terça-feira, 12 de abril de 2011

CINEMA - A ORIGEM

Boa noite amigos,
Decidi há algum tempo que iria assistir aos quatro (4) principais filmes que concorreram ao Oscar, quais sejam, O DISCURSO DO REI, CISNE NEGRO, A ORIGEM e A REDE SOCIAL.
Não que eu considere o OSCAR um indicativo sempre seguro de bons filmes, mas justamente para verificar se havia alguma lógica, alguma razão, algum diferencial nesses filmes, afora o poder comercial de determinadas distribuidoras e o peso delas na distribuição das estatuetas.
Ademais, seria impossível não haver,  considerei, algo de interessante ou original  nesses filmes, selecionados  dentro da enorme produção americana de filmes fracos,  repetitivos, irrelevantes.
Por outro lado, o tempo hoje deve ser muito bem gasto, reservado, em matéria de cinema, para bons filmes, inteligentes, divertidos, comédias ou dramas, aventuras, ficção, terror ou tragédia não importa, mas que tragam algum conteúdo, alguma inovação, roteiros bem elaborados.
Há muita produção cultural importante em outras áreas: viagens, literatura, artes plásticas. E esporte que eu gosto muito de acompanhar.
Afora isso o trabalho também é relevante. E me dá hoje, no limiar da 3ª. idade, imenso prazer. E dinheiro que nunca é demais.
Enfim, já vi os três primeiros filmes, exatamente na ordem acima referida.
E confesso que são três grandes filmes. Originais, cada qual no seu estilo, com bons roteiros. E diferentes, muito diferentes.
  comentei para os amigos a minha impressão sobre o Discurso do Rei (blog de 07 de março de 2.011) e Cisne Negro (blog de 28 de março de 2.011).
Assisti, ontem à noite, em casa e sozinho (o resto do pessoal torceu o nariz e não quis se arriscar) ao filme de Christopher Nolan, A origem.
E gostei mesmo, apesar de não andar muito generoso na minha crítica, atualmente.
Para relembrar, o ingles Nolan é um dos mais competentes diretores de Hollywood. Sua especialidade, adverte Celso Sabadin, tem sido produzir filmes de “ação e aventura com roteiros inteligentes”.
Foi assim em Amnésia, em Insônia, e no retorno do herói Batman em “Batman  Begins” e “O Cavaleiro das Trevas”.
A origem (nome de batismo que nada tem a ver com a tradução de Incepcion, título original), é um filme de ficção científica que busca discutir as mil facetas e possibilidades da até aqui desconhecida mente humana.
Na   trama bem costurada por Nolan, Cobb (Leonardo Di Caprio) é um espião industrial  foragido da Justiça americana, acusado de matar sua esposa e  que se especializa em invadir o subconsciente alheio para, durante a fragilidade do sono de suas vítimas, delas descobrir e se apossar de idéias, segredos e informações.
No entanto, o desafio agora proposto por Saito (Ken Watanabe) é mais profundo e tentador: não mais apenas se apossar de idéias, mas invadir a mente de um concorrente, Roberto Fischer (Cilliam Murphy), para  nela implantar uma nova idéia que leve Fischer a destruir o império que seu pai, à beira da morte, construiu.
Cobb, auxiliado por Artur (Joseph Gordon-Levitt) e pela jovem iniciante Ariadne (Ellen Page),  a quem Cobb convence que é possível penetrar e compartilhar o sonho,  tentam, com o restante da  equipe, se infiltrar em várias camadas do subconsciente de Fischer, (o sonhar dentro de um sonho), após  receberem sedativo que lhes pemite um sono mais longo. E terão que fazer esse trabalho sem falha, sob pena de passarem décadas num limbo, sem acordar.  Aí descobrem que a mente de Fischer está treinada para atacar os invasores.
Cobb premido pela culpa pela morte da mulher, a quem levara anteriormente a acreditar num mundo virtual, onírico, sempre esbarra na figura dela que invade os seus sonhos e se incorpora a eles, tentanto convencê-lo a não acordar, a ir com ela e viver a vida que ela considera ser real. Ao mesmo tempo, o protagonista pretende retornar aos Estados Unidos e rever seus dois filhos, de quem se apartara na fuga da Justiça americana.
Não dá para sair da sala, sob pena de se perder o fio da meada. As cenas de sonhos e realidade se misturam e a boa trilha sonora garante o clima de apreensão, tensão e magnetismo. E, de quebra, o roteiro ainda oferece ingredientes de  um drama romântico a envolver o protagonista Cobb. Excelentes as interpretações, sobretudo de Leonardo Di Caprio, ator que, maduro, em nada lembra Jack Davison, o garotão herói de Titanic e muito se aproxima do enigmático Frank Abafnoli Jr., no excelente  Prenda-me se for Capaz.
Nem a complexidade que o filme aparentemente oferece, é desculpa para não vê-lo, porque Nolan costuma fornecer  todas as informações necessárias ao espectador para que ele supere a incompreensão ou má vontade, acaso sugerida na mescla entre o real e o virtual, a ação e a proposta. O sonho e a realidade.
Não deixe de ver.
 Boa noite e até amanhã.

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