sexta-feira, 5 de agosto de 2011

CINEMA - O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON



Amigos, segue comentário sobre um longa badalado que já não está mais nas telas do cinema, mas é possível encontrar em DVD, para locação ou compra, ou na programação dos muitos canais de assinatura. Quem sabe até a rede Globo, qualquer dia desses, resolve incluí-lo na sessão da tarde. Ou na Tela Quente. Prepare-se, então: 

O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON

Há filmes que apesar de monótonos, compensam a falta de ação com a riqueza dos diálogos. Não é a hipótese do Curioso Caso de Benjamin Button (The Curious Case of Benjamin  Button). Apesar de badalado, o longa americano (2 horas e 46 minutos) se arrasta narrando, em flashbacks, lembrando, em estilo, o consagrado “Forrest Gump” (Tom Hanks, 1.994), uma história de  ficção,  sem, contudo, mostrar  o glamour deste. Em Forrest, o personagem de Tom Hanks é denso e profundo, ao contrário de Benjamin, que é superficial, realçando, unicamente,  a figura detentora da patalogia.  Trata-se de uma ficção romântica até certo ponto original, mas que  vai cansando o espectador pela obviedade e falta de dramaturgia. Em  nenhum momento  senti que não se tratava de um filme. Essa medida, para mim, é absolutamente essencial. Quando o roteiro ou os atores não conseguem fazer com que o espectador se desligue e por algum momento se sinta dentro do contexto , esquecendo que está no cinema, o resultado é trágico. Pois é isso que senti durante a exibição do filme. Nem a direção, nem os atores conseguem fazer com que a trama funcione em termos de cinema.  O roteiro, baseado em romance de F. Scott Fitzgerald de  1.920, sobre um homem, Benjamin (Brad Pitt),  que nasce com 80 anos e começa a rejuvenescer, num sentido contrário da  vida, é coisa que tudo mundo sabe antes de entrar no  cinema, pois consta de todas as sinopses.  Talvez por isso, uma ficção algo de original, faz com que se espere do filme o que ele não é capaz de proporcionar. Reflexão, tensão, apreensão, surpresa,  não acontecem em momento algum, no roteiro de Eric Roth, que  se desenvolve a partir da paixão de Benjamin por Daysi (Cate Blanchett), um amor impossível, na medida em que enquanto ela envelhece, ele rejuvenesce, até voltar a infância. A mensagem que se pretende passar de ode à vida, à tristeza da vida e da morte, o respeito às diferenças e ao amor, que supera e ultrapassa a barreira do tempo e os limites humanos, fazendo com que Daysi se comprometa a acompanhar o amado na sua estranha e invertida trajetória até a morte,   num típico filme equivalente a um livro de auto-ajuda, não convence. Termina e fica a sensação, o gosto de que a coisa ficou mal acabada. Essa sensação me levou a ir dormir pensando, como fiz outras vezes, que o filme nada acrescenta verdadeiramente. Dispensável como tal, e assim, irrelevante. O filme ganhou Oscar em três categorias. Na de melhor direção de arte. Na de maquiagem e efeitos especiais.  Na minha opinião, não vale a pena, nem mesmo em deferência  ao grande ator e à figura bela de Brad Pitt, apagado e sem graça. Se quiser arriscar, contudo, arrisque. Pode ser que a sua opinião seja diferente e sinta melhor aquilo que considero ausente - a dramaturgia. Mas que não é filme para fazer sua propria história, isso não é, seguramente.
Até amanhã.

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