sábado, 17 de setembro de 2011

CINEMA NACIONAL - O HOMEM DO FUTURO


Boa noite,

Fui ver o  Homem do Futuro, filme nacional (2.011) que teve pré-lançamento no último dia 1º de setembro no Teatro Municipal de Paulínia e estréia nacional no dia 2. A película estava designada para a mostra paralela no 4º Festival de Paulínia, no último mês de julho, mas sua exibição foi cancelada em razão de doença na família de um dos atores.  O gênero anunciado, nas palavras do próprio diretor,   é de uma comédia romântica, com tempero de ficção científica, gênero ainda pouco explorado no cinema brasileiro. Não sei se é propriamente uma comédia. Bastaria, acredito, qualificá-lo como uma ficção romântica. O diretor Cláudio Torres, o mesmo de A Mulher Invisível, um dos maiores sucessos de bilheteria entre filmes nacionais, aqui utiliza um roteiro que não é muito original, mas a presença, nos principais papéis, do ótimo ator Wagner Moura (tanto quanto Shelton Mello em A Mulher Invisível) e a beleza selvagem de Aline Moraes (tão bela quanto Luana Piovanni no filme citado), garantem e certamente garantirão bons dividendos ao longa de 92 minutos, filmado grande parte na Cidade Cenográfica de Paulínia, São Paulo, em Campinas e no Rio de Janeiro, em  cinco semanas e quatro dias.  Com um orçamento de R$7.000.000,00 (sete milhões de reais),  o filme conta a história de Zero (Wagner Moura),  um neurastênico cientista e professor de física que  desenvolve dentro da Universidade, e à revelia da direção,  um projeto de pesquisa financiado pela então milionária Sandra (Maria Luisa Mendonça), acreditando ter descoberto um conversor de partículas de energia. Ao submeter-se pessoalmente ao seu equipamento (na verdade ele criou uma máquina do tempo), volta ao passado, 20 anos antes (em 1.991), quando era aluno,  num show de rock in roll promovido pelo centro acadêmico da Faculdade. Nessa festa,  apaixonado por Helena (Aline Moraes), uma bela estudante de física, que também se apaixona por ele, sofre uma humilhação da parte da jovem, que age assim  dopada por seu ex-namorado e depois empresário, Ricardo (Gabriel Braga Nunes), que pretende levá-la para a Europa e lá promover sua carreira de modelo internacional. Zero nunca esqueceu o episódio, nele perdeu a mulher de seus sonhos,  não se casou e continua apaixonado pela moça. Voltando ao passado ele quer mudar o curso dessa história, tentando impedir que Helena  seja manipulada pelo ex-namorado, propondo  casamento e amor eterno a ela. Tendo conseguido seu intento, ele acorda 20 anos depois, não mais se reconhecendo como pessoa justa e correta e tenta consertar o seu erro.   Há apelos éticos manifestos no rumo da história e nos diálogos: “Não se pode mudar o passado”, alerta o protagonista em dado momento: “A vida real também é feita de sofrimento”, adverte o  melhor amigo de Zero, Otávio (Fernando Ceylão). Na boa e adequada trilha sonora, Wagner Moura e Aline Moraes cantam, a música Tempo Perdido, original da banda Legião Urbana. Wagner também canta sozinho Creep, original do Radiohead, e com Vanessa da Mata, O Homem do Futuro. A banda Ultraje a Rigor participa da trilha com seu antigo sucesso “Inútil” e o INX0 com By My Love.   O laboratório que aparece no filme é real e pertence ao Laboratório Nacional de Luz Síncroton, entidade de pesquisa em física, biologia estrutural e nanotecnologia, situado em Campinas, projetado em 1.983 e que entrou em funcionamento em 1.997. O Laboratório  possui um acelerador de partículas (um síncroton), inteiramente projetado e construído no Brasil, usado como fonte de luz, único do Hemisfério Sul (veja abaixo a foto do laboratório, que aparece no filme).  Mais um show de interpretação de Moura, que encarna 3 tipos diferentes, todos referentes ao mesmo personagem (Zero), mas em tempos diversos. E a gente reafirma outra vez que Wagner é, sem favor, um de nossos melhores atores, ao lado de Lázaro Ramos e de Shelton Mello. O filme tem todos os ingredientes para agradar a juventude. É leve e descompromissado. Dei uma lida nos comentários do twiter. Eles também são bastante favoráveis. Confesso que gostei mais de "A Mulher Invisível". Mas o Homem do Futuro, dentro do gênero é um bom filme e deve fazer boa carreira,  embora, como disse, não tenha lá um roteiro tão original e explore alguns clichês que o aproxima do politicamente correto das comédias românticas americanas.

Até amanhã.

   Vista do LABORATÓRIO SÍNCROTON, com o acelerador de partículas focalizado no filme.



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