Boa noite amigos,
Fui ver no último domingo, um dos filmes que tem indicações para o Oscar e que já havia sido contemplado com Dois Globos de Ouro (melhor ator e melhor roteiro adaptado), prêmio que como se sabe funciona como uma espécie de avant-première do cobiçado e tradicional prêmio da Academia de Hollywood. Está indicado ao Oscar em cinco categorias, quais sejam, melhor filme, melhor ator para George Clooney, Melhor Diretor, Montagem e Roteiro Adaptado. Trata-se de um filme de 115 minutos, produzido nos Estados Unidos em 2.011, lançado neste ano, indicado no gênero de comédia dramática. O nome, em português é fiel tradução do título em inglês: OS DESCENDENTES (The Descendants). O argumento se desenvolve no campo das relações afetivas familiares, envolvendo o advogado e latifundiário, Matt King (George Clooney), pai e marido ausente do dia-a-dia da família e da criação das filhas adolescentes, Scottie (Amara Miller) e Alexandra (Shailene Woodley), e que se vê na contingência de resgatar esses laços, diante de um grave acidente de que é acometida sua mulher Elisabeth (Patrícia Hastie),acidente esse que a coloca em coma irreversível, durante a qual todo o drama se desenvolve. Nessa busca, procura ou retomada, Matt encontra grande resistência na aproximação com as filhas, que vivem e estudam em outra ilha do arquipélago e, bem assim, tenta entender o que se passou com a mulher, se ela o amou ou ama, da qual descobre um caso recente de infidelidade, relatado pela própria filha mais velha e cujas razões juntos buscam desvendar. O ritmo imprimido ao roteiro é muito bom, pois mesmo na sucessão de cenas em que prevalece mais a instrospeção, a reflexão ou o mero diálogo dos personagens diante da problemática familiar, em nenhum momento o espectador sente monotonia ou sono, mantendo-se aceso, vibrante e interessado na sequência e no desfecho da estória. Baseado no romance homônimo (best seller) da hawaiana, Kaui Hart Hemmings. a boa direção do americano de origem grega, Alexander Payne deve ser elogiada, assim como a escolha dos atores que ficam praticamente num mesmo nível de excelência de interpretação, destacando-se George Clooney pela experiência, charme e talento que esbanja mais uma vez, e que o torna sério candidato ao Oscar de melhor ator, e da jovem e talentosa atriz Shailene Woodley, que vive a filha mais velha de Matt. A questão da venda ou não de magníficas terras herdadas no Hawai, onde a trama se passa, por Matt e seus primos, que seriam os descendentes de antepassados milionários, é questão absolutamente periférica que não tem dimensão, nem relevância no desenvolvimento das questões postas em evidência, e que são temas universais: a importância da família, o resgate das coisas essenciais da vida, o valor do perdão, da generosidade, a fortuna sem mérito, etc. Alexander, que costuma pender para um tipo de humor negro nas suas películas, e que se notabiliza também por crítica aos costumes americanos, dirigiu filmes importantes, como Electron (Eleição) em 1.999 e Sideways (Entre Umas e Outras) em 2.004, com o qual ganhou o Oscar de melhor roteiro adaptado. Destaque também para a magnífica fotografia, mostrando paisagens das praias e montanhas do Hawai, verdadeiro colírio para os olhos. Filme bem feito, bem dirigido, com roteiro simples, bem cuidado e estória cativante. Na minha avaliação um belo quatro estrelas e que possivelmente não seja um favorito para o Oscar de melhor filme. Bem, ainda preciso ver os demais indicados, especialmente para avaliar as chances do veterano Clooney para Oscar de melhor ator. Mas vá ao cinema com tranqüilidade, pois vale, sem dúvida, a pena.
Até amanhã.
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