domingo, 17 de abril de 2011

BUGRE EMPATA E ADIA ACESSO E O FINAL DO "DIA DA CRIAÇÃO"

Bom dia amigos, completo hoje o assunto do Blog de ontem e o último capítulo do “Dia da Criação” do mestre Vinicius:
O JOGO DO BUGRE
O jogo de ontem à tarde, entre Guarani e Comercial de Ribeirão Preto, pelo quadrangular decisivo do Campeonato Paulista da Série A-2,  foi emocionante. Uma partida com 6 gols e um empate em 3 a 3. Mas o esperado acesso antecipado não aconteceu, pois dependia de um vitória bugrina, que não aconteceu. O jogo foi cheio de alternativas e extremamente equilibrado, embora o Guarani, no 2º tempo tivesse mais  volume de jogo. Esse domínio, contudo, não significou absolutamente que o Bugre tenha sido melhor que o adversário. O Comercial esteve bem arrumado em campo durante todo o jogo e executava os contra-ataques com muita rapidez. Logo aos 5 minutos o Comercial abriu o placar. Rossato cobrou escanteio pela esquerda e Vágner, livre de marcação, empurrou para o gol, em falha de toda a defesa. Mas aos 11 minutos Chiquinho cruzou e o zagueiro Marcel, afoito, cabeçeou para suas próprias redes, empatando o jogo. O gol contra foi espetacular, digno de um centroavante oportunista, lembrando aquele de Ozéias, quando jogava pelo Palmeiras. Só que foi de zagueiro. Mas valeu, e é o que importa. As duas equipes ainda tiveram chances de ficar em vantagem, com Fabinho, chutando de longa distância e Rossato batendo escanteio fechado e quase fazendo gol olímpico, aos 31 minutos. No segundo tempo, o técnico Wilson Taddei tirou Rafael Ipuã, que se contundira no primeiro tempo e colocou Jefferson Luis, que vinha de contusão e não atuava há 15 dias, passando a  jogar com dois meias de criação, o próprio Jefferson e Rodrigo Paulista. Jefferson mudou o ritmo da partida, tendo duas chances não convertidas, de colocar o Bugre à frente. Porém o segundo gol estava maduro e aconteceu aos 14 minutos com cobrança de escanteio de Rodrigo Paulista. Jefferson empurrou para o gol, mas quem efetivamente desviou a bola foi o zagueiro Rafael Tavares. Novo gol contra anotou o árbitro. Uma pena, pois na verdade, nessa situação, o correto é apontar o gol para o atacante. Aos 19 minutos, porém, graças as um erro do volante Carlos, que não teve o domínio da bola,  Vagner não perdoou, empatando novamente o confronto. Pior ainda, aos 29 minutos, quando Leo recebeu na área e de calcanhar ajeitou para Sílvio fazer o terceiro gol do clube de Ribeirão Preto. Desespero total. Os jogadores bugrinos, tensos, passaram a errar passes, mas o empate veio no final, depois de sufoco na área do Comercial. Jefferson Luis lançou para Ailson que, de cabeça, acertou o canto direito e fechou o placar. Fim de jogo e do sonho antecipado do acesso, ao menos nessa partida. O Guarani tinha 3 match point, e agora tem 2. Um no próximo domingo de Páscoa novamente no Brinco, às 16,00 horas, contra o Rio Preto. E na última rodada em São José dos Campos, contra o São  José. Basta 1 vitória. E dependendo de outros resultados, o Bugre também sobe com um simples empate. À noite, o São José, em casa,  bateu o Rio Preto pelo placar de 4 a 1. O público no Brinco, no qual o Guarani está invicto este ano,  foi de 9.492 pagantes, para uma renda de R$91.298,00.
VINICIUS DE MORAES – DIA DA CRIAÇÃO – III e ÚLTIMA PARTE
“Por todas essas razões deverias ter sido riscado do Livro das Origens, ó Sexto Dia da Criação.
De fato, depois da Ouverture do Fiat e da divisão de luzes e trevas
E depois, da separação das águas, e depois, da fecundação da terra
E depois, da gênese dos peixes e das aves e dos animais da terra
Melhor fora que o Senhor das Esferas tivesse descansado.
Na verdade, o homem não era necessário
Nem tu, mulher, ser vegetal dona do abismo, que queres como as plantas, imovelmente e nunca saciada
Tu que carregas no meio de ti o vórtice supremo da paixão.
Mal procedeu o Senhor em não descansar durante os dois últimos dias
Trinta séculos lutou a humanidade pela semana inglesa
Descansasse o Senhor e simplesmente não existiríamos
Seríamos talvez pólos infinitamente pequenos de partículas cósmicas em queda invisível na terra.
Não viveríamos da degola dos animais e da asfixia dos peixes
Não seríamos paridos em dor nem suaríamos o pão nosso de cada dia
Não sofreríamos males de amor nem desejaríamos a mulher do próximo
Não teríamos escola, serviço militar, casamento civil, imposto sobre a renda e missa de sétimo dia,
Seria a indizível beleza e harmonia do plano verde das terras e das águas em núpcias
A paz e o poder maior das plantas e dos astros em colóquio
A pureza maior do instinto dos peixes, das aves e dos animais em cópula.
Ao revés, precisamos ser lógicos, freqüentemente dogmáticos
Precisamos encarar o problema das colocações morais e estéticas
Ser sociais, cultivar hábitos, rir sem vontade e até praticar amor sem vontade
Tudo isso porque o Senhor cismou em não descansar no Sexto Dia e sim no Sétimo
E para não ficar com as vastas mãos abanando
Resolveu fazer o homem à sua imagem e semelhança
Possivelmente, isto é, muito provavelmente
Porque era sábado”

Bom final de domingo e até amanhã a todos.



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