terça-feira, 16 de agosto de 2011

A ENTREVISTA DE ANTONIO BANDERAS

Boa noite amigos,
A entrevista que o ator Antonio Banderas concedeu para a GNT e a jornalista Marilia Gabriela, recentemente, quando esteve no Brasil para visita e lançamento de seu último filme, La Piel que habito (A Pele que Habito) de Almodóvar,  foi  muito interessante para melhor conhecer, não tanto o badalado ator, de tantos personagens diversificados,  mas o homem Banderas. O ator espanhol demonstrou ser pessoa extremamente sensível e um profissional comprometido com o exercício da profissão. Falou do casamento de 16 anos com a também atriz Melanie Griffith (ambos na foto acima),  da filha Stela, de 14 anos, dos diretores com os quais trabalhou, especialmente Almodovar, do papel efetivo do diretor e dos atores, dos Paparizzi e de como vê a vida na sua hoje maturidade. Dos principais momentos desta entrevista, pincei frases que considero importantes na revelação de Banderas. Ou simplemente Antonio, como o chamam os familiares e amigos próximos. Não coloco entre aspas porque mais refletem o conteúdo e o espírito do que foi dito, do que o rigor da literalidade. Mas são fiéis:
1)     Sobre o cineasta Pedro Almodóvar: Ele é muito difícil. É perfeccionista. Observa cada detalhe, mas tem um universo extraordinário na maneira com que concebe e quer que se execute. É diferente de qualquer e de todos os outros diretores com os quais trabalhei.

2)    Ainda sobre Almodóvar e o último Festival de Cannes: Ele não queria que o filme (La Piel que Habito) fosse exibido no festival. Mas foi convencido a levá-lo. O filme ganhou prêmios, mas não aqueles que ele queria. Porém,  teve boa aceitação do público e da crítica em geral. O resultado foi extremamente favorável. Após a exibição, o filme foi aplaudido por mais de 10 minutos.
3)    Sobre a arte da dramaturgia: O teatro é o  momento. Se você gravar a peça, ou exibi-la na TV, aquilo pode ser outra coisa, mas não é mais teatro. O teatro é a vida real. Ele dá a dimensão do que é a vida real. Ali naquele tempo e pronto. Acabou.

4)    Sobre a perseguição dos Paparazzi: Há muito tempo que eu e minha mulher deixamos de brigar com os Paparazzi. Eles atualmente nos deixam em paz. É que vivemos uma vida normal, somos um casal normal, com desavenças ou desencontros, mas sem escândalos. E vida normal não interessa a eles. Eles não querem saber do que anda bem. Assim ignoramos e somos ignorados.

5)    Sobre a filha Stela, de 14 anos: “A Stela viaja muito conosco. Visita favelas no México ou na Argentina. Conhece e conversa com pessoas e culturas diferentes. Por isso tem uma consciência social muito madura para a sua faixa etária. Nós queríamos mostrar a ela que a vida não é Beverly Hills. Lá em casa é ela que separa o lixo reciclável. E nos cobra quando por exemplo jogamos algo reciclável no lixo orgânico. Ela não pode, por causa das viagens, freqüentar uma escola regular. Mas tem um professor que a acompanha todo o tempo.

6)    Sobre o ator e o diretor:  O ator tem muitas vidas paralelas. E precisa administrá-las bem. É do diretor a tarefa da criação. Ele dá o tom, a cor, o cheiro, o ambiente, a perspectiva.  Na verdade um personagem não surge com o “gravando” e termina com o “corte”. Ele começa muito antes. Você precisa estudar o que o diretor quer de você. Porque você foi escolhido e mergulhar no universo que é a visão do diretor sobre a vida, os personagens, os cenários, enfim. Quando estou concebendo um personagem eu grudo no diretor e o acompanho todo o tempo. Tomo um pileque com ele se for preciso. Para que eu descubra exatamente porque eu fui escolhido para o personagem  e o que ele deseja desse personagem no seu imaginário.

   
7)    A diferença entre o latino e o americano: De certa forma nós latinos somos diferentes dos americanos. Os latinos sabem que um dia vão morrer, os americanos, não.

 8) A respeito da obra realizada: Eu fiz coisas que não gostei. Mas fiz. Hoje não faço. Alguém me disse outro dia que o importante em Hollywood,  é você aprender a dizer não. Na vida também é preciso dizer não, às vezes.

9)    Filosofia de vida: “Eu tenho uma certeza que é a morte. Todas as outras são relativas. Por isso valorizo muito uma coisa: A ALEGRIA DE VIVER.

10) Sobre o Rio de Janeiro:  Ver a cidade maravilhosa, lá de cima (do helicóptero), a partir do Cristo Redendor, com tantas montanhas e contrastes foi magnífico.
       Até amanhã.




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