terça-feira, 22 de março de 2011

PENSÃO ALIMENTÍCIA DIVIDIDA ENTRE AVÓS PATERNOS E MATERNOS E OUTRAS NOTÍCIAS

Amigos blogueiros, boa noite,

Quero saudar o ingresso, no nosso meio, do prezado amigo,  advogado, poeta e compositor,  Thiago Vasconcellos de Souza, filho dos meus confrades Cármino e Célia  de Souza. Thiago já se manifesta contrário ao título de "Rei" conferido ao  cantor e  compositor Roberto Carlos,  ponderando que  ao longo da  história da nossa consagrada música brasileira, outros cantores e compositores tão ou mais  brilhantes que ele, estariam a merecer igual título, se fosse o caso de conferi-lo em plena República. Chico, Caetano, Nelson Cavaquinho, Noel Rosa, o imortal Antonio Carlos Jobim, Vinicius, Cartola, Milton Nascimento, só para citar alguns, realmente são geniais e continuam povoando e encantando o nosso universo musical com pérolas de poesia e sonoridade. É verdade. Opinião é opinião e deve ser respeitada sempre. Por falar em MPB contamos hoje uma passagem interessante a respeito de dois compositores consagrados, ambos falecidos, de estilos diferentes e que se encontraram musicalmente, sem nunca terem se encontrado pessoalmente nessa vida. Falamos também da jurisprudência recente do Superior Tribunal de Justiça sobre pensão alimentícia devida pelos avós, alterando o posicionamento anterior ao Código Civil de 2.002 e das últimas notícias sobre futebol. Vamos lá:

VINÍCIUS DE MORAES, ARACY DE ALMEIDA E ADONIRAN BARBOSA.
A falecida cantora Aracy de Almeida, uma das intérpretes preferidas do compositor Noel Rosa, de certa feita se encontrou com o poeta e diplomata, Vinícius de Moraes em um bar em Ipanema e ali ficaram a conversar e beber. Antes de ir embora, Vinícius rabiscou alguns versos num guardanapo e os deu de presente a Aracy, dizendo que ela fizesse daqueles versos o que bem quisesse. Aráca, como era chamada pelos amigos, algum tempo depois, em conversa com o genial compositor Adoniran Barbosa (de Trem das Onze, Iracema, Vila Esperança, Tiro ao Álvaro.....), entregou-lhe os versos de Vinícius, pedindo que ele os musicasse. Adoniran topou e daí surgiu uma das mais belas e melancólicas canções da música brasileira, com muitas gravações, especialmente da saudosa Maysa. Trata-se de "Bom Dia Tristeza": "Bom dia tristeza, que tarde tristeza, você veio hoje me ver. Já estava ficando, até meio triste, de ficar tanto tempo, longe de você. Se chegue tristeza e se sente comigo, aqui nesta mesa de bar, beba do meu copo, me dê o seu ombro, que é para eu chorar. Chorar de tristeza. Tristeza de amar". É impressionante a harmonia entre a letra e a música, como se se tratasse efetivamente de uma unidade.  Quem não conhece deve conferir, em qualquer um dos  vídeos  hospedados pelo Google, a beleza da canção. Coisas da curiosa história de nossos músicos e poetas.

O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA E A PENSÃO ALIMENTÍCIA DEVIDA PELOS AVÓS.
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça vinha se consolidando no sentido de dispensar o chamamento dos outros avós, em ação de alimentos que o neto movesse contra os avós paternos, ou maternos, conforme o caso. Argumentava-se que a lei não obrigava a convocação dos demais parentes da mesma linha e do mesmo grau, para subsidiar a obrigação não cumprida pelo pai ou pela mãe.  Assim, quando o pai, obrigado a pensionar o filho, não cumpria a obrigação por impossibilidade,  o alimentando normalmente ingressava  com ação de alimentos contra os avós paternos e não contra os maternos ou contra ambos. Recentemente, porém, o STJ, por sua 4a. Turma, Relator o Ministro Aldir Passarinho Junior, alterou a orientação, admitindo o deferimento do pedido dos avós paternos, para que os maternos fossem também convocados a integrar a lide, dividindo-se entre eles, a responsabilidade pelo pagamento da pensão devida ao neto,  ou por  sua complementação. O argumento para a mudança de orientação foi o de que o artigo 1.698 do Código Civil vigente, ao contrário do Código anterior que nada dispunha a respeito, estabelece essa possibilidade claramente.

NOTAS
° Depois do Fluminense divulgar na mídia ter acertado com o técnico da Ponte Preta, Gilson Kleina  e de toda a imprensa ter dado como certa a transferência, surge a notícia de que ele não irá mais para as Laranjeiras, preferindo permanecer em Campinas, sob alegação de que acredita no projeto da Macaca. Em verdade, o técnico escapou de uma grande fria, pois a sua permanência no Flu seria até o mês de maio quando vence o contrato de Abel Braga com o Al Jazira dos Emirados Árabes. Para ser dirigente técnico tampão e ainda assumir o campeão brasileiro, abandonado por Muricy Ramalho,  que está mal na Libertadores, correndo o risco de sequer se classificar para a segunda fase, assim como no Campeonato Carioca, no qual  vem fazendo campanha pífia, Gilson se lembrou de repente de seu amor pela Ponte Preta, que faz excelente campanha pelo Campeonato Paulista e no qual ele não tem obrigação alguma de ganhar título. Se permanecer para a disputa do Campeonato Brasileiro da Série B, ainda tem chance, inclusive,  de subir com a Macaca para a série A,  o que seria excelente para a sua jovem promissora carreira.  Juízo!
° O jornalista Ricardo Alécio noticia na sua coluna Xeque-Mate do jornal Correio Popular de Campinas, que os vereadores Josias Lech (PT) e Vicente Carvalho (PV) preparam um projeto de lei para proteger os quero-queros do Estádio Moisés Lucarelli. Na semana passada, um deles, passeando pelo campo durante o jogo da Macaca, foi atingido pela bola da partida, tendo o árbitro paralisado o jogo para o atendimento médico-veterinário do bichinho. O projeto, segundo Lech e a coluna, consistiria em obrigar os administradores do estádio a recolher os pássaros em gaiolas e liberá-los somente depois dos jogos.  Será que a invasão dos pássaros  geralmente no 2º tempo dos jogos da Ponte, não tem a ver com a tentativa de evitar mais um daqueles empates insuportáveis da Ponte contra os pequenos, em casa? Agora prender os bichinhos, é demais não?
GUARANI 100 ANOS
Para um público pagante de 6.276 expectadores  e mais 871 menores que nada pagaram e uma  renda de Cr$170.350,00, o terceiro jogo do Bugre pelo Campeonato Brasileiro de 1.978 em sua fase preliminar, aconteceu no dia 06 de abril de 1.978, uma quinta-feira, às 21,00 horas, ainda no Estádio Brinco de Ouro da Princesa (foi o terceiro jogo consecutivo em Campinas).  O Guarani venceu o CSA de Alagoas  pelo placar de 2 a 0. Capitão, aos 37 minutos do primeiro tempo abriu o placar e Zenon (de pênalti) fez o segundo aos 26 minutos do segundo tempo. O Guarani, do técnico Carlos Alberto Silva, jogou e venceu com Neneca, Alexandre (Mauro), Gomes, Edson e Miranda, Zé Carlos, Renato e Zenon, Capitão, Adriano (Careca) e Macedo. O  CSA, na época treinado pelo ex-jogador Esquerdinha, jogou com Cícero, Olimpio, Gilson (Pires), Mauro e Cesar, Alberto, Soareste e Luis Carlos, Ênio, Joãozinho Paulista e Reginaldo (Ricardo).

Até amanhã


Um comentário:

  1. Querido Tio Jamil,
    Obrigado pela lembrança!
    É muito interessante a relação de Vinícius e Adoniran e da origem de "bom dia tristeza".
    Particularmente adoro escutar os "causos" decorrentes de parcerias.
    Uma engraçada é a da primeira e única parceria entre Cartola e Nelson Cavaquinho.
    Os mestres compuseram o samba e depois de alguns dias um amigo do Cartola veio lhe mostrar um samba que, dizia o homem, era de sua propriedade. Após escutá-lo, Cartola, reclama sua autoria e o sujeito diz que comprou o samba de Nelson. Fulo da vida, Cartola vai cobrar uma satisfação de Nelson que, depois de questionado, diz: -Ué, vendi só a minha parte.
    Bjão grande e parabéns pela iniciativa do blog!!!

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