sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

A ECONOMIA BRASILEIRA EM 2.011


Boa noite amigos,

Chegamos ao fim do ano de 2.011, um ano completamente atípico para a economia mundial, fortemente abalada pela crise americana e européia. Diante desse cenário sombrio, podemos considerar, para a  história, que o ano de 2.011 é o ano que não terminou, tamanhas as expectativas e incertezas que lança para o futuro, sobre a economia mundial e de países importantes do chamado "Primeiro Mundo".  A moeda comum européia, o euro, sofreu o mais profundo golpe, por causa do endividamento de países como a Espanha, a Itália e principalmente a Grécia, e a ameaça de boicote a dívidas para com os credores  estrangeiros, notadamente as instituições financeiras, que, com o calote, iriam à bancarrota, comprometendo a estabilidade econômica do país de sua nacionalidade, e, assim, sucessivamente . Alemanha e França saíram em defesa da moeda comum, exortando os países  devedores a cumprir suas obrigações, sob pena de negativa de auxílio,  e exigindo,  para tanto, ajustes nas respectivas economias.  Italianos, gregos e espanhóis saíram às ruas protestando contra as medidas severas impostas pelos governantes, o que vai exigir pelo menos 10 anos de sacrifício, até uma possível retomada do crescimento, em condições de estabilidade. O Brasil, desde o início desta década, por força de seu crescimento e das peculiaridades de sua economia, conseguiu se salvar dessa crise generalizada e superar economias tradicionais e importantes. Para se ter uma idéia, o Banco Goldman Sachs previu em 2.003, que o Brasil ultrapassaria a Itália em 2.025, e também a França e o Reino Unido somente em 2.035. Acontece que com a crise econômica internacional, que teve início no ano de 2.008,  já ultrapassamos a Itália, em 2.010 e, neste ano, o Reino Unido. A expectativa é que passemos a França entre 2.013 e 2.014, e a Alemanha até 2.020. O Produto Interno Bruto Brasileiro, nesta década, ficará à frente, seguramente, do PIB de todos os países da Europa.    Crescemos menos do que era esperado (3% contra a expectativa de 4 a 5%), o que é menos que a metade dos espetaculares 7,5%  de 2.010, mas esse crescimento deve ser comemorado, diante do sombrio cenário internacional.  A temida volta da hiperinflação não aconteceu e o índice inflacionário deve fechar o ano em 6%, um percentual  alto, mas nada alarmante, especialmente porque se conseguiu manter um mercado interno aquecido, a oferta de empregos e o aumento do poder real de compra dos brasileiros, além de programas de melhorias de renda e apoio a famílias com alta vulnerabilidade econômica.  Além disso, o consumo não baixou e nem a política de redução paulatina da taxa de juros, provocou  descontrole da inflação, como se podia esperar, vencendo a aposta na estratégia da  equipe econômica da Presidenta Dilma, para garantir o aquecimento da economia, sem grandes repercussões no controle da inflação. No campo dos investimentos, destaque negativo para as aplicações na Bolsa de Valores, com  prejuízo de 18,11%, o pior dos últimos três anos, e positivo, para os investimentos em dólar e ouro, continuando as cadernetas de poupança a oferecer rendimentos baixos, mas seguros, em tempos de incerteza. Com esse desempenho o Brasil se transformou na 6ª. economia do mundo, desbancando dessa posição, o Reino Unido, e a expectativa é de que, até 2.015, supere também a França. Se tudo isso não pode ser motivo de grande euforia, especialmente porque temos problemas sérios em áreas fundamentais, como o da educação e da saúde pública, além da infra-estrutura em geral, o que nos reserva um lugar no fim da importante lista do índice de desenvolvimento humano, é, porém, inegável, a ascensão das classes menos favorecidas e o combate à miséria já apresenta resultados positivos (Desde 2.007, de acordo com reportagem publicada pela Forbes, o país festeja 19 novos milionários por dia e na última década 31 milhões de brasileiros passaram para a classe média. Ainda segundo a reportagem o Brasil tem atualmente 137 mil milionários e 30 bilionários). Maior prova disso é que a  classe média, grande balizadora da economia, continuou viajando e comprando lá fora, mostrando que as pálidas medidas adotadas pela Presidência, para evitar a fuga de divisas, não foram capazes de desencorajar  o que vem se tornando uma constante entre os consumidores dessa classe social: viagens,  especialmente aos Estados Unidos, para turismo e compras. Os brasileiros, depois dos ingleses e franceses, são os maiores turistas em Nova York.  E, no quesito “ compras”, o primeiro, de tal forma que o governo de Nova York já pensa em adotar  medidas para conservar esse consumidor, que passou a ser especial, oferecendo serviços e estrutura próprias em língua portuguesa. De resto, é importante considerar que a economia dos países emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) tem atingido,  a cada ano, índices que impressionam. Entre 2.003 e 2.007, o crescimento desses países representou 65% de expansão da economia mundial. Segundo notícia do Ministério das Relações Exteriores, o economista chefe da Goldman Sachs, Jim O’Neil, em estudo de 2.001 denominado “Building Better Global Economic Brics”, considerou pela primeira vez o grupo econômico (B – Brasil, R – Rússia, C – China e S – África do Sul), como categoria de análise nos meios econômicos-financeiros, empresarias, acadêmicos e de comunicação. Em 2.006, o conceito teria dado origem a um agrupamento propriamente dito, que se incorporou às políticas externas de Brasil, Rússia, Índia e China, e,  em 2.011, por ocasião da III Cúpula, a África do Sul passou a fazer parte desse agrupamento, que adotou a sigla BRICS.  É hora, porém, desses países, darem ao importante agrupamento, caráter institucional, seja  no sentido vertical, seja no  horizontal, para permitir o desenvolvimento de políticas comuns importantes, em várias áreas da economia. Em suma, a perspectiva é a melhor possível. Resta saber o que faremos de efetivo nos próximos anos, para continarmos crescendo, garantindo porém qualidade mínima de acesso a elementos fundamentais  como saúde, educação, saneamento básico, à grande parte da população brasileira, ainda marginalizada e espalhada pela extensão continental deste país, circunstância que, sem dúvida, complica a implementação de políticas públicas mais efetivas, e, ainda,  de combate à nossa maior mazela: a corrupção.

E.T: A foto acima é do fotógrafo Roberto Stuckert Filho, da Agência Brasil e foi extraída do site oglobo.globo.com. Nela a Presidenta Dilma Roussef aparece chegando à Organização das Nações Unidas, onde iria fazer, como fez,  palestra sobre Economia.

 Até amanhã.

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