Boa noite, amigos,
Fui ver, neste sábado, o filme nacional que conta a trajetória musical de um de nossos maiores músicos, compositores e poetas, ninguém mais, ninguém menos do que Sua Majestade o Maestro Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, ou simplesmente, Tom Jobim. A produção é de 2.011, mas seu lançamento, em todo o Brasil, ocorreu agora no último dia 20 de janeiro. Trata-se de um documentário dos mais importantes sobre as várias fases e conquistas de Tom Jobim, conhecido internacionalmente, desde o final dos anos 50, quando apareceu como um dos precursores da Bossa Nova, junto com João Gilberto. Não fosse por outras razões, Tom, ao lado de Vinícius, assina a partitura da música brasileira mais conhecida, tocada e vertida em várias línguas estrangeiras: Garota de Ipanema. Mas à evidência que sua obra é muito mais vasta, complexa e qualificada. De formação clássica, o Maestro foi partiturista responsável pela trilha de vários filmes nacionais e estrangeiros, dentre os quais, Orfeu Negro (no Brasil, Orfeu do Carnaval), do francês Marcel Camus, baseado na peça Orfeu da Conceição, de Vinícius de Moraes; O Mundo dos Aventureiros (The Adventurers), de Lewis Gilbert; Gabriela Cravo e Canela, de Bruno Barreto, com Sonia Braga e Marcelo Mastroianni e, numa parceria com Chico, criou a música tema de Anos Dourados, uma minissérie de sucesso que a Rede Globo exibiu no passado. Fez parcerias com Vinícius de Moraes, com Chico Buarque, com Carlinhos Lyra, com Dolores Duran, e com muitos outros compositores de renome. A Direção é de Nelson Pereira dos Santos, um dos nossos cineastas mais importantes. Só para recordar, o paulista Nelson é o único cineasta brasileiro a integrar a importante Academia Brasileira de Letras e dirigiu filmes brasileiros de vários gêneros, sempre com indiscutível categoria: Rio 40 Graus (1.955); Rio Zona Norte; Vidas Secas (1963); Brasília 18% (2006), e especialmente, um que eu considero obra prima do cinema nacional: Memórias do Cárcere (1984), um roteiro adaptado da obra homônima autobiográfica de Graciliano Ramos, com atuação destacada de Carlos Vereza, vivendo o próprio Graciliano, perseguido e preso pela ditadura Vargas, e de uma Gloria Pires, ainda jovem, mas amadurecida profissionalmente. Pois bem, ao lado de Nelson, ainda na direção, a neta de Tom Jobim, Dora Jobim, de 35 anos, filha do músico Paulo Jobim, autora também do cartaz (vide imagem que ilustra a coluna hoje). O Roteiro é do próprio Nelson, agora com Miúcha Buarque, de coadjuvante. Não há narrativa, nem qualquer explicação no filme. Apenas sucessão de fotografias, registros, músicas, intérpretes e os lugares em que foram exibidos, apresentados, tocados, ouvidos, nos mais diferentes momentos. Vejam só a lista de intérpretes que cantaram ou gravaram músicas de Tom e que aparecem no filme: Agostinho dos Santos (que saudade de uma das vozes mais lindas que eu já ouvi nessa vida), Silvinha Telles, Dolores Duran, Elisete Cardoso, Sammy Davis Junior, Adriana Calcanhoto, Chico Buarque de Holanda, Gal Costa, Maysa, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Gilberto Gil, , Judy Garland, Pierre Baroh, Elis Regina, Nara Leão, Sarah Vaughan, Ella Fitzgerald, Frank Sinatra, Alaíde Costa, Mina, Vinicius de Moraes, Miúcha, Márcia, Cynara e Cybele, dentre outros, cantando músicas como Insensatez, Eu Não Existo Sem Você, Samba do Avião, Wave, Garota de Ipanema, Pela Luz dos Olhos Seus, Chega de Saudade, Eu Sei Que Vou Te Amar, Águas de Março, Sabiá. E até um surpreendente Carlinhos Brown, interpretando, ao som de um leve batuque, a música Luísa. Em Campinas, o filme está apenas em 1 (uma) sala, no Kinoplex 02 (Shopping D. Pedro) e só em dois horários: 17,45 e 21,45 horas. O patrocínio é da Natura e a distribuição da Sony Pictures. É filme 5 estrelas (*****). Não deixe de ver em hipótese alguma.
Até amanhã.
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