quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

DERCY GONÇALVES - DE CABO A RABO


Boa tarde amigos,

Assisti ontem ao primeiro, dos quatro prometidos capítulos da minissérie, Dercy de Verdade (TV Globo, 23,00 horas). A proposta da emissora é contar a vida da comediante nascida Dolores Gonçalves Costa e que adotou o nome artístico de  Dercy Gonçalves, morta em 19 de julho de 2.008, oficialmente aos 101  anos de idade (ela dizia que foi registrada só dois anos após o nascimento, o que era comum naquela época e que, portanto, teria 103 anos, quando faleceu). Foi  enterrada na mesma cidade em que nasceu  (Santa Maria Madalena, pequena cidade fluminense). Gostei do que vi. A narrativa, às vezes com a voz da própria Dercy, outras com a da atriz Fafy Siqueira  e o sistema de flash back, deram um tom especial e dinâmico para o capítulo. O esforço da Globo para retratar com a fidelidade possível, os acontecimentos e os cenários da infância e mocidade de Dercy, se reflete no fato de ter levado todo o elenco para o pequeno município  que, evidentemente, está um pouco alterado em relação a 80 anos atrás. Mas é sempre emocionante gravar no mesmo local onde os fatos se deram no passado. Dá um toque, um charme e uma emoção especiais. A interpretação de Heloísa Perisse para a Dercy da juventude é muito boa, como de resto do elenco que participou do capítulo, embora eu pessoalmente, considere Fafy (que representará a atriz depois dos 50 anos),  mais parecida com Dercy,  aliás, uma de suas imitações preferidas. Fafy inclusive encarnou Dercy na minissérie Dalva e Herivelto, que  a Globo exibiu no ano passado. A minissérie é baseada no livro “Dercy de Cabo a Rabo” de autoria da ótima Maria Adelaide Amaral, que também responde pelo roteiro.  A direção geral é do competente e engraçado Jorge Fernando, o que tem sido sinônimo de garantia de trabalho bem feito. Cena que provocou muitos comentários ontem à noite e hoje, foi aquela em que Dercy aparece vestindo uma camisola feita de saco de estopa. Era assim mesmo que acontecia naquela época.  A população mais modesta e até  a da classe média usava roupas de saco e alpargatas rodas (lembram-se?).  O detalhe foi que na roupa permaneciam as inscrições do produto: INDÚSTRIA BRASILEIRA DE ARROZ – ARROZ DE PRIMEIRA. Não tinha esse negócio de lingerie, roupas provocantes para aguçar a tesão dos homens. Ali tinha que ser na "marra mesmo". E pensei cá comigo: Se o bicho gostasse de arroz, então a festa estava feita. Isso me lembrou uma velha piada. Certa moça, estando noiva e às vésperas do casamento, conversa com a mãe, a respeito da falta de virgindade. – Mamãe, você sabe que eu não sou mais virgem, mas estou com medo que o Vaguinho descubra. E se ele perceber ele me mata, ou então vai querer anular o casamento. E a genitora: - Filha, que nada. Homem é tudo igual. Eles pensam que são espertos, mas não são. Não entendem  de virgindade. Eles querem ver é sangue. Faça o seguinte: Compre um pedaço de carne não muito grande e coloque dentro da vagina na noite de núpcias. Quando ele introduzir o seu pênis e sentir essa resistência vai pensar que está rompendo o hímen. – Mas mamãe, isso não vai dar certo. – Vai sim, deu com o seu pai e vai dar com o seu marido. A moça fez o que a mãe mandou. Na hora “h”, quarto escuro, rala e rola, o marido acende a luz e com o pedaço de carne na mão, vira-se para a mulher interrogativo: “Querida, o que é que isso?” E ela: - Amor, é a minha virgindade, não está vendo? E ele, desconfiado: “Tá eu tô, mas isso vem com carimbo da vigilância sanitária? Tive oportunidade de ver Dercy no teatro, aqui em Campinas nos anos 80. Para minha surpresa, à tarde,  quando fui comprar os ingressos não é que era ela própria quem estava na bilheteria. Mas ao contrário de como se apresenta, era uma senhora vestida com roupas discretas e usando óculos. Conversamos, rapidamente. Foi a glória, pois Dercy sempre foi uma das minhas comediantes favoritas. Dela assisti também a dois filmes na minha mocidade: Cala a Boca Etelvina e Minervina Vem Aí, ambos de 1.959.  E agora recentemente também vi o bom filme brasileiro, Nossa Vida não Cabe num Opala (2.008),  em que Dercy, já centenária, faz uma pequena aparição.
Pois bem, vamos ver os demais capítulos para nova conversa. A imagem acima foi emprestada do site nominuto.com e foi publicada no dia da morte da atriz.
P.S. A atriz é citada no famoso  Guinnes Book como a de mais longa carreira, nada menos, nada mais do que 86 anos de vida artística.
Grande abraço amigos, e até amanhã.



Até amanhã.

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