Quando a americana Elizabeth Gilbert, decidiu contar em livro a sua experiência pessoal, surgia mais um best seller de auto-ajuda, unindo-se aos muitos que tem abarrotado as livrarias de todo o mundo e garantido o faturamento das editoras, minguado com o advento da Internet. O roteiro nem era assim original, apesar de autobiográfico. Liz, aos 30 anos, bem casada e sucedida profissionalmente, não se sente feliz e resolve trocar essa estabilidade por uma experiência arriscada e sem garantia (no caminho inverso de Cara Valente, de Marcelo Camelo, sucesso na voz límpida de Maria Rita). Abandona o marido, desfaz o casamento e temporiamente o emprego, e sai à procura de autoconhecimento e da paz interior. Viajando para três países e culturas diferentes (Itália, Índia e Bali), Liz passa a aproveitar as delícias da gastronomia, sem tempo e sem culpa, a exercer a meditação e conta com a possibilidade de relacionamentos espirituais e amorosos fundados na racionalidade e na sensibilidade para as coisas que reputa essenciais. A partir do livro, nasceu a idéia do filme, batizado em original de EAT, PRAY LOVE, e que no Brasil e Portugal foi traduzido para COMER, REZAR, AMAR. O filme marca a estréia do diretor, produtor e roteirista, RYAN MURPH nas telas de cinema. O diretor já fez sucessos com seriados para a TV Americana, dentre os quais, Glee, em 2ª. temporada, Estética (1ª. temporada) e Popularidade, também em 2ª. temporada. Há quem sustente a semelhança física entre Elizabeth e a atriz Julia Roberts, que vive a protagonista do drama no cinema. Julia está muito magra e, por isso, não tão bonita como em Uma Linda Mulher, mas é sempre uma garantia de carisma aliado à boa interpretação. No elenco, ainda, James Franco (David), Billy Crudup (Steven), Javier Bordem (Felipe) e Viola Davis (Delia). O longa tem 140 minutos e boa fotografia e trilha sonora, com músicas em português de Tom Jobim, na voz de João Gilberto, dentre outras. Há quem diga que o filme não tem o impacto do livro, é parado e superficial,não convidando o espectador efetivamente a uma reflexão sobre o conteúdo da mensagem. Acho a crítica severa demais. E, a despeito do clichê e da falta de originalidade do roteiro, particularmente gostei. Não é um grande filme, mas faz bem para a vista e para a alma, é um filme de razoável para bom, e que merece, por isso, ser visto.
Bom domingo.
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