Boa noite amigos,
O Santos F.C., com a vitória convincente de ontem, de 2 a 0, sobre o tradicional Peñarol do Uruguai, é tricampeão da Copa Libertadores da América, o principal torneio sulamericano entre clubes. Iguala-se ao São Paulo Futebol Clube, o único clube brasileiro que até então tinha obtido 3 títulos do Torneio, e eleva o número de campeonatos do Brasil, que agora tem 15 títulos, contra 22 dos argentinos. Mais do que essa marca, alguns aspectos precisam ser ressaltados. O técnico Muricy Ramalho finalmente obtém um título que não constava de seu excelente currículo, transformando-o, à unanimidade, acredita-se, no melhor técnico em atividade hoje no futebol brasileiro. Em menos de 3 meses, só com o Peixe, ganha dois campeonatos: o Paulista, de 2.011 e a Copa Libertadores. Dir-se-ia que com esse time do Santos, com Neymar, Ganso e Cia. é tarefa fácil chegar a títulos. Não é. O futebol não vive apenas de craques. Basta ver como jogava o Santos antes da chegada de Muricy e como ele deu padrão ao time, que praticamente não mais perdeu. Ontem, Muricy respondeu àqueles que criticam o seu trabalho, considerando-o um técnico covarde e retranqueiro. Disse que não se trata de armar time para jogar defensivamente e que o segredo de qualquer time vencedor é a manutenção do equilíbrio nos três setores. Tem razão. Não importa se você joga num 4-3-3 tradicional ou num 4-4-2. Se joga com dois volantes e um meia, ou com um volante e dois meias. O esquema de jogo é um detalhe importante, mas não é tudo. Relevante é o trabalho que considera as características de cada jogador. Que exige de cada um deles o máximo que pode dar. E que respeita o adversário, em qualquer circunstância. Essas são qualidades de Muricy e que unidos ao talento dos Meninos da Vila, conferiram um título importante para o futebol brasileiro. O Santos de ontem lembrou um pouco o Santos de Pelé, Coutinho e Pepe. A presença e a torcida do maior jogador da história do futebol, que chorou como um jovem adolescente com a conquista, brincou e abraçou Neymar, a quem considera o seu possível substituto, foram marcas importantes, em imagens mágicas que rodaram o Mundo. Impressionante também a competência da atual e da anterior Diretoria do Santos, que conseguiu dar extrema estabilidade ao clube e ao time, em todos os aspectos. E também a faceta de manter, apesar das pressões vindas de todos os lados e das irresistíveis ofertas dos hoje não tão ricos clubes europeus, os seus dois maiores ídolos, Neymar e Paulo Henrique Ganso. A tarefa agora é conseguir mantê-los para a Copa de 2.014, discurso que o Presidente já ensaiou e ganhou eco entre os torcedores e a mídia. Será? Se não for possível, também, não importa. O Santos hoje é um exemplo para os outros clubes brasileiros e a grande esperança de que a Confederação Brasileira de Futebol efetivamente invista nos clubes e não apenas na Seleção Brasileira. Sem as federações e os clubes, o futebol brasileiro não teria ganho todos os títulos que ganhou, nem o prestígio que tem. Ontem, a imprensa noticiou que o Barcelona, ao promover o jogo amistoso que fará em 22 de julho com o Internacional de Porto Alegre, citou o que considera os clubes tupiniquins de primeira linha. E dentre eles ignorou o Cruzeiro, o Atlético Mineiro, o Fluminense e, pasmem, até o Corinthians Paulista, o dono da segunda maior torcida do país. E talvez a mais apaixonada de todas. É tempo de revisão de conceitos e praxes dos cartolas que se eternizam no comando da CBF. Esse título do Santos que agora promove e estimula o encontro entre o clube brasileiro e a grande sensação do futebol mundial, o Barcelona de Messi e Cia., na Copa Mundial no Japão, em dezembro, talvez seja o marco para que os times brasileiros possam ser poderosos, tenham recursos e administração adequados e sejam respeitados no cenário mundial, como são os clubes espanhóis, italianos, ingleses, franceses e até portugueses.
Até amanhã.
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