Boa dia amigos,
Luiz
Fernando Veríssimo
é um dos meus escritores preferidos, especialmente em crônicas. É um mestre na narrativa curta, como
assinala a sua atual editora, a Objetiva, do Rio de Janeiro. De sua vasta obra, ao longo dos 75 anos, o
gaúcho de Porto Alegre, torcedor fanático do Internacional e filho de pai ilustre, o consagrado escritor
Érico Veríssimo, constam crônicas,
romances, quadrinhos, obras infanto-juvenis, muitas adaptadas para o cinema,
teatro e TV. É um dos escritores que mais vendeu livros: cerca de cinco milhões
de exemplares, o que se traduz em um fenômeno de vendagem, especialmente no
Brasil. Criou personagens que ficaram conhecidos e famosos como o detetive particular,
Ed Mort, um carioca de coração mole
e nenhum tostão no bolso, a Velhinha
de Taubaté, definida como a
“única pessoa que ainda acredita no governo”,
o Analista de Bagé (um gaúcho
grosseiro, com linguajar e costumes da
fronteira do Rio Grande do Sul, com Uruguai e Argentina, aos mesmo tempo sofisticado, por força de
formação freudiana ortodoxa). Dentre
suas obras destacam-se “Comédia da Vida
Privada” (1.994), que a TV Globo
transformou em especial e depois numa série de 21 programas, que você pode
rever atualmente nas boas reprises da Tv Viva (canal 36), “As Mentiras que os Homens
Contam” (tiragem com mais de 350.000 exemplares), A Mãe de Freud (1.985), Comédias da Vida Pública etc. No final
do ano passado, Veríssimo lançou mais um livro, reunindo deliciosas crônicas que foram publicadas em diversos
órgãos da imprensa para os quais trabalhou (Revista Veja e pelos Jornais O Globo, do Rio, Zero Hora, de Porto Alegre e o Estado de São Paulo, de Sampa). Trata-se
de EM ALGUM LUGAR DO PARAÍSO.” (Editora Objetiva, Rio de Janeiro, 2.011, 198
páginas). Cito em seguida dois pequenos trechos, uma “palhinha” do que está no
livro.
“O
tempo não foi a única novidade trazida por Eva ao jardim do Paraíso. Foi ela
que, dias depois, colheu o fruto proibido, que os tornou, de uma só mordida,
sexuais e mortais. E foi depois de comer o fruto proibido, quando a Terra
entrou na sombra da noite e os dois se deitaram lado a lado, que Adão sentiu
seu membro, que ele pensara que fosse só para fazer xixi, se mexer. E avisou à
Eva: - É melhor chegar para trás porque eu não sei até onde este negócio
cresce”.
“Cheguei
tarde à infância e muito cedo à adolescência. A revolução sexual começou
exatamente um dia depois que eu casei com a minha mulher porque era a única
maneira de poder dormir com ela. Nos casamos num sábado e a revolução sexual
começou no domingo. Ainda tentei desfazer o casamento, já que não precisava
mais, mas não deu, estava feito”
Leitura agradável de uma livro de crônicas
baseadas em sátiras de costumes e no humor conferido pelas situações vivenciadas (ou imaginadas) pelo autor.
Se você gosta do autor, aprecia o seu estilo refinado de fazer humor, vai se
sentir leve e recompensado com as crônicas e a leitura.
Até amanhã.
P.S. (1)
Luis Fernando Verissimo também foi tradutor, publicitário, e músico. Tocava saxofone em uma banda nos
anos 80, e foi apaixonado pelo jazz, gênero que curtiu muito no tempo em que viveu
nos Estados Unidos;
P.S. (2)
O pai do autor, o escritor Erico Veríssimo, teve como um de seus famosos romances, a
trilogia O TEMPO E O VENTO, clássico da literatura brasileira, dividida em O Continente (1949), O Retrato (1951) e
Arquipélago (1.962), trilogia essa
que conta a história do Rio Grande do Sul de 1.680 a 1.945 (fim do Estado
Novo), através das sagas das famílias Terra e Cambará e que virou minissérie de sucesso na televisão.
P.S. (3)
Érico é também autor de OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO (1938), um dos romances
mais sensíveis e profundos que eu li na minha mocidade.
P.S. (4) As imagens que ilustram a coluna hoje foram emprestadas dos sites hojeemdia.com.br e agenciariff.com.br,
respectivamente.
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