quinta-feira, 16 de junho de 2011

LUZ NEGRA - FERNANDA TAKAI

Boa noite amigos,

Este CD, gravado ao vivo no Teatro Manoel Franzen de Lima, em Nova Lima,Minas Gerais, é o segundo da carreira solo da vocalista da Banda Mineira Pato Fu, Fernanda Takai. A música que dá nome ao CD (também há o DVD)  é Luz Negra, belíssima composição de Nelson Cavaquinho e que já teve inúmeras gravações antológicas, dentre as quais a de Eliseth Cardoso, Beth Carvalho e do inesquecível Cazuza.  O espetáculo, o DVD e o CD começam com a batida ao fundo de Mariá Portugal e a voz funda e longe da intérprete: /Sempre só/Eu vivo procurando alguém/ Que sofra como eu também/Mas não consigo achar ninguém/ A luz negra de um destino cruel/ilumina um teatro sem cor/Onde estou representando o papel/De palhaço do amor/. A inspiração de Fernanda é, sem dúvida, Nara Leão, a musa da bossa nova e que também transitou bem por outros movimentos da música popular brasileira e estrangeira,  com extremo bom gosto e aquela voz pequena e inconfundível. Aliás, no primeiro CD “Onde Brilham os Olhos Seus” (2007), Fernanda regrava canções que foram sucesso na interpretação de Nara. A idéia do álbum foi do compositor, produtor musical e comentarista, Nelson Motta, a produção de John Ulhoa e Direção Artística de João Augusto. O repertório é variadíssimo, contendo clássicos da música popular brasileira, como Insensatez de Jobim e Vinícius, Com Açucar e com Afeto, de Chico Buarque e o chorinho, Odeon, de Ernesto Nazaré/Hubaldo, versos de Vinícius de Moraes, e uma única composição de autoria da própria cantora, em parceria com John Ulhoa, 5 Discos: /Estive tantas vezes/Perguntando sem saber/Se havia algo errado/Me afastando de você/O silêncio respondido falhou/E me enganou... Há também canções que Fernanda sempre quis cantar, dentre as quais, Ben, sucesso na voz do cantor bailarino,   Michael Jackson,: /Ben, the two of us need look no more/ We both found what we were looking for/ With a friend to call my own/ I’ll never be alone…” Do paraense Pinduca, regrava um carimbó típico da região e que foi sucesso na voz e balanço de Eliana Pittmann, Sinha Pureza: / Vou ensinar Sinhá Pureza,/A dançar o meu sirimbó/Sirimbó que remexe, mexe/Sirimbó da minha vovó/Vou dançando, Sinhá Pureza/ Rebolando, pode requebrar/ Carimbó, sirimbó é gostoso/E gostoso em Belém em Pará.../ Apesar da semelhança com Nara Leão, é preciso destacar que Fernanda apresenta-se muito segura em relação ao seu confessado mito e não se confunde com ele. Ao contrário de Nara, de voz suave, mas claudicante, Fernanda mantém a suavidade na interpretação, sem perder a  voz firme e especiamente sensual. Suavidade e firmeza que não abandona nem mesmo quando canta o  samba clássico de Zé Keti, Diz que Fui por Aí.  Na faixa Você já Me Esqueceu, de Fred Jorge, sucesso na voz consagrada de Roberto Carlos,  consegue dar uma interpretação totalmente peculiar, que em nada lembra a do Rei, e ao mesmo tempo cheia de garra e  ternura. Digamos, visceral.  Completam o álbum  There Must Be  An Angel (Annie Lennox/David Stewart), Ordinary world (Nigel John Taylor/Joh Charles Le Bom), Debaixo dos Caracóis dos seus Cabelos, Kobune, uma interessante versão em japones de O Barquinho, de Menescal e Boscoli, e Trevo de Quatro Folhas (I’M Loking Over a Four-Leaf Clover) na versão de Nilo Sérgio. Os arranjos de John Ulhoa e Lulu Camargo, que também são responsáveis pela guitarra,violão e teclados, são excelentes e valorizam extremamente o tom de voz e a interpretação de Fernanda. Um álbum que mostra o estágio de maturidade da cantora,  e a  versatilidade da vocalista do Pato Fu (que não acabou, diga-se de passagem, nem perdeu Fernanda). Um disco gostoso de se ouvir em qualquer momento, estado de espírito  e ambiente.
Até amanhã.

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