terça-feira, 19 de abril de 2011

CINEMA NACIONAL - TROPA DE ELITE 2

Bom dia amigos,
Assisti neste final de semana a 3 ótimos filmes, sobre os quais falarei hoje e nos próximos dias. O primeiro deles, Tropa de Elite 2,  sequer está em cartaz nos cinemas, mas já esteve, por muito tempo, convertendo-se no filme nacional com a maior bilheteria da história do cinema nacional. Até o seu lançamento e o seu excelente desempenho, o primeiríssimo lugar estava com o baianíssimo Dona Flor e seus Dois Maridos, lançado no ano de 1.976, com um elenco de pêso. Sônia Braga (Dna Flor), José Wilker (Vadinho) e Mauro Mendonça  (Dr. Teodoro), formavam o time de frente da película baseada no consagrado romance homônimo de Jorge Amado. Pois se o filme de Bruno Barreto levou para os cinemas, naquele ano e nos seguintes, 10,7 milhões espectadores, o de José Padilha, com todos os cuidados para evitar a pirataria que destruiu a expectativa de público do Tropa de Elite 1, conseguiu bater na casa dos 11 milhões, fenômeno de público em se tratando de cinema brasileiro. Não consegui ver o filme quando esteve em cartaz. Por isso o remédio foi locá-lo em vídeo. A boa crítica que li e ouvi em relação ao filme, não é nem um pouco exagerada. Considero ser este um dos melhores filmes já produzidos no Brasil em todos os tempos. 
TROPA DE ELITE 2.
O Capitão Nascimento (Wagner Moura), agora já é Tenente Coronel, está mais velho, mas ainda comanda o Bope, inclusive durante a rebelião ocorrida no Presídio de Bangu 1, encabeçada por Beirada (vivida pelo ator, cantor e compositor Seu Jorge),  e pelo Comando Vermelho. Como anuncia o título traduzido para o filme “O Inimigo Agora é Outro”. A luta de Nascimento, além de defesa intransigente de sua corporação, que consegue melhor aparelhar durante sua permanência na Secretaria da Segurança, dirige-se contra as milícias cariocas que dominam o morro e o tráfico, sob condescendência do sistema. A corrupção policial tem o aval de políticos poderosos, incluindo o Secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro e o próprio Governador do Estado, cujo objetivo é a reeleição. Nascimento já está divorciado de sua mulher Roseane (Maria Ribeiro), agora casada com um idealista professor de História e defensor intransigente dos direitos humanos, eleito deputado estadual, Diogo Fraga (Hirandhir Santos). Na trama Fraga e Nascimento estão em lados opostos, pois o Bope é acusado de violar os direitos dos reclusos, defendidos pelo professor, que acusa Nascimento de chacina dos presos durante a rebelião. Nascimento, no entanto, se transforma em herói popular e por isso é convidado para trabalhar em serviço de inteligência diretamente na Secretaria de Segurança. Seu amigo de corporação, o capitão André Matos (André Ramos), no entanto, a quem se acusa de descumprir a ordem do governador,  é expulso do Bope.  Nascimento, passa então a compreender como funciona o sistema e é ameaçado por ele.  Além desses ingredientes e diferentemente do primeiro filme, aqui Padilha consegue ainda desenvolver paralelamente o drama de Nascimento e de seu relacionamento com o filho, agora adolescente e que não quer saber de violência, nem admira o pai pela profissão. A corrupção da milícia que mata um de seus melhores parceiros do tempo do Bope, o capitão André Matos,  e atenta contra a vida do deputado Fraga  e de seu filho, faz com que Nascimento então, passando por um processo nítido de desconstrução de seus ideias como policial,  se demita da Secretaria da Segurança e de forma corajosa denuncie toda a corrupção do sistema, não sem antes sofrer atentado.  O clima de suspense é mantido durante todo o filme, com os ingredientes de outros do gênero (muita ação, tensão, sangue e violência). Não dá para piscar. E nem o fato de ser narrado em primeira pessoa pelo próprio Nascimento, em sistema flash-back, o torna monótono ou tedioso em qualquer momento.  O elenco é excelente, destacando-se evidentemente o protagonista, o maduro e excepcional Wagner Moura, um de nossos melhores atores de todos os tempos. Sandro Rocha interpreta o Major Rocha, um policial militar inteiramente corrupto e violento, aliado ao Coronel Fábio Barbosa (Milhen Cortez). No papel da jornalista Clara a atriz Tainá Miller. A trilha sonora é composta de 10 músicas, em CD lançado pela EMi Music, em outubro de 2.010, na mesma ocasião da estréia do filme, nela destacando as duas versões da música Tropa de Elite de  Tihuana, O Calibre, dos  Paralamas do Sucesso, Leci Brandão interpretando Zé do Coração , Zeca Pagodinho em Quem é Ela. Mas as que representam melhor o roteiro do filme são Que País e Esse na versão da  Legião Urbana e Brasil com o imortal Cazuza. O filme é superior ao primeiro, melhor filmado, com roteiro mais rico e sem cair na tentação de reproduzir o roteiro do outro. É indispensável assistir.
Um abraço e até amanhã.

Um comentário:

  1. Dr Jamil,

    A resenha do senhor está melhor do que da FOLHA...rs
    O filme é de fato excelente!
    Abraços
    waguinho

    ResponderExcluir