viagem foi longa (quase 900 quilômetros). Chegamos, nos instalamos num hotel, tomamos banho e fomos para a tal assembleia realizada num vasto barracão abarrotado de funcionários das empresas de energia elétrica. Fiquei ali observando, para dar o apoio logístico pretendido pela Diretoria. A certa altura, o Felício resolveu ler a resposta que a CPFL tinha dado a um ofício em que se requisitava certo benefício ao trabalhador. E qual não foi o nosso espanto quando ao ler certo trecho da missiva, onde constava “É mister observar que....”, o Felício leu o mister (ér), como Mister (Míster). Mas, como a plateia, na sua grande maioria, pouco estava se lixando para o teor do ofício ou os “foras” gramaticais do Felício, a coisa passou assim meio despercebida. À noite, porém, quando nos reunimos para jantar e tomar algumas cervejinhas, a pedido dos demais colegas de diretoria, aos quais eu já tinha comunicado o lapso, indaguei do Felício: - Oi Felício, quem era o tal “Míster” da carta da Paulista? Um eletricitário inglês? A gozação pegou geral pro lado dele.  O Felício não se fez de rogado. Ainda rindo, resolveu contar uma história para disfarçar. Disse que o seu sonho de juventude era “papar” uma baiana. Assim meio para saber o que é que a baiana tem. Em certa época, viajou para a Bahia e finalmente arrumou um programa com uma cidadã da terra.  Foram para um hotel de curta permanência. Lá chegando se prepararam para o “toma lá, dá cá” e eis que, quando a mulher tirou a calcinha,  tomou um susto:  Ela extraíra todos os pelos pubianos, mas sobre a vagina deixara um “bigodinho”. Coisa mais estranha! Será, pensou, que é isso que a baiana tem? Um bigodinho? Seja como for, o tal bigodinho incomodou tanto o Felício que o distinto brochou.Sem jeito, jurando que aquilo jamais tinha acontecido antes,  pediu desculpas, pagou o programa e foi embora, envergonhado e frustrado. A nós, confidenciou, finalmente, naquela noite. - Negada, a coisa ficou brava. Além de brochar fiquei durante muito tempo sonhando que um português estava querendo fazer sexo oral comigo. Tudo por causa do bigodinho da baiana.

 Até amanhã.



P.S. (1) A imagem que abre a coluna hoje é da perua Veraneio na sua versão original e foi emprestada do site revistaautoesporte.globo.com;

P.S. (2) Nos anos 50, a GM criou a perua Amazonas, com três portas laterais (isso mesmo, 3, uma do lado esquerdo, duas do lado direito e oito lugares). Em 1.964, surgiu a sua sucessora, a perua Veraneio (C-1416), com quatro faróis redondos, quatro portas laterais, amplo espaço interno, oito lugares, suspensão independente na dianteira e câmbio sincronizado;

P.S. (3) A Veraneio continuou a ser produzida, vendida e utilizada até o final da década de 80, com ligeiras alterações (adoção de apenas 2 faróis redondos, ao invés de 4, e na parte mecânica o uso de motores 6 cilindros do Opala e diesel da D-10). Nos primeiros anos da década de 90, virou uma picape D-20, transformada em Brasinca. Desapareceu em 1.994, mas deixou saudades;

P.S. (4) A Veraneio foi batizada com esse nome porque se pretendia vincular o veículo a férias, passeios, lazer em geral. No entanto, sua trajetória foi diferente: converteu-se em viatura policial justamente na época mais aguda da ditadura, e também em perua escolar e ambulância nos anos 70 e 80. Espaçosa, mas concebida para o conforto, em detrimento da estabilidade e segurança, os policiais, dizem, precisavam de muita habilidade para  equilibrar os carros nas corridas atrás da bandidagem. O designer Eduardo Oliveira, por tudo isso, resolveu criar uma versão moderna para a saudosa perua. É o que você vê na imagem do meio da coluna;

sábado, 8 de junho de 2013

BRASILEIRO DA SÉRIE B - SPORT E PALMEIRAS - UM JOGO QUE NÃO ACONTECEU


Boa noite amigos,
 
Palmeiras e Sport,  duas equipes tradicionais do futebol brasileiro, já se encontraram muitas vezes com  estádios lotados, em jogos pelo Brasileiro das séries A e B  e até  pela Libertadores da América. Em tempo de “vacas magras” pelos lados do Parque Antártica e Ilha do Retiro,  ambos hoje disputam a série B, mas nem por isso despertam menos atenção, tanto assim que a TV Globo elegeu o clássico para transmitir em canal aberto, hoje, às 16,00 horas, para o público paulista, embora pelo Brasil  tenham acontecido jogos importantes pela série A, com Criciúma e Flamengo e  Cruzeiro e Internacional. Mas, um dos melhores jogos da Série B, por causa da tradição do clássico e do favoritismo de ambos para o acesso, se converteu num lamentável espetáculo, que parecia tudo, menos futebol. Isso em razão da chuva copiosa que caiu sobre Recife antes do jogo e que tornou o campo da Ilha do Retiro impraticável para  a prática do esporte.  Ficou a impressão de que o sistema de drenagem do  estádio não funciona, ou está longe de ser o ideal. Poças por todos os cantos e especialmente no meio de campo, expunham os jogadores a lances ridículos que mais pareciam um show de “video-cassetada”. Muito tempo se passou até que alguns atletas percebessem que precisavam mudar a forma de jogo, Isto é, tentar os passes e as jogadas aéreas, porque a bola não caminhava no meio de tanta água. Ainda assim, a maioria continuou chutando-a para todo lado, sem saber onde e quando ela ia estacionar. Poucos foram os lances de emoção e de chances de gol ao longo dos 90 minutos. Uma interpretação mais adequada do Código de Defesa do Consumidor  e do Estatuto do Torcedor, asseguraria, sem sombra de dúvidas, o direito de restituição do preço  do ingresso para o quem  se animou a ir ao estádio ver um espetáculo que não aconteceu.  Os atletas, nas condições em que jogaram, correram sérios e prováveis riscos de contusões graves. E da própria arbitragem  não se poderia esperar perfeição, pois os embates entre os jogadores, os escorregões, a água que levantava durante a disputa, impediam que os lances fossem vistos e avaliados corretamente.   O  árbitro Wagner Reway,  aspirante à FIFA, deveria ter bom senso e impedido a realização da partida. Mas não é só. Completado os 90 minutos de jogo, com o placar de 0 a 0, deveria ter apitado o final do sofrível espetáculo. Mas não. Resolveu, sem qualquer justificativa (e ainda que houvesse seria excesso de preciosismo, dadas as condições referidas), dar três minutos de acréscimo. Resultado: No último minuto da prorrogação aconteceu o gol do Sport, marcado pelo rodado atacante Nunes, num lance de escanteio, que não aconteceu.  Além disso,  o atacante do Leão, antes de mandar a bola a gol,  ajeitou a pelota com o braço, como se pode ver de alguns vídeos divulgados agora na Internet. A equipe toda do Verdão foi para cima do árbitro reclamando do escanteio e do gol dito irregular. Reway,  claro, não voltou atrás, e ainda  amarelou e depois expulsou o jogador Márcio Araújo, para manter a autoridade. O Sport computou 3 pontos e não tem nada com isso.   

 

Até amanhã amigos,

 

P.S. (1) Por que será que os árbitros só suspendem partida de futebol se a chuva continua? Será que o campo alagado e completamente inapto para a prática desse esporte não justifica, da mesma forma, o adiamento da partida, ainda que a chuva tenha cessado?

P.S. (2) O Sport Recife disputou a Taça Libertadores duas vezes. Uma em 1.988, por causa de seu título de Campeão Brasileiro de 1.987, contestado pelo Flamengo. Outro em 2.009, por ter sido Campeão da Copa do Brasil, no ano de 2.008, na célebre final contra o Corinthians.

P.S. (3) A imagem da coluna de hoje é do atacante Caio, do Palmeiras e foi emprestada do site www.palmeiras.com.br;

P.S (4) Caio, nascido Caio Danilo Lursen Tuponi,  é um jovem atacante que joga de ambos os lados do campo, tem   apenas 20 anos, nasceu em Presidente Prudente, e é uma das grandes promessas do Palmeiras. É ambidestro, com nítida preferência pelo pé direito, 1,87 m. de altura e 82 kg. No facebook se apresenta como Caio Mancha e assim também é que dá autógrafo em homenagem à mancha que possui no rosto.

 

 

 

 

quarta-feira, 5 de junho de 2013

DIREITO - PRESCRIÇÃO DA COBRANÇA DE CHEQUE - UM RETROCESSO DO STJ



Boa noite amigos,  

A medida cautelar de sustação de protesto intentada pelo devedor, e mesmo a ação principal por ele proposta para a declaração de inexistência de relação jurídica com o credor apresentante do título a protesto, nunca foram causa, assim reconhecida pelo Poder Judiciário, de interrupção da prescrição para a ação de cobrança do título pelo favorecido.
A regra, portanto, era o credor, ao contestar a ação declaratória subsequente à sustação cautelar do protesto do título, oferecer reconvenção, postulando a condenação do devedor no pagamento do valor da cártula, com todos os seus acessórios (juros, correção monetária etc.). As pretensões, assim, seriam julgadas em sentença única, dada a conexidade entre os pedidos.

A exigência tinha sentido. Do jeito que os processos andavam e andam lentamente, certo é que a decisão de uma demanda acaba levando alguns anos e não seria razoável  que o credor aguardasse tanto tempo para, só após o trânsito em julgado da sentença que desacolhe a pretensão do devedor, iniciar a demanda tendente à satisfação de seu crédito, o que levaria outros tantos anos.

O Superior Tribunal de Justiça, no entanto, mudou o entendimento anterior.

Isso se deu em duas etapas. Na primeira, considerando a hipótese  de duplicata sem aceite do sacado, a observação é de que  a lei cambial, no caso, considera o protesto desse título obrigatório, para que o portador possa exercer eventualmente direito de regresso contra os endossantes anteriores e seus avalistas.

Sob, portanto, a alegação de que se havia sustado protesto obrigatório, perda do propalado direito de regresso, o STJ entendeu que sustação do ato estaria a interromper o prazo para ajuizamento da ação executiva ou de cobrança do crédito contra os devedores solidários.

Aqui, a meu ver, poderia ser invocado o art. 199 , inciso I,  do Código Civil, que estabelece não correr a prescrição, pendendo condição suspensiva (no caso essa condição seria o protesto provisoriamente sustado). Ainda assim o protesto poderia ser dispensado, ressalvado o direito de regresso contra os endossantes e avalistas na cadeia respectiva, dando-se a eles ciência de que o portador apresentou o título, a tempo e a hora, para o sacado, e não obteve aceite ou satisfação do crédito. Note-se que aqui, quem sustou o protesto, não foram os coobrigados e, portanto, contra estes, a pretensão poderia ser manifestada desde logo.

Agora a segunda etapa. Em caso recente, envolvendo cheque, a Terceira Turma do referido Tribunal, em Recurso Especial de relatoria da  Ministra Nancy Andrighi,  houve por bem aplicar o mesmo entendimento, embora admitisse que o protesto, no caso, era facultativo e, como tal, dispensável. No Aresto  afirma-se que  “Mesmo que se entenda que o credor não estava impedido de ajuizar a execução do título, ele não precisava fazê-lo antes do trânsito em julgado dessas ações, quando voltaria a correr o prazo prescricional”. A fundamentação é inconvincente e fere texto expresso de lei. O Novo Código Civil, atento à necessidade de estabilidade das relações jurídicas, encurtou todos os prazos de prescrição, a ponto de termos como prazo máximo, no direito brasileiro, hoje, o de 10 anos, para a prescrição geral (art. 205 do CC).  Se isso é certo, o que dizer dos prazos no direito cambiário, todos muito mais curtos, por força da própria natureza dos títulos de crédito, destinados à rápida circulação no mercado.  Por outro lado, se a própria decisão admite que o credor não está impedido de ajuizar ação de cobrança pelo só fato do devedor estar demandando a inexigibilidade do título, há que se reconhecer que  não ocorre interrupção do prazo prescricional, pois o artigo 189 do vigente Código Civil, ao disciplinar a prescrição extintiva, dispõe que “Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os artigos 205 e 206”. A regra, portanto,  é que o prazo de prescrição começa a correr desde o dia em que o credor, podendo ajuizar a demanda, não o faz. Há, pois, ao contrário do afirmado no Acórdão, desídia sim, que deve ser punida com a prescrição. Não prestigiada.

E é exatamente o caso.

O entendimento é liberal e implica em retrocesso em toda a política atual em matéria de prescrição. O que se espera é que o Tribunal reveja esse posicionamento para o futuro.
Até amanhã amigos.
P.S. (1) A imagem da coluna de hoje é do edifício do Superior Tribunal de Justiça em Brasília e foi emprestada do site militarpos64.com.br;
P.S. (2) A decisão referida neste artigo foi tomada no Recurso Especial n. 1321610.