quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

LITERATURA - GUIA POLITICAMENTE INCORRETO DA AMÉRICA LATINA

Amigos,
Ganhei-o ,  no fim do ano passado, dos amigos Carlos e Laís Farah, com a observação de que, por certo, a temática me interessaria. Só agora, em fevereiro, acabei de lê-lo. Trata-se do livro GUIA POLITICAMENTE INCORRETO DA AMÉRICA LATINA lançado pela editora Leya, de São Paulo, em 2.011. Os autores são  dois jovens, mas experimentados e competentes jornalistas, com passagem, dentre outras mídias, pela Revista Veja: o curitibano, LEANDRO NARLOCH e o paulista DUDA TEIXEIRA. Leandro escreveu o livro similar GUIA POLITICAMENTE INCORRETO DA HISTÓRIA DO BRASIL, que eu ainda não li e Duda é autor de um livro divertido sobre a Grécia Antiga, cujo nome é O CALCANHAR DE AQUILES, que eu li, gostei e recomendo. A proposta é mostrar particularidades da vida e da  história de líderes da América Latina e dos países latinos americanos, que desmascaram as versões rotineiras que os converte em heróis e políticos responsáveis pelo progresso econômico e ético dessas nações. As fontes nas quais os jornalistas se basearam são inúmeras. Pesquisas bibliográficas cuidadosamente feitas em grande parte na literatura estrangeira e nacional dos países latino americanos e ainda informações obtidas diretamente no que se extraiu de entrevistas e reportagens. Os personagens focalizados são Che Guevara, Simón Bolivar, Perón e Evita, Pancho Villa e Salvador Allende. Há também a preocupação em desmitificar, sem justificar, a opressão dos Estados colonizadores sobre os colonizados, desfazendo a mística de bandido contra mocinho, pois nem todos os males pelos quais passaram os povos advieram dos europeus colonizadores, mas também dos próprios povos nativos. Fala-se, abertamente, das ditaduras de direita e da esquerda dos vários governos. Das revoluções vencedoras e derrotadas e de como a tomada do poder e a prática política se apartou do discurso e da ideologia de todos eles.  Sinta essa nota sobre Che Guevara:  Rebeldia juvenil? Só se dentro do quartel. Che adorava uniformes do exército e seus símbolos. Em abril de 1959, então chefe de instrução das Forças Armadas Revolucionárias, ele fundou a revista verde Olivo, de assuntos militares. EM 1963, ajudou a aprovar a maior inimiga dos jovens: a lei do serviço militar obrigatório. Ironicamente, o próprio Che tentou escapar do serviço militar da Argentina, em 1946, quando completou 18 anos.” Ou ainda sobre a fundação criada e gerida por Evita Perón e sua riqueza em jóias e obras de arte:  O dinheiro que ela usava para essas aventuras vinha do governo e das companhias que eram extorquidas. Aquelas que se recusavam a ajudar a instituição filantrópica de Eva Perón corriam o risco de ser estatizadas. Foi o que aconteceu com a Massone Química e a Chocolates Mu-Mu. Suspeita-se ainda que, entre seus bens, havia peças do tesouro nazista, oriundas de famílias judias ricas assassinadas em campos de concentração. O próprio Perón chegou a falar de bens de “origem alemã e japonesa” de que o governo argentino teria se apropriado.”  Por fim adverte a editora que “é ele, o falso herói latino-americano, o principal alvo deste livro”.  Em 336 páginas, com interessantes notas  marginais e algumas ilustrações-retratos, o livro é polêmico, instigante, interessante, oferecendo uma outra perspectiva para análise da história real da América Latina, seus povos, a influência dos colonizadores e dos nativos nas suas trajetórias políticas e especialmente a personalidade, as virtudes e defeitos e os erros e acertos dos chamados heróis latinos-americanos.
Até amanhã.



Nenhum comentário:

Postar um comentário