Boa noite amigos,
São muitos os encantos
da cozinha mineira. É uma das
mais famosas e variadas cozinhas deste rico, imenso e plural Brasil. O
pão de queijo já é patrimônio nacional. Mas além
do pão de queijo, há outra companhia excelente para o café do paulista: a broa de fubá
mineiro da Casa da Broa. Muita gente já foi lá . O bom mineiro professor e poeta Rubem Alves fez
até uma poesia para traduzir os quitutes tentadores da saudosa Dona Ana.
QUEM
ERA A DONA ANA?
Conta a família que cozinheira de primeira, Dona Ana, era conhecida pelos amigos e parentes por seus salgados e bolos, que ficaram famosos nesse
círculo ainda fechado e pequeno, cujo
modesto projeto foi batizado de Mil
Folhas. Um dia, o Seu Bonifácio, o marido, teve um sonho: sonhou com uma broa
mineira. Uma daquelas famosas broas que antigamente e, ainda atualmente, se faz e
se come nas prazerosas terras das Minas Gerais. E não é que Dona Ana
passou a produzir essa broa, uma broa especial e magnífica, cujo sucesso
transformou o projeto caseiro das Mil Folhas em Casa da Broa, uma indústria e comércio que tende a se expandir e já é
sucesso.
ONDE
FICA
Quem passar pela rua
Presidente Alves, que é uma travessa da conhecida Avenida José Bonifácio, no
Jardim das Paineiras, em Campinas, logo
depois do cruzamento com a Avenida
Jesuíno Marcondes Machado, tem que parar ali no número 1.530. Em um prédio recentemente
reformado, você pode chegar no balcão e pedir ou encomendar sanduíches de
metro, preparados com massa caseira, com opção pelo formato redondo, grande (36 pedaços) ou médio (25 pedaços), ou
salgados como coxinhas, risoles, bolinha de queijo, croquete, quibe, trouxinha
de frango, empada, esfiha, folhado de camarão e outras variedades. A casa
apregoa que a linha de produção segue os mais exigentes sistemas de controle de
qualidade e higiene e que mantém uma equipe sempre de prontidão para atender a
freguesia.
A
RECEITA DE BROA DE DONA ANA
Mas o grande
carro-chefe da casa é, sem dúvida, a broa de fubá mineira. Realmente diferente de todas as
outras que existem no mercado, dentre outras razões, por sua crocância externa e uma maciez “oco”
interna. A casa não esconde a receita que é transmitida em
linguagem mineiríssima. São vendidas em pacotes com dez unidades ou de acordo
com o que for pedido. Melhor mesmo é você adquirir as broas que saem do forno,
ainda quentinhas e deliciosas. E se não quiser esperar até chegar em casa,
existe um pequeno espaço café onde você pode consumir unidades delas ali mesmo,
acompanhadas de um café quentinho. Imperdível. Prometi um diz levá-las aos meus
amigos Procuradores e funcionários da Procuradoria Geral da Unicamp.
Quarta-feira última passei por lá, comprei dois pacotes e levei. Foram poucas
as 20 unidades, todas consumidas naquela mesma manhã com cafezinho e manteiga.
Tinha um terceiro pacote escondido no porta-luvas do carro. Esse eu levei pra
casa, à tarde, porque eu e meus familiares também somos filhos de Deus, né?
A
RECEITA EM MINERÊS (língua falada em Minas procêis sabê)
BROA
DE MIO ISPICIAR (de Alvaro Farcão).
Pega uma vazia quarquê,
taca um tanto bão de fubá de mio, senta mantega, uma trisquinha de sá, duas
caneca de açuca, trei zovo caipira (se num tivê, pode sê dos farso mermo), duas
caneca de lête e uma cuierinha de bicabornato. Mexe o trem inté cansá, bem
mixidim mermo.... Displois pica umas tora de quejo, pega um cadim de eiva-doce,
junta és tudo na mistura e dispeja na foima.... Inhantes de dispejá, é bão
isfregá um cadim de mantêga ô intão di banha na foima, prumode a broa num garra
dispois de assada.... O foino tem de tá bem quentim, inhantes de ponhá o trem
lá... Num deve de abri ansdahora, pru mode num a broa num incroá.... Tano
prontim, é só disinfoimá e cume.... Mas inhantes de cume, se quisé fazê um
cafezim e ligá pr’eu prová, num acanha não!... Um bração procêis!
Até amanhã amigos.
P.S. (1) Não tente
fazer a broa em casa com a receita que é fornecida. Não vale a pena. Primeiro
porque não se tem exatamente as medidas dos ingredientes. Segundo, porque há
algum segredo nessa receita da Casa da Broa que não se revela,
obviamente. Terceiro, porque o preço de cada uma (apenas R$1,00), é
bem confortável. Vá lá e coma. Ou leve pra casa;
P.S. (2) A coluna de
hoje é em homenagem aos meus amigos mineiros
Nivaldo e Selma, pais da Mariana,
mulher do Alexandre, que é irmão de meu genro, Renato e o único da família que
é meu companheiro de cerveja. E também à Mariana, que também é mineira e mãe de
duas mineirinhas que nasceram em Machado,
mas moram em Campinas, a Ju (Ana
Julia) e a Lara (Ana Lara) e que estão nas fotos (Ju na 1 e Lara na 2), da coluna de hoje. E às duas mineirinhas,
elas próprias, as lindas Ju e Lara, filhas do Alexandre , irmão do Renato e
netas do Ricardo e da Elizete, pais do Renato, meu genro,casado com a minha filha
Samira. Como se vê uma grande família no conceito expandido de parentesco, mas
concentrado na afetividade;
Foto 1 (Ana Júlia à esquerda). Foto 2 (Ana Lara à direita).
P.S. (3) Quero mandar um grande abraço à mineiríssima atriz Débora Falabela, mais uma vez exibindo o seu carisma e o seu talento, agora como a personagem Nina (ex-Rita) da novela global, Avenida Brasil, que começou muito bem e promete ser um dos grandes sucessos da emissora;
P.S. (4) Para saber
mais a respeito da Casa da Broa acesse o site www.casadabroa.com.br., do qual foi emprestada a imagem que ilustra a coluna de hoje.
Até amanhã amigos.
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