segunda-feira, 1 de agosto de 2011

CINEMA - O RETRATO DE DORIAN GRAY


Boa noite amigos,


Oscar Wilde, poeta, escritor, filósofo, dramaturgo irlandes,  viveu entre 1854 e 1900 na Inglaterra. Em 1.891 publicou um romance,  considerado na época pelos setores reacionários, uma obra imoral e homoerótica, e hoje,  um dos clássicos mais populares da literatura inglesa  dentre os 200 melhores de todos os tempos: O Retrato de Dorian Gray.  A ficção se passa na Inglaterra do Século XIX. O Lord Henry Wotton , um aristocrata hedonista, típico da época, conhece Dorian, jovem de extrema beleza e o seduz para uma visão do mundo, em que o único propósito que vale a pena perseguir é o da beleza e do prazer. Mas segundo afirma o Lord para Dorian  a beleza acaba e quando a mocidade passa – e com ela a beleza -  então  já não haverá o que comemorar. Como o Lord é amigo de Basil, um grande pintor da época,  apresenta-o a Dorian e o pintor,encantando com sua beleza e juventude, passa a nutrir por ele uma paixão platônica, tomando-o como modelo para um trabalho considerado sua obra-prima. Logo surge o quadro que retrata Dorian, de forma encantadora.  Ao ver o quadro pronto, o vaidoso Dorian não resiste e afirma: “Eu irei ficando velho,  feio, horrível. Mas este retrato se conservará eternamente jovem. Nele nunca serei mais idoso do que neste dia de junho... Se fosse o contrário! Se eu pudesse ser sempre moço, se o quadro envelhecesse!.. Por isso, por esse milagre eu daria tudo! Sim, não há no mundo o que eu não estivesse pronto a dar em troca. Daria até a alma!” O romance teve várias versões para o cinema, sendo esta, de 2.009, do Reino Unido,  a décima. O roteiro é do estreante Toby Finlay, a direção de Oliver Park. No elenco, destaque para mais um excelente trabalho de Colin Firth (Marido Por Acaso, Mama Mia! e principalmente, Discurso do Rei), no papel de Lord Henry Wotton. Como Dorian Gray e sem convencer muito, por falta de carisma, o belo Ben Barnes (o princípe Caspian das Crônicas de Nárnia) e Ben Chaplin, como o pintor Basil. Ainda no elenco, Rebecca Hall, Emília Fox e Rachel Hurd-Wood.  O filme dividiu a crítica e os espectadores. Há os que vêm nesta versão uma vontade de reinvenção do diretor, buscando situar a obra num contexto moderno, bem ao gosto dos jovens, no estilo de Crepúsculo, mas sem vampiro. Outros consideram as cenas de amor e sexo como mais grotescas que sensuais. Mas todos reconhecem o bom trabalho de fotografia e a atuação de Colin. O filme busca mais as imagens que os diálogos ou as ações e se torna lento e arrastado em certos momentos. O mais importante, porém, da obra de Wilde – e os jovens precisam conhecer - é o convite à reflexão e as metáforas que utiliza nos diálogos entre os personagens, envolvendo discussão sobre a vida e a morte, a ética e a estética e os valores em geral, na sociedade vitoriana da Inglaterra do século XIX.  Salva-se a história e por isso o livro é mais envolvente e profundo, tanto que até hoje é objeto de estudos no mundo inteiro. Mas Wilde e sua  fantástica história já são motivos, por si sós, para se ver o filme.

Até amanhã.


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