No próximo
sábado, dia 24 de março, acontece mais um derbi (ou derby) campineiro, nome que se dá para o confronto entre as duas
equipes tradicionais da cidade de Campinas, a Ponte Preta, também
conhecida como “Macaca” ou “Nega Véia” e o Guarani, o
velho Bugre. É o clássico mais antigo do futebol paulista,
completando este ano o seu centenário, pois a Macaca foi fundada em 1.900
e o Bugre em 1.911. O confronto é o de n. 188, válido pelo
Campeonato Paulista da 1ª. Divisão. Na contagem geral o Guarani venceu 65
vezes, a Ponte 60, e foram registrados 61 empates. Por
incrível que pareça o primeiro derbi aconteceu no dia 24 de março de
1.912 e o resultado é desconhecido. Ainda vou tentar tirar essa
história a limpo, mas convenhamos, vai ser muito difícil conseguir apurar
aquilo que ficou na estranha clandestinidade por cem anos. Vejam o que diz o
jornalista Rogério Verzignasse, da agência Anhanguera, em
reportagem do jornal Correio Popular, edição de hoje, a propósito desse
jogo: “O ano era 1.912. Um tempo
romântico. De torcedores educados, de trajes engomados. As reportagens no
jornal tratavam as partidas como verdadeiros eventos sociais.Todos os times
eram basicamente formados por gente humilde, que trabalhava a semana toda na
roça ou nas oficinas. Atletas que, minutos antes da bola rolar, vestiam gravata
para a fotografia. Pelo menos teoricamente, não havia espaço para fanatismo,
agressões físicas ou verbais. Não havia, por sinal, nenhum motivo para que os
torcedores de Ponte e Guarani se odiassem. Tanto é que o encontro nem foi digno
de muita atenção na imprensa. E ninguém sabe dizer, ao certo, qual foi o placar
final do encontro. A reportagem no Diário do Povo, anunciando o jogo, aconteceu
por uma daquelas inexplicáveis peças do destino. O amistoso estava marcado para
o domingo anterior, dia 17 de março, no campo da Vila Industrial. Mas um
temporal desabou sobre Campinas e o jogo foi adiado. No dia 24, a imprensa se
viu obrigada a tocar no assunto para prestar serviço. Afinal, um evento aberto
ao público tinha mudado de data. Só por isso. Nas edições seguintes, não se fez
qualquer referência ao placar.Ninguém nas redações tinha noção de que aquele
episódio seria histórico”.
O DERBI FORA DE CAMPINAS.
Em toda a
história dos derbis campineiros, uma única vez a partida foi disputada fora de
Campinas. Isso aconteceu no dia 03 de junho de 1.979, pelo 3º turno do
Campeonato Paulista de 1.978. A partida foi disputada em São Paulo, no Estádio do Pacaembu e o Guarani venceu pelo placar de 2 a 0, gols de
Capitão e Zenon. Curioso anotar que vários sites e blogs, inclusive a
Wikipédia registram como tendo sido o jogo realizado no dia 3 de julho de
1.978, em pleno curso do Campeonato Brasileiro daquele ano, o que não é
verdade. Embora realizado fora de Campinas esse derbi é o recorde de público
das partidas entre as equipes. Foram 38.948 espectadores, dos quais 35.209
pagantes. Nessa época Ponte e Guarani tinham timaços e Campinas era
considerada a Capital Brasileira de Futebol.
Durante a semana
falaremos um pouco mais da história desse famoso derbi, com as maiores goleadas
de um time sobre o outro e outras curiosidades para registrar na memória de
bugrinos e pontepretanos.
TAÇA LIBERTADORES DA AMÉRICA
Acabo de assistir
a partida entre Corinthians e Cruz Azul do México pela 1ª. Fase da Copa
Libertadores da América. Num jogo extremamente movimentado e gostoso de
assistir, o Timão, impulsionado pela dupla Ralf e Paulinho, mas com todos os
demais jogadores num mesmo nível, foi superior nos dois tempos e venceu a
partida pelo placar de 1 a 0, gol de Danilo na primeira etapa. Depois de perder
muitas oportunidades para ampliar o marcador, no final da partida o alvinegro
do Parque São Jorge quase sofreu o empate com o time mexicano mandando uma bola
na trave do goleiro Julio Cesar. Com a vitória o Coringão assumiu a liderença
de seu grupo a duas rodadas do final dessa fase de classificação. Impecável a
arbitragem do experiente árbitro uruguaio, Martin Vasques e dos bandeiras que o
auxiliaram. Um exemplo para as últimas arbitragens do campeonato paulista que
revelam erros capitais, sobretudo dos bandeiras.
P.S. A foto que ilustra a coluna mostra o folclórico e fanático
torcedor bugrino, conhecido como “Bozó”, que encontrei recentemente no Tonico’s
Boteco, durante a apresentação da cantora Juliana Caymmi. Bozó estava gordo e
de rosto cheio, como eu nunca tinha visto.
Até amanhã amigos.
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